Impacto das redes sociais nos jovens

Os efeitos do uso das redes sociais na satisfação dos adolescentes com a vida são limitados e provavelmente "ínfimos", segundo um estudo com 12 mil adolescentes realizado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Os pesquisadores identificaram que família, amigos e vida escolar têm impacto maior no bem-estar deles.

As conclusões foram publicadas na revista PNAS.

De acordo com os pesquisadores, o estudo que desenvolveram é mais profundo e robusto do que outros feitos anteriormente. Ele tenta responder se os adolescentes que usam as redes sociais mais do que a média têm menor satisfação com a vida, ou se adolescentes com menor satisfação de vida usam mais as redes sociais. Pesquisas anteriores sobre a relação entre o uso de 'telas', de tecnologia e a saúde mental das crianças, afirmam eles, têm sido muitas vezes contraditórias.

A equipe têm 'provocado' as empresas do setor a divulgarem dados sobre como as pessoas usam as redes sociais para entender mais sobre o impacto da tecnologia na vida dos jovens.

'Efeito insignificante'

Os professores Andrew Przybylski e Amy Orben, do Oxford Internet Institute, da Universidade de Oxford, dizem que muitas vezes os estudos na área se baseiam em evidências limitadas que não dão um panorama completo do quadro.

O estudo publicado na PNAS concluiu que a maioria das ligações que existem entre satisfação com a vida e o uso das redes sociais é "insignificante", respondendo por menos de 1% do bem-estar de um adolescente - e que o efeito das redes sociais "não é uma via de mão única".

"99,75% da satisfação de uma pessoa na vida não tem nada a ver com o uso de redes sociais", complementou Przybylski, diretor de pesquisa do instituto.

O estudo, realizado entre 2009 e 2017, pediu a milhares de jovens de 10 a 15 anos que respondessem quanto tempo eles gastavam usando redes sociais em um dia de aula normal e também que avaliassem o quão satisfeitos estavam com diferentes aspectos da vida.

Eles identificaram mais efeitos do tempo gasto nas redes sociais nas meninas, mas estes eram ínfimos e muito parecidos aos percebidos nos meninos.

Menos da metade desses efeitos foram estatisticamente significativos, segundo os pesquisadores.

Considerando essa questão, de acordo com eles, o tempo que os adolescentes passam diante das telas não deveria ser motivo de grande preocupação.

"Estamos obcecados pela questão do tempo, mas os resultados não mostram evidências de que isso deva ser motivo de grande preocupação. Os pais não deveriam se preocupar tanto com esse ponto. Essa não é a grande questão", disse Przybylski.

Os pesquisadores disseram que é importante identificar agora o perfil dos jovens mais suscetíveis a certos efeitos das redes sociais e descobrir outros fatores que estão impactando o bem-estar deles.

Eles pretendem se reunir com empresas de redes sociais em breve para discutir como podem trabalhar em conjunto para aprender mais sobre como as pessoas usam aplicativos - e não apenas o tempo que gastam neles.

'Primeiro pequeno passo'

Orben, co-autora do estudo e professora de psicologia da Universidade de Oxford, disse que a indústria deve liberar seus dados de uso e apoiar pesquisas independentes.

"O acesso (a essas informações) é fundamental para entender os muitos papeis que as redes sociais exercem na vida dos jovens", disse ela.

Max Davie, responsável pela área de melhoria da saúde no Royal College of Pediatrics and Child Health, fez coro sobre a necessidade de as empresas colaborarem com cientistas e chamou o estudo de "o primeiro pequeno passo".

No entanto, ele disse que há outras questões a serem exploradas, como a interferência do tempo de tela em outras atividades importantes, como dormir, fazer exercícios e dedicar tempo a família ou aos amigos.

"Recomendamos que as famílias sigam nossa orientação publicada no início deste ano e continuem a evitar que eles usem telas uma hora antes de dormir, já que há outras razões - além da saúde mental - para as crianças precisarem de uma boa noite de sono".

Um recente estudo da norte-americana Pew Research aponta que o poder das redes sociais é de tal tamanho que é esperado que o número de usuários ativos nesses ambientes em todo o mundo alcance cerca de 3,02 bilhões por mês até 2021, cerca de um terço da população total da Terra.

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Estima-se ainda que 750 milhões desses usuários em 2022 sejam provenientes apenas da China e que aproximadamente 350 milhões venham da Índia. Quanto à taxa de penetração das redes sociais, a região com o maior número é a América do Norte, onde cerca de 70% da população têm pelo menos uma conta em uma plataforma de interação.

No entanto, com consequência dos recentes escândalos do Facebook de venda de dados dos usuários, um número crescente de pessoas passaram a se questionar se as mídias sociais, em sua forma atual, acabam por fazer mais mal do que bem. Os adolescentes não são diferentes e, aparentemente, também possuem sentimentos contraditórios sobre essas plataformas.

Segundo o estudo da Pew Research, 24% dos adolescentes norte-americanos (entre 13 e 17 anos) afirmam achar que as rede sociais têm um efeito majoritariamente negativo em sua geração, enquanto 31% consideram que o efeito é positivo.

Com base nos dados da pesquisa, a Statista levantou razões para o ceticismo crescente dos adolescentes em relação às redes sociais. Apesar de os motivos serem múltiplos, o bullying e os boatos (hoax) que se disseminam rapidamente são os maiores incômodos para os jovens norte-americanos.

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Veja na galeria de fotos abaixo os principais impactos das redes sociais na vida dos jovens dos EUA:

  • Impacto das redes sociais nos jovens

    7 problemas das redes sociais na vida dos jovens - iStock

    1. Bullying e hoax

    Para 27% dos jovens, bullying e boatos disseminados na internet são o maior problema.

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    7 problemas das redes sociais na vida dos jovens - iStock

    2. Brigas e discussões

    Relacionamentos e contatos pessoais prejudicados são o principal impacto negativo das redes sociais para 17%

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    7 problemas das redes sociais na vida dos jovens - iStock

    3. Distorção da realidade

    Para 15%, a visão alterada sobre a vida “vendida” nas redes sociais é o que mais os prejudica.

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    7 problemas das redes sociais na vida dos jovens - iStock

    4. Distração

    Distração e vício aparece em quarto lugar, para 14% dos entrevistados.

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    7 problemas das redes sociais na vida dos jovens - iStock

    5. Pressão

    Para 12%, a pressão dos colegas é um fator bastante prejudicial.

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    6. Problemas de saúde

    Para 4%, a maior possibilidade de desenvolver problemas relacionados à saúde mental é o maor impacto das redes sociais.

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    7 problemas das redes sociais na vida dos jovens - iStock

    7. Intensidade

    Para 3%, as redes sociais deixam tudo mais intenso, o que vira um grande problema.

7 problemas das redes sociais na vida dos jovens - iStock

1. Bullying e hoax

Para 27% dos jovens, bullying e boatos disseminados na internet são o maior problema.

Qual impacto as redes sociais causam nos jovens?

Poderá levar ao isolamento social, sedentarismo, diminuição do rendimento escolar, dificuldades em estabelecer relações e em casos mais graves, quando está instalada a dependência da internet, poderá surgir sintomatologia ansiosa e/ou depressiva.

Quais são os impactos psicológicos do uso das redes sociais nos jovens?

Também foi possível notar que as redes sociais virtuais podem acentuar problemas sociais e gerar grandes impactos na vida de qualquer pessoa, dentre eles: a ansiedade, depressão e dependência. Palavras-chave: Adolescentes. Dependência. Depressão.

Qual o impacto das redes sociais?

O uso excessivo das redes amplifica emoções de caráter negativo, as quais podem afetar o seu bem-estar emocional e agravar sintomas da depressão, estresse e ansiedade.

Qual o maior problema das redes sociais?

Para 27% dos jovens, bullying e boatos disseminados na internet são o maior problema. Para 15%, a visão alterada sobre a vida “vendida” nas redes sociais é o que mais os prejudica. Distração e vício aparece em quarto lugar, para 14% dos entrevistados. Para 12%, a pressão dos colegas é um fator bastante prejudicial.