A cafeicultura no Segundo Reinado tornou-se a principal atividade econômica do Brasil, sendo responsável por várias alterações na estrutura social durante o século XIX. Publicado por: Tales dos Santos Pinto
(UNESP) A expansão da economia do café para o Oeste Paulista, na segunda metade do século XIX, e a grande imigração para a lavoura de café trouxeram modificações na história do Brasil, como:
- o fortalecimento da economia de subsistência e a manutenção da escravidão.
- a diversificação econômica e o avanço do processo de urbanização.
- a divisão dos latifúndios no Vale do Paraíba e a crise da economia paulista.
- o fim da república oligárquica e o crescimento do movimento camponês.
- a adoção do sufrágio universal nas eleições federais e a centralização do poder.
(Mackenzie) Em relação ao Segundo Reinado e à economia cafeeira, é incorreto afirmar que:
- o cultivo do café tornou-se o estabilizador da economia do império, reforçando o sistema de dominação dos senhores rurais.
- a decretação do Bill Aberdeen ampliou o mercado consumidor de café no Oeste Paulista e região do Vale do Paraíba, consolidando o escravismo.
- de 1830 a 1880, quase toda a energia econômica voltou-se para o cultivo do café, que se expandia consideravelmente.
- as estradas de ferro foram aparecendo em decorrência do aumento das regiões cultivadas e da necessidade de solucionar a questão dos transportes.
- a solução para a falta de mão de obra cafeeira após 1850 apoiou-se no incentivo à imigração, cujas primeiras iniciativas estavam ligadas à firma Vergueiro&Cia.
A economia cafeeira foi o principal esteio econômico do Segundo Reinado, sendo desenvolvido seu cultivo em grande escala primeiramente:
- no Oeste paulista
- no Sul da Bahia
- no Norte paranaense
- na Baixada Fluminense
- no Sul de Minas
A região conhecida como Oeste Paulista conseguiu destacar-se na produção cafeeira, no século XIX, após a queda nas condições de cultivo na Baixada Fluminense. Dentre as alternativas abaixo, assinale a que possui informações incorretas sobre os motivos da preponderância da produção paulista.
- Inspeção sistemática das lavouras.
- Renovação constante das técnicas de plantio.
- Utilização de maquinário na colheita do café.
- Criação de uma infraestrutura necessária à produção cafeeira.
- Financiamentos obtidos junto ao sistema financeiro.
A economia cafeeira sustentou financeiramente o Brasil durante o Segundo Império, sendo ainda a fonte de acumulação de capitais necessários ao posterior processo de industrialização da economia nacional. Mas qual outro setor foi estimulado com a economia cafeeira?
- Setor de transportes marítimos.
- Setor de transportes fluviais.
- Setor de transporte ferroviário.
- Setor de transporte rodoviário.
respostas
Letra B. A expansão cafeeira e o seu acúmulo de capital, aliados à vinda de imigrantes para trabalharem como assalariados, exerceram uma forte pressão para a diversificação da economia cafeeira e também para o processo de urbanização, principalmente no estado de São Paulo.
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Letra B. A decretação do Bill Aberdeen, na verdade, dificultou o tráfico escravista, exercendo influência direta no tráfico de escravos.
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Letra D. A Baixada Fluminense foi a primeira região a cultivar em grande escala o café no Brasil. Posteriormente, o cultivo estendeu-se ao Vale do Paraíba e às demais regiões do interior do estado de São Paulo.
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Letra C. A utilização de maquinário na colheita do café ocorreu apenas no final do século XX.
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Letra C. Com o desenvolvimento da economia cafeeira, foi necessária a construção de ferrovias para a escoação do café dos locais de produção para os portos.
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A economia do Segundo Reinado foi baseada essencialmente na produção cafeeira, que auxiliou ainda a modernização de parte do Brasil.
Índice
- Que fatores contribuíram para a expansão da cafeicultura pelo Oeste Paulista?
- Quais fatores levaram a produção de café no Oeste Paulista?
- Que fatores principais contribuíram para a expansão cafeeira?
- Quais são os principais fatores que propiciaram o sucesso da produção cafeeira a partir do Segundo Reinado?
O Brasil nas primeiras décadas de sua independência sofreu uma grave crise econômica, resultado da decadência da mineração e da produção de açúcar. Entretanto, o interesse do mercado europeu e, posteriormente, dos EUA pelo café proporcionou um novo impulso à economia do Brasil. A partir da década de 1830, o café transformou-se no motor da economia do Segundo Reinado.
As primeiras mudas de café foram plantadas no norte do país, na segunda metade do século XIX. Mas nessa região não havia solo e clima propício para a produção do café em larga escala. Um solo propício à cultura cafeeira era o existente no sudeste do país. As primeiras grandes lavouras localizaram-se nos brejos e pântanos drenados da baixada fluminense. A partir desse local, os cafezais iriam se estender para o oeste de São Paulo e para o sudoeste de Minas Gerais.
Diferentemente do início da produção de cana-de-açúcar no período colonial, os capitais iniciais necessários às lavouras foram provenientes dos próprios fazendeiros ou de alguns comerciantes, como os que realizavam o transporte de mercadorias na região de Sorocaba, interior de São Paulo. Na sua origem, o café não necessitou do investimento externo.
A força de trabalho utilizada na produção do café foi inicialmente a de africanos escravizados e, até o fim do Império, eles compuseram a maior parte da força de trabalho nos cafezais. Porém, a pressão inglesa pelo fim do tráfico de escravos no Atlântico e as lei de proibição do tráfico, como a Lei Eusébio de Queiróz de 1850, dificultavam o acesso aos escravos. Seus preços subiram, tornando-se uma força de trabalho extremamente dispendiosa. Era necessária outra forma de organizar a força de trabalho nos cafezais, que passasse para a utilização de trabalhadores livres.
A saída foi estimular a imigração de famílias europeias, principalmente em São Paulo. O trabalho livre era mais dinâmico economicamente que o trabalho escravo por estimular o mercado interno e pela possibilidade de introduzir novas técnicas de plantio, como a mecanização. Não havia interesse do escravo em trabalhar dessa forma, o que impedia o aumento da produtividade. Além do mais, essas novas técnicas fomentavam a produção de ferramentas e outros utensílios necessários às lavouras, nas regiões próximas às fazendas.
Na imigração, o fazendeiro financiava a vinda das famílias europeias em troca do trabalho em suas lavouras. Esse método inicial ficou conhecido como parcerias. Porém, o não cumprimento de cláusulas contratuais pelos fazendeiros geraram inúmeros conflitos, sendo o mais notório o ocorrido na fazenda do senador Nicolau de Campos Vergueiro, em 1856, em Ibicaba.
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A partir desse momento, as parcerias foram abandonadas. O interesse do governo imperial no crescimento da produção cafeeira levou o Estado a financiar a vinda dos imigrantes através de subsídios. Em virtude do maior dinamismo econômico decorrente do trabalhador livre, alguns fazendeiros, principalmente de São Paulo, passaram a defender o fim da escravidão no país.
A força econômica do café foi tamanha que garantiu o superávit da balança comercial brasileira entre 1861 e 1885. Na década de 1880, o café respondia por cerca de 61% das exportações do Império.
A produção cafeeira fez surgir ainda outras atividades econômicas veiculadas ao beneficiamento, transporte e à venda do café. Os fazendeiros tornaram-se acionistas de empresas. Apareceu também o comissário do café, que trabalhava nas casas de comércio externo, participando ainda da organização da produção e da logística de transporte. Tal atividade proporcionou aos comissários o acúmulo de capital, que serviu para formar instituições financeiras e empresas de importação.
O café ainda estimulou a incipiente modernização da sociedade brasileira. Teve início o processo de urbanização de alguns locais, principalmente a cidade do Rio de Janeiro e São Paulo, e mesmo no interior paulista, na segunda metade do século, cidades como Campinas e Sorocaba urbanizaram-se a partir do capital acumulado pelos fazendeiros.
O principal símbolo da modernização estava nas ferrovias. A primeira ferrovia foi construída entre Rio de Janeiro e Petrópolis, em 1854. A partir daí, esse meio de transporte teve uma grande expansão. Com as ferrovias, os custos do transporte do café diminuíram consideravelmente, facilitando ainda a ligação com os portos exportadores, principalmente o de Santos, no litoral paulista. A expansão ferroviária brasileira contou com capitais brasileiros e estrangeiros, principalmente os ingleses.
A passagem das ferrovias por regiões interioranas favorecia o contato da população com as inovações técnicas do capitalismo, causando um grande impacto no país.
Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto:
Que fatores contribuíram para a expansão da cafeicultura pelo Oeste Paulista?
Terras esgotadas, erodidas, a escassez de mão-de-obra escrava, a dificuldade na incorporação de novas áreas, entre outras razões, explicam tal declínio. Se por um lado isto ocorria naquela região, por outro o café entrava em expansão em uma nova área chamada de Oeste Paulista.
Quais fatores levaram a produção de café no Oeste Paulista?
As condições de solo e clima eram bem mais propícias para o café em São Paulo, onde a planta chegava a ter cinco anos a mais de produtividade do que em outras regiões. Também o uso de uma tecnologia mais avançada foi muito importante para São Paulo.
Que fatores principais contribuíram para a expansão cafeeira?
A Companhia de Gás no Rio de Janeiro, a Estrada de ferro Mauá e a fundição e estaleiro da Ponta de Areia em Niterói foram os exemplos de investimentos de base realizados por ele que contribuíram para o desenvolvimento da economia cafeeira que passou a ter, por exemplo, a estrada de ferro para escoar sua produção.
Quais são os principais fatores que propiciaram o sucesso da produção cafeeira a partir do Segundo Reinado?
O fato de ser rota de transporte de mercadorias entre o Rio de Janeiro e as zonas de mineração contribuiu também para a adoção da lavoura cafeeira, já que parte das terras estava desmatada, facilitando inicialmente a introdução das roças de café e beneficiando o escoamento da produção através das estradas existentes.