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O que Há de Errado com a Secretária Kim?

Romance 2018

Um executivo narcisista se envolve com sua secretária após nove anos de relacionamento profissional.

Estrelando Park Seo-joon, Park Min-young, Lee Tae-hwan

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O que Há de Errado com a Secretária Kim?

• ROMANCE

Um executivo narcisista se envolve com sua secretária após nove anos de relacionamento profissional.

Por que as aspas em “narcisista”? Porque narcisismo é outra coisa, muito mais nociva. Indivíduos com transtorno de personalidade narcisista destroem a vida de todos aqueles que estão à sua volta, tratando-os como escravos e sugando a própria energia vital dos outros, o que definitivamente não é o caso. Eu diria que o divertidíssimo Lee Young-Joon é autocentrado, vaidoso, egocêntrico, mas também incentivado a ser dessa forma por todos aqueles que o rodeiam. Talentoso, bonito, inteligente e sagaz também são adjetivos que o descrevem bem, então se o mundo diz que você é bom demais, eventualmente você acaba acreditando, principalmente em se tratando de uma cultura em que esses atributos parecem ser essenciais para um profissional bem sucedido. Ou vai dizer que nunca viu uma série coreana em que o primeiro elogio que se faz a um profissional eficiente é de que a pessoa é bonita? Não deveria ser importante, mas é. Lee Young-Joon apenas se aproveita desta situação.

“Secretária Kim” é um drama queridinho para 4 entre 5 “dorameiros”: a história bem escrita, que caminha a passos rápidos, sem nenhuma enrolação, segura desde o primeiro episódio. Ali está, na minha opinião, o melhor trabalho do Park Seo-Joon até agora; mesmo imerso em um personagem pateticamente egocêntrico, ele transborda uma simpatia que me faz pensar que ele é o cara mais legal da Ásia. Quando você pensa que a série vai ser uma fofurinha sem fim, vem uma bomba do passado que vira o enredo em 180 graus e te faz torcer mais ainda por uma galera por quem você já estava apaixonada, por isso fica o aviso de que nem tudo é algodão doce nessa série, mesmo que a reviravolta só enriqueça a narrativa e torne “O que houve com a Secretária Kim?” mais deliciosa ainda.

Curiosidades: Parece impensável, mas a Secretária Kim foi a primeira protagonista de Park Min-Young em uma comédia romântica [a mulé nasceu pra isso!]. Quando o elenco foi divulgado, muitos consideraram Park Seo-Joon como uma escolha ruim para o papel do “Aura” [Socorro!, a gente grita. Como assim?].  Hwang Chan-Sung  (Chansung), embora não faça um papel principal, sempre figura entre os primeiros nomes por fazer parte do famoso grupo de k-pop 2PM (do qual também faz parte Ok Taecyeon), além de ter ganhado prêmios pelo papel do absolutamente “frugal” workaholic Go Gwi-Nam.

Cenas imperdíveis: Você vai saber quando assistir. Não há meio de não ser “aquela” cena.

Por que sim: pela química perfeita entre os Parks (Seo-Joon e Min-Young); pelo peso do passado, que torna a relação do casal principal mais interessante de ver; pelos casais vários, cada um na sua dinâmica, por quem a gente também torce; pela comédia simples e gostosa; pela tragédia familiar e pessoal de Lee Young-Joon; pelo pai metaleiro da Kim Mi-So, interpretado brilhantemente por Jo Deok-Hyeon; aliás, pelo contraste entre as famílias; pelo ritmo da série. Por último, não, você não vai ter que esperar o casal ficar junto só láááááá no último episódio, olha só que maravilha!! Eu adoro quando o roteiro nos dá espaço para respirar e curtir um “relacionamento estabelecido”. Olha, difícil enumerar tudo.

Por que não: olha, difícil enumerar algum contra. Já li de alguém que achou o relacionamento deles tóxico. Antes a gente teria que discutir a exaustão no uso dessa palavra, mas vá lá: eu terei que discordar. Ela é funcionária dele e pede pra sair no momento em que para de consentir em estar ali. A partir do momento em que estão romanticamente envolvidos, ela o tem nas mãos. O superpoderoso megamultimilionário homão da porra vira um gatinho. Há algo de “é da cultura deles”, sim, mas eu acho que não vi até hoje alguma série coreana em que essa frase não virasse (na falta de palavra melhor) “justificativa” para algo de que eu discorde pessoalmente.

Roteiro: 10

Direção: 9 (eu me divirto com os efeitinhos de cartoon nas cenas, mas viveria sem eles)

Elenco: 9

Fotografia/arte: 9 (pelo mesmo motivo descrito em Direção)

Potencial de replay: ♥♥♥♥♥ (a gente estabeleceu o máximo de 5 coraçõezinhos, mas eu poria mais. Já vi essa lindezinha 4 vezes e certamente verei outras quatro)

Troféu Pegada Master (abana aqui, que dá até um negocim. Eu não vejo séries coreanas esperando por pegação, mas quando a coisa é bem feita entre um casal que tem a química que esses dois têm…), Troféu bromance, troféu “tem mais casais pra gente torcer”

Ship: 10 porque é o máximo possível. Eu arrisco o palpite de que não há química melhor na história dos kdramas, pelo menos não nos que eu já vi.

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