Que medidas podemos tomar para reduzir o volume de lixo?

Após o início da revolução industrial, a humanidade começou um processo de valorização de bens de consumo não duráveis, o que fez com que as pessoas gerassem cada vez mais resíduos diários.

Nas últimas décadas a quantidade de lixo acumulado triplicou, com toneladas de descarte espalhados em lixões e sem receber tratamento adequado.

Só há poucos anos que a questão do lixo começou a ser seriamente debatida em todo o mundo, com a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e uma lei que proíbe a manutenção de lixões a céu aberto. Embora o prazo estipulado para resolver esses problemas fosse até 2014, ainda há muitos depósitos espalhados nos grandes centros urbanos.

O risco dos lixões

Os lixões das grandes cidades são um dos maiores problemas urbanos, capazes de causar danos ambientais, sociais e políticos em dimensões assustadoras. Nesses locais, o lixo é despejado pelos caminhões de coleta diretamente no solo, que não recebe nenhuma proteção ou cuidado técnico.

O ato parece ser inofensivo, mas transforma o local em criadouro dos mais variados insetos e roedores, capazes de transmitir muitas doenças graves. Porém, é na decomposição da matéria orgânica jogada no solo que reside o seu principal dano: o lixo vai produzindo um líquido ácido e fétido chamado chorume, que se infiltra no solo e subsolo, atingindo as águas subterrâneas e contaminando de modo irreversível toda a região.

O lixo também é capaz de produzir o gás metano que, além de contaminar o solo, é um dos principais agentes do efeito estufa e vinte e uma vezes mais nocivo ao ar do que o gás carbônico.

Os lixões atraem muitas pessoas em busca de trabalho, na função de catadores de lixo. Eles buscam qualquer material que possa ser reaproveitado para reciclagem. Essas pessoas que agem diretamente nos lixos estão sempre sujeitas a se contaminar, inclusive por não usar nenhum equipamento de segurança.

Soluções para o problema do lixo nas grandes cidades

A regra dos cinco Rs da sustentabilidade é muito usada para quem tem como foco diminuir a produção de lixo de forma qualificada e eficaz. Eles estão presentes em reduzir, reutilizar, reciclar, recusar e repensar, já que é preciso iniciar o mais urgente possível uma mudança de hábitos na sociedade.

A primeira meta é reduzir a quantidade de lixo produzida, priorizando produtos que possam ser reutilizáveis. Em seguida utilizar ao máximo o produto, retardando seu descarte o máximo possível, inclusive por meio do conserto. Trata-se de uma forma diferente de se lidar com a cultura de consumo.

Confira abaixo algumas das soluções possíveis para minimizar o problema do lixo nas grandes cidades:

Aterros tecnológicos

A proposta é que o próprio lixo combata a si mesmo por meio de processos que aceleram a decomposição de lixos orgânicos. No meio dos lixos descartados no local, são despejados refrigerantes e cervejas que também foram descartadas por estarem fora da validade, e o gás do produto é capaz de fazer a decomposição ser muito mais rápida do que a média esperada.

Biodigestão

A biodigestão consiste na criação de combustível por meio da utilização lixo orgânico descartado. Usinas recolhem esse tipo de lixo e conseguem produzir combustível limpo.

Crédito de carbono

Esta é uma forma de gerar renda para o futuro, já que distribui canos capazes de captar os gases emitidos pelo lixo. Esse gás pode ser recuperado e tratado para gerar energia.

Incineração

Sua atuação é na queima dos resíduos descartados, mas pode ser mais complexo por exigir uma estrutura mais complexa de reutilização do gás recuperado.

O lixo que vira asfalto

O lixo hospitalar e metais pesados apresentam altíssimo risco de contaminação. Porém é possível transformá-lo em outros produtos, sem que ofereçam risco de contágio. Tudo porque esses materiais são transformados em pequenos graus que podem virar asfalto.

Fonte: Pensamento Verde

A coleta seletiva contribui para a preservação do meio ambiente e nos dá a opção de adotar práticas cotidianas mais sustentáveis. Além disso, em casa, podemos criar alternativas eficazes para diminuir a geração de resíduos. Para ajudar nessa missão, fizemos uma lista com sete dicas simples para adotar no dia a dia. Topa experimentar?

1. EVITE O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS

Antes das compras, é importante se planejar e saber exatamente do que se precisa. Já na hora de cozinhar, devemos levar à panela apenas o necessário. É importantíssimo ficar ligado no aproveitamento máximo das frutas, verduras e dos legumes. Cascas, folhas e talos são ricos em vitamina e não devem ser jogados fora, por exemplo.

Foto: Chico Castro

2. FIQUE ATENTO AO PLÁSTICO

O plástico é hoje um problema mundial e boa parte dele acaba nos rios e oceanos. Por isso, fique muito atento ao descarte desse material. Evite as sacolas plásticas e tenha sacolas reutilizáveis para as compras. Jamais jogue garrafas e sacos no chão da rua nem descarte o plástico no lixo comum: destine-o à coleta seletiva ou aos PEVs (Pontos de entrega Voluntária de recicláveis) da cidade de São Paulo.

3. CRIE NOVOS USOS PARA OS UTENSÍLIOS

Sabe a xícara quebrada? E a garrafa de vinho vazia? Esses são dois bons exemplos de objetos que você pode transformar em vasos criativos e exclusivos para deixar a sua casa mais bonita. Reutilizar quase sempre significa dedicar um novo olhar a tudo o que vamos descartar, afinal, há muita matéria-prima que, com um pouquinho de criatividade, ganha vida nova e não precisa ir para a lixeira. Tente.

4. MENOS DESCARTÁVEIS E EMBALAGENS

Em casa, esqueça de vez copos, pratos e talheres descartáveis e sempre dê preferência a itens com maior vida útil. Outra dica é estar sempre atento ao volume de embalagens que acompanha certos produtos: toda embalagem vira lixo muito rápido e deve ser evitada. Prefira comprar alimentos a granel, abasteça-se com frutas e verduras das feiras livres e adote materiais de limpeza e cosméticos que possam ser reabastecidos com refil.

Foto: Chico Castro

5. MANTENHA O GUARDA-ROUPA SUSTENTÁVEL

Abra o armário e seja extremamente crítico: quantas roupas e sapatos estão guardados ali há muito tempo sem que você os use? Chegou a hora de partir para uma mudança radical. Troque, venda, doe ou repasse tudo o que você não quer mais. Tudo mesmo! O que não serve para a gente, sempre serve para alguém. O inverso também vale: na hora de renovar o vestuário, uma alternativa descolada e econômica é comprar roupas usadas, à venda em brechós.

Foto: Chico Castro

6. VIDA LONGA AOS BRINQUEDOS

Ensine os pequenos a conservar os brinquedos desde cedo, estimulando a valorização deles e explicando que têm vida longa e sempre podem servir para outras crianças. Quando o brinquedo já não agradar tanto assim, é hora de passar para alguém mais novo. Quebrou? Conserte. Ou até mesmo invente novos brinquedos reunindo as partes quebradas.

7. COMPOSTE OS RESÍDUOS ORGÂNICOS

Que tal criar sua própria horta em casa? É saudável e sustentável. Aproveite e adote uma composteira (sistema para armazenar matéria orgânica como restos de frutas e verduras e cascas de ovos que, decompostos por bactérias e fungos, transformam-se em fertilizante)para aproveitar os resíduos orgânicos gerando adubo para nutrir a terra de vasinho e canteiros.

YouTube SP Cidade Gentil

Fontes: Programa de Sustentabilidade do Sesc SP, Morada da Floresta e Associação de Agricultura Orgânica.

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