Como ficar mais alto na adolescência?

No BBB, o instrutor de crossfit Arthur Picoli revelou que, quando era criança e adolescente, fez tratamento para crescer. O crescimento da criança depende de fatores nutricionais, ambientais, genéticos, hormonais, metabólicos e psicológicos. Um estilo de vida saudável, portanto, contribui para que o paciente possa alcançar o máximo do seu potencial de crescimento. Em alguns casos específicos, entretanto, o tratamento hormonal é realmente indicado, como explicaremos. Mas e quando não existe essa necessidade de tratamento, como os pais podem estimular o crescimento dos filhos?

É possível estimular o crescimento em crianças com hábitos saudáveis — Foto: Thinkstock/Getty Images 

O médico pediatra Ricardo Fernando Arrais, membro do Departamento Científico de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), defende que criar boas condições no ambiente, propiciar boa alimentação e sono adequado vão favorecer o melhor crescimento possível a todas as crianças.

  1. Dormir bem e adequadamente, pelo número de horas necessário para cada faixa etária. Porque sim, na infância e adolescência nós crescemos quando dormimos;
  2. Ter uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes. Proteínas e cálcio são importantantes, mas também vitaminas, sais minerais, carboidratos e gorduras, na seguinte proporção:
    - 50-60% de carboidratos;
    - 30% de gorduras;
    - 20% de proteínas;
  3. Praticar atividades físicas;
  4. Ter atenção à postura;
  5. Manter em dia as idas ao pediatra e, se necessário, ao endocrinologista, ao ortopedista e ao nutricionista pediátricos;
  6. Em caso de problemas específicos, fazer o tratamento hormonal com acompanhamento médico.

Sono

Dormir bem é fundamental: quanto menor a duração do sono em crianças, maior a probabilidade do sobrepeso — Foto: Istock Getty Images

– Quanto mais jovem, maior a necessidade de um sono reparador e saudável. Lactentes dormem 10 a 12 horas por dia em média, e essa necessidade vai aos poucos diminuindo, com grande variação individual, indo para 9 a 10 horas para pré-escolares e escolares, até as 7 a 9 horas para pré-adolescentes, adolescentes e adultos. Adolescentes têm flutuações importantes nessa necessidade, passando por períodos de mudanças, por influência hormonal, e realmente existe essa associação entre dormir bem e crescer bem. Está comprovado que os picos noturnos do GH (hormônio de crescimento) ocorrem com maior intensidade e intervalos menores durante o estirão puberal – explica pediatra.

O médico acrescenta que a proliferação da cartilagem de crescimento (epífises dos ossos longos) ocorre de forma mais eficiente com a criança/adolescente dormindo, com a musculatura relaxada e sem o peso sobre essas estruturas. Por isso é verdadeira a afirmativa que diz que crescemos enquanto dormimos.

– E o processo é mais eficiente em horário mais fisiológico, ou seja, no sono que vai de 21/ 22h até 6/7h da manhã, o que deve ser estimulado para toda a família, já que em uma casa onde adultos dormem tarde, naturalmente crianças tendem a seguir o exemplo – aconselha Arrais.

O médico pediatra deve acompanhar peso, estatura e desenvolvimento puberal da criança, de acordo com gráficos apropriados para sexo e faixa etária, lembrando sempre das particularidades do indivíduo.

– Meninas e meninos são diferentes. As meninas costumam entrar em puberdade mais cedo e logo fazem o chamado estirão de crescimento. Os meninos, por sua vez, iniciam a puberdade mais tarde e fazem o estirão no final da puberdade. Nesse período, o ganho de estatura é maior nos meninos, o que justifica a altura final maior nos homens da população geral. No Brasil, a estatura final média do homem é 1,74 m, e a da mulher é 1,62 m – explica a médica endocrinologista Cristine Beltrão, membro da SBEM, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Comer para poder crescer!

Uma boa alimentação equilibrada e longe de dietas restritivas também ajuda no crescimento adequado — Foto: Getty Images

A música do grupo Patati Patatá também é outra afirmativa verdadeira e educativa. Arrais defende que de nada adianta ter um excelente potencial genético (pais, avós, tios com boa estatura), se a alimentação for pobre e inadequada. Ou seja, se alimentar bem desde cedo é essencial. A recomendação médica é que haja uma alimentação natural, mais orgânica possível, sem aditivos ou conservantes, balanceada:50-60% de carboidratos, 30% de gorduras, 20% de proteínas. E para fugir de modismos como "low carb", dietas exóticas ("paleolíticas") ou extremamente restritivas.

E embora cálcio seja fundamental na formação óssea e as proteínas, na construção muscular, exagerar na dose desses nutrientes também não é recomendado. O importante é ter equilíbrio.

– Dietas excessivamente ricas em cálcio e proteínas não apresentam vantagens, pelo contrário, podem provocar desequilíbrio, sobrecarga renal de compostos nitrogenados, sendo contraindicados. Qualquer nutriente (macro ou micro) oferecido em excesso, além de não ser aproveitado pelo organismo em crescimento, pode promover danos e riscos, inclusive de intoxicação, como é o caso de vitaminas lipossolúveis, como a D, atualmente sendo fortemente recomendada, às vezes em doses elevadas, contra a infecção pela Covid-19. Convém sempre conversar com o pediatra e uma nutricionista para que uma alimentação equilibrada seja corretamente orientada e prescrita – alerta Beltrão.

A desnutrição, segundo a endocrinologista, ainda é uma das principais causas de crescimento inadequado, especialmente nos dois primeiros anos de vida. Ela destaca que, nessa fase, o crescimento depende pouco dos hormônios, mas principalmente da alimentação.

Crianças precisam se exercitar

A atividade física induz a um fortalecimento das estruturas ósseas e musculares — Foto: Istock Getty Images

A atividade física não é fato determinante para o crescimento, de acordo com o pediatra, mas é um facilitador para um crescimento harmônico e bem estruturado. Além de ajudar na criação de hábitos saudáveis para toda a vida, contribui para a saúde e melhora da composição corporal. Os médicos recomendam atividades lúdicas e apropriadas para cada faixa etária e, sempre que possível, realizadas sob supervisão do profissional de educação física.

– Atualmente, a recomendação é a realização de atividade física com duração de 60 minutos diariamente, principalmente para crianças com sobrepeso e obesidade. É importante também escolher algo de interesse da criança. No entanto, há que se ter cuidado com o excesso, pois o exercício intenso poderia levar à puberdade atrasada por alteração do eixo hipotálamo-hipófise – completou Beltrão.

A atividade física induz a um fortalecimento das estruturas ósseas e musculares, que são tecidos dinâmicos e que são tonificados e apresentam maior absorção de nutrientes ao serem regularmente estimulados pelo movimento.

– Nós, humanos, e principalmente nossas crianças e adolescentes, temos um impulso natural pelo movimento, principalmente o lúdico, e isso extrapola muito o simples crescimento físico, sendo claramente associado ao desenvolvimento cognitivo e psicossocial. Na verdade, todos nós, independente da idade, adoecemos simplesmente ao adotarmos o sedentarismo, tão prevalente em nossas sociedades urbanas e tecnológicas – destaca Arrais.

Todavia, o pediatra alerta para um mito: não existem esportes que "fazem crescer mais" como se pensava até algumas décadas atrás. A ciência comprovou que ninguém será mais alto porque pratica basquete ou voleibol, ou deixou de crescer porque treinou muito judô, futebol de salão ou ginástica artística.

– O biotipo é que seleciona o atleta com melhor desempenho. O fato de ser alto melhora o desempenho em basquete, e de ser mais compacto pode conferir vantagens ao judoca ou jogador de futsal. Inclusive, é importante reforçar que a atividade física recreativa, que tem como objetivo manter um bom condicionamento, sem sobrecargas, favorece uma boa saúde física e mental. Já a atividade desportiva competitiva, que submete crianças e adolescentes a treinamentos inadequados e intensos, devem ser evitadas – reforça.

Ajeita essa coluna, garoto!

É fundamental estar atento à posição de coluna, cabeça e pescoço de crianças e adolescentes ao mexerem no celular e ao ficarem no computador — Foto: Divulgação Getty Images

Um fato negligenciado e fundamental para o bom crescimento da criança é a postura. A boa postura deve ser observada e incentivada desde cedo. O uso excessivo de telas, especialmente celulares, tem contribuído para uma postura ruim, ainda mais agora com o advento das aulas on-line. Além do limite de tela, são importantes cuidados como:

  • Atenção ao peso da mochila;
  • Cuidado com o tipo de calçado;
  • Atenção à forma de se sentar à mesa;
  • Redução do tempo de tela;
  • Preocupação com a posição de coluna, cabeça e pescoço ao mexer no celular e ao ficar no computador.

E ainda: algumas atividades físicas e modalidades esportivas como natação e balé, por exemplo, podem auxiliar na aquisição de uma melhor postura.

– Uma boa postura deve ser uma preocupação natural dos pais e cuidadores, e passa por oferecer condições de ergonomia adequada (cadeiras e mesas adequadas ao tamanho da criança). Se a criança ou adolescente se queixar de dores, ou dificuldades de concentração em aulas on-line, por exemplo, uma avaliação através da consulta pediátrica pode ajudar a resolver o problema - avalia o pediatra.

Quando o tratamento pode ser feito?

Caso o pediatra identifique alguma diminuição no crescimento, discordância da altura da criança com a genética familiar, alteração no desenvolvimento puberal, a criança deve ser encaminhada ao especialista endocrinopediatra. Nos casos de deficiência comprovada do hormônio de crescimento, em algumas situações específicas, como algumas síndromes genéticas (Síndrome de Turner, Prader Willi e outras em estudo), insuficiência renal crônica, que são as indicações oficialmente cobertas para tratamento pelo Ministério da Saúde, pode ser recomendado o tratamento.

– Naturalmente, após descartar qualquer outra causa orgânica que possa provocar um crescimento inadequado, e são inúmeras as possibilidades, podemos fazer uso de um "teste terapêutico" de 6 a 12 meses de hormônio de crescimento para observar a resposta. O tratamento deve ser indicado com a maior precocidade possível, pois quanto mais tardiamente essas crianças chegam ao pediatra para uma boa avaliação e eventual encaminhamento a um especialista, pior será o resultado final – alerta Arrais.

O médico ressalta, entretanto, que não se deve "padronizar" a estatura da população geral. É perfeitamente normal termos uma sociedade com tamanhos e formas variados. O padrão não existe.

Como aumentar a altura na adolescência?

Dormir bem e adequadamente, pelo número de horas necessário para cada faixa etária. ... .
Ter uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes. ... .
Praticar atividades físicas;.
Ter atenção à postura;.
Manter em dia as idas ao pediatra e, se necessário, ao endocrinologista, ao ortopedista e ao nutricionista pediátricos;.

Como ficar 15 cm mais alto?

O tratamento hormonal para o crescimento, os exercícios de respiração e o alongamento das pernas podem aumentar a altura depois da puberdade, mas o método mais seguro é através de exercícios e de uma vida saudável.

Como ter 1 70 de altura?

Tenha uma dieta equilibrada..
Coma muita proteína magra. As proteínas magras presentes em carnes brancas de aves, peixes, soja e leite, ajudam a promover o crescimento muscular e a saúde dos ossos. ... .
Consuma bastante cálcio. ... .
Obtenha bastante zinco. ... .
Obtenha vitamina D suficiente..

O que é bom para aumentar a altura?

Os alimentos que auxiliam no crescimento são aqueles que são ricos em cálcio e proteínas. O cálcio é um mineral essencial para um crescimento saudável e para a resistência dos ossos. Já as proteínas são a matéria prima utilizada pelo organismo para a produção e crescimento dos músculos.

Toplist

Última postagem

Tag