Quem tomou astrazeneca pode tomar dipirona

Especialistas afirmam que antitérmicos e analgésicos são os recomendados

A vacina AstraZeneca contra a Covid-19 costuma apresentar, em parcela dos vacinados, efeitos colaterais já previstos em bula. No entanto, em caso de dor ou febre, surge a dúvida: qual remédio usar?

O único citado diretamente pelo fabricante da vacina é o paracetamol, que é antitérmico e analgésico.

Já os anti-inflamatórios (aspirina, diclofenaco ou ibuprofeno) devem ser evitados, se possível.

De acordo com os estudos clínicos de fase 3, após a 1° dose as pessoas podem apresentar um ou mais dos seguintes efeitos adversos:

Sensibilidade no local da injeção, dor no local da injeção, dor de cabeça e fadiga, dor no corpo e mal-estar, febre e calafrios e dor nas articulações e náuseas.

A maioria das reações adversas observadas no estudo foi de intensidade leve a moderada e normalmente resolvida poucos dias após a vacinação.

“Toda e qualquer vacina pode dar efeitos adversos. Isso é muito comum, inclusive em crianças”, afirma o pesquisador titular e diretor da Fiocruz de São Paulo, Rodrigo Stabeli.

Os efeitos colaterais normalmente aparecem em um período de até 2 dias após a vacinação.

E costumam, então, durar por, no máximo, 48 horas.

Todavia, se novos sintomas aparecerem a partir do 4º dia depois da vacinação, a recomendação é procurar um médico.

Febre e dor

De acordo com a bula da vacina, caso os efeitos colaterais envolvendo dor ou febre estejam incomodando, um médico “poderá indicar o uso de algum medicamento para alívio destes sintomas, como, por exemplo, medicamentos contendo paracetamol.”

O paracetamol é vendido na sua forma genérica, com nome da substância, mas também está presente na composição de diversos medicamentos, entre eles o: Naldecon, Resfenol, Tylenol, Sonridor e Vick Pirena.

Embora a bula do medicamento indique o paracetamol, há outras substâncias que também são indicadas em caso de dor ou febre.

“A bula indica a substância usada nos ensaios de fase 3, que foi o paracetamol, mas qualquer antitérmico ou analgésico pode ser usado, sendo os mais comuns o próprio paracetamol ou a dipirona”, explica Stabeli, pesquisador titular e diretor da Fiocruz de São Paulo.

Stabeli recomenda que caso a pessoa tenha algum efeito adverso mais grave ou severo, ela procure um posto de vacinação para ser orientada quanto a medicação que deve ser tomada.

Anti-inflamatórios são remédios que não podem ser usados em caso de reação da vacina da Astrazeneca?

Não é bem assim.

De acordo com os especialistas, os anti-inflamatórios não são recomendados para o tratamento de dor e febre porque possuem outra finalidade.

Contudo, isso não significa que, caso uma pessoa necessite tratar um processo inflamatório, ela não deva utilizar o medicamento após ser vacinada.

“Estamos criando elefante branco atrás de elefante branco. Não existe isso de NÃO pode tomar um medicamento, se necessário. Pacientes que têm artrose, por exemplo, e que fazem uso de anti-inflamatórios deveriam deixar de tomar o medicamento ou não se vacinar? Isso não existe”, afirma apresidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai.

Uso indiscriminado  

O problema,  de acordo com Ballalai, é o uso indiscriminado de medicamentos sem que haja a sua devida recomendação.

“Agora, em caso de febre as pessoas deveriam tomar um antitérmico, que é o medicamento indicado. Por que elas tomam anti-inflamatório? As pessoas nem sabem o que estão tomando”, afirma Ballai.

O infectologista e presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri, concorda que não há restrição quanto ao uso de um medicamento, caso ele seja o indicado.

“O que você usa para controlar efeitos adversos de qualquer vacina, inclusive em crianças, são analgésicos e antitérmicos. Não há nenhuma restrição quanto ao uso de anti-inflamatório, ele só não é um medicamento indicado para sintomas como dor, febre, dor de cabeça”, explica Kfouri.

Saiba quais são os efeitos colaterais das vacinas de Covid-19 em uso no Brasil 

Fonte: O Sul

Foto: Shutterstock

Não se automedique, consulte um profissional de saúde.

Vacinas podem gerar efeitos colaterais, veja quais são considerados normais e quais não são (Foto: Mario Tama/Getty Images)

É normal que, ao tomar vacinas, você sinta algum efeito colateral. O mesmo acontece com a vacina contra a covid-19. Na maior parte dos casos, não há motivos para desespero, alguns sintomas são comuns e não devem ser motivo de preocupação.

Nesses casos, pode tomar medicamentos? Quais? E quais devem ser evitados? Beber depois de vacinar pode dar problemas?

Por outro lado, alguns sintomas podem acender um alerta e é importante. Caso sejam identificados, é preciso procurar uma unidade de saúde.

Quais sintomas são considerados normais após tomar a vacina?

Nos dois primeiros dias é normal sentir:

  • Sensibilidade, dor, sensação de calor, vermelhidão, coceira, inchaço ou hematoma (manchas roxas) onde a injeção é administrada

  • Sensação de indisposição de forma geral

  • Sensação de cansaço (fadiga)

  • Calafrio ou sensação febril

  • Dor de cabeça

  • Enjoos (náusea)

  • Dor nas articulações ou dor muscular

Esses são sintomas considerados normais por Julio de Carvalho Ponce, Bacharel em Farmácia Bioquimica e Doutor em Epidemiologia pela USP.

Ethel Maciel, enfermeira, professora da Universidade Federal do Espírito Santo e pós-doutora em Epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins, cita os mesmos sintomas e ainda lembra que esses efeitos são comuns ao tomar outras vacinas, como por exemplo a antitetânica.

Há medicamentos recomendados caso os sintomas sejam intensos?

Caso efeitos adversos sejam persistentes, é necessário procurar atenção médica (Foto: Getty Images)

Segundo Eder Gatti, infectologista do Hospital Emílio Ribas, referência no tratamento da covid-19, os efeitos adversos listados preocupam o paciente, mas sabe-se que não evoluirão para algo mais grave. “Nesses casos, é só a pessoa tomar um analgésico ou um antitérmico que normalmente melhora”, explicou. “Esses eventos adversos são limitados e, normalmente, duram nos primeiros dois dias”, afirmou Gatti.

O infectologista evita fazer recomendações, mas menciona que pode tomar dipirona depois da vacina, ou também paracetamol. “É sempre importante a pessoa procurar assistência médica se ela estiver diante de uma situação inusitada ou que foge do esperado”, alerta.

Em caso de dor no local da aplicação, o paciente também pode aplicar uma compressa gelada.

Algum medicamento é contraindicado?

Doutor em Epidemiologia, Julio Ponce cita que há medicamentos que podem prejudicar a resposta imune, mas não são os remédios vendidos sem prescrição. "É sempre importante que pacientes com uso continuado de algum medicamento nessa categoria consultem seus médicos para avaliar a necessidade de alguma adaptação próximo à época de vacinar", alerta.

Pode tomar dipirona depois da vacina?

Sobre os medicamentos que podem ser usados para aliviar os sintomas normais, como paracetamol, ibuprofeno ou dipirona, o epidemiologista alerta que nenhum deve ser tomado preventivamente, como forma de evitar os efeitos colaterais.

"Importante fazer uso sempre de acordo com o estabelecido na bula, e sempre que necessário com recomendação de um médico ou um farmacêutico. Esses medicamentos podem causar efeitos colaterais, se consumidos em excesso. Caso esses sintomas se exacerbem ou durem mais do que 48 horas, com piora do quadro, deve-se buscar atenção médica."

Tem algum alimento ou bebida que possa piorar os sintomas e que é melhor evitar?

Segundo Ethel Maciel, pela bula das vacinas, não há qualquer contraindicação de qualquer tipo de comida ou bebida. Às vezes, especialistas o alerta em relação ao álcool, mas, de acordo com a especialista, só é preciso ter moderação.

“A gente sempre fala do álcool porque o álcool diminui a nossa imunidade. Quando a gente toma vacina, a gente está fazendo uma estimulação do nosso sistema imunológico. Mas, se a pessoa tomou vacina e quer beber um copo de cerveja, um copo de vinho, não é contraindicado”, explica.

Quais sintomas acendem um sinal de alerta e o que fazer nesses casos?

É normal que sintomas adversos persistam por dois dias, mas não mais que isso (Foto: Getty Images)

Ter sintomas leves nos dois primeiros dias é normal, mas, caso os efeitos persistam no terceiro e quarto dia, Ethel Maciel recomenda voltar à unidade básica de saúde onde foi vacinado para fazer um acompanhamento. “Passou aqueles dois dias e você continua sentindo? É melhor procurar um sistema de saúde para avaliação”, explica.

Outros sintomas que podem acender um alerta são:

  • Dor mais intensa

  • Dor no peito

  • Dor nas pernas

  • Inchaço nas pernas

  • Visão embaçada

“A gente tem que procurar um serviço de saúde, pode ser aquele no qual você se vacinou, porque tem que ser aberta uma ficha de acompanhamento daquilo que a gente chama de ‘evento adverso pós-vacinal’. É preciso fazer uma avaliação para que possíveis efeitos de maior gravidade sejam rapidamente identificados e tratados se for o caso”, afirma.

O que fazer caso os sintomas persistam

Eder Gatti reforça que é importante procurar sistemas de saúde porque os casos poderão ser notificados ao programa de imunização. “O programa de imunização tem um sistema de vigilância de eventos adversos pós-vacinação que contabiliza todos esses eventos adversos e permite que o PNI tome conduta referentes ao uso das vacinas”, aponta.

Com os casos notificados, explica o infectologista, o Ministério da Saúde é capaz de identificar problemas nos imunizantes, como um lote ruim ou restrição de uso em determinado grupo.

Casos de trombose

Julio Ponce reforça que as vacinas são seguras e casos de trombocitopenia são muito raros, mas podem acontecer. "Caso após 4 dias, até 4 semanas, os inoculados sintam dor de cabeça que fica progressivamente pior, sem melhor com anti inflamatórios comuns, visão turva, fala enrolada, tontura e convulsões, marcas avermelhadas semelhantes a sangramento sob a pele, falta de ar, dor no tórax, inchaço de pernas ou dor abdominal persistente, é importante buscar ajuda médica imediata."

Pode tomar remédio para febre depois da vacina do Covid?

Tomar remédio para febre? Se o seu médico autorizar, sim. Os antitérmicos não afetam a eficácia das vacinas contra a Covid-19.

Pode tomar remédio depois de tomar vacina?

3 – Tomar remédios antes ou depois da imunização não diminui eficácia da vacina. Analgésicos comuns podem ser administrados porque não interferem na vacinação. Fatos – Não há contraindicação para o uso de medicamentos antes ou depois da aplicação dos imunizantes.

Quem está com Covid pode tomar dipirona Monoidratada?

Beber bastante água é indicado como forma de controle da febre e serve para manter a hidratação, essencial para o bom funcionamento do organismo. Medicamento antitérmicos, como dipirona e paracetamol, também auxiliam no controle.

O que é melhor dipirona ou paracetamol?

Ambas as medicações são analgésicas. Se não há contraindicação para o uso de uma ou outra, a dipirona mostrou-se, em alguns estudos, mais eficiente para dor que o paracetamol. Porem, é muito importante levar em conta o risco de alergias e as doenças do paciente, por exemplo, doença dos rins ou fígado.

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