Quais os benefícios que a prática de exercícios físicos proporcionam as pessoas com asma?

Segundo uma pesquisa divulgada em 2015 pelo Ibope, cerca de 44% dos brasileiros apresentam sintomas de doenças respiratórias – como tosse, falta de ar, chiado e aperto no peito. O estudo, que analisou cerca de 2 mil pessoas de 18 a 65 anos, concluiu que entre os problemas mais comuns estão asma alérgica, bronquite crônica, rinite e enfisema pulmonar.

Se os sintomas costumam aparecer em quase a metade da população, a incidência de doenças respiratórias atinge, efetivamente, 20% dos brasileiros e é a quarta maior causa de hospitalizações no país. Os dados são da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

Na maioria dos casos, pacientes com problemas respiratórios acabam deixando de praticar atividades físicas por conta do cansaço e fadiga. No entanto, a adoção de um estilo de vida sedentário tende a agravar os sintomas das doenças respiratórias. Com a prática de exercícios adequados, é possível fortalecer as vias respiratórias e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Um estudo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), feito em conjunto com as Universidades de Toronto e Western Ontário, ambas no Canadá, revelou que a prática de exercícios físicos é a maneira mais eficiente de reduzir os sintomas de doenças respiratórias.

É fundamental que qualquer profissional de educação física busque qualificação. A atualização constante permite ao profissional avaliar cada quadro e preparar os exercícios adequados aos diferentes tipos de condição de saúde.

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Confira os principais cuidados e exercícios recomendados para pessoas com doenças respiratórias:

Cuidados

Antes que o profissional de educação física monte um plano de exercícios físicos para o aluno, é necessário tomar as seguintes precauções:

  • Não aplicar exercícios fora da casa do paciente quando as temperaturas estiverem muito altas, muito baixas ou com clima seco;
  • Evitar orientar exercícios em piscinas com cloro – especialmente para portadores de rinite. Isso pode provocar uma rino-sinusite no aluno;
  • Caso o paciente use medicamentos vasodilatadores, é recomendado o consumo antes das atividades físicas, uma vez que eles favorecem a ventilação e evitam os broncoespasmos.

Principais exercícios recomendados

– Natação: a prática é benéfica por fortalecer o diafragma e os músculos respiratórios auxiliares. O ar inalado durante a natação é mais quente e úmido, fator que provoca menos broncoespasmos. O exercício ainda proporciona relaxamento, controle respiratório, melhoria nos problemas posturais e controle corporal.

– Caminhada: melhora o condicionamento físico do paciente, auxilia no controle da respiração e é eficaz no combate a doenças como obesidade, hipertensão e diabetes. Até mesmo uma leve corrida pode ser indicada. No entanto, é importante orientar as caminhadas em horários mais frescos, pela manhã ou no fim de tarde. Lugares arborizados e longe do ar poluente também são bem-vindos.

– Bicicleta: praticar exercícios físicos na bicicleta auxilia no controle da respiração e melhora, de forma contínua, o condicionamento físico do paciente. Além dos benefícios respiratórios, pedalar fortalece os músculos da perna e do coração, melhora a circulação do sangue e queima calorias. Andar de bicicleta gera menos impacto sobre as articulações, quando comparado a um exercício de caminhada ou corrida, já que o peso do corpo é melhor distribuído e trabalhado.

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Por Carolina Medeiros

Alertar para a importância dos benefícios do exercício físico para pessoas com asma é o objetivo do artigo “Efeitos do exercício físico no controle clínico da asma”, publicado na última edição da Revista de Medicina (vol.94, n.4) da Universidade de São Paulo (USP).

A revisão de literatura apresenta um histórico dos estudos sobre a relação entre o exercício físico e a melhora no quadro asmático de diversos pacientes. Até a década de 90, esses estudos relacionavam os benefícios da atividade física, em especial a aeróbica, apenas ao condicionamento físico e a percepção de falta de ar (dispneia).

Após os anos 2000, surgiram estudos com maior rigor metodológico, que permitiram apontar outros benefícios do exercício para pacientes com asma, como a redução do broncoespasmo induzido pelo exercício (BIE), a responsividade brônquica bem como e a capacidade física aeróbia, além da melhora relacionada à qualidade de vida, o controle clínico da asma e a inflamação pulmonar.

E para um melhor entendimento em relação à evolução dos estudos sobre a positiva relação entre exercício físico e melhora no quadro asmático, os pesquisadores da Faculdade de Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da USP, elaboraram duas tabelas. Ambas apresentam resultados de pesquisas realizadas entre 1971 e 2015; porém, uma sobre estudos aplicados em crianças e a outra com estudos aplicados em adultos.

Tabela 1 – Evolução do controle clínico pelos estudos em crianças asmática

Tabela 2 –  Evolução na investigação do controle clínico pelos estudos em adultos asmáticos

O artigo se dedica ainda a discutir em particular a relação da doença com pacientes obesos. De acordo com a pesquisa, “a associação da asma com a obesidade leva a um fenótipo da doença que tem difícil controle e no qual os pacientes possuem mais sintomas e, portanto, devem receber um tratamento complementar para perda de peso associado à intervenção medicamentosa convencional”, em outras palavras, os exercícios aeróbicos nesse caso proporcionarão melhora no quadro asmático e também na obesidade.

Sobre a asma

A asma é uma doença crônica das vias aéreas caracterizada por limitação do fluxo aéreo associado a sintomas respiratórios como sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse que variam em relação à ocorrência, frequência e intensidade. A doença possui elevada prevalência e morbidade, afetando de 1 a 18% da população em alguns países e no Brasil atinge, aproximadamente, 11% da população.

O diagnóstico da asma é clínico e incluem presença e variação de sintomas respiratórios, histórico médico detalhado do paciente, confirmação da limitação ao fluxo aéreo expiratório através do teste de função pulmonar e reversibilidade positiva ao broncodilatador; podendo ser complementado por outros exames como variabilidade diurna diária do fluxo expiratório máximo, teste de broncoprovocação brônquica, dentre outros. (Dados:GINA 2015 – Goblal Initiative for Asthma)

Quais os efeitos do exercício físico para uma pessoa com asma?

Atividade física proporciona para as pessoas que possuem asma, melhora do condicionamento físico; qualidade no desempenho motor; melhora no sistema cardiorrespiratório; e socialização, auto-estima e autoconfiança.

Qual a importância do exercício físico na reabilitação da asma?

Os principais sintomas são: tosse seca, falta de ar, chiado nos pulmões, cansaço e dor ou aperto no peito. O pneumologista pontua que a prática de atividade física regular contribui diretamente para o desenvolvimento respiratório e melhora a aptidão cardiopulmonar, reduzindo os sintomas da asma.

Quais são os benefícios da prática de atividade física para o sistema respiratório?

Aumenta a capacidade de consumo de oxigênio. Como funciona: A atividade física aumenta a rede de pequenos vasos que irrigam os alvéolos pulmonares (estruturas de troca de gases), melhorando o aproveitamento de oxigênio pelo pulmão. Desse modo, a respiração fica mais eficiente.

Pode fazer exercício físico com asma?

O exercício físico regular é parte de um estilo de vida saudável. Mas, o exercício físico pode desencadear os sintomas da asma. Devemos evitar os fatores desencadeantes da asma, porém o exercício é bom para você e não deve ser evitado. Você não deve limitar sua atividade física quando a asma está bem controlada.

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