A menina de malhaçao e doente mesmo

Logo no início da trama, a sinceridade e a falta de jeito de Benê (Daphne Bozaski), uma das "Five" de "Malhação - Viva a Diferença", já chama atenção. Mas o que ainda vai ser descoberto pela filha de Josefina (Aline Fanju), uma mulher empoderada e prática, é que ela não é somente uma jovem nerd desajeitada: a estudante tem a Síndrome de Asperger, considerada um autismo leve, segundo segundo a coluna "Telinha", do jornal "Extra".

Dificuldade social e obsessão por correr

Sinais do problema já são dados desde os primeiros capítulos da novela, em que a jovem demonstra sua dificuldade de se relacionar com as pessoas e a quase obsessão por correr todos os dias. Nos próximos capítulos, este interesse compulsivo vai ser levado também ao piano. A menina terá aulas com Guto (Bruno Gadiol) e descobrirá seu talento para música.

Ainda segundo a publicação, a sinopse da novela diz que "Benê é portadora da Síndrome de Asperger, pois sua dificuldade social se reflete no excesso de sinceridade, ou seja, fala na lata tudo que pensa, muitas vezes causando embaraço e mal estar nas pessoas." Os portadores desta síndrome em geral são muito inteligentes, mas têm um pensamento muito lógico e pouco emocional. Por isso, a dificuldade em se relacionar com outras pessoas.

'Sabe tudo na teoria', diz Daphne Bozaski

Em entrevista ao Purepeople, a intérprete da estudante comenta essa dificuldade social da personagem: "Ela é uma menina inteligente que sempre leu muitas coisas. Sabe tudo na teoria, mas na prática vai se embananando. A partir das novas amizades ela vai se conhecer e entender seus sentimentos".

Parto no metrô une as 'Five'

Por causa de seu jeito, Benê é uma adolescente solitária e não tem amigas, até conhecer as meninas do metrô no parto de Keyla (Gabriela Medvedovski), e formar o grupo das "Five". Nos próximos capítulos, a nova mamãe vai revelar às novas amigas que não sabe quem é o pai de seu filho.

(Por Clara Mayrink)

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SAMARA FELIPPO
No papel da garota com aids
Em Malhação, da Rede Globo, a atriz de 22 anos interpreta a primeira personagem de novela a contrair o vírus da aids numa relação sexual

Marcia Montojos

Uma pequena fã de Samara Felippo, que há tempos insistia em conhecer a atriz, desistiu da idéia no fim de novembro. Ficou assustada quando soube que Érica, a personagem de Samara em Malhação, a novela adolescente da Rede Globo, estava com o vírus da aids.

A atriz acha graça da situação e garante que a menina não foi a única a confundir ficção com realidade. Recentemente, flagrou um garoto apontando para sua casa, no Méier, subúrbio carioca. “É aqui que mora aquela menina que pegou aids”, comentou o menino.

Apesar das pequenas confusões, os números do Ibope demostram que o público aprovou a abordagem do assunto. O capítulo em que a personagem descobriu que era soropositiva rendeu ao programa 32 pontos de audiência, com picos de 37, a maior registrada durante o ano.

Aos 22 anos, a atriz desfruta do privilégio de interpretar, pela primeira vez numa novela brasileira, uma personagem que contrai o vírus HIV numa relação sexual. A última vez em que o tema foi abordado numa trama diária foi na novela Zazá, há três anos, quando a personagem de Adriana Londônio foi contagiada numa transfusão de sangue.

Em Malhação, Érica briga com o namorado e passa uma noite com outro rapaz, que lhe transmite a doença. “É uma forma inteligente de falar sobre a doença”, opina David Uip, médico infectologista. “É ótimo porque a novela alcança sobretudo os jovens”, diz José Serra, ministro da Saúde.

Na vida real, Samara já fez o teste do HIV, incluído numa bateria de outros exames de rotina prescritos por sua médica. Garante, porém, que não passou pela aflição da personagem. “Tinha certeza que daria negativo”, assegura.

O drama da jovem doente alavancou a audiência de Malhação e alterou a rotina da atriz. Desde então, Samara tem sido chamada para participar de talk-shows e chats para falar sobre o tema. “A desinformação é que faz da aids uma doença tão grave”, acredita ela.

Mesmo antes de saber que interpretaria uma soropositiva, ela se interessava pelo drama dos portadores do HIV. Há mais de um ano, ajuda financeiramente um grupo de crianças doentes. Léa, mãe da atriz, faz as visitas. Samara nunca teve contato direto com elas. Tampouco visitou hospitais para ajudar na composição da personagem. “Sou sensível demais”, justifica.

O autor de Malhação, Emanuel Jacobina, a dispensou de fazer esse trabalho de pesquisa. Achou desnecessário porque, na trama, a personagem não desenvolverá a doença. “A Samara está ótima no papel. Ela conseguiu manter a dignidade da Érica”, elogia Jacobina.

Há pouco mais de um ano no elenco de Malhação, Samara é contratada da emissora desde 1997, quando estreou no remake de Anjo Mau, dirigida por Carlos Manga. A atriz considera o diretor seu guru profissional. Por influência dele, surgiram as duas primeiras oportunidades de Samara na televisão.

Sem vislumbrar perspectivas de trabalho como atriz depois que terminou um curso de interpretação na Oficina de Atores da Globo, ela decidiu fazer vestibular para processamento de dados. Estava em casa estudando, quando o telefone tocou. Era da produção do programa Domingão do Faustão, na época dirigido por Manga, sondando se ela gostaria de participar do quadro “Estrela por um Dia”, em que duas atrizes novatas interpretavam a mesma personagem e o público de casa escolhia a melhor.

Ela titubeou. A vitória lhe garantia o cachê de R$ 300 e nada mais. “Fiquei com medo de pagar mico, mas era a oportunidade do Brasil inteiro me ver”, conta. Vencedora, ganhou a confiança do diretor, que a escalaria para Anjo Mau. Desde então, atuou também em Meu Bem Querer, em 1998, e Suave Veneno, no ano seguinte.

COLO DE MÃE Os três anos de profissão permitiram à atriz comprar um apartamento no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro. Com as chaves na mão, desistiu de morar sozinha. “Não há nada melhor que o cheiro do colo da minha mãe”, explica a atriz, que preferiu continuar morando com a família, numa casa no Méier, onde foi criada. “Cresci lavando louça, minha opção não tem nada a ver com mordomia, gosto mesmo é do carinho.”

No futuro, ela tem planos de comprar uma ampla casa, na Barra da Tijuca, e levar todos: a mãe, o pai, o publicitário Gladistone Santana, de 52 anos, e o irmão Tony, 25 anos, que é advogado. O namoro de quatro meses com o ator Roger Gobeth, o Touro, seu par em Malhação, terminou recentemente.

Por enquanto, Samara não tem pressa em encontrar um novo amor. O fato de continuar fazendo cenas românticas com o ex-namorado não a deixa constrangida. “Nossos beijos sempre foram técnicos”, diz.

Qual é o problema da bene de Malhação?

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