Quais os critérios adotados pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger para essa regionalização?

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Pedro Pinchas Geiger (Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 1923)[1] é um geógrafo brasileiro que propôs, em 1967, uma nova divisão regional do Brasil, diferente da adotada atualmente, levando em conta não apenas os aspectos naturais, mas também os humanos e o processo histórico de formação do território do país, em especial a industrialização.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Graduou-se em Geografia (1939–1943) na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mesma universidade em que concluiu seu doutorado em 1970. Teve como orientador o professor Delgado de Carvalho. Especializou-se em geografia urbana e industrial e é considerado um dos principais pesquisadores da segunda geração do Conselho Nacional de Geografia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde ingressou em 1942. Inicialmente, trabalhou na área de geografia física, mas, pouco a pouco, orientou suas pesquisas para os campos da urbanização e da industrialização, inaugurando uma nova linha de pesquisa, que se preocupou com as transformações econômico-sociais ocorridas nas áreas rurais periféricas aos grandes centros urbanos. Os estudos sobre os processos de ocupação rural-urbana desenvolvidos na Baixada Fluminense (RJ), entre 1951 e 1953, são os exemplos mais característicos.

Uma questão importante observada por Geiger é a vinculação com a Presidência da República, que os primeiros chefes da geografia do IBGE - Christovam Leite de Castro, Jorge Zarur e Fábio de Macedo Soares Guimarães - demonstravam possuir no início dos anos de 1920. Para ele, a estruturação das principais linhas de poder acadêmico e administrativo do IBGE, até o final da década de 1960, resultou das interações e conflitos que permearam a trajetória profissional desses geógrafos.

Possui uma valiosa produção com mais de 70 títulos, entre livros e artigos em revistas especializadas. Na década de 1970, engajou-se no movimento chamado Geografia Quantitativa, que vigorou fortemente no IBGE e no Departamento de Geografia da Universidade Estadual Paulista – UNESP de Rio Claro. Após aposentar-se, em 1984, intensificou suas atividades acadêmicas como Professor Visitante na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994-1995).[2]

Divisão geoeconômica do Brasil[editar | editar código-fonte]

Na década de 1960, Geiger elaborou uma divisão regional que é muito utilizada ainda hoje nas escolas brasileiras. Ele identificou 15 regiões brasileiras e agrupou-as em três grandes conjuntos regionais: a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Sul. Para chegar a essa divisão, Geiger considerou aspectos econômicos, com base nas atividades predominantes e também as diferentes maneiras de ocupação, produção e organização do território brasileiro. As grandes regiões por ele identificadas são chamadas de regiões geoeconômicas ou complexos regionais. Essa divisão regional desconsidera os limites estaduais, representado com maior evidência as formas de ocupação e organização do território brasileiro.

Referências

  1. Camila G. Alves; Henrique G. Pinto. «A Trajetória intelectual de Pedro Pinchas Geiger segundo suas obras na revista brasileira de geografia» (PDF). GeoBrasil. Consultado em 1 de novembro de 2018
  2. IBGE. «IBGE | Memória | história oral | p-q | Pedro Pinchas Geiger». memoria.ibge.gov.br. Consultado em 9 de setembro de 2017

Mestre em Ensino na Educação Básica (UFG, 2021)
Licenciada em Geografia (UFG, 2003)

Ouça este artigo:

Os Complexos Regionais do Brasil ou Regiões Geoeconômicas do Brasil são uma regionalização criada pelo geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger, na década de 1960. Essa divisão levou em consideração não apenas a localização dos estados, mas seus aspectos naturais e socioeconômicos. O geógrafo criou então três regiões: Região Amazônica, Região Centro-Sul e Região Nordeste.

Mapa dos complexos regionais (ou regiões geoeconômicas) do Brasil. © InfoEscola

Complexo regional da Amazônia

O complexo regional da Amazônia é a maior das regiões, porém é a menos povoada e seus estados contam com as mais baixas densidades demográficas do país. E uma significativa parcela da população reside nas capitais, sobretudo, em Belém e Manaus.

Esta região compreende os estados:

  • Amazonas,
  • Pará,
  • Acre,
  • Rondônia,
  • Roraima,
  • Amapá,
  • a região centro-oeste do Tocantins
  • a porção centro-norte do Mato Grosso e
  • a faixa oeste do Maranhão

É uma região em diversidade natural, tem rede fluvial importante e nela está a Floresta Amazônica. As atividades econômicas de maior importância são o extrativismo mineral e vegetal, a agropecuária e a indústria.

Na indústria se destaca a Zona Franca de Manaus, que é uma região industrial que opera pela concessão benefícios especiais para as indústrias que ali se instalaram, como isenção de impostos para produtos industrializados, incentivos fiscais e concessão de terrenos.

A região também é vista como uma importante área da expansão da fronteira agrícola, o que pode agravar o desmatamento da Floresta Amazônica.

  • Leia mais sobre o Complexo regional da Amazônia.

Complexo Regional do Nordeste

O Complexo Regional do Nordeste abriga cerca de 25% da população brasileira, que está mais concentrada nas capitais litorâneas, e ocupa 20% do território nacional. Foi a primeira região a ser explorada pelos europeus, porém com o passar dos anos, passou por um movimento migratório para o Centro-Sul, e, posteriormente para a Amazônia. Nos últimos anos vem ocorrendo uma tendência de inversão nesse movimento migratório, muito por conta dos investimentos que a região vem recebendo.

Esta região compreende os estados:

  • Ceará,
  • Piauí,
  • Pernambuco,
  • Paraíba,
  • Rio Grande do Norte,
  • Alagoas,
  • Sergipe,
  • Bahia,
  • a porção leste do Maranhão,
  • e o extremo norte de Minas Gerais.

A economia da região é baseada na agropecuária, com a produção de cana-de-açúcar, cacau e algodão. Outro destaque é o turismo fruto da grande diversidade de atrações existentes ao longo do litoral da região. Aindústria vem ganhando importância em cidades como Feira de Santana (BA), Goiana (PE), Camaçari (BA), e outras.

No Complexo Regional do Nordeste os maiores períodos de estiagem e alguns dos menores índices socioeconômicos do país. Todavia, o complexo regional têm recebido obras para minimizar essas limitações, como, por exemplo, a construção da transposição do Rio São Francisco.

  • Leia mais sobre o Complexo Regional do Nordeste.

Complexo regional do Centro-Sul

É a região mais povoada, desenvolvida economicamente e industrialmente, onde estão situados os grandes centros de gestão econômica e política. No Centro-Sul, se concentra as sedes das corporações privadas que participam da produção, distribuição e circulação de mercadorias.

Esta região compreende os estados:

  • Goiás,
  • Mato Grosso do Sul,
  • São Paulo,
  • Rio de Janeiro,
  • Espírito Santo,
  • Santa Catarina,
  • Paraná,
  • Rio Grande do Sul,
  • a maior parte de Minas Gerais,
  • a porção centro-sul do Mato Grosso e
  • o sul de Tocantins.

A região tem infraestrutura desenvolvida, com aeroportos, rodovias, portos e ampla rede rodoferroviária, que possibilita a integração entre os três setores econômicos. A região experimentou a modernização agrícola constituindo-se na principal região exportadora de commodities no país.

É a região mais urbanizada e abriga as principais capitais do país, como Rio de Janeiro e São Paulo e capital do país, Brasília. No entanto, apesar de desenvolvida e de centralizar grande parte da produção do PIB do país, é a região onde encontramos os mais expressivos índices de desigualdade social do Brasil, com uma má distribuição de renda, de qualidade de vida e de consumo.

  • Leia mais sobre o Complexo regional do Centro-Sul.

Leia também:

  • Povoamento e ocupação do território brasileiro

Fontes:

NASCIMENTO, Getulino. Os complexos regionais do Brasil. Disponível em: //www.getulionascimento.com/news/complexos-regionais/. Acesso em: 22 de maio de 2019.

ROCHA, Aristotelina Pereira Barreto; A Geografia Regional do Brasil. Natal-RN: Ed.EDUFRN, 2.ed, 2011. 312p.

BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Divisão regional do Brasil em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias. IBGE, Coordenação de Geografia. Rio de Janeiro, 2017.

Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/geografia/complexos-regionais-do-brasil/

Quais são os critérios adotados por Pedro Pinchas para sua regionalização?

Seguindo critérios sociais, econômicos e naturais, o Geógrafo Pedro Pinchas Geiger propõe a regionalização do território brasileiro em Regiões Geoeconômicas.

Quais são os critérios usados pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger para a divisão do Brasil em regiões geoeconômicas ou complexos regionais?

Como critérios, além de utilizar os aspectos socioeconômicos, considerou os fatores históricos de formação do território brasileiro em coesão com a economia. Com base nessas escolhas, Pedro Pinchas Geiger dividiu o Brasil em três complexos regionais ou geoeconômicos: Centro-Sul, Nordeste e Amazônia.

Quais foram os critérios considerados na elaboração da proposta de regionalização de Pedro Pinchas Geiger?

Estabelecida por Pedro Pinchas Geiger, as regiões geoeconômicas do Brasil dividem o território do país em três grandes grupos. Eles foram escolhidos com base em suas características naturais (ou seja, solo, clima, vegetação e outros fatores) e socioeconômicas.

Quais foram os critérios adotados para a regionalização?

Cada uma dessas áreas é denominada região. Os critérios que definem a regionalização podem ser escolhidos de acordo com os objetivos ou os interesses de quem a propõe. Podem ser naturais, históricos, culturais, políticos, sociais, econômicos ou, ainda, uma composição de vários desses aspectos.

Toplist

Última postagem

Tag