Quais as principais características da produção da cana no Brasil colonial?

O engenho de açúcar colonial foi a primeira atividade econômica de grande escala (mercantilista) exercida pelos portugueses nas terras coloniais. Neste empreendimento, toda a sociedade colonial brasileira estava envolvida de alguma forma. Os engenhos coloniais ditaram todo o ritmo de vida e a economia da sociedade colonial nos séculos XVI e XVII.

A produção do açúcar seguia uma lógica de funcionamento nos engenhos coloniais. Existiam duas principais formas de engenho: os movidos ou deslocados por força animal (que eram chamados de trapiches); e os engenhos movidos por força hidráulica, ou seja, movidos pela água (denominados reais).

Para o funcionamento dos engenhos, seguia-se uma lógica própria: as instalações das construções eram interligadas para realizar as diferentes etapas de produção e processamento do açúcar. Nenhuma das etapas de produção poderia faltar, desde a preparação da terra, plantio, colheita, corte e transporte (feitos em barcas e carros de boi), moagem, cozimento, purga, branqueamento, até a secagem e a embalagem. O processo de produção do açúcar passava por todas essas etapas.

Após o plantio, a colheita e o corte, a cana-de-açúcar era transportada para a casa da moenda. Geralmente, na moenda, trabalhavam um feitor-pequeno, um lavadeiro e 15 escravos. Lá, a cana-de-açúcar que havia sido colhida e transportada era moída e prensada por grandiosas e pesadas engrenagens.

Depois de moer e prensar a cana, o caldo obtido era cozido na casa das fornalhas (cozinha). Nesse recinto trabalhavam aproximadamente 28 escravos, um mestre de açúcar, um banqueiro, dois caldeireiros de melar e um caldeireiro de escumar. Nas fornalhas retirava-se toda a impureza e produzia-se um caldo chamado de melaço.

O melaço era levado para a casa de purgar e ficava lá por duas semanas em formas de barros com furos de drenagem (nesse momento, a aguardente poderia ser produzida). Nessas formas colocavam-se água e barro juntamente com o melaço. Depois de 40 dias eram produzidos três tipos diferentes de açúcar (escuro, mascavo e branco). Para a realização desse processo na casa de purgar, eram necessários um purgador e cinco escravos.

A última parte da produção do açúcar nos engenhos coloniais era a etapa da secagem e embalagem do produto. Para isso, utilizavam-se um caixeiro e 19 escravos, que cortavam o melaço sólido (açúcar) e separavam os diferentes açúcares. Após a separação, o açúcar era batido, esfarelado e embalado.

No final do processo da produção do açúcar e do funcionamento do engenho colonial, tudo o que era produzido nos engenhos era enviado por navio aos mercadores europeus que negociavam o açúcar na Europa por um alto custo. A produção de açúcar, no período colonial, moveu a economia no Brasil.

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Características do Ciclo do Açúcar no Brasil

Resumo das principais características da fase do açúcar na História do Brasil Colonial

Pergunta e resposta sobre o ciclo do açúcar no Brasil Colonial

Pergunta:

Quais as principais características da fase do açúcar na História do Brasil Colonial?

Resposta:

- Concentração populacional em cidades litorâneas (principalmente Nordeste e Sudeste).

- Plantio da cana-de-açúcar e produção do açúcar nos engenhos do Nordeste. O açúcar era produzido para o comércio exterior (principalmente Europa).

- Utilização de mão de obra escrava de origem africana nos engenhos de açúcar.

- Sociedade patriarcal, ou seja, baseada no poder do patriarca (homem mais velho, chefe da família).

- Sociedade composta por senhores de engenho (mais ricos e em menor quantidade), funcionários públicos (de origem portuguesa), trabalhadores livres (prestavam serviços nos engenhos), pequenos comerciantes, artesãos, pequenos proprietários rurais e os escravos (em grande quantidade).

- Controle político, administrativo e fiscal exercido pela metrópole (Portugal).

- Catolicismo como religião oficial. Os rituais de origem africana não eram permitidos.

- Sociedade basicamente agrária. Havia também o plantio de diversos gêneros agrícolas, porém voltado para o consumo interno.

- Grande parte dos produtos manufaturados eram importados de Portugal.

__________________

Pergunta respondida por:

Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).

* a pergunta foi enviada pelo estudante Lucas Correa D. Alves em outubro de 2019.

Fontes de Pesquisa e Bibliografia Indicada

Fontes de pesquisa utilizadas na elaboração do artigo:

- FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005.

- HOLANDA, Sérgio Buarque; Campos, Pedro Moacyr; Fausto, Boris. História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1963.

Quais eram as características de produção da cana

As características fundamentais do plantation são: grandes latifúndios (extensões de terra); mão-de-obra escrava; monocultura (plantio de um mesmo produto em larga escala.

Quais foram as principais características da produção de cana

A cultura da cana-de-açúcar se adapta muito bem às regiões de clima tropical, quente e úmido, cuja temperatura predominante seja entre 19 e 32ºC e onde as chuvas sejam bem distribuídas, com precipitação acumulada acima de 1000 milímetros por ano.

Foram características marcantes da economia canavieira no Brasil?

A implantação do cultivo da cana-de-açúcar teve grande êxito no Brasil colônia, sendo assim, a economia canavieira proporcionou grandes lucros para Portugal e Holanda. Cana-de-açúcar: o ouro brasileiro.

Quais as principais características do ciclo do açúcar?

- Concentração populacional em cidades litorâneas (principalmente Nordeste e Sudeste). - Plantio da cana-de-açúcar e produção do açúcar nos engenhos do Nordeste. O açúcar era produzido para o comércio exterior (principalmente Europa). - Utilização de mão de obra escrava de origem africana nos engenhos de açúcar.

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