População negra no brasil porcentagem 2022 ibge

População negra no brasil porcentagem 2022 ibge

Publicado 20/11/2021 - Atualizado 21/11/2021

Negros e negras são maioria no Brasil. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 56% da população se declara como preta ou parda. Apesar disso, os negros são tratados como minoria e sentem de forma cotidiana o racismo. Não estão representados no mercado de trabalho, na educação e sofrem mais com a desigualdade social.

Os negros são os mais prejudicados quando o assunto é emprego. Atualmente, representam 72,9% dos desocupados no Brasil. Isso significa que mais de 10 milhões de trabalhadores negros estão procurando emprego no país. 

A desigualdade aparece também na fome e na insegurança alimentar, que atinge hoje 40% dos brasileiros. Desses, 28,4% são integrantes de famílias chefiadas por negros ou pardos, enquanto 12,1% vivem em lares em que o responsável pela família é branco.

Segundo o Boletim Especial 20 de Novembro – Dia da Consciência Negra, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), 8,9 milhões de homens e mulheres saíram da força de trabalho no primeiro e no segundo trimestres de 2020. “Desse total, 6,4 milhões eram negros ou negras e 2,5 milhões, trabalhadores e trabalhadoras não negros”. Porém, em 2021, 4,6 milhões de negros não retornaram ao trabalho, enquanto 2,3 milhões dos trabalhadores não negros conseguiram recolocação. 

A desproporção continua quando os postos de trabalho são analisados. A pesquisa “Racismo no Brasil”, do Instituto Locomotiva, aponta que apenas 22% dos cargos de chefia no país são ocupados por negros. Já entre as ocupações que não exigem qualificação, pretos e pardos representam 67% dos trabalhadores.

Na educação, também é possível observar a desigualdade. A média de anos de estudo formal da população negra representa 82,5% da branca. Em 2018, o índice de matrículas dos negros de 18 a 24 anos nas universidades foi de 18,3%, enquanto o dos brancos foi de 36,1%. 

Esse indicativo até pode mudar em alguns anos, graças ao Prouni e à Lei de Cotas. Isso se continuarem. A Lei de Cotas perde a validade em 2022 e Bolsonaro já se declarou contrário à renovação: “sempre questionei a questão de cotas”, diz o presidente que afirma não ser racista.

O Enem 2021 também não colabora para um cenário mais igualitário. Será a mais branca e elitista de todas as edições do exame. A prova, que chegou a ter mais de 1,1 milhão de inscritos pretos em 2016, tem apenas 362,3 mil neste ano.

No governo Bolsonaro, as ações afirmativas perderam espaço. Em 2020, o gasto do governo no enfrentamento ao racismo foi de R$ 2,7 milhões, contra a média de R$ 37,2 milhões nos últimos dez anos. Isso significa que apenas 2% da verba destinada à promoção da igualdade racial foi utilizada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

No mesmo país que não investe no enfrentamento ao racismo, a chance de uma pessoa negra ser assassinada é 2,6 vezes superior à de uma pessoa não negra. Os dados são do Atlas da Violência 2021, que também aponta que parte das mortes violentas de negros não foi registrada como assassinato, mas como causa indeterminada. São casos sem solução, ou não investigados. 

São diversos os indicadores que apontam para o racismo estrutural no Brasil. Estrutural porque a discriminação que privilegia alguns em detrimento de outros é base da estrutura social do país. Estrutura que no governo Bolsonaro não será desconstruída, visto que não há projetos nem investimento que visem diminuir a desigualdade racial no Brasil.

O próprio presidente insiste em dizer que o racismo não existe e já afirmou publicamente que as tensões raciais não fazem parte da história do Brasil o mesmo Brasil em que 78% dos mortos pela polícia são negros. Vale lembrar que a escravidão acabou há apenas 133 anos no país e são justamente as políticas públicas e as ações afirmativas que irão diminuir as desigualdades causadas por 300 anos de exploração do povo negro.

*Por Andressa Schpallir

O que é

Fornece estimativas do total da população dos Municípios e das Unidades da Federação brasileiras, com data de referência em 1o de julho, para o ano calendário corrente.

O IBGE divulga as estimativas de população estaduais e municipais desde 1975. A partir de 1992, passou a publicá-las no Diário Oficial da União, em cumprimento ao Art. 102 da Lei n. 8.443, de 16.07.1992, para os fins previstos no Inciso VI do Art. 1o da referida lei. Em 2013, foi publicada a Lei Complementar n. 143, de 17.07.2013, estabelecendo que entidade competente do poder executivo federal fará publicar, no Diário Oficial da União, até o dia 31 de agosto de cada ano, a relação das populações dos Municípios, e até 31 de dezembro, a relação das populações dos Estados e do Distrito Federal. As populações municipais, cabe destacar, são o insumo mais importante utilizado pelo Tribunal de Contas da União - TCU para a distribuição do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal - FPE e do Fundo de Participação dos Municípios - FPM.

As estimativas de população publicadas anualmente são calculadas aplicando-se o método matemático desenvolvido, em 1972, por João Lira Madeira e Celso Cardoso da Silva Simões, denominado AiBi. Esse método utiliza como insumos básicos as populações obtidas das Projeções da População para o Brasil e as Unidades da Federação mais recentes, bem como o crescimento populacional de cada Município na última década, delineado pelas respectivas populações recenseadas nos dois últimos Censos Demográficos realizados. Essas populações recenseadas, que servem de base para o cálculo da tendência de crescimento populacional dos Municípios, podem ser ajustadas em consonância com os ajustes da população adotados nas Projeções da População para o Brasil e as Unidades da Federação.

Além dos insumos básicos citados, as estimativas municipais de população incorporam, a cada ano, atualizações da divisão político-administrativa do País que refletem, por sua vez, as alterações dos limites territoriais dos Municípios ocorridas após o último Censo Demográfico. Uma vez que a soma das populações dos Municípios resulta no total da população da respectiva Unidade da Federação, eventuais diferenças entre a população total de uma Unidade da Federação obtida das Estimativas da População e aquela obtida das Projeções da População são resultantes da atualização da divisão político-administrativa ocorrida após o ano-base de início das projeções (e, portanto, não considerada nas Projeções da População das Unidades da Federação).

Observação importante

O IBGE não faz projeções de população para o nível geográfico municipal. As Projeções da População para o Brasil e as Unidades da Federação são prospectivas, estimadas por métodos demográficos, com horizonte atual definido até 2060. As populações projetadas são disponibilizadas por sexo e grupos de idade, possibilitando análises acerca da evolução do tamanho e da estrutura etária da população. Para informações mais detalhadas sobre o tema, consultar Projeções da População.

Quantos por cento da população brasileira é negra IBGE?

Negros representam 56% da população brasileira, mas representatividade em cargos de decisão é baixa. Os negros representam a maioria da população brasileira. Segundo o IBGE, 56,1% dos brasileiros se declaram negros, grupo que reúne pretos e pardos.

Qual a porcentagem da população negra no Brasil 2021?

Subiu para 212,7 milhões em 2021, alta de 7,6% em comparação com 2012. Nesse período, o percentual de pessoas que se autodeclaram brancas caiu de 46,3% para 43%. De pretas, subiu de 7,4% para 9,1%. Pardas, de 45,6% para 47%.

Qual o percentual de pretos e pardos no Brasil?

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2019, 42,7% dos brasileiros se declararam como brancos, 46,8% como pardos, 9,4% como pretos e 1,1% como amarelos ou indígenas.

Qual a população do Brasil em 2022?

“É por meio do Censo 2022 que saberemos quantos somos, como somos e de que forma vivemos nas áreas urbanas e rurais do país”, indica o IBGE. A estimativa do instituto é de que a população brasileira some em torno de 215 milhões de habitantes.