Gon�alves Dias (1823-1864) foi um poeta, professor,�jornalista�e teatr�logo brasileiro. � lembrado como o grande poeta indianista da Primeira Gera��o Rom�ntica. Deu romantismo ao tema �ndio e uma fei��o nacional � sua literatura. � considerado�um dos melhores poetas l�ricos da literatura brasileira. � Patrono da cadeira n.�15 da Academia Brasileira de Letras.
Ant�nio Gon�alves Dias nasceu em Caxias,�Maranh�o, no dia 10 de agosto de 1823. Filho de um comerciante portugu�s e uma mesti�a viveu em um meio social conturbado. Ajudou seu pai no com�rcio e�ao mesmo tempo�recebeu educa��o de um professor particular.�
Em 1838 exilou-se em Portugal por se envolver nas guerras contra a independ�ncia do Brasil. Em�Coimbra,�ingressou no Col�gio das Artes, onde concluiu o curso secund�rio. Em 1840 matriculou-se�na Universidade de Direito de Coimbra, onde teve�contato com escritores do romantismo portugu�s, entre eles, Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Feliciano de Castilho.
Carreira Liter�ria
Durante sua perman�ncia em Coimbra, Gon�alves Dias escreveu a maior parte de suas obras, inclusive a famosa �Can��o do Ex�lio� (1843), na qual�expressa o sentimento da solid�o e do ex�lio. Em 1845, depois de formado em Direito, Gon�alves Dias retornou�para o Maranh�o, indo no ano seguinte morar no Rio de Janeiro procurando integrar-se ao meio liter�rio.
Em 1847, com a publica��o de �Primeiros Cantos�, conseguiu sucesso e o reconhecimento do p�blico. Recebeu elogios de Alexandre Herculano, poeta rom�ntico portugu�s. Ao apresentar o livro, Gon�alves Dias confessou: "Dei o nome Primeiros Cantos �s poesias que agora publico, porque espero que n�o sejam as �ltimas". Em 1848 publicou�o livro "Segundos Cantos".
Em 1849, foi�nomeado professor de Latim e Hist�ria do Brasil no Col�gio Pedro II. Durante esse per�odo escreveu para v�rias publica��es, entre elas, o Jornal do Com�rcio, a Gazeta Mercantil e para o Correio da Tarde. Nessa �poca�fundou�a Revista Liter�ria Guanabara. Em 1851, Gon�alves Dias publicou�o livro, ��ltimos Cantos".
De volta�ao Maranh�o, o poeta�conheceu Ana Am�lia Ferreira do Vale, por quem se apaixonou, mas por ser mesti�o n�o teve�o consentimento da fam�lia dela que proibiu�o casamento. Mais tarde casou-se com Ol�mpia da Costa.
Gon�alves Dias foi nomeado�oficial da Secretaria de Neg�cios Estrangeiros e viajou�v�rias vezes para a�Europa e, em 1854, em Portugal, encontrou-se com Ana Am�lia, j� casada. Esse encontro inspirou�o poeta a escrever o poema "Ainda Uma Vez � Adeus!".
Em 1862,�Gon�alves Dias foi para a�Europa para tratamento de sa�de. Sem resultados embarcou�de volta no dia 10 de setembro de 1864, por�m o navio franc�s Ville de Boulogne em que estava, naufragou�perto do Farol de Itacolomi, na costa do Maranh�o, onde o poeta faleceu.
Gon�alves Dias faleceu na costa do Maranh�o, no dia 3 de novembro de 1864.
Primeira Gera��o de Poetas Rom�nticos
Gon�alves Dias � considerado o grande poeta rom�ntico brasileiro. A hist�ria do Romantismo no Brasil se confunde com a pr�pria hist�ria pol�tica da primeira metade do s�culo XIX. A Independ�ncia pol�tica, em 1822, despertou a consci�ncia de se criar uma cultura brasileira identificada com as ra�zes hist�ricas, lingu�sticas e culturais.
Gon�alves Dias fez parte da Primeira Gera��o de �poetas� rom�nticos brasileiros. Sua obra po�tica apresenta os g�neros l�rico e �pico. Na l�rica, os temas mais comuns s�o: o �ndio, o amor, a natureza, a p�tria e a religi�o. Na �pica, canta os feitos heroicos dos �ndios.
O Indianismo
Gon�alves Dias � o mais c�lebre poeta indianista. Exaltou a coragem e a valentia do �ndio, que passa a ser o personagem principal, o her�i. Entre os principais poemas indianistas destacam-se: �Marab�, �O Canto do Piaga�, �Leito de Folhas Verdes� e principalmente, �I-Juca Pirama� � considerado o mais perfeito poema �pico indianista da literatura brasileira, desenvolvido�em dez cantos, que�focaliza o lamento do guerreiro tupi, preso em uma aldeia Tibira:
I-Juca Pirama
"Meu canto de morte,
Guerreiros ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.Da tribo pujante,
Que agora anda errante
por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros ouvi."�(...�)
O Amor
A parte amorosa contida nos versos de Gon�alves Dias foi inspirada por Ana Am�lia Ferreira do Vale. O poeta amou a jovem, cujo casamento n�o foi permitido pela fam�lia. A recusa causa-lhe penosos sofrimentos, por ele registrados nos poemas: �Se Se Morre de Amor�, �Minha Vida e Meus Amores� e o mais conhecido poema de amor imposs�vel -��Ainda Uma Vez � Adeus�:
Se Se Morre de Amor
Se se morre de amor! � N�o, n�o se morre,
Quando � fascina��o que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
assomos de prazer nos raiam n�alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve, e no que v� prazer alcan�a! (...)
Ainda Uma Vez Adeus
"Enfim te vejo! - enfim posso,
Curvado a teus p�s, dizer-te
Que n�o cessei de querer-te
Apesar de quanto sofri.
Muito pensei. Cruas �nsias,
Dos teus olhos afastados,
Houveram-me acabrunhados,
A n�o lembrar-me de ti. (...)
Adeus que eu parto, senhora!
Negou-me o fado inimigo
Passa a viver comigo,
Tem sepultura entre os meus." (...)
A Natureza
Como poeta da natureza, Gon�alves Dias canta as florestas e a imensa luz do sol. Seus poemas sobre os elementos naturais conduzem seu pensamento a Deus. Sua poesia sobre a natureza se entrela�a com o saudosismo. Sua nostalgia o remete � inf�ncia,�Na Europa sente-se exilado e � levado at� sua terra natal atrav�s da "Can��o do Ex�lio" um cl�ssico de nossa literatura:
Can��o do Ex�lio
"Minha terra tem palmeiras,
Onde Canta o Sabi�;
As aves, que aqui gorjeiam,
N�o gorjeiam como l�.Nosso c�u tem mais estrelas,
Nossas v�rzeas t�m mais flores,
Nossos bosques t�m mais vida,
Nossa vida mais amores.Em cismar, sozinho, � noite,
Mais prazer encontro eu l�;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabi�.Minha terra tem primores,
Que tais n�o encontro eu c�;
Em cismar - sozinho, � noite
Mais prazer encontro eu l�;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabi�.N�o permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para l�;
Sem que desfrute os primores
Que n�o encontro por c�;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabi�."
Obras�de Gon�alves Dias
- Beatriz Cenci, teatro, 1843
- Can��o do Ex�lio, 1843
- Patkull, teatro, 1843
- Medita��o, 1845
- O Canto do Piaga,�1846
- Primeiros Cantos, 1847
- Leonor de Mendon�a, 1847
- Segundos Cantos, 1848
- Sextilhas do Frei Ant�o, 1848
- �ltimos Cantos,�1851
- I - Juca Pirama,�1851
- Cantos,�1857
- Os Timbiras,1857�(inacabado)
- Dicion�rio da L�ngua Tupi, 1858
- Liria Varia,�1869, obra p�stuma)
- Can��o do Tamoio
- Leito de Folhas Verdes
- Marab�
- Se se Morrer de Amor
- Ainda Uma Vez�
- Seus Olhos
- Canto de Morte
- Meu Anjo, Escuta
- Olhos Verdes
- O Canto do Guerreiro
- O Canto do �ndio
- Se Te Amo, N�o Sei