Dentre as principais fontes de energia utilizadas no Brasil, as renováveis têm grande destaque, representando 48,4% da matriz energética nacional. E a tendência é de que esse percentual aumente nos próximos anos em busca da neutralidade na emissão de carbono no país. Programas de estímulo como o Combustível do Futuro e o Programa Nacional do Hidrogênio, entre outros, já estão apoiando esse avanço.
Entenda, a seguir, quais são as principais fontes de energia que compõem a matriz energética brasileira, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), divulgados no Relatório Síntese 2021 (cujos dados são relativos ao ano anterior, 2020). Vale explicar que a matriz energética é composta por todas as fontes geradoras de energia, o que inclui fontes fósseis (e poluentes). Já a matriz elétrica se refere somente às fontes geradoras de energia elétrica.
Hidrelétrica
A energia proveniente de hidrelétricas responde por 65,2% da matriz elétrica nacional. Trata-se de uma fonte limpa e renovável, sem emissão de poluentes. Normalmente, são empreendimentos que causam impactos positivos nas regiões em que estão implantados, pois adotam boas práticas de conservação ambiental, mitigação de impactos e contribuições para a comunidade local.
Eólica
De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a energia eólica hoje representa 10,9% da matriz elétrica brasileira e a expectativa é que chegue a 13,6% ao fim de 2025. A maior parte dos parques eólicos estão na região Nordeste. Também é uma fonte geradora limpa e renovável, que deve ganhar ainda mais impulso com as usinas eólicas offshore.
Solar
A energia solar representa 1,7% da matriz elétrica do país, de acordo com a EPE. Somente em 2020, a capacidade instalada em energia solar fotovoltaica cresceu 66% no país, impulsionada, principalmente, pela geração distribuída. A micro e minigeração distribuída, que é a energia proveniente de centrais geradoras com potência instalada de 75 kW e superior a 75 kW e menor ou igual a 5 MW, respectivamente, teve elevação de 137% no período.
Biomassa
A biomassa também apresentou crescimento em sua participação na matriz elétrica, passando de 8,4% em 2019 para 9,1%. Trata-se de uma fonte primária de energia, não fóssil, produzida a partir de matéria orgânica de origem animal ou vegetal. Os principais insumos utilizados para geração de energia são: biomassa energética florestal, seu produtos e subprodutos ou resíduos; resíduos agrossilvopastoris, resíduos agroindustriais e da produção animal; e rejeitos urbanos.
Petróleo e derivados
A produção nacional de petróleo cresceu 5,7% em 2020, atingindo a média de 2,94 milhões de barris diários, dos quais 96,8% são de origem marítima.
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No mesmo ano, apesar dos impactos da pandemia no setor de transportes (que respondeu por 79,1% do consumo) e na indústria, foi registrado um aumento de consumo de 0,4% de óleo diesel fóssil e uma redução de 6,1% de gasolina, motivada não somente pelas restrições de circulação ao longo do ano, mas, também, pela maior competitividade do etanol. No período, o querosene de aviação teve queda também, de 42,8%.
Apesar do uso ainda intenso de combustíveis fósseis, o setor de transportes no Brasil se destaca pelo uso de etanol (tanto o hidratado quanto o anidro, que é adicionado à gasolina A) e pelo biodiesel, adicionado ao diesel. Além disso, com a eletrificação veicular, a perspectiva é de que a participação do petróleo no setor se reduza ainda mais.
Gás Natural
A média diária de produção do ano foi de 127,8 milhões de m³/dia e o volume importado foi de 26,3 milhões de m³/dia. O gás natural participa com 11,8 % na matriz energética nacional, mas sua demanda recuou 6,0% em 2020, em relação ao ano anterior, devido principalmente à queda do consumo industrial, da ordem de 13,3%.
Nuclear
O uso de energia nuclear, no Brasil, foi de somente 2,2% em 2020 – menos que os 2,5% de 2019. Mas, especificamente na geração termelétrica, essa fonte tem uma participação um pouco maior (8,9%).
De qualquer forma, a perspectiva é de que a participação da energia nuclear aumente. Em 13 de janeiro, o Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou a assinatura de um convênio com o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) para estudar potenciais localizações das novas usinas nucleares brasileiras. Inclusive, o próximo Plano Decenal de Energia (PDE) deverá trazer mais detalhes sobre a expansão da nuclear, rumo aos próximos leilões da fonte, com previsões até 2050.