O quê Chimamanda Adichie identifica com o perigo de uma história única de exemplos?

Por Redação | 28/12/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Ayne Salviano - Jornalista, professora, mestre em comunicação e Semiótica e empresária ramo da educação

O título deste texto é o nome de uma obra de Chimamanda Ngozi Adiche, uma escritora nigeriana consagrada no mundo todo. Convidada a falar em uma palestra do TED Talk, em 2009, ela protagonizou um momento único que a editora Companhia das Letras, uma das mais respeitadas no Brasil, transformou em um livro pequeno, em formato de bolso, com 61 páginas, que dá para ler de uma vez só. Recomendo. Na palestra que virou livro, Chimamanda provoca a reflexão do ouvinte/leitor sobre os perigos de uma história única, ou seja, de se acreditar naquilo que é reproduzido pelo senso comum, sem observar, estudar, analisar as outras versões e possibilidades.

 Ela dá exemplos pontuais. Nascida na Nigéria, com pais que trabalhavam em uma universidade, ela cresceu no campus lendo obras inglesas e norte-americanas. Quando começou a escrever suas próprias histórias, ainda na infância, seus personagens eram loiros, de olhos claros e comiam e bebiam alimentos que nem existiam no seu país. Foi apenas ao conhecer a literatura africana – eram poucas as obras disponíveis – que ela entendeu que pessoas negras também poderiam contar suas histórias. Outro exemplo. A família de Chimamanda era de classe média e tinha funcionários domésticos. Sobre um deles ela sempre ouvia: ”Ah! Ele é tão pobre”. Um dia, quando pode conhecer o vilarejo e a casa deste funcionário, se encantou com o artesanato que a família dele produzia.

Ela não imagina que alguém pobre pudesse ser outra coisa. Lição: quantos de nós não nos acomodamos com a história única que vem taxada sobre outras pessoas? Quando foi estudar em uma universidade dos Estados Unidos, sentiu na pele os problemas de uma história única. A colega de quarto reproduziu, várias vezes, o que (não) sabia sobre a África (que muitas pessoas confundem com o país, África do Sul, e não identificam como um continente). Queria saber como Chimamanda sabia falar inglês tão bem, qual era a música tribal que ela mais gostava e como ela poderia conhecer um fogão. Claro que no imaginário da colega, todos os africanos eram selvagens. Por que acreditar em histórias únicas é tão ruim? Porque se criam estereótipos. E o problema com eles é que são incompletos, parciais.

E histórias parciais podem ser usadas para o bem e para o mal. Podem espoliar e caluniar como também têm o poder de empoderar e humanizar. “Elas podem despedaçar a dignidade de um povo, mas também podem reparar esta dignidade”, escreve a autora. Assim, se o nosso conhecimento é formado pelas histórias que lemos e escutamos, quanto maiores forem estas narrativas diversas, mais completa será a nossa compreensão do assunto, certo? Por isso, a diversificação das fontes do conhecimento é mais do que uma sugestão, é uma necessidade. Da mesma forma, é preciso ter cautela ao ouvir e ler histórias. É preciso checar as fontes. É fundamental pesquisar as informações.

É vital afastar fake news, discursos de ódio, manipulação e alienação. Imagine, leitor, se fosse dado aos índios o poder de contar a sua versão sobre o descobrimento e a colonização do Brasil. Imagine, leitor, se fosse dado aos negros a possibilidade de contar a sua versão sobre a escravidão. Imagine, leitor, se fosse dado a todos o poder de ter acesso a todas as histórias e não apenas as versões oficiais. Chimamanda Adichie me lembra Descartes: todo conhecimento deve nascer da dúvida. Duvidem. Pesquisem. Ouçam vários lados. Leiam várias histórias. Toda história única é, definitivamente, prejudicial a todos.

Ayne Salviano - Jornalista, professora, mestre em comunicação e Semiótica e empresária ramo da educação

O título deste texto é o nome de uma obra de Chimamanda Ngozi Adiche, uma escritora nigeriana consagrada no mundo todo. Convidada a falar em uma palestra do TED Talk, em 2009, ela protagonizou um momento único que a editora Companhia das Letras, uma das mais respeitadas no Brasil, transformou em um livro pequeno, em formato de bolso, com 61 páginas, que dá para ler de uma vez só. Recomendo. Na palestra que virou livro, Chimamanda provoca a reflexão do ouvinte/leitor sobre os perigos de uma história única, ou seja, de se acreditar naquilo que é reproduzido pelo senso comum, sem observar, estudar, analisar as outras versões e possibilidades.

 Ela dá exemplos pontuais. Nascida na Nigéria, com pais que trabalhavam em uma universidade, ela cresceu no campus lendo obras inglesas e norte-americanas. Quando começou a escrever suas próprias histórias, ainda na infância, seus personagens eram loiros, de olhos claros e comiam e bebiam alimentos que nem existiam no seu país. Foi apenas ao conhecer a literatura africana – eram poucas as obras disponíveis – que ela entendeu que pessoas negras também poderiam contar suas histórias. Outro exemplo. A família de Chimamanda era de classe média e tinha funcionários domésticos. Sobre um deles ela sempre ouvia: ”Ah! Ele é tão pobre”. Um dia, quando pode conhecer o vilarejo e a casa deste funcionário, se encantou com o artesanato que a família dele produzia.

Ela não imagina que alguém pobre pudesse ser outra coisa. Lição: quantos de nós não nos acomodamos com a história única que vem taxada sobre outras pessoas? Quando foi estudar em uma universidade dos Estados Unidos, sentiu na pele os problemas de uma história única. A colega de quarto reproduziu, várias vezes, o que (não) sabia sobre a África (que muitas pessoas confundem com o país, África do Sul, e não identificam como um continente). Queria saber como Chimamanda sabia falar inglês tão bem, qual era a música tribal que ela mais gostava e como ela poderia conhecer um fogão. Claro que no imaginário da colega, todos os africanos eram selvagens. Por que acreditar em histórias únicas é tão ruim? Porque se criam estereótipos. E o problema com eles é que são incompletos, parciais.

E histórias parciais podem ser usadas para o bem e para o mal. Podem espoliar e caluniar como também têm o poder de empoderar e humanizar. “Elas podem despedaçar a dignidade de um povo, mas também podem reparar esta dignidade”, escreve a autora. Assim, se o nosso conhecimento é formado pelas histórias que lemos e escutamos, quanto maiores forem estas narrativas diversas, mais completa será a nossa compreensão do assunto, certo? Por isso, a diversificação das fontes do conhecimento é mais do que uma sugestão, é uma necessidade. Da mesma forma, é preciso ter cautela ao ouvir e ler histórias. É preciso checar as fontes. É fundamental pesquisar as informações.

É vital afastar fake news, discursos de ódio, manipulação e alienação. Imagine, leitor, se fosse dado aos índios o poder de contar a sua versão sobre o descobrimento e a colonização do Brasil. Imagine, leitor, se fosse dado aos negros a possibilidade de contar a sua versão sobre a escravidão. Imagine, leitor, se fosse dado a todos o poder de ter acesso a todas as histórias e não apenas as versões oficiais. Chimamanda Adichie me lembra Descartes: todo conhecimento deve nascer da dúvida. Duvidem. Pesquisem. Ouçam vários lados. Leiam várias histórias. Toda história única é, definitivamente, prejudicial a todos.

O quê Chimamanda Adichie identifica como o perigo de uma história única de exemplos?

Chimamanda assim descreve o perigo da história única: “Como eu só tinha lido livros nos quais os personagens eram estrangeiros, tinha ficado convencida de que os livros,por sua própria natureza, precisavam ter estrangeiros e ser sobre coisas com as quais eu não podia me identificar.

Qual o perigo de uma história única Segundo Adichie?

A consequência da história única é que ela rouba a dignidade das pessoas, torna-se difícil reconhecer a sua humanidade e consequentemente realça como somos diferentes, não como somos parecidos.

Qual o perigo da história única resumo?

De acordo com a autora: “A história única cria estereótipos, e o problema com os estereótipos não é que sejam mentira, mas que são incompletos. Eles fazem com que uma história se torne a única história.” Não tem problema ser brasileiro gostar de futebol e falar espanhol, a questão é que deriva de um preconceito.

Qual o tema central do vídeo o perigo de uma história única?

Conheça o vídeo que fala sobre a importância das narrativas plurais na vida de meninos e meninas ao redor do mundo. Chimamanda Ngozi Adichie é uma escritora Nigeriana que vem conquistando uma nova geração de leitores com seus romances de origem Africana.

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