Ataques de ansiedade e pânico sintomas

Falta de ar, dores no peito, um medo imenso. Ter um ataque de pânico pode ser assustador e é igualmente incapacitante viver com a ideia de que pode repetir-se. Ricardo Coentre, psiquiatra do Hospital Lusíadas Lisboa, explica o que acontece e o que fazer para ultrapassar o problema.

O que são?

Os ataques de pânico são episódios espontâneos e súbitos de intenso medo que começam habitualmente de forma abrupta e que duram desde alguns minutos a uma hora. Trata-se de um sintoma que pode vir a revelar a presença de uma perturbação de pânico, essa sim considerada uma doença.

Sintomas

Durante um ataque de pânico, “além da ansiedade psicológica, as pessoas apresentam também sintomas físicos muito exuberantes como dor torácica ou gastrointestinal, ou dificuldade em respirar, e são frequentemente assoladas por pensamentos negativos, relacionados com a ideia de que algo de mal lhes vai acontecer, como ter uma doença física súbita má ou enlouquecer”, explica Ricardo Coentre, psiquiatra do Hospital Lusíadas Lisboa.

Causas e fatores de risco

“Os sintomas físicos dos ataques de pânico, especialmente sintomas cardiorrespiratórios e gastrintestinais, que por vezes predominam as manifestações clínicas dos doentes, são resultantes de uma hiperatividade do designado sistema nervoso autónomo”, explica o especialista.

Além disso, Ricardo Coentre lembra também que os ataques de pânico podem acontecer em comorbilidade com outras doenças. São fatores de risco para a perturbação de pânico:

  • Doenças psiquiátricas como depressão, ansiedade social, perturbação da ansiedade generalizada ou stresse pós-traumático; 
  • Doenças crónicas como asma, doença coronária cardíaca ou hipertensão.

Quando surgem os ataques de pânico

Perante um quadro de perturbação de pânico, as pessoas experienciam ataques de pânico recorrentes e, pelo menos alguns destes episódios, revelam-se inesperadamente e não têm qualquer fator desencadeante (trigger).

Pode passar-se um mês ou mais entre a ocorrência e, durante esse tempo, a pessoa é dominada pela preocupação sobre futuros ataques ou as suas consequências.

Muitas vezes, isso leva a alterações de comportamento relacionadas com os ataques anteriores: procuram evitar as circunstâncias ou as situações em que a possibilidade de escapar ou obter ajuda se tiverem um ataque de pânico é difícil.

Prevenção

Se é ou não possível evitar ataques de pânico “é uma questão complexa e cuja resposta não é linear”, começa por dizer o psiquiatra. No entanto, em alguns casos, “abrandar o ritmo” de vida pode trazer resultados. “Os ataques de pânico por vezes surgem em contexto de stresse de vida significativo, nomeadamente acontecimentos de vida significativos.

Assim, dentro do que é possível na vida de hoje, todas as formas de redução do stresse terão algum benefício como forma preventiva”, explica Ricardo Coentre.

O que fazer?

Após um diagnóstico de perturbação de pânico, o passo seguinte é determinar a gravidade e o impacto da sintomatologia na vida da pessoa.

“Nos casos de doença ligeira, com ataques muito esporádicos e pouco impacto na sua vida, as pessoas podem não ter tratamento específico além da educação em relação ao caráter psicológico dos sintomas, com progressiva redução dos ataques de pânico e ansiedade”, explica Ricardo Coentre.

Em todas as outras formas, com sintomas mais ou menos frequentes e com impacto na vida da pessoa, é aconselhável um plano específico de tratamento com fármacos e/ou psicoterapia.

Tratamento

As duas modalidades terapêuticas para tratamento da perturbação de pânico são a medicação, nomeadamente antidepressiva, e/ou psicoterapia nomeadamente cognitivo-comportamental. “Não é possível dizer qual o tratamento mais eficaz, por vezes depende da disponibilidade e preferência de cada doente”, explica o psiquiatra.

Em qualquer caso, há razões para encarar o problema com otimismo: “A perturbação de pânico é uma doença recorrente ou crónica para muitas pessoas, mas a grande maioria responde significativamente ao tratamento”, acrescenta.

Especialidades em foco neste artigo

O que é?

É um episódio súbito e intenso de medo que desencadeia um conjunto de reações físicas que podem simular um enfarte ou gerar uma sensação de morte iminente. Apesar de poderem ser muito assustadores, ocorrem na ausência de perigo real e sem causa aparente.

Na maioria dos casos, manifestam-se apenas um ou dois episódios ao longo da vida, nomeadamente em períodos de maior stress. Se se repetem, causando um constante receio de um novo ataque, estamos perante um pânico patológico.

Os ataques de pânico são comuns, afetando anualmente mais de um terço dos adultos. No entanto, as mulheres apresentam estes episódios duas a três vezes mais frequentemente do que os homens. Já o pânico patológico é mais raro e diagnostica-se em menos de 1% da população, geralmente no final da adolescência ou no início da idade adulta. Embora afetem a qualidade de vida de modo significativo, é possível tratá-los eficazmente.

Sintomas

Os ataques de pânico começam subitamente, sem aviso e podem ocorrer em qualquer momento, como a passear, a conduzir, a dormir ou durante uma reunião. Embora variem muito na sua apresentação, os sintomas habitualmente atingem o seu máximo após 10 minutos e, no final, ocorre uma sensação de grande fadiga. 

Os sinais mais comuns são:

  • Sensação de um perigo iminente
  • Medo de perder o controlo ou de morrer
  • Aumento da frequência cardíaca
  • Transpiração
  • Tremores
  • Respiração acelerada e difícil
  • Calafrios
  • Afrontamentos
  • Náuseas
  • Dores abdominais ou torácicas
  • Cefaleias
  • Tonturas
  • Sensação de desmaio
  • Dificuldade em engolir

Um dos aspetos mais difíceis dos ataques de pânico é o medo intenso de que estes se repitam, levando o paciente a evitar situações em que estes possam ocorrer ou mesmo evitando sair de casa (agorafobia) porque, para o doente, nenhum lugar parece seguro.

Sem tratamento, os ataques de pânico acabam por afetar todos os aspetos da vida, seja pessoal ou profissional, e podem levar ao desenvolvimento de várias formas de fobia, afastamento da vida social, problemas no trabalho ou na escola, depressão, tendências suicidas, abuso de álcool ou de drogas e problemas financeiros.

Causas

As suas causas não são bem conhecidas mas pensa-se que a genética, a presença de stress intenso, o temperamento individual e a alteração no funcionamento de algumas zonas do cérebro podem ser relevantes.

Existem fatores de risco acrescidos para a ocorrência de ataques de pânico, como a morte ou doença grave de alguém próximo, alterações importantes na vida, antecedentes de abuso físico ou sexual na infância ou história de um evento traumático, como um acidente ou um assalto.

Diagnóstico

Para os diagnosticar é importante excluir doenças orgânicas que possam causar sintomas semelhantes, como as doenças cardiovasculares ou da tiroide. É sempre importante realizar um exame médico completo, onde a avaliação psicológica é um elemento essencial, existindo critérios de diagnóstico bem definidos para o pânico patológico.

Tratamento

O seu tratamento passa essencialmente pela psicoterapia e pelo recurso a medicamentos que reduzem os sintomas e a depressão geralmente associada a este quadro clínico. Assim, o objetivo é eliminar as suas manifestações, permitindo ao paciente retomar todas as suas atividades diárias.

Prevenção

Não existe um método seguro para evitar os ataques de pânico. Como tal, as melhores recomendações são recorrer ao tratamento o mais cedo possível, manter o plano terapêutico de modo a prevenir as recaídas e manter uma atividade física regular, que pode ter um papel protetor em relação à ansiedade.

Como saber se estou tendo crise de pânico ou ansiedade?

A diferença entre ansiedade e síndrome do pânico está na intensidade dos sintomas e na imprevisibilidade de sua ocorrência. Enquanto a ansiedade tem causas mais lógicas e concretas, como um desafio a ser enfrentado ou uma situação delicada que está para ocorrer, a crise de pânico não tem hora nem motivo para começar.

Como saber se é ataque de pânico?

O sujeito sente-se aterrorizado e sobrecarregado, mesmo que não esteja em perigo. Assim, trata-se de um início abrupto de medo ou desconforto intenso que atinge o pico em poucos minutos. Um ataque geralmente passa em 5-10 minutos, mas pode durar horas. Pode parecer que você está tendo um ataque cardíaco ou um derrame.

O que uma pessoa sente quando está com crise de ansiedade?

Alguns sintomas mais comuns de crises de ansiedade são:.
palpitação ou desconforto no peito;.
aceleração da pulsação e respiração;.
sensação de falta de ar,.
sufocamento ou desmaio;.
tremores;.
formigamentos;.
náuseas;.

Quais são os piores sintomas da ansiedade?

14 sintomas que indicam problemas de ansiedade.
Preocupação excessiva. ... .
Insônia. ... .
Ganho ou perda de peso muito acentuados. ... .
Evitar determinadas situações. ... .
Memória e concentração prejudicadas. ... .
Crises de pânico. ... .
Coração acelerado (taquicardia) ... .
Falta de ar..