Segundo o Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional 2021, da EPE, as fontes renováveis presentes da matriz energética brasileira são: biomassa de cana (19,1%), hidráulica (12,6%), lenha e carvão vegetal (8,9%) e outras renováveis (7,7%). Já as não renováveis são petróleo e derivados (33,1%), gás natural (11,8%), carvão mineral (4,9%), urânio (1,3%) e outras (0,6%). Show
Isso mostra que a matriz energética brasileira é bastante diversificada e a presença de fontes energéticas renováveis tem sido cada vez maior. De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a matriz atual é formada por 48,4% de fontes renováveis e 51,6% não renováveis. Já a matriz elétrica é bem mais limpa, com 82,9% da energia elétrica oriunda de fontes renováveis. Neste caso, a maior participação vem das hidrelétricas, com 65,2%, seguida pela biomassa (9,1%) e eólica (8,8%). A energia solar representa 1,7%. Qual a diferença entre matriz energética e matriz elétrica?O termo matriz energética se refere a todas as fontes de energia utilizadas no país, englobando, inclusive, a geração de energia elétrica. Ou seja, são fontes usadas para movimentar veículos e motores, acender um fogão em casa, como insumo industrial ou para eletricidade. Na física, significa “capacidade de realizar trabalho”. Já a matriz elétrica se refere especificamente às fontes que geram energia elétrica. A matriz energética brasileira é considerada sustentável?Sim, apesar de ainda contar com a presença de algumas fontes poluentes, a matriz energética brasileira é considerada uma das mais renováveis dentre todas as grandes economias mundiais. Enquanto o Brasil tem mais de 48% de fontes renováveis, a média mundial é de 14%. A diferença é ainda maior se compararmos com os países mais desenvolvidos, que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cuja participação de fontes renováveis é de 11%. Além disso, nos últimos anos, a presença de fontes renováveis na matriz energética brasileira aumentou. Em 2014, por exemplo, elas correspondiam a 39,5%. Em 2019, a proporção subiu para 46,1% e, conforme a EPE, essa mudança o aumento se deu principalmente com a maior participação da biomassa da cana e do biodiesel, associado à redução de 6,2% de petróleo e derivados. Você também pode gostar de Quais os avanços da matriz energética brasileira?O processo de transição do Brasil para uma matriz mais limpa não é recente. Além das hidrelétricas, que há anos respondem pelo maior percentual de energia elétrica do país, outras soluções estão em desenvolvimento e ganhando força. Na área da mobilidade, as iniciativas passam pelo etanol hidratado e anidro, que é adicionado à gasolina, biodiesel e diesel verde (HVO), produtos adicionados ao diesel fóssil, além de diversos projetos para eletrificação de frota. O RenovaBio, programa que estimula a expansão de biocombustíveis, é considerado um exemplo mundial, sendo o maior programa de descarbonização nos transportes do mundo. Além disso, em 2021 o Brasil lançou o programa Combustível do Futuro, justamente com o intuito de reduzir a participação de combustíveis fósseis na matriz. No mesmo ano, também foi lançado o Programa Nacional do Hidrogênio, para fomentar o desenvolvimento do hidrogênio verde. Energia eólica cresce a passos largosEmbora os programas ainda estejam em fase inicial, os avanços do país na área de energia renovável são inegáveis. A geração eólica, por exemplo, tem avançado rapidamente e hoje o país tem 695 parques, sendo que cerca de 90% deles estão no Nordeste brasileiro. Embora a participação da fonte eólica seja de 8,8% na matriz elétrica brasileira, o Operador Nacional do Sistema (ONS) estima que até o fim de 2025 esse percentual chegue a 13,6%. Conforme dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o Brasil tem potencial de geração de energia eólica o suficiente para atender o triplo da demanda atual de energia do país. E um detalhe importante é que já existem projetos para usinas eólicas offshore, em fase de licenciamento. Energia solar fotovoltaica também avança rápidoJá a energia solar, apesar de responder por menos de 2% da matriz elétrica atualmente, quase dobrou sua participação entre os anos de 2019 e 2020 (saltou de 1% para 1,7%, segundo a EPE). Nos últimos três anos, o crescimento da energia solar centralizada (gerada por grandes usinas, também conhecidas como “utility scale”) foi de 200%, enquanto a solar distribuída (pequenas centrais de geração) passou de 2.000%. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, só em 2020, a capacidade instalada em energia solar fotovoltaica cresceu 66% no país. Segundo o MME, a participação das renováveis na matriz elétrica deve continuar acima de 80% até 2030, chegando a 85% em 2050. “Tais resultados serão alcançados com o aproveitamento, pelo país, de seus potenciais eólico, solar e de biomassa, bem como em decorrência de todo esforço já estabelecido pelas políticas públicas, além da mudança do perfil do consumidor brasileiro, que vem buscando economicidade e aprimoramentos tecnológicos nas soluções de suprimento de energia elétrica”, destaca o diretor do Departamento de Informações e Estudos Energéticos do MME, André Osório. O que é matriz energética do Brasil?A matriz energética de um país é o conjunto de fontes disponíveis no país usadas para captar, distribuir e utilizar energia para os setores comercial, industrial e residencial. A matriz energética mundial é formada em sua maioria por recursos não renováveis, como o petróleo e o carvão mineral.
Quais as principais fontes de matriz energética do Brasil?Quais as principais matrizes energéticas do Brasil?. Energia hidráulica. 75% da energia elétrica produzida no Brasil provém de usinas hidrelétricas, representando 42% da matriz energética brasileira. ... . Combustíveis fósseis. ... . Biomassa. ... . Energia eólica. ... . Energia solar.. |