Filme o sol também é uma estrela

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Comédias românticas tendem a seguir uma estrutura narrativa básica. Porém, temos exceções como (o ótimo) 500 Dias Com Ela, filme que revolucionou o gênero. O Sol Também é Uma Estrela, tenta repetir esse feito. Porém fracassa no ponto mais importante de todo filme que retrata o amor: O casal protagonista.

O Sol Também é Uma Estrela é baseado no livro de mesmo nome, que conta a história de
Natasha (Yara Shahidi) uma jovem extremamente pragmática, que não acredita em destino, apenas em fatos explicados pela ciência. Em menos de doze horas, a família de Natasha será deportada para a Jamaica, mas antes que isso aconteça ela encontra Daniel (Charles Melton) e se apaixona subitamente, colocando todas as suas convicções em cheque. O longa deixa claro em seus minutos iniciais que não se trata de uma produção convencional do gênero. Seus 10 primeiros minutos (focados inteiramente em Yara Shahidi) são envolventes, assim como outras cenas do filme. O filme se desenrola bem explorando a personalidade dos personagens de Melton (Riverdale) e Shahidi (Black-ish) em separado. O problema começa quando esses personagens (bem construídos até então) se encontram. Pois tudo que vimos é jogado fora em prol de uma química que não existe em tela.

Ok! Não sou um expert em relacionamentos. Mas já vi (em filmes) casais com mais química e sopas de chuchu com mais tempero do que a dupla Melton e Shahidi neste filme. Não que eles sejam maus atores, mas não deu liga. Melton em sua atuação não sabe se faz o papel de jovem tímido, porém romântico, que conhece garota dos sonhos ou se faz o jovem galanteador, que conhece uma garota e se apaixona. Sua atuação é cheia de altos e baixos. Dos dois, Shahidi se saí melhor e encanta, pena que sua personagem cheia de convicções deixe elas de lado após 30 min de filme. O restante do elenco é esquecível e não tem grandes momentos em cena.

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A direção de Ry Russo-Young (Antes que Eu Vá) é criativa ao filmar a cidade de Nova York e ousa bastante, em especial no primeiro ato e na cena do karaokê. Além da fotografia, a trilha sonora também é muito boa, as músicas são atuais e se encaixam muito bem em vários momentos do filme. O filme tem um bom ritmo, mas falha em criar um romance convincente e falha mais ainda na tentativa de criar urgência para o casal de amantes.

Por fim, O Sol Também é Uma Estrela é um romance sem pegada. Um drama que não emociona. Mas que possui qualidades técnicas de destaque, quando comparado a outras produções do gênero. Se o casal protagonista fosse outro, quem sabe esse não pudesse ser o novo 500 Dias Com Ela do século XXI.

Natasha Kingsley (Yara Shahidi) é uma adolescente apaixonada por astronomia que mora em Nova York desde criança, mas que será deportada em menos de vinte e quatro horas para a Jamaica, onde nasceu, junto à sua família. Apesar do pouco tempo que lhe resta nos Estados Unidos, ela não desiste de lutar pela estadia no país que considera seu lar e marca uma reunião com um advogado especializado no assunto para tentar reabrir o caso. No entanto, durante o percurso que a levaria para este compromisso, Natasha conhece Daniel Bae (Charles Melton), um jovem que a faz questionar todas as suas convicções sobre amor, sorte e destino.

O Sol também é uma Estrela foi dirigido por Ry Russo Young -- cineasta responsável por Caminho para o Coração, premiado em Sundance -- e é uma adaptação do livro de mesmo título escrito por Nicola Yoon, considerado um best-seller pelo The New York Times. Seguindo a tendência atual das adaptações cinematográficas de romances para jovens adultos, o filme poderia se destacar dentro do seu gênero pela sua história atual e pela diversidade étnica que apresenta -- algo incomum no cinema americano -- mas acabou se tornando genérico ao escolher artifícios clichês para compor o longa-metragem.

Na manhã em que os protagonistas se conhecem, Daniel tinha uma entrevista marcada que possibilitaria seu ingresso na universidade Dartmouth. Apesar de ser um aspirante a poeta, o objetivo daquele momento era estudar medicina para atender o desejo de seus pais, uma tradicional família de imigrantes coreanos. Antes de sair de casa, ele escreve “Deus Ex Machina” em seu diário -- uma expressão que surgiu na antiga Grécia para denominar soluções improváveis para problemas aparentemente irreversíveis -- e acaba se deparando com Natasha na Grand Station Center, que usava uma jaqueta justamente com essa frase estampada. Para Daniel, um romântico irrevogável, é claro que aquilo era um sinal do Universo e decide ir atrás da garota.

Assim como em diversos romances, os protagonistas são um casal de personalidades opostas que se atraem. Ela sonha em ser uma cientista e só acredita no que pode ser comprovado cientificamente; já ele é sentimental, idealista e acredita piamente que ambos estão destinados a ficarem juntos devido às coincidências que os cercam.

Como Natasha acredita que amar nada mais é do que uma reação química do organismo humano, Daniel diz que vai fazê-la crer no amor e propõe que usem o método científico que prova que é possível fazer dois completos estranhos se apaixonarem por meio de trinta e seis perguntas. O tal método foi criado pelo psicólogo Arthur Noran e se popularizou graças ao artigo “To Fall in Love With Anyone, Do This”, publicado pelo The New York Times. A partir do momento em que ela aceita a proposta, várias outras coincidências começam a ocorrer, o que faz com que Daniel afirme sua crença no destino toda vez em que elas acontecem, deixando de ser algo romântico para se tornar cômico e brega.

Até pelos personagens principais serem de etnias que não costumam protagonizar filmes americanos, o longa acaba inserindo algumas críticas sociais pontuais referentes ao preconceito racial. Já a questão da imigração ilegal nos Estados Unidos, um tema bastante atual e que necessita ser discutido, parece ser apenas um pretexto para tornar o enredo mais romântico do que um aspecto importante para a narrativa. Está claro que o foco do longa-metragem é o romance e não as adversidades que cercam a vida dos protagonistas. Seria interessante que isso fosse melhor abordado ao longo do filme no lugar de alguns diálogos artificiais e sequências românticas forçadas que não acrescentam nenhuma profundidade para a história.

Um aspecto interessante desse filme que vale ser destacado é o dos cenários diferenciados escolhidos, talvez pela própria diretora ter nascido em Nova York. Geralmente, longa-metragens que se passam na “Big Apple” sempre mostram localizações clássicas e dignas de cartões postais, mas dessa vez vemos um pouco da periferia da cidade e bairros diferentes como o Chinatown.

No quesito atuação, o elenco se sai bem, exceto Yara Shahidi que entregou um trabalho bem fraco boa parte do filme. Em diversos momentos suas falas e expressões parecem pouco naturais e até piegas. A cena logo no início do filme, por exemplo, em que ela fica encarando o teto da Grand Station Center poderia ser muito bonita e emocionante, mas se tornou apenas um artifício forçado para engatar o romance dos protagonistas

O Sol também é uma Estrela propõe diversidade e temáticas atuais e relevantes, mas apresenta uma abordagem tímida e pouco original de uma história que poderia ser muito mais ousada e significativa. Apesar da mensagem bonita de que devemos viver a vida de coração aberto, é apenas mais um filme de romance entre jovens gostosinho de assistir.

O que fala o filme O Sol também é uma estrela?

Natasha Kingsley (Yara Shahidi) é uma adolescente apaixonada por astronomia que mora em Nova York desde criança, mas que será deportada em menos de vinte e quatro horas para a Jamaica, onde nasceu, junto à sua família.

Onde tem o filme O Sol também é uma estrela?

O sol também é uma estrela | Amazon.com.br.

Qual o nome do filme da estrela?

Stardust (filme de 2007).

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