O objetivo do novo acordo ortográfico consiste em uniformizar e aproximar a gramática entre os nove países que têm a Língua Portuguesa como língua oficial. As principais mudanças você confere agora.
Publicado em 31/01/2018 - 16h23 • Atualizado em 26/01/2021 - 16h30 • Comunicar erro
O novo acordo ortográfico foi realizado em 2009, com prazo de adaptação até 2012, e visa uniformizar e aproximar a gramática entre os 9 países que têm a Língua Portuguesa como língua oficial. As mudanças consistem principalmente na acentuação, uso no hífen, uso do trema e no alfabeto, exemplificadas a seguir.
Alfabeto
O Alfabeto passa a ter 26 letras oficialmente, ao serem incorporadas as letras “k”, “w” e “y”. Estas eram parte do alfabeto até serem retiradas em 1943 e, permaneceram, de forma inalterada após essa nova reforma, sendo utilizadas em medidas internacionais, como km e kW; em nomes de países e derivados destes, como Hong Kong e taiwanês; em nomes próprios como Bryan, Kate, Willian, Kafka e, por fim, em palavras estrangeiras, tais como “show”, “stand by” e “Kamikaze”.
Acentuação
No quesito da acentuação, as alterações são relacionadas ao acento agudo e ao circunflexo. Aos acentos agudos as mudanças foram para os ditongos (encontro de duas vogais na mesma sílaba) e hiatos (encontro de duas vogais de sílabas diferentes) paroxítonas.
Os ditongos paroxítonos perderam o acento agudo. As monossílabas e oxítonas continuaram acentuadas.
Exemplos: idéia = ideia; geléia = geleia, odisséia= odisseia, platéia = plateia
Os hiatos paroxítonasformados por “i” e “u” perderam a acentuação, nos casos em que estes vêm após um ditongo.
Exemplos: feiúra = feiura;
Existe também o “acento diferencial”, acento agudo ou circunflexo utilizado para diferenciar palavras que possuem a mesma pronúncia. Ele deixou de existir, permanecendo apenas no verbo pôr e no passado pôde.
Exemplos: pára = para; pólo = polo; pêlo = pelo; pêra = pera
E, por fim, o acento circunflexo deixou de ser usado em terminações ôo e êem.
Ex: enjôo = enjoo, zôo = zoo, lêem = leem, vêem = veem
Trema
A trema é um sinal gráfico representado por dois pontos em cima da letra “u” cuja função era indicar uma pronúncia diferente das sílabas “que”, “qui” “gue” e “gui”. Após a nova ortografia ela também sofreu mudanças e deixou de existir, porém sem alterar a pronúncia das palavras. A trema permanece apenas nos nomes próprios de origem estrangeira e suas derivações.
Ex: lingüiça = linguiça, freqüente = frequente, anhangüera = anhanguera
Bündchen = Bündchen
Hífen
O hífen é utilizado para passar a ideia de união semântica, em palavras compostas que não possuem elementos de ligação, compostos de palavras iguais ou similares, palavras com apóstrofo, palavras derivadas de nomes de lugares e para designar animais e plantas.
Após a nova ortografia, o uso do hífen se reduziu. Ele continua sendo utilizado nos casos em que a segunda palavra se inicia pela letra “h”, se a palavra terminar com uma vogal e a seguinte for iniciada pela mesma vogal. Nos casos em que o prefixo terminar com uma letra diferente da que se vai iniciar e, nos casos em que a próxima palavra começar por r ou s, também se tirou o hífen, dobrando essas letras.
Exemplo: gira-sol = girassol, para-quedas = paraquedas, manda-chuva = mandachuva, anti-rugas = antirrugas, arco-íris = arco-íris, segunda-feira = segunda-feira.
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O novo acordo ortográfico passou a valer em 2012, mas até hoje gera muitas dúvidas. Acompanhe a matéria para ficar por dentro da nova ortografia.
Publicado em 25/01/2021 - 15h42 • Atualizado em 25/01/2021 - 15h42 • Comunicar erro
O novo acordo ortográfico foi realizado em 2009, com prazo de adaptação até 2012, e visa uniformizar e aproximar a gramática entre os 9 países que têm a Língua Portuguesa como língua oficial.
As mudanças consistem principalmente na acentuação, uso no hífen, uso do trema e no alfabeto, exemplificadas a seguir.
Alfabeto ganhou mais letras na nova ortografia
Pode parecer estranho o que eu vou dizer, mas antes do novo acordo ortográfico, as letras “K”, “W” e “Y” não faziam parte oficialmente do alfabeto da Língua Portuguesa e só podiam ser utilizadas em medidas como Kilo ou Watts.
No entanto, em um mundo digital onde palavras como Windows, link, Spotify e download são tão presentes, os gramáticos cederam e tiveram que se adaptar.
Além de acrescentar as novas letras que já vinham sendo usadas pela população, palavras estrangeiras que passaram a fazer parte do cotidiano também foram incorporadas no novo acordo ortográfico.
Veja alguns exemplos:
- Show;
- Kamikaze;
- Stand by;
- Link;
- Internet.
Assim como as palavras comuns, os nomes próprios passaram a fazer parte oficialmente da norma padrão:
- Taiwan;
- Nova York;
- Hong Kong;
- Patrick;
- Willian;
- Emilly;
- Yasmin.
Novo Acordo Ortográfico: acentuação
No quesito da acentuação, o novo acordo ortográfico trouxe alterações relacionadas ao acento agudo e ao circunflexo. Listamos abaixo cada uma delas:
Ditongos paroxítonos
Os ditongos (encontro de duas vogais na mesma sílaba) em palavras paroxítonas perderam o acento agudo.
Exemplos:
- Idéia -> Ideia;
- Bóia -> Boia;
- Assembléia -> Assembleia;
- Odisséia -> odisseia.
As monossílabas e oxítonas continuam sendo acentuadas no novo acordo ortográfico. Veja:
- Pó;
- Só;
- Pá;
- Sumaré;
- Macapá.
Hiatos com paroxítonas com “i" ou “u”
Os hiatos (encontro de duas vogais de sílabas diferentes) em palavras paroxítonas formadas pelas letras “i” ou “u” perderam a acentuação na nova ortografia, nos casos em que estes vêm após um ditongo:
- Feiúra -> feiura;
- Taoísmo -> Taoismo;
- Bocaiúva -> Bocaiuva.
Fim do acento para ôo e êem
Outras palavras que perderam o acento foram as que tinham terminações em “ôo” ou “êem”. Após o novo acordo, o acento circunflexo foi retirado.
Observe como era antes e como é agora:
- Crêem -> Creem;
- Enjôo -> Enjoo;
- Lêem -> Leem;
- Vêem -> Veem.
Fim do acento diferencial
Antes do novo acordo ortográfico, algumas palavras possuíam o que é conhecido como “acento diferencial”.
O acento diferencial era utilizado para discernir palavras que possuíam a mesma pronúncia, mas que tinham significados distintos.
Veja um exemplo ANTES do acordo:
- Pára como verbo: Ele sempre pára quando o sinal está amarelo.
- Para como preposição: O que tem para comer hoje?
Agora, após o acordo ortográfico, só existe a palavra “para” que pode ser utilizada como verbo ou preposição:
- Para como verbo: Ele sempre para quando o sinal está amarelo.
- Para como preposição: O que tem para comer hoje?
O contexto da frase irá dizer ao leitor o que representa a palavra. Veja outras mudanças semelhantes:
- Pólo -> polo;
- Pêlo -> pelo;
- Pêra -> pera.
Atenção! Há exceção à regra! O verbo “pôr” e a sua conjugação no passado “pôde” continuam com acentuação.
Também foram mantidos os acentos nas seguintes conjugações:
- Tem (singular) e têm (plural);
- Vem (singular) e vêm (plural);
- Mantém (singular) e mantêm (plural);
- Contém (singular) e contêm (plural).
Fim do trema
Pode falar a verdade! Antes do novo acordo ortográfico ser promulgado, muitas vezes você esquecia de que tinha que colocar o trema nas sílabas “que”, “qui” “gue” ou “gui” que possuíam uma pronúncia que deixava a letra U mais evidente.
Este sinal gráfico (ü) que era formado por dois pontos sobre a letra “U” acabou entrando em desuso e por isso foi retirado da Língua Portuguesa, permanecendo apenas em uma única exceção que vamos te mostrar daqui a pouco.
Confira como as palavras passaram a serem escritas sem o trema no novo acordo ortográfico:
- Pinguim;
- Cinquenta;
- Linguiça;
- Frequente;
- Anhanguera.
A exceção da regra
Há apenas uma única exceção para o uso do trema na nova ortografia. Ele ainda deve ser grifado em nomes próprios estrangeiros.
Um exemplo disso é o sobrenome Bündchen da modelo brasileira Gisele Bündchen. Ele continua com trema, pois tem origem alemã. Já a o nome próprio Anhanguera perde o trema pois tem origem local.
No cotidiano, você não precisará se preocupar com o trema já que dificilmente se deparará com um nome próprio de origem estrangeira que tenha o sinal. Para todas as palavras em português, ele não existe mais.
Dupla grafia
Quando você se depara com a palavra “antónimo”, dá uma sensação de que ela foi escrita de forma incorreta e que o certo seria “antônimo”.
Se você morasse em Portugal, teria uma visão totalmente oposta do que apresentamos, afinal, por lá é mais comum se utilizar o acento agudo em “antónimo”.
Como o novo acordo ortográfico veio para facilitar a compreensão da Língua Portuguesa e melhorar a comunicação entre os países lusófonos, algumas palavras passaram a ter uma dupla grafia. Isso quer dizer que você pode escrever a mesma coisa de formas diferentes em algumas situações.
Confira os exemplos:
- Antónimo=Antônimo;
- Género=Gênero;
- Puré=Purê;
- Sinónimo=Sinônimo.
Hífen no novo acordo ortográfico
O hífen é outra forma de sinalização muito comum na Língua Portuguesa e também costuma provocar muita confusão entre os falantes. Ao contrário do trema, o hífen foi mantido e algumas regras foram simplificadas para tentar tornar o seu mais fácil.
A função do hífen é unir palavras com o objetivo de passarem uma ideia única. Os verbetes podem ser derivados de nomes de lugares, ações, procedimentos, características e até para designar animais e plantas.
Como são muitas regras, decidimos separá-las para você não ficar confuso. Então vamos por partes:
Uso do hífen permanece
O hífen continua nos seguintes casos:
- Se a segunda palavra começar com a letra “H” como em super-homem e pré-história;
- Depois do prefixo “ex” como em ex-jogador;
- Após o prefixo “vice” como em vice-presidente;
- Quando houver o prefixo “além” como em além-mar;
- Se tiver o prefixo “bem” como em bem-vindo ou bem-humorado;
- Após o prefixo “recém” como em recém-nascido;
- Depois do prefixo “pós” como em pós-graduação;
- Se houver o prefixo “pré” como em pré-escola;
- Quando tiver o prefixo “sem” como em sem-teto.
Mesma vogal: separa!
O hífen passa a ser utilizado quando as letras do prefixo terminam com a mesma vogal que a da próxima palavra:
- Microondas -> micro-ondas;
- Microorganismo -> micro-organismo;
- Arquiinimigo -> arqui-inimigo;
- Sobreexplorar -> sobre-explorar.
Mesma consoante: separa!
Assim como no caso anterior sobre das vogais, se o prefixo terminar com uma mesma consoante que a segunda palavra, deve-se usar o hífen. Exemplo:
- Super-romântico;
- Inter-regional;
- Sub-bibliotecário.
Vogal diferente: Junta!
Se a vogal que encerra o prefixo é diferente da que inicia a próxima palavra, o hífen deve cair e a palavra ser aglutinada na nova ortografia. Observe:
- Infra-estrutura -> Infraestrutura;
- Auto-estima -> Autoestima;
- Co-autor -> Coautor;
- Semi-aberto -> Semiaberto.
Consoante diferente: junta!
Se a consoante que encerra o prefixo é diferente da que inicia a próxima palavra, o hífen deixa de existir como demonstrado a seguir:
- Sub-chefe -> Subchefe;
- Hiper-mercado -> Hipermercado.
Consoante mais vogal: junta!
- Auto-peça -> Autopeça;
- Semi-círculo -> Semicírculo;
- Micro-computador -> Microcomputador.
Hífen quando há vogal seguida de R ou S
O hífen foi retirado em casos no qual o prefixo termina em vogal e a próxima palavra começa com R ou S.
Vamos pegar o exemplo de girassol. A palavra tem o prefixo gira que termina com a vogal a e em sequência vem a palavra Sol que começa com a letra S.
Por isso, ela deve ser emendada e a letra S é dobrada para que o som da pronúncia fique correta. Sendo assim:
- Gira-sol -> Girassol;
- Ultra-sonografia -> Ultrassonografia;
- Anti-séptico -> Antisséptico;
- Contra-regra -> Contrarregra.
Hífen para circum e pan
Os prefixos “circum” e “pan” possuem hífen quando a palavra seguinte começa com uma vogal ou as letras H M e “N”:
- Pan-americano;
- Pan-helenismo;
- Circum-navegação.
Exceções das regras do hífen
Infelizmente, mesmo após a simplificação na nova ortografia, ainda existem algumas exceções e detalhes que devem ser vistos sobre o hífen. As palavras a seguir, por exemplo, continuam com hífen:
- Segunda-feira;
- Couve-flor;
- Guarda-chuva;
- Erva-doce.
Já outras palavras acabaram sendo aglutinadas. Veja:
- Manda-chuva -> Mandachuva;
- Para-quedas-> Paraquedas.
Dentro das exceções, algumas palavras fazem parte daquilo que os gramáticos chamam de “noção de composição”, enquanto outras não fazem.
Ainda existem regras especiais bem específicas e de uso raro, mas não se preocupe tanto com isso. Portanto, tente se ater ao que te apresentamos sobre o hífen.
Como aprender tudo isso?
Sabemos que a Língua Portuguesa é bastante complexa e ao longo da matéria nós te mostramos diversas regras que foram alteradas e outras que até deixaram de existir.
Para quem foi alfabetizado antes de 2012 ou de alguma forma não teve contato com o acordo ortográfico, as novas regras podem ser um pouco complexas.
Sendo assim, além de ter lido a nossa matéria, recomendamos que você estude um pouco mais sobre gramática. Outro bom hábito é o de ler jornais, revistas e livros, pois eles seguem o novo padrão.
Aprender a como escrever corretamente e utilizar todo o leque de opções que a Língua Portuguesa oferecer requer dedicação e tempo.
A recompensa pode ser a aprovação em um concurso, vestibular ou mesmo a satisfação de deter o conhecimento em alguma área específica.
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