Como era as manifestações Segundo a música Para não dizer que não falei das flores?

Além de ter um significado histórico para muitos brasileiros, a música “Para não dizer que eu não falei das flores” do compositor Geraldo Vandré também deixou sua marca na vida de Almino Afonso quando estava no exílio no Chile.

Pai do músico Sérgio Britto, dos Titãs, e ex-ministro do Trabalho, associa a canção ao momento em que acolheu o compositor Geraldo Vandré na sua casa em Santiago, no Chile.

A letra de “Para não dizer que eu não falei das flores” transmitia esperança e incentivava os brasileiros a se mobilizarem contra a ditadura. A música acabou tornado-se um hino de resistência do movimento civil e estudantil no país e foi censurada e proibida pelos militares.

Confira um trecho da música interpretada por Sérgio Britto no primeiro episódio do Exílio e Canções:

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Geraldo Vandré

Entre tantas músicas, que de uma forma ou de outra nos conta os longos 20 anos de ditadura, existe uma em especial: “Prá não dizer que não falei das flores”, também conhecida como “Caminhando”. Esta música foi composta em 1968 por Geraldo Vandré, um homem paraibano, que depois de 1968 sumiu e ficou durante anos em silêncio, mas que deixou como herança para as novas gerações, uma composição que por muitos é considerada um hino contra a ditadura. Alguns ainda dizem que é a Marselhesa brasileira. Marselhesa foi um canto de guerra revolucionário que acompanhava a maior parte das manifestações francesas, e em 1975 tornou-se hino nacional da França.

A música de Vandré tem grande importância na história político-social do Brasil e suas contribuições para a transformação da sociedade brasileira perduram até os dias atuais. A letra de uma música traz consigo pensamentos de uma época, ideologias e características da cultura de um povo e, como um texto, é formada por elementos pragmáticos que trazem informatividade e a situacionalidade de sua composição.

Ela participou do III Festival Internacional da Canção e ficou em segundo lugar (ouça adiante!). Depois disso, teve sua execução proibida durante anos, pela ditadura militar brasileira. A composição se tornou um hino de resistência do movimento civil e estudantil que fazia oposição à ditadura militar durante os governo militar, e foi censurada. O Refrão “Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, / Não espera acontecer” foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores.

Ainda em 1968, com o AI-5, Geraldo Vandré foi obrigado a exilar-se. Depois de passar dias escondido na fazenda da viúva de Guimarães Rosa, morto no ano anterior, o compositor partiu para o Chile e, de lá, para a França.

Geraldo Vandré voltou ao Brasil em 1973 e até hoje, vive em São Paulo e compõe. Muitos, porém, acreditam que ele tenha enlouquecido por causa de supostas torturas que teria sofrido. Dizem que uma das agressões físicas que sofreu foi ter os testículos extirpados, após a realização de um show, por policiais da repressão. O músico, no entanto, nega que tenha sido torturado e diz que só não se apresenta mais porque sua imagem de “Che Guevara Cantor” abafa sua obra.

A canção “Prá não dizer que não falei das flores” foi usada em 2006 pelo Governo Federal como trilha musical para publicidade de suas políticas de educação como o ProUni e o ENEM, sendo executada em um ritmo diferente. Dessa forma, a música que foi considerada uma ameaça ao governo ditatorial passou a ser usada para publicidade do governo no período democrático.

A melodia da canção tem o ritmo de um hino, e sua letra possui versos de rima fácil (quase todos terminados em ão), que facilitam memorizá-la, logo era cantada nas ruas. E o sucesso de uma canção que incitava o povo à resistência levou os militares a proibi-la, usando como pretexto a “ofensa” à instituição contida nos versos: “Há soldados armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição / de morrer pela pátria e viver sem razão”.

A primeira cantora a interpretar a canção, após o período em que ela esteve censurada foi Simone, em 1979 (ouça adiante!), conquistando enorme sucesso de crítica e público.

Extraído de http://www.eternasmusicas.com/

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No III FIC, em 1968, a música ficou em segundo lugar, perdendo para “Sabiá” de Tom Jobim & Chico Buarque, que foi vaiada pelo público presente ao festival. Aos brados, exigiam a entrega do prêmio para a canção de Geraldo Vandré. Este, quando a interpretou após anunciado o segundo lugar, desabafou pedindo que não vaiassem a canção vencedora (ouça adiante!).

Geraldo Vandre ao vivo(1968)

Simone ao vivo(1980)

Geraldo Vandre em desabafo no Maracanazinho(1968)

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Foi preocupado com uma possível rejeição do público e do júri que Geraldo Vandré entrou em cena para defender sua canção “Caminhando” na eliminatória paulista do III Festival Internacional da Canção. A preocupação tinha dois motivos: primeiro, a lembrança da vaia e da desclassificação que sofrera em 1967 na Record, com a música “Ventania”; segundo, o esquema que escolhera para apresentar “Caminhando” — sozinho no palco, acompanhado apenas de um violão. Mas o público o aplaudiu freneticamente e o júri acabou por lhe dar o segundo lugar na final, quando cantou com o Quarteto Livre.

Propositalmente despojada no aspecto melódico-harmônico (apoia-se somente em dois acordes), “Caminhando” tem o seu forte no teor revolucionário da letra — “Vem, vamos embora / que esperar não é saber / quem sabe, faz a hora / não espera acontecer / (…) / nas escolas, nas ruas / campos, construções / somos todos soldados / armados ou não…” Era um enorme passo à frente do ponto alcançado por “Disparada”, dois anos antes.

Essa postura audaciosa de desafio à ditadura, em pleno 1968, quando se processava a radicalização do regime, empolgou a plateia presente ao Maracanãzinho que, inconformada por não haverem os jurados dado a vitória a “Caminhando”, repudiou a vencedora “Sabiá”. O sucesso fulminante da canção de Vandré seria, porém, logo interrompido pela censura, enquanto o autor exilava-se no Chile.

Muitos anos depois, extinta a proscrição, “Caminhando” pôde novamente ser apreciada como exemplo de canto político-revolucionário (confira em ‘O tempo não apagou’). Uma curiosidade: classificada pelo maestro Lindolfo Gaya como uma guarânia e pelo próprio Vandré como “um rasqueado de beira de praia”, “Caminhando” mereceu do general Luís de França Oliveira, secretário de Segurança da Guanabara, o seguinte comentário, em entrevista que justificava a sua proibição: “Pra não dizer que não falei de flores” tem letra subversiva e sua cadência é do tipo de Mao-Tsé-Tung” (sic) (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Extraído de http://cifrantiga3.blogspot.com.br/

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Pra não dizer que não falei das flores – Geraldo Vandré  

“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”

Talvez nenhuma música explique tão bem a repressão na ditadura militar do Brasil do que “Pra não dizer que não falei das flores”, do compositor e intérprete paraibano, Geraldo Vandré.

A canção caiu na boca do povo ao ser interpretada pelo próprio Vandré no Festival Internacional da canção de 1968. Logo que acabou o Festival, onde a música ficou em segundo lugar, a censura da ditadura militar já a proibiu de ser cantada.

Através da canção, Vandré falou e cantou o que todos estavam querendo dizer, mas não tinham coragem. Olhando para os militares, o cantor soltava o refrão que na verdade era uma chamada à luta armada contra os ditadores.

A música ficou proibida de 1968 até 1979,  período que Vandré foi exilado e torturado pelos homens da ditadura.

“Pra não dizer que não falei das flores” é um hino de um homem que brigou para ser a voz de todos os brasileiros indignados de 1968.

Extraído de https://musicasbrasileiras.wordpress.com

Tags: Caminhando / FIC / Flores / sabia / Simone / vandre /

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Como era as manifestações Segundo a música Pra não dizer que não falei das flores?

Resposta: Nas escolas, nas ruas, campos, construções: as manifestações eram compostas de pessoas de diversos ambientes, mas que possuíam o desejo de mudança em comum: agricultores, operários, camponeses, mulheres, jovens, professores, jornalistas, intelectuais, padres e bispos.

Qual a importância da música Pra não dizer que não falei das flores para o movimento tropicalista?

A letra de “Para não dizer que eu não falei das flores” transmitia esperança e incentivava os brasileiros a se mobilizarem contra a ditadura. A música acabou tornado-se um hino de resistência do movimento civil e estudantil no país e foi censurada e proibida pelos militares.

Qual e a principal crítica apresentada na Canção Pra não dizer que não falei das flores?

Ao dizer indecisos cordões, Geraldo Vandré se refere às divergências de opiniões dos grupos que tentavam se articular para fazer alguma coisa. Alguns acreditavam que um posicionamento pacifista poderia resolver, porém, na visão do compositor, isso seria uma ilusão.

O que representa esse trecho caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não?

Caminhando e cantando e seguindo a canção / Somos todos iguais braços dados ou não: representa as passeatas que reuniam, em sua maioria, jovens que tinham consigo um desejo de mudança, ambições e sonhos, eram movidas a cartazes de protestos, a vozes gritantes que entoavam hinos e músicas.