Quem está se recuperando de uma cirurgia ou um acidente que tenha resultado em cortes na pele precisa reforçar a ingestão de nutrientes que facilitem a regeneração dos tecidos. Porém, existem certos alimentos que atrapalham no processo de cicatrização da pele e devem ser evitados nesse período.
Quando sofremos um corte, independente da sua origem, surge uma inflamação no local afetado, que indica ao corpo que é necessário iniciar a cicatrização para reparar o tecido lesionado. Essa inflamação é um processo normal que atrai as células de defesa, as quais estimulam a formação de novos vasos sanguíneos para levar nutrientes e oxigênio até a lesão.
Outro efeito é o aumento da produção do colágeno, a proteína que dá sustentação aos nossos tecidos ao manter as células unidas – uma característica essencial para restabelecer a integridade da pele e formar a cicatriz.
A alimentação durante a cicatrização
Nesse período em que a pele precisa se recuperar, é importante consumir alimentos que favoreçam esse processo, como aqueles que são ricos em ferro, zinco, vitaminas e proteínas – ou seja, essa não é exatamente a melhor hora para fazer uma dieta restritiva.
Contudo, existem alimentos que atrapalham no processo de cicatrização da pele. Isso acontece principalmente quando esses alimentos contêm substâncias que aumentam o estado inflamatório do organismo, o que pode fazer a inflamação normal a se transformar em uma reação exagerada.
Como resposta, nosso organismo envia ainda mais células de defesa para a região, piorando o inchaço e a vermelhidão e dificultando a regeneração do tecido. Outra consequência disso é um aumento excessivo na produção de colágeno, o que pode levar à formação do queloide, uma cicatriz de aparência grosseira que não para de crescer e ultrapassa os limites da pele.
Assim, de modo a favorecer uma cicatrização de qualidade, é importante evitar o consumo dos seguintes alimentos:
1. Abacate
As frutas costumam ser muito benéficas para a cicatrização, pois elas fornecem vitamina C, que participa da formação do colágeno. O abacate, porém, é uma exceção, pois ele contém uma substância que inibe a ação da enzima colagenase.
O papel dessa enzima é destruir o colágeno, ajudando a manter essa proteína no nível exato para uma boa cicatrização. Com a ação da colagenase diminuída, o colágeno pode se acumular e favorecer o surgimento do queloide.
2. Alimentos industrializados
Margarina, salgadinhos, bolachas, macarrão instantâneo, comidas congeladas, refrigerantes, sucos de caixinha e sorvetes, entre outros produtos industrializados, costumam ter grandes quantidades de substâncias que aumentam o estado inflamatório do organismo e dificultam a cicatrizaram.
Entre essas substâncias, ganham destaque açúcar, sódio, gordura hidrogenada, gordura trans, corantes, conservantes e adoçantes artificiais.
3. Camarão
O exoesqueleto do camarão é rico em quitosana, um polissacarídeo (açúcar) que a princípio contribui para a cicatrização ao promover a coagulação do sangue e estimular a produção do colágeno.
O problema é que a quitosana também tem efeito inflamatório na pele, o que pode dificultar a cicatrização devido a uma reação exagerada do organismo e promover uma produção excessiva do colágeno, favorecendo os queloides.
4. Carnes gordurosas e carne bovina
A carne oferece aminoácidos que são necessários para a formação do colágeno, mas cortes bovinos muito gordurosos e a carne suína em geral têm um potencial inflamatório muito elevado, produzindo os mesmos efeitos de agravamento da lesão e favorecimento de uma supercicatrização.
Por isso, recomenda-se evitar o consumo de carne de porco e cortes bovinos como acém, capa de filé, contrafilé, costela, cupim, fraldinha, paleta, picanha e ponta de agulha.
5. Embutidos
Produtos como salsicha, bacon, salame, presunto, linguiça, peito de peru, rosbife e mortadela passam por um processamento que envolve a fermentação ou a adição de sal, podendo ainda ser defumados ou curados.
Repletos de sódio e gorduras saturadas, esses alimentos favorecem a retenção de líquido, o que dificulta a eliminação das toxinas do organismo, e agravam a inflamação, que pode levar a uma cicatrização exagerada.
6. Fast food
Ricos em gorduras, açúcares, sódio e outros aditivos químicos ao mesmo tempo em que são pobres em nutrientes importantes como fibras, vitaminas e sais minerais, os fast foods têm alto potencial inflamatório e não fornecem os elementos necessários para a cicatrização.
7. Frituras
O excesso de gordura presente na batata frita, no pastel, na coxinha e em outros alimentos fritos também é um fator de inflamação da pele. Além disso, assim como os fast foods, as frituras também não fornecem os elementos mais importantes para a cicatrização e ainda sobrecarregam o organismo para serem digeridas.
8. Soja
As leguminosas como feijão, lentilha e grão-de-bico são fontes de fibras e proteínas, que favorecem a cicatrização, mas a soja é uma exceção a essa regra. Mesmo oferecendo diversos benefícios para o nosso organismo, a soja é rica em isoflavonas, que estimulam a liberação de substâncias inflamatórias.
Vale lembrar que, se você for alérgico ou intolerante a algum produto, ele também entrará na lista de alimentos que atrapalham no processo de cicatrização da pele e deverá ser evitado neste momento em que seu corpo precisa se recuperar. Na dúvida, não deixe de consultar seu médico.
Fonte(s): Minha Vida, Tua Saúde, Abril, Viva Bem, VIX e Abril
Tags: Saúde, cuidado do corpo, medprev, hospital, clínicas, agendamento, pele, cicatrização da pele, dermatologia, dermatologista
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