A coleta de dados em pesquisas com enfoque quantitativo pode ocorrer

A coleta de dados de pesquisa é um processo de apuração de informações para comprovar uma problemática levantada. Para isso, são desenvolvidas técnicas de averiguação. A pesquisa é, geralmente, o primeiro passo para dar início a uma coleta de dados.

Como existem inúmeras metodologias de pesquisa disponíveis, elas são geralmente distribuídas entre categorias de pesquisa quantitativa e qualitativa.

A pesquisa quantitativa leva em consideração o número, contabilizando a impetuosidade e a periodicidade dos dados, sem ter contato mais profundo ou pessoal com as respostas.

A qualitativa, como já diz o nome, preza pela qualidade das informações; ou seja, requer um aprofundamento maior – e, por conseguinte, a melhores técnicas de interpretação.

Os instrumentos de coleta de dados de pesquisa são as ferramentas que farão parte do processo de coleta, levantamento e, por fim, tratamento das informações e divulgação dos resultados. Para cada tipo de pesquisa é recomendado um instrumento de coleta diferente.

Instrumentos de coleta de dados de pesquisa e como utilizá-los

O agrupamento de dados tem como principal função direcionar o sentido pelo qual a pesquisa deve seguir. Esse recolhimento pode ser feito de diversas formas, dentre as quais podemos citar:

Observação

Observar é uma técnica utilizada para inúmeras finalidades, desde os primórdios da vida na Terra. Através da observação, podemos visualizar e contestar os fatos com eventual clareza.

A observação, como instrumento de coleta de dados, é feita através do treinamento de observadores, pessoas responsáveis por fazer as considerações necessárias durante a coleta de dados.

O levantamento de informações pode ser feito de duas maneiras: com a observação participante ou com a não-participante. A diferença entre elas é que, no primeiro caso, o observador faz suas considerações em relação ao assunto abordado na coleta. No segundo caso, ele não interfere no recolhimento dos dados e atua somente como analisador.

É recomendado, para a realização de sua pesquisa, padronizar a forma de apuração dos observadores, para que não existam divergências significativas no resultado final da coleta.

Entrevista

Outra ferramenta eficiente para coleta de dados de pesquisa é a coleta por entrevista, procedimento que se baseia no diálogo entre o pesquisador e o entrevistado.

Para a realização desse método é preciso se dedicar à idealização e formulação de perguntas. A entrevista pode sofrer variações durante o processo, já que a conversa, mesmo a partir de um roteiro, pode levar o pesquisador a desenvolver outros questionamentos.

Questionários

Para o uso dessa ferramenta você precisa voltar no início e pensar: qual é a problemática em questão? A partir disso, deve desenvolver as perguntas que farão parte do seu questionário.

A forma como esse instrumento de pesquisa será desenvolvido fica a critério da pessoa que está coletando os dados – além também da forma de aplicação, que pode ser feita tanto pessoalmente quanto via internet.

Os questionários podem ser constituídos de perguntas abertas (que geralmente rendem mais discussão), fechadas (que são mais diretas) ou mistas (quando conta com perguntas abertas e fechadas).

Análise de materiais ou documental

Esse procedimento trata conteúdos já existentes, esteja o material para análise disponível em livros, artigos, fotos, documentos ou relatórios arquivados.

A partir deles é possível comparar a diferença entre dados de diferentes épocas ou constatar semelhança de informações ao decorrer do tempo, visando sempre o tratamento do máximo de dados possível.

Quais são os principais focos na coleta de dados?

Para que uma coleta de dados seja realizada com sucesso, é importante se atentar a alguns fatores que influenciam diretamente no bom desenvolvimento da pesquisa.

É importante, por exemplo, entender o nível de conhecimento dos seus entrevistados sobre o tema em questão, já que é impossível conseguir bons resultados se a pessoa não sabe do que você está falando.

Além disso, é essencial criar o hábito de sempre averiguar a confiabilidade das informações e a padronização de seu recolhimento, para evitar problemas de análise durante as etapas finais.

A coleta de dados, seja para um pesquisa eleitoral ou qualquer outra finalidade, é um processo demorado e que requer atenção.

Quais são os instrumentos de coleta de dados de pesquisa?

INTRODUÇÃO

A dimensão econômica que o turismo vem assumindo na atualidade, nos mais diversos territórios, e toda a complexidade de relações que envolve enquanto fenômeno social têm despertado o interesse científico e exigido das pesquisas um caráter “extra-multi-disciplinar” (Tribe, 2010). Neste sentido, o crescimento dos estudos turísticos acadêmicos, nas últimas décadas, e as contribuições das mais diversas ciências revelam novas possibilidades epistemológicas, teóricas e metodológicas (Bispo, 2016). E embora o campo de conhecimento do turismo ainda seja considerado fragmentado e dotado de indefinições conceituais (Netto, Noguero e Jäger, 2011; Tribe e Liburd, 2016), novas propostas teóricas e metodológicas de análise têm sido criadas.

Apesar do turismo ser uma prática que se inicia ainda no século XIX, os estudos no campo científico somente ganham destaque após a Segunda Guerra Mundial. Em países europeus e nos Estados Unidos, os primeiros estudos em turismo estavam ligados as áreas de conhecimento já consolidadas no meio acadêmico como a geografia, a economia ou a administração, surgindo neste contexto, os cursos superiores de hotelaria e de turismo (Barreto, 1995; Rejowski, 1996). No Brasil, a educação para a atividade turística iniciou-se na década de 1970 com o surgimento dos primeiros cursos profissionalizantes voltados para as necessidades advindas do surto desenvolvimentista e de crescimento econômico, alinhadas aos interesses do mercado turístico (Rejowski, 2013).

Atualmente, encontram-se nas universidades brasileiras as oportunidades de fortalecimento da produção do conhecimento científico em turismo com consistência metodológica. Seriam nestes ambientes que, a partir do desenvolvimento de estudos críticos, encontrar-se-iam algumas soluções para o “imbróglio teórico e prático” (Netto et. al., 2011, p. 553) que permeia o turismo. A partir do estudo crítico é possível definir o método científico, o qual conduzirá à elaboração de conceitos que gerarão as observações e instigarão a análise empírica de uma realidade, confirmando ou refutando as hipóteses consistentemente (Cruz, Berberi e Guzela, 2008). Por isso, o método deve basear-se na exatidão, objetividade e sistematização das técnicas e procedimentos.

Para Marujo (2013) a multidimensionalidade do turismo permite sua análise a partir de diversas metodologias, a depender dos objetivos e do tipo de análise que se opta na investigação. Cabe ao pesquisador escolher a abordagem que responda satisfatoriamente o propósito da pesquisa. É desta maneira que as abordagens qualitativa e quantitativa podem ser apropriadas em diferentes etapas da investigação. Apesar de envolverem diferentes métodos de pesquisa, sugere que sua aplicação complementar fornece informações ao quadro geral de uma investigação, contribuindo para o enriquecimento da mesma.

O esforço de desvelar as particularidades, as contradições e as subjetividades que marcam a dinâmica turística induz que as pesquisas adotem, cada vez mais, uma reflexão de natureza qualitativa, atentando-se para o uso de procedimentos adequados para a interpretação das informações obtidas (Alves, 2011). Porém, na perspectiva gerencial, a análise qualitativa por ser exploratória adquire limitações para o processo de tomada de decisão. Ao passo que a pesquisa quantitativa, pelo universo da amostra, permite identificar tendências mais gerais de manifestações, consequentemente, melhor posicionamento para as decisões gerenciais (Silva, Lopes e Braga Junior, 2014).

Não se trata de priorizar o método em detrimento do conteúdo, nem de se prender à “ditadura do método”, como nos alerta Demo (2009, pp. 29), mas de reconhecer a importância dos procedimentos metodológicos para a salvaguarda, na medida do possível, da realidade estudada. De uma forma ou de outra, a validade e o reconhecimento de um trabalho acadêmico científico passam, então, pela necessidade de clareza em relação a metodologia empregada, bem como dos instrumentos metodológicos previstos e adotados pela pesquisa, a fim de se alcançar os objetivos de análise propostos e viabilizar a reflexão sobre a realidade.

A revisão de literatura em periódicos nacionais especializados em pesquisas de turismo revela crescente preocupação sobre a produção do conhecimento científico na área, principalmente entre os anos de 2010 e 2013. Pode-se enquadrar os assuntos tratados nas publicações em: eixos temáticos das pesquisas de graduação e pós-graduação (Bastos, 2008; Santos, Possamai & Marinho, 2009; Momm & Santos,2010); evolução da produção/comunicação científica em turismo (Rejowski & Aldrigui, 2007; Rejowski, 2010; Lima & Rejowski, 2011; Santos & Rejowski, 2013), e; pertinência de abordagens metodológicas para o turismo (Costa, Lopes Júnior & Saraiva-Lobo, 2010; Mazaro, 2011; Alves, 2011; Kovacs et al, 2012). Dentre esse último eixo, destaque-se Kovacs et. al. (2011) que demonstrou haver considerável predileção por pesquisas de natureza qualitativa, de acordo com os anais do Seminário da ANPTUR - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo, analisado entre os anos de 2006 a 2008.

Nesse sentido, esse estudo torna-se pertinente por apresentar algumas peculiaridades e tendências das pesquisas qualitativas no campo de estudos do turismo e refletir, a partir de um olhar crítico, sobre os caminhos metodológicos da área em questão. O objetivo, portanto, é analisar o uso dos instrumentos de coleta de dados das pesquisas qualitativas do curso de Pós-Graduação em Turismo (PPGTUR) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a partir da constatação da predileção de tal abordagem no conjunto das produções acadêmicas da área.

A fonte de dados utilizada para a construção deste estudo correspondeu aos trabalhos concluídos, no período de 2010 a 2015, no âmbito do PPGTUR, disponíveis no repositório institucional, sobre os quais se processou uma análise de conteúdo. As discussões teóricas são apresentadas em duas sessões. A primeira traz reflexões sobre a importância da produção do conhecimento em turismo, a segunda sobre as noções ligadas a abordagem qualitativa e alguns dos instrumentos de coleta de dados mais representativos no universo de análise. As demais seções contemplam aspectos metodológicos traçados, análise dos resultados e conclusão.

PANORAMA DAS PESQUISAS EM TURISMO

O campo multidisciplinar das pesquisas em turismo tem origem nas décadas de 1960 e 1970, influenciado pelos estudiosos nas áreas de Economia, Geografia, Antropologia e Sociologia. Entre os anos das décadas de 1980 e 1990, os estudos passam a adquirir abordagens filosóficas e institucionais coercitivas a visão do mercado dos negócios e gestão do turismo (Bispo, 2016).

No Brasil, o marco para a inserção do turismo no contexto acadêmico foi criação dos primeiros cursos de graduação pela Faculdade de Turismo do Morumbi (hoje Anhembi-Morumbi), em 1971, e pela Universidade de São Paulo – USP, em 1973. O número de pessoas interessadas em se profissionalizar nesta área repercutiu na abertura de outros cursos superiores, a maioria deles concentrados no eixo Rio-São Paulo e em faculdades particulares (Rejowski, 1996; Ansarah, 2002). Já na década de 1980, decorrente de problemas econômicos no País, ocorre uma estagnação da oferta de cursos de turismo, sendo retomada em 1990 com a expansão da oferta nas capitais da região sudeste e nas demais regiões brasileiras, fato que promulgou na valorização do turismo no âmbito acadêmico (Ansarah, 2002).

Até este momento, os estudantes e professores-pesquisadores enfrentaram dificuldades para identificar e localizar informações necessárias às primeiras pesquisas. Isso se deu por fatores variados, dentre os quais, Rejowski (1996) aponta: 1) de ordem teórico-conceitual, pela ausência de definições precisas e padronizadas, pela falta de terminologia consolidada e pelo aparecimento de termos estrangeiros traduzidos inadequadamente; 2) dificuldades de teor metodológico, onde se destaca a reduzida quantidade e qualidade de dados estatísticos disponíveis bem como dificuldades ou ausência de aplicação de técnicas e instrumentos metodológicos adequados; 3) demais aspectos como, a produção de textos com incipiência científica, o descompasso entre o setor público, setor privado e instituições de ensino superior, bem como a falta de medidas confiáveis e análises objetivas para uma avaliação dos impactos do turismo sobre as instâncias sociais, econômicas, ambientais, entre outras.

Portanto, a construção das pesquisas acadêmicas do turismo no Brasil, em seus primeiros trinta anos, de 1970 a 2000, pôde assim ser caracterizada:

Constata-se que o turismo adentra o meio acadêmico, a partir do ensino privado, e aos poucos vai se configurando uma nova área de conhecimento. Por se ter desenvolvido basicamente em instituições privadas, observa-se carência de pesquisas científicas e reduzido número de pesquisadores, aliados a uma falta de estímulos ao desenvolvimento do conhecimento teórico do fenômeno do turismo neste País (Ramos et.al., 2011, p. 784)

Apesar de todo quadro de dificuldade, “a manutenção do ensino superior à luz da evolução da legislação, implicou num aprofundamento dos estudos por meio da qualificação de professores” (Silveira, Medaglia e Gândara, 2012, p.17) que contribuiu para a consolidação de um campo de pesquisa e epistemológico do turismo no país. Assim, a partir de 2000, é estabelecido um equilíbrio entre quantidade versus qualidade, surgindo propostas diferenciadas de cursos entre profissionalizantes ou acadêmicos, relacionadas ao crescimento da atividade turística brasileira, e à criação do Ministério do Turismo, no ano de 2003 (Ansarah, 2002; Ghiraldello e Mercuri, 2015).

Nesse contexto, também surgiram os programas de pós-graduação. Rejowski (2010), demonstrou o crescimento contínuo da produção científica entre 1994 a 2005 apresentadas por instituições públicas de ensino, embora sua concentração ainda se encontrasse no eixo Rio-São Paulo. Holanda et. al. (2014) identificou que em 2012, a área de turismo constava 9 cursos, dentre mestrados e doutorados em administração e turismo; turismo e hotelaria; lazer, turismo e hospitalidade.

Atualmente, no Brasil, funcionam 16 cursos de pós-graduação stricto sensu na área de turismo, dentre eles 4 de doutorado, 8 de mestrado acadêmico e mais 4 cursos de mestrado profissional, distribuídos em instituições públicas e privadas no Distrito Federal e nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte[1]. A oferta de cursos de pós-graduação nas regiões Nordeste e Centro-Oeste sinalizam um processo de descentralização importante para a produção do conhecimento na área.

Atrelado ao crescimento dos cursos de graduação e oferta dos cursos de pós-graduação (especializações, mestrado e doutorado), espera-se o crescimento as pesquisas acadêmicas na área. Para Rejowski (2013) a geração ou produção cientifica, dada sua essência e sua finalidade na formação de professores e pesquisadores, tem estreita relação com a pós-graduação stricto sensu. Apesar das dificuldades encontradas inicialmente, a qualidade da produção científica em turismo nos últimos anos é reflexo do desenvolvimento dos cursos de pós-graduação e está expressa no refinamento da terminologia e dos conteúdos que colaboram para um mercado editorial qualificado (Tomelin e Ruschmann, 2013).

Pelo exposto percebe-se um alinhamento ao pensamento de Jafari (2005), quando propõe a emergência de uma plataforma científica ao se referir à evolução da produção de conhecimento associada ao turismo. Esta sucederia toda a euforia inicial dos estudos acadêmicos, mas não acompanharia as previsões apocalípticas da plataforma de advertência. Trata-se, segundo ele da formação de um corpo de conhecimento sobre turismo, porém pautado na produção científica.

O contexto de evolução referenciado acima expressa a importância das pesquisas como um dos pilares da atividade acadêmica. Na base deste movimento de qualificação científica do turismo está a evolução da própria atividade, em seus mais diversos aspectos (social, econômico, político, ambiental, entre outros) atraindo profissionais e pesquisadores interessados em adquirir conhecimentos para compreender mais profundamente o fenômeno.

Frente ao desenvolvimento da produção científica em turismo, Sakata (2002) ressalta a importância dos aspectos metodológicos nos estudos da área. “Através de métodos de pesquisa adequados, pode-se conseguir dados de pesquisa mais acurados e informações mais úteis” (op. cit., p.03) e, portanto, caberia ao pesquisador conhecer os elementos constituintes básicos da investigação científica, como a caracterização do estudo, a precisa definição do universo da pesquisa, da coleta, do tratamento e da análise dos dados. São os procedimentos metodológicos que garantem a profundidade, o rigor, a abrangência das pesquisas e os parâmetros mínimos capazes de orientar a produção de conhecimento na área.

Bispo (2016), salienta, ao desenvolver sua teoria de análise do turismo como prática, que são inúmeras as possibilidades de instrumentos de investigação na área. Os estudos utilizam-se desde técnicas de observação, entrevistas, análises documentais e descritivas, a técnicas mais específicas dos métodos etnográficos e quantitativos, embora estes últimos ainda sejam menos utilizados.

Assim, o campo do turismo de caráter multi/interdisciplinar permite uma diversidade de procedimentos metodológicos os quais variam conforme a disciplina na qual o estudo se desenvolve. Uma demonstração da importância do enfoque qualitativo para as pesquisas em turismo é dada por Marujo (2013 p. 12) quando expressa que,

Segundo Cohen (1988) as contribuições mais significativas e estáveis no turismo foram feitas pelos investigadores que empregaram uma metodologia qualitativa descontínua. Muitas das suas perspectivas e quadros teóricos permitiram o ponto de partida de várias ‘tradições’ no estudo sociológico do turismo, o que alimentou o campo de pesquisa com uma distinta tensão intelectual, diferente dos estudos turísticos quantitativos.

Realizando o caminho necessário para o cumprimento dos objetivos, passa-se à discussão da pertinência e utilização dos instrumentos de coleta de dados em pesquisas de natureza qualitativa.

PESQUISAS QUALITATIVAS E USO DE INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Ao se definir uma pesquisa enquanto qualitativa ou quantitativa estar-se-á fazendo referência à forma como serão analisados os dados obtidos. Por outro lado, a opção de análise é um definidor do (s) instrumento (s) de coleta de dados empregado.

A pesquisa quantitativa aproxima-se da abordagem estatística na coleta, na análise e na apresentação dos dados. As formulações e hipóteses derivadas deste método se apoiam em evidências numéricas, para o qual é preciso estudar grupos relativamente grandes de pessoas como uso de software de organização dos dados obtidos, geralmente por questionários ou formulários. A forma mais sofisticada na abordagem quantitativa faz uso de testes para verificar a pertinência dos instrumentos de coleta de dados (Veal, 2011).

Por outro lado, as pesquisas que utilizam o método qualitativo de análise pressupõem a identificação e exploração do universo de significados os quais compõem o fenômeno estudado e as interações que se estabelecem, prevendo novas compreensões sobre a variedade e profundidade dos fenômenos sociais (Bartunek e Seo, 2002 apud Terence e Escrivão Filho, 2006). O estudo dessas questões requer a aplicação de métodos claros e sistemáticos resultantes das técnicas de coleta de dados utilizadas como entrevistas, questionários, relatos, observações, entre outros.

Escolher um design de pesquisa qualitativa pressupõe uma certa visão de mundo, requer a definição como um investigador seleciona sua amostra, coleta e analisa dados e contempla assuntos como validade, confiança e ética. A pesquisa qualitativa não é linear, mas um processo de passo a passo, ou seja, um processo interativo que permite ao investigador produzir dados confiáveis e fidedignos. Assim, o processo de coleta e análise dos dados é recursivo e dinâmico, além de ser altamente intuitivo (Teixeira, 2003, p. 191).

Assim, as pesquisas qualitativas buscam compreender os mais diversos aspectos de um fenômeno, voltando-se para explicação mais detalhadas de casos mais específicos, o que presume menor capacidade de generalização do que as de natureza quantitativas. A tendência da abordagem é recolher informações de maior intensidade, profundidade, que expresse a complexidade do objeto analisado, ou como sugere Demo (2009), possibilita uma análise verticalizada sobre poucos casos quando comparadas às propostas quantitativas. Permite, portanto, conhecer com maior particularidade determinado fenômeno, sem, no entanto, ser possível elaborar generalizações.

Um estudo de abordagem qualitativa que possui como objeto um fenômeno real terá nas fontes de dados o subsídio para a composição dos textos (Eco, 2004). Portanto, a busca de informações sobre um objeto de estudo induz o pesquisador ao uso de instrumentos de coleta de dados particulares. Para Dencker (1998), aplicam-se apropriadamente a esta modalidade, a observação, a entrevista e a análise documental, as quais serão discutidas a seguir.

A importância das entrevistas como instrumento de coleta de dados está ligada ao fato de que através do relato verbal se apreende o nível de conhecimento, as crenças, as motivações, as expectativas, os planos e as atitudes das pessoas (Selltiz, Wrightsman e Cook, 1987). Para Gil (2010), trata-se de um diálogo assimétrico em que uma das partes busca coletar informações da (s) outra(s), compreendida (as) como fontes de pesquisa.

Pelo seu nível de estruturação, as entrevistas apresentam categorias variadas. Pode-se considerar dentre as modalidades, a entrevista informal, aberta, não dirigida ou espontânea (Gil, 2010; Vergara, 2012; Goode e Hatt; 1979; Yin, 2005), cujo objetivo é eminentemente exploratório e não segue roteiro pré-estabelecido, ou pode ser alterado, sem prejuízo metodológico de acordo com o andamento da narrativa. O entrevistador torna-se um “catalizador completo da expressão das crenças e sentimentos do entrevistado, e do quadro de referência dentro do qual essas crenças e sentimentos assumem um significado pessoal” (Selltiz, Wrightsman e Cook, 1987, p. 43), ou seja, o entrevistado fica livre para expressar seus relatos e opiniões sobre determinado assunto, os quais serão registrados os comentários que dão a impressão de maior significação para o informante.

Na entrevista semiestruturada ou semiaberta (Vergara, 2012), o interlocutor vale-se de uma lista de tópicos ou aspectos derivados do qual o informante está envolvido, ou mesmo cuja percepção e interpretação orientam o acesso a outras fontes (Yin, 2005). As questões devem manter certa relação entre o tema, e o entrevistado se expressa espontaneamente sobre os pontos elencados, no qual as suas respostas são consideradas como válidas pelo pesquisador. Goode e Hatt (1979) sugerem que se aplique um roteiro de entrevista, detentor de algumas informações sobre o entrevistado, com questões que permitam adaptações, inclusões e busca por explicações quando as repostas não forem suficientes ou adequadas.

Designa-se de entrevista estruturada, fechada ou formal quando se desenvolve com o apoio de uma relação de questões predeterminadas e invariáveis quanto à ordem e a redação para todos (Selltiz, Wrightsman e Cook, 1987; Gil, 2010; Yin, 2005). Para Goode e Hatt (1979), trata-se de buscar superar, pela padronização, a variedade de respostas obtidas nas entrevistas não estruturadas, permitindo que sejam feitos estudos comparativos entre grupos e subgrupos.

É possível que a entrevista seja realizada a um grupo específico, chamada de grupo focal (Gil, 2010; Vergara 2005; Vergara 2012). Sua utilização de maneira exploratória permite a compreensão de um problema, a partir da formulação de hipóteses, ou identificados subsídios para a criação de instrumentos de coleta de dados. As reuniões com duração de 2 a 3 horas são conduzidas por um moderador (que pode ser o pesquisador) contando com um número de 6 a 12 participantes que devem apresentar certa homogeneidade. Estes interagem a partir de uma pergunta genérica que aos poucos será aprofundada pelo moderador até que o tratamento do assunto específico seja esgotado (Vergara, 2005).

Os documentos, escritos ou não, também são importantes fontes de dados quando seu teor e conteúdo servem para a identificação, verificação e apreciação de uma análise científica. Sua utilização é indicada para responder a um problema de pesquisa, aprofundar o conhecimento sobre um problema, orientar a formulação de hipóteses ou corroborar a evidência oriunda de outra fonte (Yin, 2005; Gil, 2010).

A origem dos documentos coletados pode ser de primeira mão ou fonte primária, quando, de ordem pública ou privada, ainda não recebeu nenhum tratamento analítico. Incluem-se cartas, escritos ou diários pessoais, documentos oficiais como memorandos, ofícios, boletins, leis, publicações e textos oficiais, fotografias, gravações, formulários, fichas, atas, entre outros.

De outra forma, chama-se documento de segunda mão ou fonte secundária, quando de alguma forma já foi reunido ou organizado, tais como jornais, documentários, relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas, estatísticas, etc. Neste caso, o dado “bruto” já foi compilado e, consequentemente, o pesquisador é usuário secundário apropriando-se da informação gerada a partir dos dados primários (Moreira, 2010; Eco, 2004). É preciso relativizar a dimensão do que se considera “primeira” ou “segunda” mão. Eco (2004) apresenta vários exemplos da aplicação desta dimensão, que depende da relação entre o objeto de estudo e a originalidade dos dados coletados.

A observação enquanto instrumento de coleta de dados é utilizada nas ciências sociais para estudar o comportamento do fenômeno nas condições ambientais e circunstâncias espontâneas de sua ocorrência, com a finalidade de extrair situações que possam ser válidos como resultados de pesquisa (Selltiz, Wrightsman e Cook, 1987; Yin, 2005). Sua utilização, explica-nos Vergara (2012), se volta para a percepção e registro de eventos, condições físicas e comportamentos não verbais e linguísticos, possibilitando realizar a descrição de tais circunstancias.

Existem três possibilidades predominantes de observação em pesquisas sociais. A primeira pode ser chamada de observação simples ou não estruturada (Gil, 2010; Goode & Hatt, 1979; Vergara, 2012) que ocorre quando não há uma padronização das técnicas de registro da observação. O registro dos acontecimentos ocorre de maneira não planificada e espontânea, alinhada a um caráter exploratório que sirva de base para observações estruturadas futuramente.

A segunda possibilidade é a observação sistemática, direta ou estruturada (Selltiz, Wrightsman e Cook, 1987; Yin, 2005; Vergara, 2012), que pode ocorrer no campo ou no laboratório. Pela sua proposta de controle, é requerido que se defina o conjunto de comportamento a ser observado, o momento adequado e a forma de registro dos dados obtidos, tais como protocolos, formulários, checklist, vídeo, fotografia, entre outros. Percebe-se que, em se tratando de observação sistemática, a definição de o que, quando e como observar deve ser precisa, explícita e limitada, para que as garantias procedimentais sejam válidas metodologicamente.

A observação participante corresponde a uma terceira modalidade, na qual a pessoa ou grupo é estudado no ambiente em que o fenômeno se desenvolve naturalmente. Em geral, sem o registro sistematizado de informação, vale-se mais do processo de interação. O pesquisador assume o papel de membro do grupo em análise, mantendo-se anônimo ou não. Assim, busca garantir informações mais próximas da realidade, em formatos variados, através de comportamentos fiéis e inseridas num contexto do qual adquirem seu significado (Selltiz, Wrightsman e Cook, 1987; Yin, 2005; Goode e Hatt, 1979).

O exposto não encerra as possibilidades de instrumentos de pesquisa que a abordagem qualitativa apresenta, contudo buscou-se revelar os mais usuais das produções ora analisadas. Igualmente reconhece-se que a ampliação e o uso adequado de um conjunto de técnicas, e suas possíveis combinações, pode colaborar com a supressão das dificuldades de teor metodológico neste campo de estudos.

METODOLOGIA

A partir do objetivo proposto, este estudo apresenta uma abordagem exploratória- descritiva (Severino, 2007), pois, procura captar informações sobre o uso de instrumentos de coleta de dados nas pesquisas em turismo, conduzindo a uma aproximação atenta, porém inicial sobre o assunto, valendo-se da observação, do registro, da análise e da interpretação das mesmas.

A pesquisa documental, realizada de julho a outubro de 2016, foi baseada na análise do conteúdo das dissertações de mestrado do programa de pós-graduação da UFRN, defendidas entre os anos de 2010 e 2015, selecionadas mediante consulta ao acervo físico e digital da Universidade. Dois fatores foram fundamentais na escolha da Instituição para desenvolvimento desse estudo. Um de ordem prática, relacionada à conveniência do acesso aos autores das dissertações para sanar possíveis dúvidas no transcurso da pesquisa; o outro, de ordem metodológica, ligada a oportunidade de avaliar uma tendência dos estudos até então apresentados no programa.

O universo da pesquisa correspondeu a toda produção stricto sensu do programa. Das 76 dissertações finalizadas desde o primeiro ano de funcionamento, em 2010, até o ano de 2015, foram analisadas as 70 produções disponíveis no acervo Institucional. A amostra foi restrita às dissertações de mestrado, uma vez que no período de coleta dos dados ainda não haviam teses de doutorado concluídas. Ressalta-se que 06 dissertações foram excluídas da análise por terem sido defendidas no mesmo período da análise e não puderam ser consultadas no acervo digital e físico da UFRN. Considera-se, assim, a amostra significativa para fins metodológicos, não acarretando prejuízos quanto a relevância dos dados coletados, nem ao rigor científico da análise.

A aplicação da análise de conteúdo (Bardin, 2009) das dissertações ocorreu através da categorização de elementos textuais que evidenciassem a escolha pela abordagem de pesquisa qualitativa e seus respectivos instrumentos de coleta de dados. A partir desse conjunto de categorias foi possível inferir sobre as opções metodológicas dos pesquisadores. Priorizou-se, portanto, enquanto categorias, a análise da abordagem empregada no estudo, o tipo de instrumento de coleta de dados e suas respectivas subdivisões.

Apesar de alguns resultados serem apresentados através de gráficos e tabelas, considera-se como prioritário o processo de interpretação. O recurso descritivo revela, a partir da intensidade do uso de determinados instrumentos de coleta, meios para a compreensão do significado destes instrumentos no processo de produção científica em turismo.

Uma vez selecionada a amostra e definidas as fontes de pesquisa, pode-se considerar que a pesquisa passou pelas seguintes etapas:

A coleta de dados em pesquisas com enfoque quantitativo pode ocorrer

Figura 1:
Fluxograma dos procedimentos de pesquisa
Dados da Pesquisa (2016)

ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS EM PESQUISAS DE TURISMO: USOS E ESPECIFICIDADES

Através da análise das produções disponíveis para investigação, buscou-se verificar inicialmente qual a abordagem utilizada definindo-se entre três possibilidades: qualitativa, quantitativa e quali-quantitativa. Posteriormente, reconhecendo os limites traçados no objetivo deste estudo, os esforços foram concentrados na identificação dos procedimentos de coleta de dados utilizados somente nas pesquisas que se declararam qualitativas e quali-quantitativas.

Tabela 1

Tipos de abordagem de análise empregada nas pesquisas do PPGTUR/UFRN (2010-2015).

Abordagem de análise da pesquisa Quantidade %
Quantitativa 15 21,42
Qualitativa 42 60
Quali-Quanti 13 18,57
Total 70 100

Dados da pesquisa (2016)

Percebe-se uma ampla inclinação na utilização da abordagem qualitativa nas pesquisas desenvolvidas através do Programa de Pós-graduação em Turismo da UFRN (Tabela 1). Quando considerado o conjunto de produções com abordagem qualitativa somado ao de abordagens quali-quantitativas, obteve-se um percentual superior a 78%. Dencker (1998) alerta que o tratamento e a coleta dos dados estão ligados com o tipo de abordagem presente na pesquisa, o que torna esta informação importante, pois a opção de análise é um definidor do (s) instrumento (s) de coleta de dados mais apropriado a ser empregado. A preferência pela abordagem qualitativa conduz as pesquisas à utilização de instrumentos que não privilegiam informações numéricas, mas sim, como sugere Gil (2010) à eleição de instrumentos que evidenciam o significado ou a profundidade das informações para certos fenômenos.

Por outro lado, a presença de 13 (18,57%) pesquisas de natureza quali-quantitativa ratifica o entendimento de que as abordagens de análise são mais complementares do que opostas. Em geral, uma precede a outra na busca completa de explicações que, para Veal (2011), conduz as pesquisas para um patamar superior de relevância.

No Gráfico 1 apresentam-se os instrumentos de coleta de dados utilizados pelos pesquisadores. Foram considerados a partir dos objetivos traçados, somente aquelas produções que apresentaram o uso das abordagens qualitativas e quali-quantitativas.

A coleta de dados em pesquisas com enfoque quantitativo pode ocorrer

Gráfico 1
Instrumentos de coleta de dados empregada nas pesquisas do PPGTUR/UFRN (2010-2015)
Dados da pesquisa (2016)

Os dados revelam a importância atribuída à entrevista para a apreensão das opiniões, conhecimento e percepção de atores sociais diversos no âmbito das pesquisas sociais. Verifica-se que 47 (67,14%) das pesquisas recorreram a este instrumento para obter os dados necessários. Tendo como característica básica a interação social para a captação de informações de interesse, as entrevistas assumem, também nas pesquisas em turismo, a relevância e adequação já verificada nas pesquisas sociais (Goode e Hatt, 1979; Vergara, 2012). Em número de 34 (48%) e 29 (41,42%) revela-se, respectivamente, a utilização de documentos e da observação como instrumentos para a coleta dos dados dos trabalhos analisados.

Quando somados os números dos recursos de coleta de dados utilizados, obtém-se número superior à quantidade de pesquisas analisadas (70 trabalhos). Este fato ocorre pela utilização combinada dos instrumentos. Considerando que os instrumentos apresentam especificidades quanto a sua efetividade, recomenda-se que se opte pela pertinente complementaridade dos meios de coleta de dados e evidências (Yin, 2005; Goode e Hatt, 1979).

Conforme apresentado no Gráfico 2, 22 pesquisas (40%) combinaram três formas de instrumentos de coleta de dados (entrevistas, observação e documentação). Das demais produções analisadas, 20 (36%) se valeram de dois instrumentos para a obtenção de dados, combinando as possibilidades de observação-entrevista, entrevistas-documentos e documentos-observação. Apenas 8 (15%) se apoiaram em um único instrumento de coleta. Houve a ocorrência de 5 trabalhos (9%) que utilizaram instrumentos de coleta de dados próprios de abordagem quantitativa (survey, testes) que não fazem parte do escopo de análise desta pesquisa.

A coleta de dados em pesquisas com enfoque quantitativo pode ocorrer

Gráfico 2
Combinação de instrumentos de coleta de dados empregada nas pesquisas de mestrado do PPGTUR/UFRN (2010-2015)
Dados da pesquisa (2016)

O que se apreende é que a escolha e a adequação de um ou mais instrumentos de coleta está relacionada ao objeto de estudo. Em sua maioria, não foi suficiente a utilização de apenas um, recorrendo, o pesquisador, a dois ou mais instrumentos para busca de respostas para seu problema de pesquisa.

Os instrumentos de coleta apresentam especificidades próprias. Debruçando-se sobre as características de cada um, verificou-se como se deu a utilização dos mesmos, cujos resultados são analisados na Tabela 2, 3 e 4.

Tabela 2

Tipos de entrevistas utilizadas nas pesquisas do PPGTUR/UFRN (2010-2015).

Tipologia de entrevistas Quantidade
Estruturada 10
Semiestruturada 44
Não-estruturada 5
Focal 1
Total 60

Dados da pesquisa (2016).

Para as entrevistas, quatro tipos de aplicação foram identificados. Como observado na Tabela 2, também houve a ocorrência de combinações entre os tipos (estruturada, semiestruturada, não-estruturada e focal). Como as aplicações foram feitas a diferentes atores sociais coube, portanto, a utilização de um ou mais tipos específicos de entrevista, gerando as combinações. De forma combinada ou isoladamente, há considerável predomínio das entrevistas semiestruturadas. Das 55 pesquisas qualitativas e quali-quantitativas, 44 utilizaram este tipo de entrevista.

A preferência pelas entrevistas semiestruturadas indicam a amplitude de sua utilização na obtenção de informação sobre os mais diversos aspectos da vida social. Para Selltiz, Wrightsman e Cook (1987) este tipo possibilita a obtenção de dados com maior cobertura e complexidade quando comparado a outros, seja pela profundidade que a questão pode carregar, seja pela capacidade de superar o possível desinteresse ou dificuldade de resposta dos entrevistados. Pela forma de aplicação e pela flexibilidade na interação, torna-se possível corrigir erros de interpretação por parte dos informantes, eliminando respostas equivocadas e, consequentemente, conduzir a obtenção de dados mais fidedignos.

Destaca-se a pouca utilização das entrevistas em grupo (ou grupo focal). Apesar das vantagens no uso das entrevistas grupais (pelo intenso fluxo de informações e economia de tempo) quando comparado às entrevistas individuais (Vergara, 2012), somente 1 (uma) pesquisa utilizou este recurso, o que indica pouca preferência pelo uso deste formato entre os pesquisadores do programa de pós-graduação (PPGTUR-UFRN).

A presença de entrevista estruturada foi marcante em pesquisas quali-quantitativas, sinalizando uma tendência quanto a sua aplicação. Este fato está relacionado à composição das questões, que são marcadas por uma relação fixa de respostas, aproximando-se de um formulário, apresentando alto nível de rigidez. (Yin, 2005; Gil, 2010).

O uso de documentos representa importante recurso para as produções em turismo analisadas. A Tabela 3 expõe os tipos de documentos utilizados, onde se verifica o uso combinado das diversas possibilidades. Desta forma, a soma do uso dos tipos de documentos utilizados (38) foi superior a quantidade total de trabalhos com emprego de fonte documental (34). Os dados documentais foram diversos, desde registros estatísticos à documentos públicos obtidos em instituições governamentais e não governamentais, cujas decisões e ações afetam os rumos da atividade turística de municípios e estados da federação.

Tabela 3

Tipos de documentos utilizados nas pesquisas do PPGTUR/UFRN (2010-2015)

Tipologia de documentos Quantidade
Primeira mão 14
Segunda mão 24
Total 38

Dados da pesquisa (2016)

Procurou-se diferenciar documentos de primeira mão e documentos de segunda mão. Apoiado em Moreira (2010) e Eco, (2004), consideraram-se documentos de primeira mão aqueles cujo conteúdo não era proveniente de qualquer análise ou processo de compilação, mas sim, configuravam-se como resultado ou ato orientado de uma decisão, de deliberações ou de resultado de discussões em reuniões, tais como memorandos, ofícios, atas e registros cartoriais, bem como o conjunto de imagens em diversos formatos, resgatados de arquivos pessoais. Por outro lado, consideram-se documentos de segunda mão aqueles que, de alguma forma, são produtos de uma organização ou reflexão, tais como periódicos, documentários, relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, fontes estatísticas censitárias, estudos institucionais, entre outros.

Observou-se uma preferência pela utilização dos documentos de segunda mão (24 trabalhos) frente à utilização de dados de primeira mão (14 trabalhos). Fontes de segunda mão são menos onerosos aos pesquisadores, pois dispensam o contato do pesquisador com os sujeitos da pesquisa através da consulta remota de informações já processadas. A disponibilidade virtual e regular de dados elaborados por instituições de caráter público reduz consideravelmente os custos de acesso e reprodução dos mesmos (Selltiz, Wrightsman e Cook, 1987). Por outro lado, enquanto um recurso complementar à entrevista ou à observação, as fontes de segunda mão auxiliam na verificação das hipóteses desenvolvidas com informações obtidas via outro instrumento, sendo, portanto, suficientes ao pesquisador.

A observação corresponde a uma terceira preferência de instrumento para obtenção de dados nas pesquisas desenvolvidas no PPGTUR. Os resultados desta análise encontram-se na Tabela 4. A observação perpassa por todos os momentos da pesquisa, porém é no momento de coleta de dados que ganha sua condição mais importante no processo (Gil, 2010). Poucas pesquisas utilizaram a observação como recurso. Dentre as 55 produções com abordagens qualitativas, somente 29 declararam o uso da observação como instrumento de coleta de dados.

A principal vantagem da observação é a possibilidade de verificação do fenômeno de forma direta pelo pesquisador. A não interferência de intermediários para a obtenção de dados permite reduzir a subjetividade sobre o objeto da investigação. No entanto, os dados sinalizam pouca utilização deste recurso ou não são evidenciados na descrição dos procedimentos metodológicos nas dissertações.

Tabela 4

Tipos de entrevistas utilizados nas pesquisas do PPGTUR/UFRN (2010-2015)

Tipologia de observação Quantidade
Observação Participante 8
Observação Não estruturada 14
Observação Estruturada 7
Total 29

Dados da pesquisa (2016).

Dentre as 29 pesquisas que utilizaram a observação como instrumento de coleta de dados, 14 (48,27%) optaram pela observação não estruturada. Se por um lado, a observação pode identificar comportamentos e relações empíricas até então desconhecidas sobre o objeto de estudo, por outro, é fundamental que, enquanto procedimento científico, atenda a um objetivo de pesquisa, sendo direcionada e planejada para manter o controle sobre sua validade e precisão. O predomínio desta tipologia sugere que a observação, na maioria das pesquisas, é utilizada como complemento a outros instrumentos de coleta, assumindo, nestas circunstâncias papel secundário.

Os trabalhos que utilizaram a observação participante e a observação estruturada, 8 e 7 dissertações respectivamente, demonstraram-se mais criteriosos na realização da coleta de dados.

A observação estruturada busca evitar a subjetividade presente no olhar do observador, pois está apoiada num modelo de referência, para que as impressões sejam refinadas, e relacionada a diferentes interpretações dadas ao mesmo fato observado.

Por fim, a observação participante corresponde a mais uma possibilidade de coleta de dados nas pesquisas em turismo. A crítica sobre a utilização deste recurso relaciona-se à presença declarada do pesquisador. Acredita-se que este fato pode gerar alguma alteração no comportamento do ator observado levando-o a agir de forma diferente, ou a assumir uma postura “desejável”, ou à supressão de posturas “negativas” e, nestas condições, o procedimento perderia parte de sua capacidade de absorção da realidade (Gil, 2010; Selltiz, Wrightsman e Cook, 1987; Goode e Hatt, 1979). Porém, sua utilização tem crescido no âmbito das pesquisas em turismo (PPGTUR – UFRN), sendo mais frequente em relação a utilização da observação estruturada. Este fato evidencia o reconhecimento da importância sobre a imersão do pesquisador no grupo, comunidade ou situação analisada, que proporciona uma maior aproximação com o objeto de pesquisa, quando comparado à observação simples ou estruturada. Diferentemente dos outros instrumentos é possível verificar na Tabela 4 que não houve combinações dos tipos de observação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O avanço das produções científicas qualificadas e validadas de pesquisa em turismo, no Brasil, passa a requerer a perspectiva da meta-análises, o estudo da própria pesquisa na busca de aprofundar-se cada vez mais. Nesse sentido, enquadra-se este estudo, uma vez que aponta a questão instrumental, seu uso, incidência e aplicabilidade como recurso importante para a construção do conhecimento.

Os usos de instrumentos de coleta de dados aplicados nas produções acadêmicas de Pós-Graduação em Turismo (PPGTUR –UFRN), entre 2010 e 2015, apontam uma tendência na escolha de abordagens qualitativas em relação às abordagens quantitativas de análise; demonstrando, ainda, a presença das duas abordagens de forma combinada, porém em menor proporção.

Acredita-se que este fato se relaciona ao caráter fenomenológico do turismo e a influência das ciências, como a Sociologia, a Geografia, a Antropologia e, posteriormente a Administração, que possibilitam esta importante flexibilização metodológica. No entanto, ressalta-se que a investigação e aplicação de novas técnicas e métodos de pesquisas são importantes para a evolução do campo de conhecimento em turismo.

Nas pesquisas qualitativas, verificou-se que o principal instrumento utilizado foram as entrevistas, preferencialmente do tipo semiestruturada, combinadas a outros modelos quando em pesquisas quanti-qualitativas.

No uso das fontes documentais, houve a predileção por dados de segunda mão, ou seja, informações anteriormente sistematizadas. No tocante ao uso da observação como instrumento de pesquisa, identificou-se uma maior frequência em sua forma não estruturada.

A análise dessas produções aponta para um uso diversificado e combinado de instrumentos de coleta de dados. Estes se relacionam diretamente aos objetivos propostos pelos pesquisadores, fato que contribui para a maior consistência nas análises do turismo enquanto fenômeno social e para o desenvolvimento de suas teorias e campo epistemológico relacionado à realidade brasileira.

O estudo apresentou uma tendência na escolha de métodos de análises e utilização de algumas técnicas de coleta de dados nas pesquisas de turismo no PPGTUR da UFRN. Porém, sugere-se que para o aprofundamento desta análise, seria importante investigar as produções de outros programas stricto sensu desenvolvidos no país, bem como refletir sobre a adequação entre os instrumentos de coleta de dados, objetivos e métodos de pesquisas propostos pelos pesquisadores. Entende-se que os estudos qualitativos se fundamentam numa clara definição da postura epistemológica adotada, passando pela adequada eleição dos métodos, até os procedimentos de coleta e análise dos dados.

O desenvolvimento dos programas de pós-graduação e das respectivas pesquisas em turismo requer o emprego de opções metodológicas apropriadas às abordagens de análise, sejam elas quantitativas ou qualitativas. A análise dos caminhos metodológicos das produções científicas em turismo colabora para o desenvolvimento do olhar crítico sobre as produções acadêmicas e as discussões neste campo do conhecimento.

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Notas

[1] Dados obtidos na Plataforma Sucupira da Fundação CAPES, do Ministério da Educação. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/programa/quantitativos/quantitativoIes.jsf?areaAvaliacao=27&areaConhecimento=61300004. Acessado em 08 de setembro de 2017.

Quais são os métodos de coleta de dados quantitativos?

Os métodos de coleta de dados de pesquisa quantitativa, que tendem a confiar em amostras aleatórias, incluem: – Pesquisas com perguntas fechadas. – Ensaios clínicos ou experimentos. – Extração de dados de sistemas de informação e/ou computacionais.

O que é a coleta de dados quantitativos?

Métodos quantitativos usam ferramentas estatísticas, onde a intenção do pesquisador é contabilizar fatos e ocorrências, independente da razão por trás desses números. Esses métodos de coleta de dados são os mais indicados para previsões de longo prazo, pois são altamente confiáveis e minimamente subjetivos.

Como é feita a análise de dados na pesquisa quantitativa?

No método quantitativo, os dados são recolhidos a partir de questionários e formulários aplicados a um determinado grupo de pessoas. Com as informações reunidas é possível gerar gráficos e tabelas que, posteriormente, serão objeto de análise e interpretação para facilitar resultados, conclusões e estatísticas.

Como é a coleta de dados na pesquisa qualitativa?

A coleta de dados qualitativos é de natureza exploratória, implica análise e investigação aprofundada. Os métodos de coleta de dados qualitativos são focados principalmente na obtenção de ideias, raciocínio e motivações; para que seja algo mais aprofundado em termos de pesquisa.