Você já deve ter reparado: as pessoas tendem a acumular gordura em partes específicas do organismo. Alguns homens, por exemplo, têm a chamada “barriga de chopp” mesmo com as pernas e os braços magros; já outras mulheres têm as coxas mais grossas e a cintura fina… Mas você já parou para pensar por que engordamos em algumas partes do corpo?
Por que engordamos em algumas partes do corpo?
De acordo com a nutricionista Dayse Paravidino, a gordura corporal é armazenada nos chamados adipócitos — células que servem de “estoque” para a gordura. A questão é que esses adipócitos são distribuídos de forma desigual em todo o organismo: tem gente que carrega mais adipócitos na barriga, outros nos glúteos… Essa característica é individual e genética, ou seja, herdada dos nossos pais.
“Contudo, no geral, a região abdominal é considerada a de maior risco para o acúmulo de gordura (a chamada gordura visceral, que deve ser evitada)”, explica a especialista. Isso porque uma maior circunferência abdominal está relacionada a doenças crônicas, como problemas cardiovasculares e diabetes tipo 2.
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Para você entender melhor, a profissional conta que cada constituição corporal pode ser dividida em três principais somatotipos (tipos físicos):
- Endomorfo: facilidade para engordar;
- Mesomorfo: facilidade para hipertrofiar (ganhar músculos) sem engordar;
- Ectomorfo: facilidade para emagrecer.
Do ponto de vista do acúmulo de gordura no corpo, existem alguns perfis básicos:
Corpo tipo “maçã”
Mais comum nos homens, ele caracteriza o acúmulo de gordura nos membros superiores do corpo e na barriga. Estudos indicam que esse biotipo tem a ver com a testosterona (presente em maiores quantidades neles); e com o cortisol, conhecido como hormônio do estresse.
Quem tem o corpo tipo maçã costuma ter os adipócitos maiores e com tendência a apresentar resistência à insulina — o que pode levar ao diabetes tipo 2. Além disso, por estocarem muita gordura, podem invadir outros órgãos, gerando substâncias inflamatórias e aumentando o risco de doenças crônicas. Essas células também são mais difíceis de reduzir.
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Corpo tipo “pera”
Por outro lado, o corpo tipo pera está relacionado ao hormônio feminino chamado estrogênio. Por isso, acomete mais as mulheres. Geralmente, as células de gordura presentes nas coxas, nos quadris e nos glúteos são subcutâneas, ou seja, ficam sob a pele e são menos “perigosas”.
Vale lembrar, entretanto, que uma pessoa com o biotipo pera pode transformá-lo em maçã se ganhar peso em excesso.
Corpo tipo “banana”
Há quem fale também no tipo físico banana: distribuição de gordura semelhante em todas as regiões e membros mais longos e finos.
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Por que engordamos em algumas partes do corpo: É possível reverter?
Infelizmente, não existe uma dieta específica ou um exercício milagroso para perder gordura em um lugar específico do corpo. “Como a distribuição dos adipócitos se dá inteiramente pela individualidade genética, não é possível determinar em qual área se perderá mais ou menos gordura. Mas isso não deve ser objeto de preocupação ou mesmo de desestímulo, uma vez que, havendo emagrecimento, pode demorar mais ou menos, mas os objetivos poderão ser alcançados”, ressalta a nutricionista.
Dayse diz que uma dieta adequada, a prática regular de exercícios físicos e um bom acompanhamento individualizado podem ajudar a atingir a meta. “O mais importante, contudo, é que a estratégia adotada seja sustentável ao longo do tempo. Desse modo, é possível evitar o efeito sanfona (engorda/emagrece).”
Fonte: Dayse Paravidino, nutricionista membro da Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN) e da Associação Brasileira de Nutrição Materno Infantil (ASBRANMI).
A barriguinha que quase todas as pessoas têm e a maioria encontra dificuldades para perder foi o tema do Bem Estar desta sexta-feira (1º). No estúdio, estiveram presentes o endocrinologista Marcio Mancini e o preparador físico José Rubens D'Elia, que também é consultor e ensinou exercícios para fortalecer o abdômen.
Essa gordura localizada pode estar relacionada à genética, à alimentação, ao sedentarismo e também à forma de se vestir, já que calças largas contribuem para o aumento da barriga. E essa é uma luta tanto de homens quanto de mulheres, que costumam sofrer mais após a menopausa, em decorrência da baixa produção hormonal.
No estúdio, Mancini falou sobre o estrogênio, o “hormônio da cintura”, que garante que a gordura das mulheres não se acumule tanto na barriga e se distribua por coxas, nádegas, quadril e seios. Esse é o famoso formato pera, enquanto o sexo masculino apresenta mais o tipo maçã, por uma atuação do hormônio cortisol – que abre caminho para que as células de gordura na barriga fiquem mais receptivas a outras.
Nas ruas, a repórter Marina Araújo foi conferir por que os “pneuzinhos” incomodam tanto as pessoas. A cabeleireira Elza Santana tenta disfarçar a “pochete” depois de já ter procurado uma academia e apelado até para a lipoaspiração. Com a falta de cuidados após a cirurgia, a barriga voltou em três anos.
Para esconder o excesso, Elza usa cintas, mas sabe que elas são momentâneas e uma “propaganda enganosa”. Também abusa das blusas largas e dos vestidos soltos que não marcam a cintura. Além disso, segundo a cabeleireira – que não se alimenta bem nem faz atividade física – , o bojo do sutiã aumenta os seios e “diminui” a barriga. A postura reta completa o “disfarce”.
A filha de Elza, a manicure Vivian Morais, de 26 anos, sofre do mesmo problema. Ela contou que as amigas também penam para eliminar os centímetros extras do abdômen. “Já fiz dieta, emagreci bastante, mas a barriga é a ultima a sair”, disse. Na hora de sentar, Vivian estica as costas, ajeita a postura e acaba enganando quem está em volta. Pôr o braço em cima do colo também ajuda na “maquiagem”, de acordo com ela.
Se em cinco anos a situação não melhorar, a manicure pensa em fazer uma cirurgia plástica, porque não gosta de exercícios. E acredita que a barriga, na família, é mesmo hereditária.
Por fim, Marina Araújo foi ver de perto o dilema dos homens que também sofrem com a barriga saliente, cujos prejuízos passam pela autoestima. Para o aposentado Manoel Sobrinho, esse acúmulo afetou a prática esportiva. “Quando eu ainda não tinha essa barriga, jogava um futebolzinho de salão,
agora não dá mais”, lamentou.