Como funciona O sistema ABO e fator Rh?

Sistema ABO

O tipo sanguíneo em humanos é condicionado por alelos múltiplos. São quatro os tipos de sangue: A, B, AB e O. Cada um destes tipos é caracterizado pela presença ou ausência de aglutinogênio, nas hemácias, e aglutinina, no plasma sanguíneo.

Os aglutinogênios são substâncias encontradas na membrana plasmática das hemácias e que funcionam como antígenos quando introduzidos em indivíduos que não os possuam. Existem dois tipos de aglutinogênios: A e B.
As aglutininas são substâncias presentes no plasma sanguíneo e que funcionam como anticorpos que reagem com antígenos estranhos. Existem dois tipos de aglutininas: anti-A e anti-B.

Os aglutinogênios e as aglutininas presentes nos tipos sanguíneos humanos são os seguintes:


Como funciona O sistema ABO e fator Rh?

O contato entre um aglutinogênio e sua aglutinina correspondente provoca a aglutinação do sangue. Assim, indivíduos com sangue Tipo A não podem doar sangue para indivíduos do Tipo B, e vice-versa. Indivíduos do Tipo AB podem receber sangue de qualquer grupo. Já os do Tipo O podem doar para qualquer grupo.

Três genes situados num mesmo locus cromossômico (alelos múltiplos) condicionam o tipo sanguíneo em humanos: IA, IB e i. IA e IB são dominantes em relação a i, porém não apresentam dominância entre si. Os possíveis genótipos para os quatro tipos sanguíneos são:


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Sistema RH

Indivíduos com sangue Rh+ possuem o fator Rh em suas hemácias e apresentam aglutinação do sangue quando entram em contato com anticorpos anti-Rh. Aqueles que não possuem o fator Rh em suas hemácias são chamados Rh- e não apresentam reação de aglutinação quando em contato com anticorpos anti-Rh. Quando um indivíduo Rh- recebe sangue Rh+, ele passa a produzir anticorpos anti-Rh.

O sistema Rh é determinado por um par de genes alelos com dominância completa. O alelo R é dominante e o r recessivo. Assim os possíveis genótipos para o sistema Rh são:


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A eritroblastose fetal é uma doença que pode ocorrer quando mães Rh- geram filhos Rh+. Nestes casos, pequenos vasos da placenta se rompem e há passagem de sangue do filho para a mãe. Em resposta, o sangue da mãe passa a produzir anticorpos anti-Rh. Numa próxima gravidez, se o filho for Rh+, os anticorpos maternos irão atacar as hemácias do feto, provocando a doença.

Heranças ligadas ao sexo

O daltonismo e a hemofilia são exemplos de doenças humanas ligadas ao cromossomo X. São causadas por genes situados no cromossomo X em sua região homóloga ao cromossomo Y. Portanto, nos homens basta um gene recessivo para a manifestação da doença; nas mulheres, é necessária a presença de dois genes recessivos.

1. Daltonismo

O daltonismo provoca alterações na percepção de cores, principalmente de tons de azul, vermelho e verde.

É determinado pelo gene recessivo d situado no cromossomo X. O alelo D codifica para a visão normal.

Assim, temos os seguintes genótipos em humanos:


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Portanto, o daltonismo é mais frequente em homens do que em mulheres, uma vez que para estas apresentarem o problema a condição de homozigoto recessivo é necessária. Isso só irá ocorrer se a mulher for filha de um pai daltônico e de uma mãe daltônica ou normal, portadora, que lhe transmita o gene d. Já no caso dos homens, basta a presença de um único gene recessivo d.

2. Hemofilia

A hemofilia é uma doença que provoca alterações na coagulação sanguínea, dificultando-a e provocando hemorragias frequentes.

É determinada pelo gene recessivo h situado no cromossomo X. O alelo H codifica para a coagulação normal.

Assim, temos os seguintes genótipos em humanos:


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Assim como o daltonismo, a hemofilia é mais comum em indivíduos do sexo masculino devido à necessidade de apenas um gene recessivo h para a manifestação da doença. Apenas as mulheres com genótipo homozigótico recessivo apresentam o problema.

Como funciona O sistema ABO e fator Rh?
 GE/Guia do Estudante

Regras de compatibilidade

Como funciona O sistema ABO e fator Rh?

TUDO É VERMELHO, MAS PODE SER DIFERENTE – O sangue pode ser do tipo A, B, AB ou O, dependendo da existência, ou não, de certos antígenos nas hemácias

O sangue é a parte do organismo mais compartilhada entre os humanos. Por mais comuns que tenham se tornado os transplantes de alguns órgãos, como córneas, coração e rins, nada se compara ao número de transfusões sanguíneas realizadas no mundo hoje. Mas a história de sucesso das doações sanguíneas, que podem salvar vidas nas cirurgias ou em atendimentos de emergência, é bastante recente.

Houve um tempo em que o sangue era o componente mais misterioso do corpo humano. Durante milênios, filósofos e naturalistas desconheciam não apenas o sistema circulatório, mas também as substâncias que compõem esse fluido vermelho e as funções que ele desempenha. Foi o médico inglês William Harvey (1578- 1657) quem decifrou parte desse enigma.

As primeiras transfusões de que se tem notícia datam de pelo menos um século antes, em tentativas que, muitas vezes, acabavam em fatalidade. Os médicos de antigamente não faziam a menor ideia de que o sangue de um doa dor podia estar contaminado por algum agente patológico.

Muito menos imaginavam que, apesar de ser sempre vermelho, o sangue pode variar em sua composição química de uma pessoa a outra, e que essa variação podia levar a uma reação séria do sistema imunológico.

Desde o início do século XX, os biomédicos sabem que, antes de uma transfusão, é preciso fazer um exame que indique se o sangue do doador é compatível com o tipo de sangue do receptor. Esses exames avaliam dois fatores determinados geneticamente e que variam de indivíduo para indivíduo: o sistema ABO e o sistema Rh. Existem dezenas de sistemas de tipagem sanguínea, mas esses dois são os mais importantes.

O que é o sangue

O sangue é a via de comunicação do corpo, por onde trafegam o oxigênio, os nutrientes provenientes dos alimentos já digeridos e os subprodutos do metabolismo – a série de reações químicas ocorridas no interior de cada célula –, que devem ser eliminados do organismo. O oxigênio é carregado na forma de oxiemoglobina pelas hemácias, os glóbulos vermelhos. Essas células flutuam no plasma, um líquido formado principalmente de água, que carrega, além das hemácias, anticorpos, proteínas, açúcares, hormônios e dióxido de carbono, que será expelido pela respiração. São as hemácias e os anticorpos que definem a compatibilidade sanguínea entre duas pessoas.

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Os tipos A, B, AB e O

Existem quatro tipos de hemácias, ou glóbulos vermelhos: A, B, O ou AB. A diferença entre essas variedades consiste na existência, ou não, de determinados antígenos encapando a superfície das células, os aglutinogênios. Lembrando: antígenos são substâncias que induzem o sistema imunológico a defender o organismo. Os antígenos podem vir do meio ambiente, como agentes causadores de doenças – bactérias e vírus –, ou ser produzidos pelo próprio organismo.

No caso das hemácias, os antígenos da capa protetora são proteínas sintetizadas de acordo com a informação contida no DNA. Existem dois tipos de aglutinogênio – o antígeno A e o antígeno B. Como depende do DNA, a síntese deste ou daquele antígeno varia de pessoa a pessoa, e por isso o sangue também varia.

Os antígenos ativam anticorpos, chamados aglutininas, no plasma. Existem vários tipos de aglutinina. As correspondentes aos antígenos A e B são a anti-A e a anti-B. Essas aglutininas se ligam às hemácias do sangue de um tipo diferente, provocando sua coagulação e destruição. Quem tem o antígeno A nas hemácias tem também, no plasma, a aglutinina anti-B, e vice-versa. Por isso, uma pessoa com sangue tipo A não pode receber o tipo B. No sentido inverso: um receptor do tipo B não pode receber sangue de um doador tipo A.

Existem outros dois tipos de sangue. Um deles é o tipo O, que não tem nenhum antígeno, mas possui as duas aglutininas, o anti-A e o anti-B. Por causa das aglutininas, quem tem sangue tipo O só pode receber sangue de quem não tem antígenos, ou seja, do mesmo tipo O. Por outro lado, o sangue tipo O pode ser usado em transfusões de pessoas com todos os demais tipos sanguíneos. Já que o sangue tipo O não tem antígenos, ele não pode ser aglutinado por nenhum sangue. Por isso, quem tem sangue tipo O é doador universal.

Outro tipo sanguíneo é o AB. Como tem os dois tipos de antígeno, não pode ser doado a ninguém que tenha aglutininas anti-A ou anti- -B. Só pode ser recebido por quem tem também sangue do tipo AB. Por outro lado, a pessoa com sangue tipo AB, que não tem aglutininas, pode receber sangue de qualquer outro tipo. É o receptor universal.

Como funciona O sistema ABO e fator Rh?

Rh+ ou Rh

A compatibilidade sanguínea depende de outra tipagem: o fator Rh. Uma pessoa (tenha ela sangue tipo A, B, AB ou O) pode ser Rh positivo (Rh+) ou Rh negativo (Rh-). Isso depende da existência, ou não, de outro antígeno (chamado antígeno D ou fator Rh) na superfície das hemácias. Nenhum organismo, seja ele Rh+, seja Rh-, nasce com anticorpos contra o fator Rh no plasma. Mas indivíduos Rh- (ou seja, que não têm o antígeno D nas hemácias) são capazes de produzir esses anticorpos (denominados anti-Rh) se entrarem em contato com sangue Rh+, criando uma barreira imunológica e a incompatibilidade sanguínea. Como a produção dos anticorpos demora um pouco, não ocorrem problemas imediatos na transfusão, mas a longo prazo.Um desses problemas é a eritroblastose fetal, ou doença hemolítica do recém-nascido (DHRN). Eritroblastose é uma enfermidade que provoca o rompimento da membrana das hemácias e libera a hemoglobina no plasma. Com a destruição das hemácias, o indivíduo corre o risco de ficar anêmico, ou ter alterado o tamanho de alguns órgãos. Em crianças, a doença é desenvolvida ainda na gestação ou no período perinatal (de recém-nascido), mas apenas quando a mãe é Rh- e o bebê, Rh+. Nesse caso, o sangue materno desenvolve o anticorpo anti-Rh, que destruirá as hemácias do flho. Na primeira gravidez, o organismo da mãe desenvolve a imunidade, e o feto não é atingido pelos anticorpos. Mas, na segunda, se a criança tiver novamente Rh+, os anticorpos da mãe podem atacar as hemácias do feto. A doença pode ser combatida com uma transfusão de sangue Rh- no feto.

Como funciona O sistema ABO e fator Rh?

O que define o tipo e o fator RH

Na espécie humana, a definição do tipo sanguíneo envolve três genes alelos. É uma herança do tipo polialelia ou de alelos múltiplos. Na população ocorrem três ou mais alelos, mas cada indivíduo apresenta uma combinação de apenas dois deles. Dos três alelos que pod

Como funciona O sistema ABO e fator Rh?
em determinar o tipo sanguíneo, dois são codominantes: o alelo I A , que determina a produção do aglutinogênio A, e o I B , que determina a produção do aglutinogênio B. Há também um alelo recessivo, i, que não determina a produção de nenhum aglutinogênio

A herança do fator Rh é simples, só um caso de dominância completa, como a reprodução de ervilhas de Mendel (veja a Aula 1 deste capítulo). Se uma pessoa terá Rh positivo ou negativo, isso é determinado por um gene dominante, geralmente chamado de R ou D, que define a produção do antígeno fator Rh, e seu alelo recessivo, r ou d, que não faz nada. Os exames para conhecer o tipo sanguíneo de uma pessoa são feitos aplicando-se um soro que contém os anticorpos anti-A, anti-B e anti-Rh em três gotas separadas de sangue. Esses anticorpos detectam respectivamente os aglutinogênios A, B e fator Rh, produzindo uma reação de aglutinação das hemácias, ou seja, de coagulação.

Agora, podemos reapresentar a tabela completa de tipos sanguíneos, associando fenótipos (tipo de sangue) ao genótipo correspondente (conjunto de genes que podem gerar tais características).

Como funciona O sistema ABO e fator Rh?

Como funciona O sistema ABO e Rh?

O sistema ABO são classificações do sangue humano nos quatro tipos existentes: A, B, AB e O. Enquanto que o Fator Rh é um grupo de antígenos que determina se o sangue possui o Rh positivo ou negativo.

Como funciona O sistema ABO e fator Rh para a transfusão de sangue?

Em transfusões, além do sistema ABO, também é analisado o sistema Rh, onde indivíduos Rh- podem doar sangue tanto para pessoas Rh- quanto para os RH+. Já o RH+ somente pode doar para outro RH+. Considerando esses dois sistemas, os indivíduos do tipo ORh-, são considerados doadores universais.

Como funciona sistema ABO?

Sistema ABO é um sistema que classifica o sangue em quatro diferentes tipos, os quais se diferenciam pelas suas aglutininas e aglutinogênios. O sistema ABO é um sistema que classifica o sangue em tipos A, B, AB ou O. O sistema ABO classifica grupos sanguíneos em tipos A, B, AB e O.

Como funciona O fator Rh?

A identificação do fator Rh é simples e feita adicionando uma solução de anticorpos em uma gota de sangue. Quando as hemácias se juntam, após adicionar a solução de anticorpos, significa que a pessoa é sangue Rh+, e se as hemácias não se juntarem, o sangue é Rh-.