INTRODUÇÃO Show O Bilinguismo, como proposta para a educação de surdos, surgiu na década de 80. Esta linha teórica defende que o aprendizado da Língua sinalizada deve preceder o da Língua oral, utilizada na comunidade a qual o surdo pertence. 1. LEIS SOBRE A EDUCAÇÃO DE SURDOS NO BRASIL A educação bilíngüe de surdos no Brasil esta amparada pela Lei e é recomendada pelo Ministério Nacional da Educação (MEC), como sendo uma proposta válida e eficaz para o ensino das duas Línguas reconhecidas pelo país, Língua Portuguesa e LIBRAS, necessárias para a inclusão social efetiva destes sujeitos. Ainda no artigo 22, parágrafo 1º, este Decreto descreve como escola ou classe de ensino bilíngüe “aquelas em que a Libras e a modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam língua de instrução utilizada no desenvolvimento de todo o processo educativo”. 2. A CULTURA E IDENTIDADE SURDA Toda Língua é uma construção cultural utilizada como forma de transmissão de conhecimentos e da cultura da comunidade que a utiliza. Por isso, segundo Bagno (2003; apud NOVAES, 2010) a Língua sinalizada deve ser vista “não só como ferramenta que devemos usar para obter resultados”, ela é produtora e transmissora de cultura. A partir desta compreensão, pode-se perceber a existência de uma identidade específica e inerente ao sujeito surdo. A existência desta identidade contempla as características culturais e sociais de produção e transmissão cultural, Perlin (1998 apud SALLES, et al; 2004 p 41) divide, tendo como base os níveis de participação na comunidade surda, as características assumidas na identidade surda. São pelo autor classificadas como: • Identidade Flutuante: quando o surdo se espelha no ouvinte, vivendo de acordo com a realidade do ouvinte; 3. O BILINGUISMO E A EDUCAÇÃO DE SURDOS 3.1 BASES PARA A PROPOSTA EDUCATIVA A definição da palavra bilíngüe segundo o dicionário Aurélio: “adj. Que está em duas línguas diferentes: inscrição bilíngüe. / Onde se falam duas línguas: país bilíngüe. / Que fala duas línguas” "(...) efetivada em língua de sinais, independente dos espaços em que o processo se desenvolva. Assim, paralelamente às disciplinas curriculares, faz-se necessário o ensino de língua portuguesa como segunda língua, com a utilização de materiais e métodos específicos no atendimento às necessidades educacionais." (SALLES, et al; 2004 p 47) Ainda nesta direção está a recomendação da UNESCO quanto ao direito de toda criança a aprender, na educação básica, em sua língua materna. • Momento do Atendimento Educacional Especializado em Libras na escola comum: em que todos os conhecimentos dos diferentes conteúdos curriculares, são explicados nessa língua por um professor, sendo o mesmo preferencialmente surdo. Esse trabalho é realizado todos os dias. • Momento do Atendimento Educacional para o ensino de Libras na escola comum: no qual os alunos com surdez terão aulas de Libras, favorecendo o conhecimento e a aquisição, principalmente de termos científicos. Este trabalhado é realizado pelo professor e/ou instrutor de Libras (preferencialmente surdo), de acordo com o estágio de desenvolvimento da Língua de Sinais em que o aluno se encontra. O atendimento deve ser planejado a partir do diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da Língua de Sinais. • Momento do Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa: no qual são trabalhadas as especificidades dessa língua para pessoas com surdez. Este trabalho é realizado todos os dias para os alunos com surdez, à parte das aulas da turma comum, por uma professora de Língua Portuguesa, graduada nesta área, preferencialmente. O atendimento deve ser planejado a partir do diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da Língua Portuguesa. 3.2 LER E ESCREVER NA LÍNGUA PORTUGUESA A partir da compreensão do termo bilíngüe como sendo um sujeito conhecedor e eficiente em duas línguas, o que se propõe como forma de ensino para a aquisição da segunda língua, que para o sujeito surdo é a Língua Portuguesa, é a forma escrita da língua
oral ensinada a partir de sua língua materna. Isto se deve ao conceito de que o sujeito surdo interage melhor com o sentido da visão, e pelo respeito à sua condição de surdez, que dificultaria a aquisição da língua oral. CONCLUSÃO Percebe-se, pela pesquisa bibliográfica apresentada, que o ensino bilíngüe é o método que mais se aproxima do respeito ao sujeito surdo em sua identidade e cultura. Assim como a preocupação, que é inerente a esta proposta, de trazer ao sujeito surdo a condição de se incluir na sociedade de forma efetiva e completa, reconhecendo suas diferenças e capacidades. Além disso, dentre as propostas para o ensino de surdos, esta é a que mais aparece, hoje, nos documentos oficiais brasileiros, sendo recomendada como modelo para as escolas inclusivas. O que e L1 e L2 para os surdos?A educação bilíngue refere-se ao uso de duas línguas para se comunicar, no caso de indivíduos surdos, L1(primeira língua) língua de sinais e L2 (segunda língua) língua oficial do país.
O que e L1 e L2?Uma segunda língua (L2) é qualquer língua aprendida após a primeira língua ou língua materna (L1). Não é necessariamente uma língua que esta sendo numerada na ordem em que se é adquirida - o termo ''segunda'' está para o que é distinto da língua materna.
O que e língua materna para surdos?Assim como o português na forma oral é a primeira língua para indivíduos ouvintes nascidos no Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a primeira língua dos surdos, ou sua língua materna.
O que e língua materna e segunda língua?Para o estudo de idiomas, L1 é a língua materna do estudante, aquele idioma falado no seu país de origem. O conceito de L2, por sua vez, engloba todas as outras línguas aprendidas pelo estudante.
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