- 26 Out 2020, 10:53 #41156
A pesquisa de Juliana Pasqualini procura entender o que é desenvolvimento infantil e em que aspectos a educação escolar pode atuar em seu auxílio, tendo como foco os papéis do educador e do ensino, esclarecidos por Vygotsky, Leontiev e Elkonin. É analisada a literatura
contemporânea sobre educação infantil e sua veia anti escolar e o que diz a psicologia histórico-cultural sobre desenvolvimento infantil e o ensino.
Na perspectiva da psicologia histórico-cultural, o educador não pode ser entendido como alguém que apenas estimula e acompanha a criança em seu desenvolvimento. Em contraposição a essa violenta descaracterização de seu papel subjacente à negação do ensino, que reduz sua interferência na sala de aula a uma mera participação, o professor é
compreendido como aquele que transmite à criança os resultados do desenvolvimento histórico, explicita os traços da atividade humana cristalizada nos objetos da cultura – mediando sua apropriação – e organiza a atividade da criança, promovendo assim seu desenvolvimento psíquico.
Dessa forma, se entendemos o ato de ensinar em oposição ao imperativo de “seguir as crianças...”, ou seja, como intervenção intencional e consciente do educador que visa garantir a apropriação do patrimônio
humano-genérico pela criança, promovendo e guiando seu desenvolvimento psíquico, podemos afirmar que os pressupostos de Vigotski, Leontiev e Elkonin sustentam a defesa do ensino junto à criança de 0 a 6 anos.
Primeiro é levantada a questão de que a educação para crianças pequenas era vista essencialmente como ferramenta de assistência ou para preparar o aluno para o ensino fundamental e não tinha um valor próprio. Então, cresceram os debates acerca da função do ensino para crianças pequenas
e chegou-se à conclusão que ela tem que ter como propósito cuidar e educar, tirando o ensino como objetivo e colocando as relações educativas dentro de um espaço de convívio coletivo.
Segundo, a educação da criança de 0 a 6 anos tem como uma de suas tarefas fundamentais “ensinar a pensar”. Tal proposição sustenta-se na compreensão de que o pensamento não se desenvolve natural ou espontaneamente na criança, como resultado da maturação orgânica, mas como resultado do processo educativo. Fica
evidente, ainda, que uma educação meramente e exclusivamente calcada no prazer, que não exija da criança pequena “esforços mentais”, não apenas desconsidera as futuras exigências que se colocarão para ela na escola como pode retardar as aprendizagens escolares, por não ter garantido suas premissas.
Para Vygotsky, não se pode utilizar, como principal determinante, a biologia para explicar o desenvolvimento da criança, sendo esse desprovido de leis naturais universais pré-definidas pela
genética e dado em um contexto social e cultural. Leontiev e Elkonin tem pensamentos parecidos ao concordarem que é preciso levar em consideração, principalmente, a relação da criança com o meio e que a mesma é exclusiva para cada situação.
Concluí-se que Vigotsk, Leontiev e Elkonin defendem o ensino no desenvolvimento de crianças pequenas por meio da intervenção consciente do educador.
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Nome Completo: Raquel Oliveira Fagundes de Sales RGM: 3484373822 Instituição: Unime de Lauro Freitas Data: 21/04/2021 Curso: Pedagogia Disciplina: Estágio Supervisionado ATIVIDADE A – Ler os textos indicados Os textos indicados para leitura estão disponíveis no arquivo de leitura complementar. Ao acessar o link do seu curso, localize o campo do seu estágio e clique na respectiva pasta para visualizar o(s) texto(s). Após a leitura do material indicado, você deve produzir um texto dissertativo-argumentativo, contendo de 1,5 a 2 páginas, analisando as principais ideias apontadas pelos autores e os aspectos a serem destacados no segmento no qual você realiza o estágio. O texto de Juliana Campregher Pasqualini intitulado “PAPEL DO PROFESSOR E DO ENSINO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A PERSPECTIVA DE VIGOTSKI, LEONTIEV E ELKONIN”, procura apresentar o que é desenvolvimento infantil e em que aspectos da educação escolar podem atuar em auxilio, tendo como foco os papeis do educador e ensino. É uma pesquisa de mestrado que a autora realizou um estudo de natureza teórico-conceitual que com a finalidade de análise e investigação das relações entre desenvolvimento infantil e ensino da faixa etária de 0 a 6 anos. Para tanto o texto aponta conceitos sobre o desenvolvimento infantil e em que aspectos a educação escolar pode atuar em seu auxílio, tendo como foco os papéis do educador e do ensino, esclarecidos por Vigotski, Leontiev e Elkonin. Primeiramente a autora aponta que a educação infantil teve função assistencialista e que a primeiramente a educação da criança pequena implicava a negação e o rompimento dos laços com o modelo escolar de atendimento educacional. Entende-se ainda que o ensino não devesse fazer parte do atendimento ofertado à criança até os 6 anos. Para essa perspectiva teórica, a Educação Infantil faz parte da educação básica, mas não tem como objetivo o ensino e, sim, a educação das crianças pequenas. Ou seja, Educação Infantil, não estaria nos processos de ensino-aprendizagem, mas nas chamadas relações educativo-pedagógicas. O ensino, assim, é negado quando se trata da Educação Infantil. Sabe-se que antigamente a educação infantil era pouco apreciada no mundo todo, quando surgiram as instituições de educação infantil eram resumidamente um “depósito de crianças”, onde só cuidavam e não educavam, ou seja, as crianças não tinham contato algum com o conhecimento, não tinham ensino-aprendizagem, era um lugar onde as crianças passavam o tempo enquanto suas mães trabalhavam. Em decorrências de várias lutas e vitórias a educação infantil passou a ser vista com outros olhos, e passou a ter objetivos educacionais explícitos, com propostas pedagógicas, onde começaram a seguir parâmetros e normas, trabalhando em prol à educação, e ao ensino-aprendizagem, os alunos têm acesso ao conhecimento, e ao pleno desenvolvimento. Na perspectiva da psicologia histórico-cultural, que é do que se trata o texto o educador não pode ser visto como alguém que apenas estimula e acompanha a criança em seu desenvolvimento. O professor é compreendido como aquele que transmite à criança os resultados do desenvolvimento histórico, explicita os traços da atividade humana cristalizada nos objetos da cultura – mediando sua apropriação – e organiza a atividade da criança, promovendo assim seu desenvolvimento psíquico. Nesse sentido, vemos que Vygotsky, Leontiev e Elkonin apontam o desenvolvimento infantil como fenômeno histórico não determinado por leis naturais universais, mas intimamente ligado às condições objetivas da organização social, sendo fundamental considerar o lugar ocupado pela criança nas relações sociais. O professor por sua vez é compreendido como aquele que transmite à criança os resultados do desenvolvimento histórico, explicita os traços da atividade humana cristalizada nos objetos da cultura – mediando sua apropriação – e organiza a atividade da criança, promovendo assim seu desenvolvimento psíquico.