O que acontece quando um isolante carregado é um objeto de metal descarregado são colocados perto um do outro?

Observe que a carga total antes e depois do processo � nula, conservando-se portanto.
    Outro exemplo interessante ocorre nas estrelas e � conhecido como fus�o. Neste caso, dois n�cleos de deut�rio (hidrog�nio pesado, 2H), composto por 1p e 1n se fundem com duas possibilidades finais, a saber,

   

Na primeira, o resultado � um n�cleo de tr�tio, 3H,, que possui 1p e 2n. Na segunda, resulta o is�topo do h�lio 3He, que possui 2p e 1n. Nas duas possibilidades a soma final das cargas � + 2e, id�ntica � situa��o inicial.

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1.1.2 - Quantiza��o da carga el�trica

    No s�culo XVIII, a carga el�trica era considerada como um fluido continuo. Entretanto, no in�cio do s�culo XX, Robert MILLIKAN (1868-1953) descobriu que o fluido el�trico n�o era cont�nuo e, sim, que a carga el�trica era constitu�da por um m�ltiplo inteiro de uma carga fundamental e, ou seja a carga q de um certo objeto pode ser escrita como

q = ne, com n = 1, 2, 3, ...

tendo e o valor de 1,60 x 10-19 C e sendo uma das constantes fundamentais da natureza*.
    Podemos ent�o dizer que a carga el�trica existe em pacotes discretos ou, em termos modernos, � "quantizada", n�o podendo assumir qualquer valor.
    Todos os objetos da natureza cont�m cargas. Entretanto, na maioria das vezes n�o conseguimos percebe-las. Isto se deve ao fato de que os objetos cont�m quantidades iguais de dois tipos de cargas: cargas positivas e cargas negativas (conforme estabelecido por Franklin). Assim, a igualdade leva ao equl�brio de cargas, e dizemos que os objetos s�o eletricamente neutros, ou seja, n�o possuem uma carga l�quida. Por outro lado, se o equl�brio for desmanchado, dizemos que que ele est� eletrizado, i.e, uma carga l�quida existir�, e o corpo poder� interagir eletricamente.
    Outras experi�ncias da �poca de Millikan mostraram que o el�tron tem carga -e e o pr�ton +e, o que assegura que um �tomo neutro tem o mesmo n�mero de pr�tons e el�trons. A Tabela 1.1 abaixo sumariza as cargas e massas dos constitu�ntes at�micos de interesse.

Tabela 1.1
Part�cula Carga (C) Massa (Kg)
el�tron 1,6021917 x 10-19 9,1095 x 10-31Kg
pr�ton 1,6021917 x 10-19 1,67261 x 10-27Kg
n�utron 0 1,67492 x 10-27Kg


     * Obs.: Na realidade, uma carga livre menor do que e nunca foi observada. Entretanto, teorias modernas prop�em a exist�ncia de part�culas com cargas fracion�rias, os quarks, com cargas �e/3 e �2e/3. Tais part�culas seriam as constitu�ntes de v�rias outras part�culas conhecidas, inclusive do pr�ton e do n�utron. Ind�cios experimentais sobre a exist�ncia destas part�culas no interior dos n�cleos at�micos existem, embora elas nunca tenha sido encontradas livremente.

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1.2 - Isolantes, condutores, semicondutores e supercondutores

    Quanto a capacidade de conduzirem cargas el�tricas, as subst�ncias podem ser caracterizadas como isolantes e condutores.
    Isolantes s�o aquelas subst�ncias nas quais as cargas el�tricas n�o podem se mover livremente com facilidade. Como exemplos, podemos citar a borracha, o vidro, o pl�stico e a �gua pura, entre outros.
    Por outro lado, os condutores s�o aqueles materiais nos quais a movimenta��o das cargas (negativas, em geral) pode ocorrer livremente. Exemplos: metais, �gua da torneira, o corpo humano.
    Mais recentemente, surgiram duas novas categorias para os materiais. Os semicondutores apresentam-se agora como uma terceira classe de materiais. Suas propriedades de condu��o el�trica situam-se entre as dos isolantes e dos condutores. Os exemplos mais t�picos s�o o sil�cio e o germ�nio, respons�veis pelo grande desenvolvimento tecnol�gico atual na �rea da microeletr�nica e na fabrica��o de microchips.
    Por fim, temos os supercondutores, materiais que a temperaturas muito baixas n�o oferecem resist�ncia alguma a passagem de eletricidade. Foi descoberta 1911 por Kammerlingh ONNES que a observou no merc�rio s�lido (� temperatura de 4,2 K). Atualmente j� est�o sendo desenvolvidas ligas (� base de Ni�bio) que sejam supercondutoras a temperaturas mais elevadas facilitando, assim, sua utiliza��o tecnol�gica.

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1.3 - M�todos de eletriza��o

   

Dois s�o os m�todos de eletriza��o mais conhecidos e utilizados: eletriza��o por condu��o (ou por "fric��o") e eletriza��o por indu��o.
    A eletriza��o por condu��o se d� quando friccionamos entre si dois materiais isolantes (ou condutores isolados) inicialmente descarregados, ou quando tocamos um material isolante (ou condutor isolado) inicialmente descarregado com outro carregado. Durante o contato, ocorre uma transfer�ncia de el�trons entre os dois objetos.
    Suponhamos que carreguemos desta forma um bast�o de borracha atritado com pele de animal e uma barra de vidro atritada com seda. Se suspendermos o bast�o de borracha por um fio isolante e dele aproximarmos outro bast�o de borracha carregado da mesma maneira, os bast�es repelir-se-�o. O mesmo acontece para dois bast�es de vidro, nesta situa��o.
    Por outro lado, se aproximarmos a barra de vidro ao bast�o de borracha, ocorrer� uma atra��o entre eles.
    Evidentemente constatamos que a borracha e o vidro t�m estados de eletriza��o diferentes, e pela experi�ncia conclu�mos que;

- cargas iguais se repelem;
- cargas diferentes se atraem.

    Franklin convencionou que a carga da barra de vidro � positiva e a do bast�o de borracha � negativa. Assim, todo o corpo que for atra�do pelo bast�o de borracha (ou repelido pelo bast�o de vidro) deve ter carga positiva. Da mesma forma, todo o corpo que for repelido pelo bast�o de borracha (ou atra�do pela barra de vidro) deve ter carga negativa.
    No processo de eletriza��o por indu��o n�o h� contato entre os objetos. Atrav�s da indu��o podemos carregar os materiais condutores mais facilmente. Vejamos como isto � poss�vel.
    Suponhamos que aproximemos o bast�o de borracha (carga negativa) de uma barra met�lica isolada e inicialmente neutra. As cargas negativas (el�trons) da barra met�lica ser�o repelidas para regi�es mais afastadas e a regi�o mais pr�xima ao bast�o ficar� com um excesso de cargas positivas. Se agora ligarmos um fio condutor entre a barra met�lica e a terra (o que chamamos de aterramento), os el�trons repelidos pelo bast�o escapar�o por este fio, deixando a barra carregada positivamente t�o logo o fio seja removido.
    Se, por outro lado, f�sse a barra de vidro (carga positiva) aproximada da barra met�lica, esta �ltima ficaria carregada negativamente, pois pelo fio condutor aterrado seriam atra�dos el�trons da terra.
    Observe que, em ambos os processos, os bast�es carregados (indutores) n�o perderam carga alguma.
    Situa��o parecida ocorre quando aproximamos objetos carregados dos isolantes. Novamente as cargas ser�o separadas no material isolante e, uma vez afastado o bast�o indutor, as cargas n�o retornam �s suas posi��es iniciais devido � pouca mobilidade que possuem no isolante. Dizemos ent�o que o isolante ficou polarizado. O fen�meno da polariza��o ser� estudado em detalhes quando estudarmos os diel�tricos.

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1.4 - A for�a el�trica. Lei de Coulomb

   

Realizando exper�ncias com sua balan�a de tors�o, Coulomb conseguiu estabelecer duas novas caracter�sticas fundamentais da for�a el�trica entre duas cargas puntuais:

- � inversamente proporcional ao quadrado da dist�ncia entre as cargas (dirigida ao longo da reta que as une);
- � proporcional ao produto das cargas.

    Estas observa��es, em conjunto com a repuls�o/atra��o entre as cargas de sinais iguais/contr�rios, permitiram que ele formulasse, em 1785, a lei de for�a para a intera��o eletrost�tica entre duas cargas puntuais, que ficou conhecida como Lei de Coulomb. Das observa��es experimentais, escreveu para o m�dulo desta for�a

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onde k � uma constante, qi � a carga da part�cula i e r � a separa��o entre elas.

   

O valor da constante k (conhecida como constante eletrost�tica ou de Coulomb) depende da escolha do sistema de unidades escolhido. No Sistema Internacional (SI) de unidades, a unidade da carga el�trica � o Coulomb (C), que � definida como a carga que el�trica que atravessa um condutor em 1 segundo (s), quando a corrente el�trica � de 1 amp�re (A), que ser� definido mais adiante. Assim, experimentalmente,

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Para simplificar os c�lculos, usaremos o valor aproximado

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.     A constante k pode ser tamb�m escrita como

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onde eo [ = 8,88542 x 10-12C2/(Nm2)] � a constante de permissividade el�trica do v�cuo, com vistas a simplifica��o de v�rias outras f�rmulas.

Problema 1.1:

Quantos el�trons s�o necess�rios para que se tenha 1 C de carga?

(e.g. "1.00*10^10")

   

Conhecendo-se a express�o para a intensidade da intera��o el�trica entre duas cargas puntuais, devemos agora estabelecer sua dire��o e seu sentido, uma vez que a for�a el�trica � uma grandeza vetorial.

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J� dissemos anteriormente que a for�a atua ao longo da reta que une as duas cargas. Veja Fig. 1.1.a ao lado que mostra duas cargas positivas e duas cargas negativas interagindo. A for�a que a carga q1 exerce sobre a carga q2 (de mesmo sinal) � , vetorialmente,

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onde

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� o vetor unit�rio que define a linha que une as duas cargas e aponta de q1 para q2 . Como a for�a el�trica � uma for�a de intera��o, a 3a. Lei de Newton nos diz que a carga q2 exerce sobre q1 uma for�a igual e contr�ria, ou seja,

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Temos assim a configura��o de repuls�o entre as cargas de mesmo sinal.
A Fig. 1.1.b mostra a orienta��o para as for�as quando as cargas s�o de sinais contr�rios, ou seja, a configura��o de atra��o entre elas.

Problema 1.2:

Uma carga de 6,7 mC (1m = 1,0 * 10-6) est� distante 5,0 m de outra carga de 8,7 mC. Calcular a for�a eletrost�tica entre elas.

(e.g. "+1.0*10^10 N", or "-1.0*10^10 N")

Solu��o

    Se tivermos uma distribui��o com n cargas, a for�a resultante em qualquer uma delas ser� dada pela soma vetorial das for�as devidas �s outras cargas. Desta forma, podemos escrever para a for�a resultante sobre a carga j como

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.

   

Temos assim a superposi��o das for�as eletrost�ticas, que � um fato verificado experimentalmente.

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1.5- Exemplos

   

Exemplo 1.1:

Tr�s cargas puntiformes, de 2,0 mC , 7,0 mC e -4,0 mC est�o colocadas nos v�rtices de um tri�ngulo equil�tero, de 0,5 m de lado, conforme mostra Fig. 1.2 ao lado. Calcular a for�a resultante sobre a carga de 7,0 mC.

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Exemplo 1.2:

Duas cargas puntiformes, q1=+q e q2=+4q, est�o separadas por uma dist�ncia L, como mostra a Fig. 1.3. Uma terceira carga � colocada de forma que o sistema inteiro esteja em equil�brio. Determinar o sinal, o m�dulo e a localiza��o da terceira carga.

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Exemplo 1.3:

Duas pequenas esferas id�nticas, carregadas, cada qual com massa de 3 x 10-2kg, est�o penduradas e em equl�brio, conforme mostra a Fig. 1.4 ao lado. Se o comprimento do fio for 0,15 m e o �ngulo q=5°, calcular o m�dulo da carga sobre cada esfera, supondo que as esferas tenham cargas id�nticas.

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1.6- Exerc�cios

   

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O que acontece quando um isolante carregado e um objeto de metal descarregado são colocados perto um do outro?

A eletrização por condução se dá quando friccionamos entre si dois materiais isolantes (ou condutores isolados) inicialmente descarregados, ou quando tocamos um material isolante (ou condutor isolado) inicialmente descarregado com outro carregado.

Quando um corpo neutro e condutor e colocado em contato com um corpo condutor e carregado?

Quando um corpo neutro é colocado em contato com um corpo carregado eletricamente, as cargas do corpo carregado passam para o neutro. Dessa forma, ambos ficam carregados com cargas iguais. No caso do exercício, como se trata de excesso de elétrons, após o contato, ambos ficarão com carga negativa.

O que acontece a dois corpos eletrizados com cargas de mesmo sinal quando se aproximam e a dois corpos carregados com cargas de sinais contrários?

Quando aproximamos dois corpos eletrizados com cargas de sinais contrários, observamos que ocorre uma força de atração. Já quando os corpos possuem cargas de sinais iguais, eles se repelem.

O que gera a carga elétrica em um objeto carregado?

A carga elétrica macroscópica de um corpo surge em razão da diferença entre o número de prótons e elétrons, nesse caso dizemos que o corpo encontra-se carregado ou eletrizado. Por outro lado, quando a quantidade de elétrons e prótons for a mesma, dizemos que o corpo está neutro.