Qual o papel e a importância da educação física na prevenção da obesidade?

A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE

Jeferson de Souza Sá de Souza Sá, Mariza Ogliari, Viviani Betiati, Kátia Cilene Cavalcante de Oliveira, Andréa Grano Marques


Resumo


: A Organização Mundial da Saúde indica que 2,6 milhões de pessoas por ano morrem em decorrência do excesso de peso. A Obesidade tem aumentado drasticamente, sendo considerada como epidemia mundial. O aumento da obesidade nas últimas décadas, tem sido atribuído a vários fatores como o estilo de vida moderno, marcado pelo consumo inadequado de alimentos e sedentarismo. Objetivo: Despertar na população a consciência da prática de exercícios físicos regularmente, aliados à prevenção e a diminuição da obesidade, melhorando assim a qualidade de vida das pessoas. Método2: Foi uma pesquisa documental e bibliográfica seguindo uma abordagem qualitativa, nas bases de dados da Science Direct, Portal de Periódicos CAPES, LILACS e PubMed. Utilizou-se os seguintes descritores em português: obesidade, educação física, e doenças crônicas não transmissíveis, e na língua inglesas: obesity, e cronic diseases, durante o mês de julho de 2016, com periódicos publicados entre os anos de 2014 a 2016. Resultados: Pode-se observar que o Brasil, Estados Unidos, Índia, Ásia entre outros países tem desenvolvido inúmeras pesquisas para alertar a população sobre os agravantes da obesidade. A prática de atividades físicas regulares, assim como alimentação saudável, são alguns dos recursos utilizados para a prevenção e tratamento da obesidade, pois melhora os níveis de colesterol, triglicerídeos e outros agravos provenientes do sobrepeso e obesidade. Considerações finais: A partir desse estudo conclui-se que o número de obesos cresce de forma alarmante e constante no mundo. O excesso de peso acarreta ao indivíduo não somente fatores de risco para doenças crônicas, como também repercussões socioeconômicas pelo sofrimento psicológico, isolamento social, discriminação laboral e baixa autoestima. Com isso, torna-se necessário desenvolver métodos não só de tratamento, mas também de prevenção de tais doenças, aliando hábitos alimentares saudáveis, mudanças no estilo de vida, inclusão da prática diária de atividades físicas na população, com o intuito de proporcionar uma melhor qualidade de vida para a população, e que isso tem sido um desafio para os órgãos competentes da saúde.

Palavras-chave: Epidemia; Estado Nutricional; Qualidade de Vida.


Educa��o F�sica escolar como preven��o e tratamento

para o sobrepeso e obesidade infantil: uma revis�o

Educaci�n F�sica escolar como prevenci�n y tratamiento para el sobrepeso y la obesidad infantil: una revisi�n

 

Mestre em Educa��o

Universidade Cat�lica de Bras�lia

(Brasil)

Marcelo Guido

Jos� Fernando Moraes

 

Resumo

          A obesidade � uma doen�a de etiologia complexa e multifatorial que envolve a intera��o de fatores fisiol�gicos, comportamentais e sociais (SABIA et al., 2004). Esta patologia vem se tornando um problema de sa�de p�blica, pois se trata de uma doen�a com crescente preval�ncia. Pessoas com sobrepeso e obesidade quando comparados aos indiv�duos com peso normal, possuem maior risco de desenvolver diabetes mellitus, dislipidemia e hipertens�o arterial, condi��es que favorecem o desenvolvimento de doen�as cardiovasculares. J� na inf�ncia, a obesidade, est� relacionada a v�rias complica��es, como tamb�m a uma maior taxa de mortalidade. E, quanto mais tempo o indiv�duo se mant�m obeso, maior � a chance das complica��es ocorrerem, assim como mais precocemente. Esta situa��o fisiol�gica est� associada ao estilo de vida que cada pessoa se insere. Comportamentos, como h�bitos alimentares desregulados, com ingest�o de alimentos com autos teores de gordura, �ndices excessivos de prote�na e carboidratos, e a aus�ncia de pr�ticas de exerc�cios f�sicos regulares que sejam capazes de superar o controle cal�rico, s�o respons�veis pelo surgimento da obesidade, independente da idade. Em crian�as o mundo atual tem oferecido uma s�rie de op��es que facilitariam esse resultado: alimentos industrializados, �fast-foods�, televis�es, videogames, computadores, entre outros, podem constituir um ambiente bastante favor�vel ao aumento da preval�ncia da obesidade. Entretanto, programas educacionais para ampliar o conhecimento da crian�a sobre nutri��o e sa�de, bem como para influenciar de modo positivo a dieta, a atividade f�sica est�o sendo criados e parecem ter um maior efeito para reduzir problemas de sa�de relacionados � obesidade. As iniciativas de preven��o do sobrepeso e obesidade devem ser iniciadas antes da idade escolar e mantidas durante a inf�ncia e a adolesc�ncia, para que se tornem mais eficazes. Nesse sentido, o conte�do das aulas educa��o f�sica escolar n�o devem estar voltados, exclusivamente, para o aprendizado de pr�ticas esportivas e recreativas, mas, fundamentalmente, alcan�arem metas voltadas � educa��o para a sa�de, mediante sele��o, organiza��o e desenvolvimento de experi�ncias que possam propiciar aos educandos n�o apenas situa��es que os tornem crian�as e jovens ativos fisicamente, mas, sobretudo, que os conduzam a optarem por um estilo de vida saud�vel ao longo de toda a vida.

          Unitermos

: Obesidade. Estilo de vida. Educa��o f�sica escolar.  
//www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - A�o 15 - N� 146 - Julio de 2010

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Introdu��o

    A obesidade � uma condi��o cr�nica que aumenta a morbidade muitas doen�as e a mortalidade por todas as causas. � caracterizada pelo excesso de tecido adiposo que ocorre pelo balan�o energ�tico positivo de forma cr�nica, neste caso a ingest�o cal�rica ultrapassa o gasto cal�rico. � uma doen�a de etiologia complexa e multifatorial que envolve a intera��o de fatores fisiol�gicos, comportamentais e sociais. De acordo com a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), esta patologia est� em crescente preval�ncia, o que a faz ser encarada como um problema de sa�de p�blica, (ROMERO; ZANESCO, 2006). Contudo, � uma doen�a que deve ser combatida, n�o somente pelos seus altos �ndices de incid�ncia, mas principalmente pelas suas conseq��ncias � sa�de.

    Pessoas com sobrepeso e obesidade quando comparados aos indiv�duos com peso normal, possuem maior risco de desenvolver diabetes mellitus, dislipidemia e hipertens�o arterial, condi��es que favorecem o desenvolvimento de doen�as cardiovasculares (COLDITZ et al.,1995; VAN GAAL et al., 1999; KAPLAN, 1998; GARRISON et al., 1996 ). A obesidade, j� na inf�ncia, est� relacionada a v�rias complica��es, como tamb�m a uma maior taxa de mortalidade. E, quanto mais tempo o indiv�duo se mant�m obeso, maior � a chance das complica��es ocorrerem, assim como mais precocemente (SERDULA et al., 1993).

    Em rela��o � obesidade, um estilo de vida n�o saud�vel parece ser um dos principais fatores para a causa e suas conseq��ncias relacionadas. A aus�ncia de atividade f�sica e a dieta inadequada est�o fortemente associadas � obesidade (SICHIERI, 1998). No caso das crian�as, o mundo atual tem oferecido uma s�rie de op��es que facilitariam esse resultado: alimentos industrializados, �fast-foods�, televis�es, videogames, computadores, entre outros, podem constituir um ambiente bastante favor�vel ao aumento da preval�ncia da obesidade (ROBINSON, 1999).

    As iniciativas de preven��o do sobrepeso e obesidade devem ser iniciadas antes da idade escolar e mantidas durante a inf�ncia e a adolesc�ncia, para que se tornem mais eficazes. Portanto a fun��o proposta aos professores de educa��o f�sica � a de incorporarem nova postura frente � estrutura educacional, procurando adotar em suas aulas, n�o mais uma vis�o de exclusividade � pr�tica de atividades esportivas e recreativas, mas, fundamentalmente, alcan�arem metas voltadas � educa��o para a sa�de, mediante sele��o, organiza��o e desenvolvimento de experi�ncias que possam propiciar aos educandos n�o apenas situa��es que os tornem crian�as e jovens ativos fisicamente, mas, sobretudo, que os conduzam a optarem por um estilo de vida saud�vel ao longo de toda a vida.

    Entretanto h� na literatura conclus�es adversas sobre o real papel da educa��o f�sica na forma��o da educa��o para a sa�de, assim como, diverg�ncias sobre o conte�do adequado para este fim, qual seria a melhor estrat�gia fora e dentro de sala para se alcan�ar um estilo de vida saud�vel que perdure por toda a vida do indiv�duo. Nesse sentido o estudo teve por objetivo verificar o papel da educa��o f�sica na preven��o e tratamento do sobrepeso e obesidade causados por um estilo de vida n�o saud�vel.

Obesidade: conceito, preval�ncia e conseq��ncias

    A obesidade � definida como ac�mulo excessivo de gordura em regi�es espec�ficas ou no corpo como um todo. � uma doen�a de etiologia complexa e multifatorial que envolve a intera��o de fatores fisiol�gicos, comportamentais e sociais (SABIA et al., 2004). Esta patologia vem se tornando um problema de sa�de p�blica, pois se trata de uma doen�a com crescente preval�ncia. De acordo com a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) o n�mero de obesos entre os anos de 1995 e 2000 passou de 200 milh�es para 300 milh�es, perfazendo cerca de 5% da popula��o mundial (ROMERO e ZANESCO, 2006).

    Nos Estados Unidos � obesidade atinge cerca de 28% das mulheres e 24% dos homens. Na Inglaterra esses valores s�o respectivamente, 21% e 17%, enquanto, na Alemanha, 19% e 18%. Comparando-se os dados de quatro estudos realizados entre os anos de 1963 a 1980, envolvendo crian�as e adolescentes dos EUA, na faixa de 6 a 17 anos, chegou-se � conclus�o de que a obesidade cresceu aproximadamente 18 a 30% nos meninos entre 6 e 11 anos; de 17 a 25% nas meninas da mesma faixa; de 15 a 18% nos meninos de 12 a 17 anos; e 16 a 25% nas meninas da mesma faixa et�ria (DIETZ, 1986). No Jap�o, a obesidade, em crian�as de 10 anos, cresceu de 3-3,5%, em 1968, para 8-9%, em 1992 (KANDA et al., 1997).

    No Brasil, assim como na maioria dos pa�ses em desenvolvimento, a preval�ncia de sobrepeso e obesidade na popula��o em geral e em crian�as em particular, ainda � maior na popula��o economicamente mais favorecida, ao contr�rio do que ocorre nos pa�ses desenvolvidos, onde a maioria das crian�as com sobrepeso ou obesas pertencem �s fam�lias de classe econ�mica mais baixa (RONQUE et al., 2005).

    No Nordeste brasileiro, mesmo com sua tend�ncia secular de desnutri��o, nota-se aumento do sobrepeso e obesidade. Numa an�lise considerando estratos sociais no Nordeste e Sudeste do Brasil, observou-se aumento uniforme da obesidade em adultos nas duas regi�es at� 1989. Em 1997 a freq��ncia da obesidade foi maior nas classes m�dia e alta na regi�o Nordeste, enquanto no Sudeste a eleva��o no n�mero de obesos foi maior nas classes menos favorecidas e menor nas classes m�dia e alta, mostrando a influ�ncia do n�vel s�cio-econ�mico na expans�o da obesidade (LE�O et al., 2003).

    H� cerca de 10 anos, acontece uma transi��o da condi��o de maior desnutri��o para maior sobrepeso e obesidade em crian�as, principalmente nas regi�es de melhor desenvolvimento s�cio-econ�mico. Dados de Post et al. (1996) mostraram que em Pelotas, no Rio Grande do Sul, a preval�ncia de d�ficit peso/idade caiu de 5,4% para 3,8% entre os anos de 1982 e 1993, contrastando com a preval�ncia de obesidade (determinada pela rela��o peso/estatura acima de 2 desvios padr�o), que passou de 4% para 6,7% no mesmo per�odo.

    Monteiro et al. (2004) mostraram que, na compara��o dos anos de 1974/75 e 1995/96 na cidade de S�o Paulo, houve queda na preval�ncia de d�ficit de peso/estatura de 5,5% para 0,6%, ao passo que a obesidade teve aumento em sua preval�ncia de 3,2% para 3,8%. Na cidade de Ribeir�o Preto, em 1996, num bairro de classe m�dia baixa havia preval�ncia de d�ficit de peso/idade de 4,2%, do d�ficit peso/estatura de 1,8% e do d�ficit estatura/idade de 5,9%. No Brasil, no mesmo ano, a preval�ncia de d�ficit peso/idade era de 5,7%, de d�ficit peso/estatura era de 2,3%, de d�ficit estatura/idade era de 10,5% e de obesidade era de 4,1% (ALMEIDA et al., 2004).

    Mais recentemente, as observa��es das conseq��ncias da obesidade infantil est�o deixando claro que os problemas causados � sa�de podem surgir t�o precocemente quanto o ac�mulo excessivo de peso, podendo tamb�m influenciar na longevidade do adulto. A resist�ncia � insulina, freq�ente na obesidade, resulta em diminui��o na capta��o de glicose e, conseq�entemente, na diminui��o dos estoques de glicose no m�sculo esquel�tico. Isto provoca bloqueio da termog�nese facultativa como resposta � alimenta��o.

    Pessoas com sobrepeso e obesidade quando comparados aos indiv�duos com peso normal, possuem maior risco de desenvolver diabetes mellitus, dislipidemia e hipertens�o arterial, condi��es que favorecem o desenvolvimento de doen�as cardiovasculares (COLDITZ et al.,1995; VAN GAAL et al., 1999; KAPLAN, 1998; GARRISON et al., 1996 ). Hubert et al. (1983), mostraram no estudo de Framingham que a obesidade � um fator de risco independente dos demais fatores para a ocorr�ncia de doen�a isqu�mica coronariana e morte s�bita, especialmente em homens abaixo de 50 anos. A maior preval�ncia de hipertens�o na obesidade tem sido atribu�da � hiperinsulinemia decorrente d a resist�ncia � insulina presente em indiv�duos obesos, principalmente naqueles que apresentam excesso de gordura na regi�o do tronco (SELBY et al., 1989)

    Dados mostram que complica��es com a obesidade se manifestam tamb�m na inf�ncia. Wright et al. (2001) apresentaram um estudo que visou verificar se a obesidade na inf�ncia aumentava o risco de obesidade na vida adulta e os fatores de risco associados. Conclu�ram que esse risco existe, mas que a magreza na inf�ncia n�o � um fator protetor para a ocorr�ncia de obesidade na vida adulta. Assim, afirmam que o �ndice de massa corporal (IMC) na inf�ncia correlaciona-se positivamente com o IMC do adulto, e que crian�as obesas t�m maior risco de �bito quando adultos.

    A obesidade, j� na inf�ncia, est� relacionada a v�rias complica��es, como tamb�m a uma maior taxa de mortalidade. E, quanto mais tempo o indiv�duo se mant�m obeso, maior � a chance das complica��es ocorrerem, assim como mais precocemente (SERDULA et al., 1993).

Estilo de vida e obesidade: sedentarismo e h�bitos alimentares

    Estilo de vida � a forma na qual um grupo convive em sociedade e o papel de cada indiv�duo dentro desse grupo. Pessoas possuem necessidades b�sicas como comer, dormir, moradia e etc., no entanto, a maneira com que se realiza estas necessidades � indicadora de valores que constituem estrat�gias de distin��o no meio social.

    Atrav�s desta manifesta��o social criam-se determinados h�bitos e valores que ditam regras e condutas com reflexo direto na forma de viver de cada um. Esse estilo de vida tem �ntima liga��o com a percep��o de o que � sa�de e o que fazer para alcan��-la.

    Nesse sentido Sutherland e Fultan (1992) conceituam sa�de como o produto de um amplo espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida, incluindo um padr�o adequado de alimenta��o e nutri��o, e de habita��o e saneamento, boas condi��es de trabalho; oportunidades de educa��o ao longo de toda a vida; ambiente f�sico limpo; apoio social para fam�lias e indiv�duos; estilo de vida respons�vel; e um espectro adequado de cuidados de sa�de.

    No entanto para a promo��o da sa�de deve-se abranger um conjunto de atividades, processos e recursos, de ordem institucional, governamental ou da cidadania, orientados a propiciar a melhoria das condi��es de bem-estar e acesso a bens e servi�os sociais, que favore�am o desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e comportamentos favor�veis ao cuidado da sa�de e o desenvolvimento de estrat�gias que permitam � popula��o maior controle sobre sua sa�de e suas condi��es de vida, a n�veis individual e coletivo.

    Em rela��o � obesidade, um estilo de vida n�o saud�vel parece ser um dos principais fatores para a causa e suas conseq��ncias relacionadas. A aus�ncia de atividade f�sica e a dieta inadequada est�o fortemente associadas � obesidade, j� que energia ingerida e n�o gasta, normalmente implica ac�mulo de energia, sob a forma de gordura, traduzindo a obesidade (SICHIERI, 1998). No caso das crian�as, o mundo atual tem oferecido uma s�rie de op��es que facilitariam esse resultado: alimentos industrializados, �fast-foods�, televis�es, videogames, computadores, entre outros, podem constituir um ambiente bastante favor�vel ao aumento da preval�ncia da obesidade (ROBINSON, 1999).

    Amaral e Palma (2001) observaram uma associa��o entre o tempo dedicado � televis�o (TV) com a preval�ncia de obesidade em crian�as com idade entre 10 a 11,9 anos. Tanto meninos quanto meninas relataram dedicar mais de duas horas por dia, a esse passatempo, somando uma carga semanal superior � dedicada a pr�tica de atividades f�sicas. E ainda quando se assiste � TV h� a vontade comer e os alimentos escolhidos costumam ser de alto teor cal�rico e gordurosos.

    O h�bito da pr�tica de atividade f�sica � influenciado na crian�a pelos pais, e quando desenvolvidos nesta fase, tendem a se manter do mesmo modo at� a fase adulta (STRAUSS, 1999). Al�m disso, uma redu��o natural no gasto energ�tico � observada com a moderniza��o, ocasionando estilo de vida mais sedent�rio com transporte motorizado, equipamentos mecanizados que diminuem o esfor�o f�sico de homens e mulheres tanto no trabalho como em casa. De fato, poucas atividades hoje em dia s�o classificadas como muito ativas, enquanto h� algumas d�cadas atr�s, v�rias atividades tinham esta caracter�stica (OMS, 1998).

    � fundamental que crian�as submetidas a uma orienta��o diet�tica sejam capazes ap�s esta interven��o mantenham estes h�bitos alimentares corretos e modifiquem os inadequados. Uma boa orienta��o nutricional deve preconizar uma perda de peso controlada ou a manuten��o do mesmo, ingest�o de nutrientes em quantidades adequadas para a idade e sexo e manuten��o da massa muscular, para que n�o comprometa o crescimento e desenvolvimento destas (EDMUNDS, 2001).

    Com respeito � atividade f�sica, muitos estudos t�m utilizado prescri��es de exerc�cios convencionalmente programados, embora aumentar a atividade como estilo de vida ou reduzir comportamentos sedent�rios possam ser mais efetivos para o controle do peso a longo prazo (EDMUNDS, 2001).

    Programas educacionais para ampliar o conhecimento da crian�a sobre nutri��o e sa�de, bem como para influenciar de modo positivo a dieta, a atividade f�sica e a redu��o da inatividade, est�o sendo criados e parecem ter um maior efeito para reduzir problemas de sa�de p�blica cr�nica relacionados com estilo de vida sedent�rio e padr�o alimentar err�neo.

Educa��o F�sica: estrat�gias de preven��o e tratamento

    As iniciativas de preven��o do sobrepeso e obesidade devem ser iniciadas antes da idade escolar e mantidas durante a inf�ncia e a adolesc�ncia, para que se tornem mais eficazes. Deve haver um esfor�o significativo no sentido de direcion�-las � preven��o j� na primeira d�cada de vida, pois neste momento � que pode come�ar o interesse, o entendimento e mesmo a mudan�a dos h�bitos dos adultos, por interm�dio das crian�as e adolescentes (SAHOTA, et al., 2001) .

    A pol�tica da escola pode promover ou desencorajar dietas saud�veis e atividades f�sicas, pois se situa no centro das preocupa��es com a educa��o para sa�de. A escola � um local importante onde esse trabalho de preven��o pose ser realizado j� que as crian�as fazem pelo menos uma refei��o possibilitando assim um trabalho de educa��o nutricional, al�m de nela participarem das aulas de educa��o f�sica sendo que se constitui na �nica oportunidade de acesso �s pr�ticas de atividades f�sicas, principalmente para as crian�as de classes sociais mais baixas.

    A educa��o f�sica sendo uma disciplina do componente curricular no sistema educacional brasileiro tem sido justificada com base na abrang�ncia e pseudo-efetividade da pr�tica esportiva no desenvolvimento biopsicossocial e cultural do jovem. Com esta justificativa, n�o restam d�vidas que a maior �nfase nas aulas de educa��o f�sica venha a ser os esportes competitivos, iniciando logo na 5� s�rie, sen�o mais precocemente, e permanecendo durante todo o per�odo de escolariza��o. Contudo verifica-se que este enfoque n�o consegue atender, em toda sua plenitude, as expectativas dos programas de ensino voltados a uma forma��o educacional mais efetiva de nossos jovens.

    Sobretudo na tentativa de modificar esta situa��o, o professor de educa��o f�sica � posicionado como um simples coadjuvante do processo educacional, respons�vel simplesmente por entreter as crian�as e os jovens mediante as chamadas atividades recreativas e orientar exerc�cios f�sicos, onde poderiam desenvolver conjunto de conte�dos que possam verdadeiramente contribuir, em contexto educacional mais amplo, na forma��o dos educandos.

    Nesse sentido, a fun��o proposta aos professores de educa��o f�sica � a de incorporarem nova postura frente � estrutura educacional, procurando adotar em suas aulas, n�o mais uma vis�o de exclusividade � pr�tica de atividades esportivas e recreativas, mas, fundamentalmente, alcan�arem metas voltadas � educa��o para a sa�de, mediante sele��o, organiza��o e desenvolvimento de experi�ncias que possam propiciar aos educandos n�o apenas situa��es que os tornem crian�as e jovens ativos fisicamente, mas, sobretudo, que os conduzam a optarem por um estilo de vida saud�vel ao longo de toda a vida.

    A principal meta dos programas de educa��o para a sa�de atrav�s da educa��o f�sica escolar � proporcionar fundamenta��o te�rica e pr�tica que possa levar os educandos a incorporarem conhecimentos, de tal forma que os credencie a praticar atividade f�sica relacionada � sa�de n�o apenas durante a inf�ncia e a adolesc�ncia, mas tamb�m, futuramente na idade adulta. Neste sentido, as aulas de Educa��o F�sica podem ter um papel que vai al�m das pistas, quadras, piscinas ou gin�sios, sendo o de conscientizar o aluno sobre a import�ncia da pr�tica regular de atividades f�sicas que n�o apenas previnam a obesidade, como tamb�m lhe proporcionem prazer e bem-estar, motiva��o e autoconfian�a.

    No entanto n�o h� necessidade que o professor exponha toda a teoria sobre essa rela��o, mas sim que ensine a pr�tica de atividades que possam beneficiar os alunos em sua atual fase da vida e tamb�m nas fases futuras da adolesc�ncia e da vida adulta. N�o haveria muita dificuldade para um professor de Educa��o F�sica, com um m�nimo de conhecimento e compet�ncia, ensinar durante as pr�ticas de corridas, exerc�cios localizados e outros, o �por que fazer�, o �como fazer�, o �quando fazer�, o �onde fazer� e o �com que freq��ncia fazer�.

    Nahas e Corbin (1992) afirma que para a educa��o f�sica escolar cabe a responsabilidade de prestar servi�os relacionados com a atividade f�sica e desenvolvimento humano. Com uma variedade de objetivos a curto e longo prazo, a educa��o f�sica deve estabelecer prioridades para cada faixa et�ria ou s�rie. O autor prop�e um curr�culo vertical ou desenvolvimentista, onde o primeiro e segundo graus devem ser vistos como uma cadeia de experi�ncias seq�enciais e progressivas. Nos primeiros anos escolares d�-se prioridade ao desenvolvimento motor, sendo os objetivos da aptid�o f�sica considerados secund�rios. Posteriormente, torna-se necess�rio priorizar a educa��o para a aptid�o f�sica e sa�de atrav�s de um bloco s�lido de instru��o te�rico-pr�tica, onde a primeira s�rie do segundo grau parece ser o per�odo apropriado para iniciar esta a��o.

    Em rela��o � natureza das tarefas nos programas de educa��o f�sica, Carlos Neto (1994) defende a generaliza��o de programas recreativos e desportivos na promo��o de estilos de vida ativos. Guedes & Guedes (1993), sugerem pr�ticas relacionadas �s atividades r�tmicas, aos jogos motores e sensoriais, pr�ticas relacionadas � sa�de e � inicia��o desportivas. Horta & Barata (1995) prop�em �s crian�as atividades de car�ter l�dico, tais como marcha, corrida, gin�stica, andar de bicicleta, jogos tradicionais, que contrariem os jogos e atividades com a tend�ncia para o sedentarismo, como jogos de computador e de v�deo.

    J� para os adolescentes, Horta e Barata (1995) sugerem a utiliza��o de atividades com car�ter competitivo, com incid�ncias sobre o aumento da freq��ncia, intensidade e dura��o para garantir maiores repercuss�es cardiovasculares. Horta e Barata (1995), Santos (1998), Gaya et al (1997), por outro lado, sublinham que o aumento da ades�o da popula��o aos programas de exerc�cios, independente da maior ou menor conscientiza��o sobre seus efeitos positivos, passa pela efetiva capacidade de profici�ncia nas atividades f�sicas e desportivas preferidas.

    Assim, Santos (1998) sugere que as atividades das aulas de educa��o f�sica, necessariamente, n�o devem explicitar objetivos referentes � promo��o da sa�de, mas sim objetivos no �mbito do adequado desenvolvimento da cultura esportiva. Segundo o autor uma adequada forma��o desportiva pressup�e m estilo de vida ativo que, por conseq��ncia, acarretaria em n�veis de aptid�o f�sica referenciada � sa�de. Nessa linha Sobral (1988) coloca que uma educa��o desportiva corretamente orientada pode estabelecer h�bitos positivos de vida para todo o sempre. Para isso, a escola tem de transmitir aos jovens as compet�ncias b�sicas, garantir a cada educando m repert�rio de atividades que lhes permita gerir a sua aptid�o f�sica e seu bem-estar geral.

Considera��es finais

    Assim como j� ocorreu com outras doen�as, as pessoas passam a considerar a obesidade como problema apenas quando j� desenvolvida, procurando ent�o terapias de efeito r�pido. N�o h� uma vis�o perspectiva de cuidados e preven��o. Trata-se, sem d�vida, de uma quest�o educacional, de responsabilidade da fam�lia e da escola. Sendo j� um consenso que as formas mais eficientes de preven��o e tratamento s�o dieta e atividade f�sica, cabe principalmente aos pais e educadores f�sicos oferecerem as informa��es e incentivar o consumo de dietas saud�veis e a pr�tica regular de atividades f�sicas.

    A principal meta dos programas de educa��o para a sa�de atrav�s da educa��o f�sica escolar � proporcionar fundamenta��o te�rica e pr�tica que possa levar os educandos a incorporarem conhecimentos, de tal forma que os credencie a praticar atividade f�sica relacionada � sa�de n�o apenas durante a inf�ncia e a adolesc�ncia, mas tamb�m, futuramente na idade adulta. Informa��es sobre a rela��o da atividade f�sica com as doen�as cr�nico-degenerativas e incentivos mais ostensivos sobre a pr�tica regular de atividades f�sicas deveriam estar entre as prioridades nas aulas de Educa��o F�sica escolar, ao lado da constru��o do conhecimento e desenvolvimento psicomotor.

Referencias

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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, A�o 15, N� 146, Julio de 2010
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Qual a importância da educação física para a prevenção da obesidade?

A atividade Física é recomendada pelos profissionais da área como tratamento para pacientes obesos, promovendo assim um aumento de massa muscular esquelética e massa magra, tendo como uma redução considerável do tecido adiposo, proporcionando ao mesmo uma melhor qualidade de vida e fazendo com que ele consequentemente ...

Qual o papel do profissional de Educação Física no combate e controle da obesidade?

O Educador Físico tem um papel fundamental no combate à obesidade, uma vez que as Atividades de Vida Diárias (AVD's) contribuem cada vez menos para o gasto calórico geral do indivíduo, pelo estilo de vida adquirido e as facilidades ofertadas pelas tecnologias do nosso dia-a-dia.

Como a educação física escolar pode ajudar no combate à obesidade?

A atividade física deve ser praticada de três a cinco vezes por semana, com duração de 50 a 60 minutos. Os exercícios físicos preservam a massa magra e minimizam a redução da taxa metabólica. Os exercícios físicos e dieta combinados são mais eficazes no combate à obesidade infantil.

Qual a importância da Educação Física escolar para evitar possíveis problemas de obesidade no futuro?

As evidências dos benefícios dos exercícios físicos no combate a obesidade são notórios e satisfatórios. De acordo com Souza e Virtuoso Jr os programas para controle de peso devem combinar com a restrição moderada do consumo energético em conjunto com a realização de exercícios específicos para a perda de gordura.

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