Como é o acesso à internet no Brasil?


23 de março de 2022 - 11h20

Como é o acesso à internet no Brasil?

Apenas 29% dos brasileiros são considerados plenamente conectados (Crédito: SFIO/CRACHO/shutterstock)

Automação, trabalho e ensino remoto e geração excessiva de dados estão entre as tendências — já atuais — para o futuro no que envolve a tecnologia. Mesmo que pareçam já vivas na sociedade, tais questões ainda esbarram em obstáculos, como o da desigualdade, impedindo o desenvolvimento humano e profissional de determinados grupos. O estudo “O abismo digital”, da  PwC Brasil em parceria com o Instituto Locomotiva, buscou mapear o acesso à internet no Brasil e estabelecer relações entre conectividade e desigualdade socioeconômica. 

O levantamento identificou que 81% da população com 10 anos ou mais usam a internet. Contudo, apenas 20% do contingente têm acesso de qualidade à rede. Além disso, apenas um terço da população pode ser considerada plenamente conectada. O destaque vai para o maior índice, que atinge quase a totalidade, de brancos nas classes A e B. Já negros, pertencentes às classes C, D e E (as duas últimas com apenas 8% dos internautas plenamente conectados), ficam sem acesso à conexão quase metade do mês. O número de indivíduos desconectados no País chega a 60%. 

Buscando entender e segmentar o acesso, a pesquisa estabeleceu quatro perfis de usuários brasileiros, baseados na experiência de internautas no uso de dados. Os plenamente conectados — quase 50 milhões, representando 29% da população — estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste, contam com celular pós-pago, são escolarizados e têm acesso a notebooks e dados para utilizar  internet por um período de 29 dias. Enquanto isso, os parcialmente conectados (26% dos brasileiros, um total de 44,8 milhões) são do Sudeste, menos escolarizados, predominantemente negros e pertencentes às classe C, D e E, com um acesso médio de 25 dias por mês. 

As regiões Norte e Nordeste contam com a predominância de 41,8 milhões de usuários (25%), que são menos escolarizados, das classes D e E e também negros, na maioria. Neste caso, o período médio do último mês em que essas pessoas tiveram dados disponíveis para acessar a internet foi de 19 dias. Os desconectados reúnem um grupo de 33,9 milhões de pessoas (20%), de homens não alfabetizados, das classes C, D e E e idosos.  

Entre os motivos que levam à desigualdade de acessos estão as deficiências da infraestrutura de conexão. O relatório chama a atenção para a questão coletiva, em que quanto menor a disponibilidade de antenas comparado a demanda, menor a velocidade de conexão. Além disso, quanto menor a renda, pior o sinal. O estudo indica que 13,5 milhões de domicílios têm conexão de banda larga móvel via modem ou chip, que é mais lenta para acessar a internet, dos quais 69% tem conexão por cabo e/ou fibra óptica e 22% via modem ou chip. 9% dizem não saber o tipo de conexão utilizam. 

O valor também tem impacto significante no que diz respeito ao acesso: 68% dos lares que não utilizam a internet indicam que o alto preço dos serviços é um dos motivos para não os contratar. O Brasil ocupa a 48ª posição entre 210 países no que diz respeito ao custo de acesso. Já quando se fala de tarifa pós-paga de celular, o País se encontra na  91ª posição. 

Neste sentido, é importante ressaltar que 99% dos brasileiros têm smartphones para acessar a internet — o que impede a acessibilidade a hardwares. Apesar disso, 58% têm o celular como único aparelho para a conectividade. Já o computador, entre notebooks e desktops, é utilizado por 42% da população.  

Escancarado pela pandemia, a desigualdade de acesso foi vista também no ensino — sobretudo entre público e privado. Segundo a pesquisa TIC Educação 2020, cerca de 6 milhões de estudantes (da pré-escola à pós-graduação) não conseguem fazer aulas remotas por falta de acesso à internet em casa, salientando que a maior parte se encontra no ensino fundamental público. A PwC/Locomotiva ressaltou que, antes da crise, apenas 1 em cada 5 escolas das redes pública e privada investia em tecnologia para ensino, o que tornou mais difícil a adaptação às aulas remotas. 

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Noventa por cento das residências brasileiras tinham acesso à internet em 2021, alta de 6 pontos percentuais ante 2019, sendo que na área rural houve uma forte expansão de conexão, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

A internet chegava a 90,0% dos domicílios do país em 2021, segundo a pesquisa Módulo de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), contra 84% em 2019. Não houve a realização do levantamento em 2020 devido à pandemia da Covid-19.

Na área rural, o acesso dos domicílios à internet saltou de 57,8% para 74,7% no período, enquanto na área urbana subiu de 88,1% para 92,3%.

Relacionadas

No ano passado, o celular era o principal dispositivo de acesso à internet em casa, sendo utilizado em 99,5% dos domicílios com conexão, frente 44,4% via TV e apenas 42,2% através do computador — foi a primeira vez que a TV ultrapassou o computador.

Em 2021, também pela primeira vez, mais da metade das pessoas com 60 anos ou mais acessaram à internet, chegando a 57,5% — ante 44,8% em 2019.

Além disso, a banda larga fixa superou a banda larga móvel no domicílios em 2021, revertendo uma tendência dos últimos anos.

"2021 foi um ano de pandemia e é possível que houve influência do afastamento social na utilização da internet com banda fixa. Em todas as regiões houve aumento da banda larga fixa e queda da banda larga móvel", disse Flávia Vinhaes, analista do IBGE.

A pesquisa ainda mostrou que o uso da internet móvel para chamadas de voz ou vídeo (95,7%) ultrapassou o das mensagens de texto, voz ou imagens em aplicativos diferentes de e-mail (94,9%), finalidade mais frequente até 2019 (95,8%).

(Por Rodrigo Viga Gaier)

Como é o acesso da internet no Brasil?

Internet chega a 90,0% dos domicílios do país em 2021, com alta de 6 pontos percentuais (p.p.) frente a 2019, quando 84,0% dos domicílios tinham acesso à grande rede. Na área rural, a proporção de domicílios com internet foi de 57,8% para 74,7%, entre 2019 e 2021, enquanto na área urbana, ela subiu de 88,1% para 92,3%.

Por que as pessoas não têm acesso à internet no Brasil?

Os dois motivos mais mencionados para a exclusão digital foram não saber usar a internet (42,2%) e falta de interesse (27,7%). Já 20% apontaram motivos financeiros para a falta de acesso (14,0% disseram que o acesso à rede era caro e 6,2%, que o equipamento eletrônico necessário era caro).

Como se dá o acesso à internet?

Atualmente existem várias formas de se conectar à Internet, mas vamos abordar as duas formas mais utilizadas: acesso discado e ADSL..
Conexão Física. ... .
Conexão Lógica. ... .
Aplicativos..

Qual é o meio mais utilizado pelos brasileiros para acessar a internet?

O telefone celular segue como principal equipamento para acesso à internet no Brasil.