O vômito é uma eliminação desconfortável, involuntária e forçada de alimentos. Nos bebês, o vômito pode ser distinguido da regurgitação. Os bebês com frequência regurgitam pequenas quantidades quando são alimentados ou logo depois, normalmente enquanto se tenta fazê-los arrotar. A regurgitação pode acontecer, porque os bebês se alimentam rapidamente, engolem ar ou são alimentados demais, mas ela pode ocorrer sem razão aparente. Os vômitos são normalmente causados por um distúrbio. Pais experientes em geral conseguem distinguir a regurgitação do vômito, mas pais de primeira viagem podem precisar conversar com um médico ou enfermeiro.
O vômito pode ser benéfico ao eliminar substâncias tóxicas que foram engolidas. Contudo, o vômito é mais frequentemente causado por um distúrbio. Em geral, o distúrbio é relativamente inofensivo, mas ocasionalmente o vômito é um sinal de um problema grave, tal como bloqueio do estômago ou do intestino ou elevação da pressão dentro do crânio (hipertensão intracraniana).
As causas prováveis do vômito dependem da idade da criança.
Em recém-nascidos e bebês, as causas mais comuns dos vômitos incluem
Em crianças mais velhas, a causa mais comum é
Gastroenterite devida a um vírus
Em recém-nascidos e bebês, algumas causas, ainda que menos comuns, são importantes porque podem representar ameaça à vida:
Bloqueio do intestino causado por defeitos congênitos, tais como torção (volvo) ou estreitamento (estenose) do intestino
Em crianças mais velhas e adolescentes, as causas raras incluem infecções graves (por exemplo,
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Para os médicos, o primeiro objetivo é determinar se as crianças estão desidratadas e se os vômitos são causados por um distúrbio que represente risco à vida.
Os sintomas e características a seguir são causa de preocupação:
Letargia e apatia
Nos bebês, impossibilidade de consolar a criança ou irritabilidade e formação de saliências nas partes moles (fontanelas) entre os ossos cranianos
Em crianças mais velhas, dor de cabeça intensa, rigidez do pescoço que torna difícil encostar o queixo no pescoço, sensibilidade à luz e febre
Dores abdominais, inchaço ou ambas as coisas
Vômitos persistentes em bebês que não vêm crescendo ou se desenvolvendo como esperado
Fezes com sangue
Crianças com sinais de alerta devem ser imediatamente avaliadas por um médico, assim como todos os recém-nascidos; as crianças cujo vômito contiver sangue, se parecer com café moído ou verde-claro e as crianças com traumatismo craniano recente (até uma semana antes). Nem todas as dores de barriga são dores abdominais (um sinal de alerta). Contudo, caso as crianças pareçam desconfortáveis mesmo quando não estão vomitando, e caso seu desconforto dure mais do que algumas horas, elas deverão provavelmente ser examinadas por um médico.
No caso das outras crianças, sinais de desidratação, especialmente redução da micção, e a quantidade de líquidos que elas estão bebendo ajudam a determinar com qual rapidez elas devem ser examinadas. A urgência varia um pouco de acordo com a idade porque os bebês e as crianças pequenas podem ficar desidratadas mais rapidamente do que crianças mais velhas. Em geral, os bebês e as crianças pequenas que passam mais de oito horas sem urinar ou que não querem beber líquidos por mais de oito horas devem ser avaliadas por um médico.
O médico deverá ser chamado, caso as crianças tenham mais de seis a oito episódios de vômitos, caso os vômitos continuem por mais de 24 a 48 horas ou caso outros sintomas (tais como tosse, febre ou erupções cutâneas) estejam presentes.
Crianças que tiveram somente alguns episódios de vômito (com ou sem diarreia), que estão bebendo pelo menos um pouco de líquido e que de resto não estão com aparência muito doente raramente precisam ser examinadas por um médico.
Os médicos perguntam
Quando o vômito começou
Com que frequência ela acontece
Qual é a aparência dele (incluindo a cor)
Se ele é eliminado com força (vômito projetado)
Qual é a quantidade de vômito
Determinar se há um padrão (ocorrência a certas horas do dia ou após se comer certos alimentos), pode ajudar os médicos a identificarem possíveis causas. Informações sobre outros sintomas (tais como febre e dores abdominais), evacuações (frequência e consistência) e micção também podem ajudar os médicos a identificarem a causa.
Os médicos também podem perguntar sobre viagens e lesões recentes e, no caso de garotas adolescentes sexualmente ativas, o uso de métodos anticoncepcionais.
Um exame físico é realizado para se verificar sinais de possíveis causas. Os médicos observam se as crianças estão crescendo e se desenvolvendo como esperado.
Os médicos escolhem os exames com base nas causas suspeitas sugeridas pelos resultados de exames. A maioria das crianças não necessita de exames. Contudo, em caso de suspeita de anomalias no abdômen, exames por imagens são normalmente feitos. Em caso de suspeita de distúrbio metabólico hereditário, exames de sangue específicos para esse distúrbio são feitos.
Em caso de suspeita de desidratação, exames de sangue para medir os eletrólitos (minerais necessários para manter o equilíbrio dos líquidos corporais) são ocasionalmente feitos.
Caso um distúrbio específico seja a causa, ele é tratado. O vômito causado pela gastroenterite em geral desaparece por si mesmo.
Até mesmo crianças que estão vomitando muito podem tolerar pequenas quantidades de solução dada com frequência. Normalmente, uma colher de chá (cinco mililitros) é administrada a cada cinco minutos. Caso as crianças consigam processar essa quantidade, a quantidade é gradualmente aumentada. Com paciência e motivação, a maioria das crianças consegue tomar líquidos suficientes por via oral para evitar a necessidade de administrar líquidos pela veia (hidratação intravenosa). No entanto, crianças com desidratação grave e aquelas que não ingerem uma quantidade suficiente de líquidos por via oral podem precisar de hidratação intravenosa.
Medicamentos frequentemente usados em adultos para reduzir a náusea e os vômitos são usados com menor frequência em crianças porque sua utilidade não foi comprovada. Além disso, esses medicamentos podem ter efeitos colaterais que incluem sonolência, tontura, dor de cabeça e constipação. Contudo, se a náusea ou vômitos forem graves ou não desaparecerem, é possível que o médico administre prometazina, proclorperazina, metoclopramida ou ondansetrona a crianças com mais de dois anos de idade.
Assim que as crianças receberem líquidos suficientes e não estiverem mais vomitando, elas devem receber uma dieta apropriada para a idade. Os bebês podem receber leite materno ou fórmula láctea.
Habitualmente, os vômitos são causados por gastroenterite devida a um vírus e não causa problemas de longa duração ou graves.
Às vezes, o vômito é sinal de um distúrbio grave.
Caso diarreia acompanhe o vômito, a causa é provavelmente gastroenterite.
As crianças devem ser avaliadas por um médico imediatamente caso o vômito persista ou caso elas apresentem outros sinais de alerta (tais como letargia, irritabilidade, dor de cabeça grave, dores abdominais ou inchaço, vômito sanguinolento, verde claro ou amarelo, ou sangue nas fezes).