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antes, durante a ditadura de Getúlio Vargas. a) Explique como é possível perceber no poema elementos que se relacionam ao contexto de produção e de publicação. b) Os versos “Os camaradas não disseram / que havia uma guerra / e era necessário / trazer fogo e alimento.” indicam possibilidades de reação ao contexto da guerra. Explique o que simbolizam fogo e alimento e que atitude assume o eu lírico diante dessa contingência. 2. Ao declarar sentir-se disperso, o eu lírico manifesta uma espécie de impotência diante do que o afeta. a) O que afeta o eu lírico? b) O olhar do eu lírico se volta para o coletivo e para ele mesmo. Em que estrofe esse movimento fica mais evidente? c) Embora faça uma escolha e tome partido perante o seu contexto, o eu lírico expressa a necessidade do perdão de seu interlocutor. O que esse pedido revela com relação a essa escolha? 3. O título do poema de Drummond se relaciona à forma como o eu lírico é afetado pelo seu contexto. a) A que se refere o eu lírico quando relata ter o “sentimento do mundo”? b) Como o primeiro verso indica e explica a postura do eu lírico perante o sentimento que ele cultiva em relação ao mundo? c) De acordo com o psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981), a angústia é um afeto especial, da ordem de uma perturbação, que não engana e pode ser facilmente reconhecido. O que seria a angústia para você? Como você a descreveria e de que maneira ela se materializa em seu corpo? 4. Releia a última estrofe do poema de Drummond e responda ao que se pede. a) Que sentidos se pode atribuir à palavra noite? Que situação se projeta com base no emprego dessa palavra no último verso? b) A postura que o eu lírico assume nos últimos versos pode ser relacionada com o que é apresentado nos dois primeiros versos do poema. Explique qual é a atitude e como pode se dar essa relação. Diferentemente da divisão silábica gra- matical, que se baseia em sílabas gráficas, a escansão ou contagem de sílabas poéticas privilegia o som e a tonicidade das palavras. Assim, na contagem de sílabas literárias, duas sílabas formarão uma única se a última sílaba de uma palavra terminar em vogal e a próxima também iniciar com vogal. Exemplo: “sé/cu/los/de e/mo/ção/ca/ra/me/la/da”. Para realizar a medição dos versos ou conhecer a métrica, conta-se o número de sílabas poéticas até a última sílaba tônica de um verso: “sé/cu/los/de e/mo/ção/ca/ ra/me/la/da” – 10 sílabas poéticas. #paralembrar 5. Embora Drummond esteja alinhado ao Modernismo literário, que defendia a liberdade de composição, os versos de "Sentimento do mundo" apresentam certa regularidade rítmica. Considere os dois primeiros versos para responder às ativi- dades a seguir. a) Leia o boxe #paralembrar e identifique quantas sílabas poéticas tem cada verso. b) Releia o primeiro verso e explique que sentido o acento tônico nas palavras apenas e duas destaca. 6. O poema de João Cabral de Melo Neto, produzido na década de 1960, correlaciona o aparecimento da manhã e a chegada do sol ao canto dos galos, que respondem uns aos outros. Estratégias didáticas nas Orientações para o professor. 1. a) O poema explicita “que havia uma guerra”, diante do que o eu lírico afi rma: “sinto-me disperso” – essa dispersão representa seu sentimento de desalento e impotência diante da realidade, da morte, da memória e da vida tão fugaz. 1. b) Fogo e alimento simbolizam os preparos para a guerra. Dado que ninguém o avisou, ele não se preparou e assume uma postura de desolada passividade diante dos fatos. 2. b) Na quarta estrofe, em que ele pensa no sineiro, na viúva e no microscopista, que podem representar as muitas pessoas que não foram encontradas, que morreram no anonimato. Nessa estrofe, a dor do eu lírico ultrapassa sua experiência, pois ele se coloca no lugar do outro. 2. c) Revela que ele não se orgulha ao escolher a passividade, que decorre de uma indisposição interior: “anterior às fronteiras”. Ele pede perdão por se sentir acovardado e não se engajar ativamente na luta. 3. a) Refere-se à sua empatia pelo sofrimento de outros seres humanos, demonstrando que sente pesar por essa situação e angústia por se sentir limitado diante disso. 3. b) “Duas mãos” e “sentimento do mundo” são expressões que marcam a distância entre o tamanho da dor vivenciada pelos seres humanos e a capacidade limitada de ação do eu lírico. Por causa dessa limitação, ele se acovarda e apassiva diante da realidade. 4. b) O eu lírico demonstra desolada resignação de quem tem “apenas duas mãos / e o sentimento do mundo”. O advérbio apenas exprime a impotência, a insufi ciência das mãos, tomadas fi gurativamente como capacidade de ação. 3. c) Resposta pessoal. Respostas e comentários nas Orientações para o professor. 4. a) Noite pode ser associada a escuridão, desesperança, angústia. O amanhecer, no contexto do poema, não traz luz, renovação; pelo contrário, intensifi ca a angústia, tornando-se tão escuro quanto a noite. 5. a) Cada verso possui sete sílabas poéticas: Te/nho a/ pe/nas/du/as/mãos (7); e o/sen/ti/men/to/do/mun/do (7). 5. b) Destaca o sentimento de impotência e insufi ciência do eu lírico diante da catástrofe da guerra e do sofrimento dos seres humanos. 2. a) O eu lírico sofre com a sua incapacidade de mudar o mundo e com a sua impotência diante da guerra e de suas consequências: as mortes, a dor e o sofrimento. 14 D3-LING-EM-3087-V6-S1-008-059-LA-G21-AV.indd 14D3-LING-EM-3087-V6-S1-008-059-LA-G21-AV.indd 14 19/09/20 11:5619/09/20 11:56 a) Segundo o poema, não seria possível tecer a manhã com apenas um galo ou alguns deles; é neces- sária a união de todos. Por quê? b) O poema permite uma analogia da união dos galos para tecer a manhã com as relações sociais tecidas pelos seres humanos. Explique de que forma ocorre essa construção e como o indivíduo é metaforizado na figura do galo. 7. O poema apresenta versos em que os sujeitos das formas verbais parecem se misturar em uma construção com frases cortadas: “De um que apanhe esse grito que ele / e o lance a outro; de um outro galo / que apanhe o grito de um galo antes”. a) Que efeito de sentido o uso desse recurso produz e o que ele exige do leitor? b) Que relação é possível estabelecer entre o recurso das frases interrompidas e o canto dos galos? 8. João Cabral de Melo Neto considera que os poemas não são feitos para serem lidos de forma rápida e descompromissada, mas devem obrigar o leitor a um trabalho atento e aprofun- dado de leitura para extrair dos versos e das palavras toda a sua potência de significação. O recurso de interrupção da frase, aplicado na construção dos versos da primeira estrofe, está de acordo com esses princípios de composição do poeta. Explique por quê. 9. O poema “Tecendo a manhã” tem uma preocupação social impor- tante: assim como a manhã depende de todos os galos para que se eleve sobre o mundo, também são necessários todos os cidadãos para a construção de uma sociedade ética e justa. Isso só se consegue com empatia e solidariedade. Explique o que é solidariedade e como ela se materializa no poema. #saibamais A literatura inspira outras artes Alguns poemas podem ser musi- cados e se transformar em letras de canções populares, como é o caso do poema “Canção amiga”, de Carlos Drummond de Andrade, musicado por Milton Nascimento. Outros versos podem ser recitados ao longo de uma canção, citados durante um show ou até mesmo fazer parte do álbum de um artista. Um trecho do poema “Os três mal-amados”, de João Cabral de Melo Neto, por exemplo, faz parte do álbum O palhaço do circo sem futuro (2002), do grupo musical pernam- bucano Cordel do Fogo Encantado. O álbum foi inspirado em poemas, cordéis, nos ritmos do maracatu e do rock. A linguagem poética recorre frequentemente a figuras de linguagem que recriam os usos de palavras e expres- sões e ampliam os sentidos de um texto. São consideradas figuras de linguagem: comparação, metáfora, metonímia, ironia,