Por que a biomassa é considerada uma fonte renovável de energia mas não limpa?

A energia de biomassa é considerada renovável. Saiba como esse modelo funciona e quais são suas principais vantagens e desvantagens.

29/04/2022

Alba

Podemos perceber que a conscientização para a prática de atitudes sustentáveis está cada vez mais comum na sociedade, assim como o uso de fontes renováveis para geração de energia elétrica. 

Fontes como a energia solar e eólica já são bastante conhecidas, mas e quando pensamos na geração de energia a partir da biomassa? Será que pode ser considerada renovável? Vamos entender mais sobre esse modelo neste artigo. Confira!

O que é energia de biomassa e como funciona?

Essa energia é gerada a partir da queima de matérias-primas orgânicas e é considerada renovável por conta do ciclo de carbono. 

A queima desses derivados mais recentes de organismos vivos libera CO² na atmosfera e as plantas, por meio da fotossíntese, transformam esse CO² nos hidratos de carbono, liberando oxigênio.

Alguns exemplos de biomassa são:

  • Lenha;
  • Bagaço da cana-de-açúcar;
  • Papel e papelão já utilizados;
  • Serradura de madeira;
  • Galhos e folhas de árvores;
  • Casca de arroz.

Para entender melhor, vamos conhecer como a energia de biomassa pode ser produzida e quais são os 4 processos mais comuns para essa geração:

1.Combustão

Esse primeiro processo é o mais utilizado. Ele é realizado a partir da queima de matérias-primas orgânicas em altas temperaturas e da presença abundante de oxigênio. Dessa forma, o vapor produzido nessa combustão é direcionado para mover turbinas, produzindo eletricidade.

2.Pirólise

Nesse processo, a queima acontece também em altas temperaturas, mas sem a presença do oxigênio. Aqui, os resultados podem ser obtidos na forma de líquidos, como o bio-óleo, ou sólidos, como o carvão vegetal.

3.Gaseificação 

O processo é basicamente o mesmo que ocorre na Pirólise, contudo o produto final é um gás altamente inflamável chamado de syngas ou gás de síntese, e pode ser entendido como uma mistura de hidrogênio e monóxido de carbono.

4.Co-combustão

Essa prática é bastante utilizada para substituir o carvão mineral presente nas termelétricas por biomassa. Um ponto bastante positivo com relação a esse processo é a diminuição significativa dos poluentes emitidos no solo e nas águas.

Vantagens e desvantagens da energia de biomassa

Com certeza, a principal vantagem dessa fonte de energia é ser renovável, principalmente quando a intervenção humana acontece de forma consciente. Além disso, temos outros benefícios relacionados à biomassa:

  • Diminuição na emissão de gases poluentes;
  • Pode ser gerada a partir de inúmeros materiais;
  • Elevada capacidade de aproveitamento dos resíduos.

Já como desvantagens, devemos nos lembrar que apesar de considerada renovável, ela ainda traz impactos ao meio ambiente, especialmente por se tratar de um processo que depende da queima de materiais. Portanto, seus pontos negativos são:

  • Contribuição para a formação da chuva ácida;
  • Custo elevado de equipamentos;
  • Dificuldade no armazenamento e transporte da biomassa sólida.

Sendo assim, podemos concluir que, mesmo apresentando vantagens e sendo considerada uma fonte renovável, ela não pode ser entendida como uma fonte limpa, diferentemente da energia solar que não traz impactos ao meio ambiente. 

Pensando sobre isso, o que você acha de entender mais sobre a fonte mais promissora, 100% limpa, sustentável e renovável? Acesse nosso blog e descubra tudo sobre a energia solar!

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Home Notícias Biomassa: fonte de energia limpa e renovável

09/11/2020

Notícias

Se você não for um ermitão, do tipo que vive em caverna, isolado de tudo e de todos, certamente usa algum tipo de energia. Seja para ligar o carro, acender o fogão, tomar um banho quente ou simplesmente iluminar sua casa, você precisa de uma fonte de energia. 

Por que a biomassa é considerada uma fonte renovável de energia mas não limpa?
No mundo atual, a maior parte da energia ainda é gerada a partir da queima de combustíveis fósseis, como derivados de petróleo e carvão mineral que, além de finitos, emitem gases poluentes. No Brasil, a situação é um pouco diferente. Nossa principal matriz é a hidrelétrica, que vem da força da água. Não é poluente, mas exige a formação de grandes lagos que impactam significativamente no meio ambiente.

A preocupação com o esgotamento dos recursos naturais do planeta, fez surgir a necessidade de se encontrar fontes de energia limpa e renovável, como a solar e a eólica (do vento), por exemplo. Porém, há outros materiais capazes de produzir eletricidade, calor e combustíveis. De acordo com dados da Resenha Energética de 2020, elaborada pelo Ministério de Minas e Energia, com outros órgãos do setor, a Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE) ficou, em 2019, em 651,3 TWh (terawatt), a maior parte, 83%, veio de fontes renováveis.

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O grande potencial das biomassas

Biomassa é todo recurso renovável vindo de matéria orgânica, seja animal ou vegetal (floresta; agropecuária; resíduos urbanos e industriais), que possa ser transformada em energia mecânica, térmica e elétrica. 

A cana-de-açúcar é um dos materiais mais utilizados para a produção de bioenergia no Brasil. Além de originar o etanol, combustível renovável e de baixo impacto ambiental, o processo de moagem da cana para a fabricação de açúcar e álcool resulta numa grande quantidade de bagaço. Pela abundância, se tornou a principal biomassa usada na geração de energia elétrica no país. 

Outro fator importante é que a safra da cana coincide com o período de seca,  quando os lagos das usinas hidrelétricas perdem capacidade. Isso faz com que as regiões produtoras de biomassa possam reduzir o consumo da água dos reservatórios para a produção de energia elétrica.

Segundo o último Boletim Mensal da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), entre janeiro e maio de 2020, a produção de bioeletricidade sucroenergética foi de 5.686 GWh (gigawatt/hora), um aumento de 8% se comparado ao mesmo período de 2019.

Entenda as principais etapas da produção de energia a partir do bagaço de cana:

  • Na moagem da cana, de um lado sai o caldo e, do outro. o bagaço;
  • O bagaço vai para a caldeira da usina onde ocorre a combustão, a queima a altas temperaturas na presença de oxigênio, produzindo vapor;
  • O vapor gerado nas caldeiras segue para uma turbina;
  • Na turbina, o vapor movimenta as pás do rotor e gera energia mecânica;
  • A energia mecânica é convertida em energia elétrica através de um gerador acoplado ao eixo da turbina.

Até a palha da cana pode ser aproveitada

De acordo com o pesquisador Octávio Antonio Valsechi, da Universidade de São Carlos (Ufscar), que estuda a cana-de-açúcar há 40 anos, “todas as usinas no Brasil geram energia elétrica a partir do bagaço de cana. Todas são autossuficientes e a maioria coloca eletricidade na rede, que é a cogeração. Além do bagaço, muitas estão adicionando a palha do campo”.

Mesmo com tecnologia e com conhecimento do processo, o especialista aponta que “faltam estudos no sentido de otimizar a eficiência numa matéria prima melhor, ou seja, um bagaço mais seco que resultaria numa quantidade de quilocaloria maior por unidade de massa. Se a gente tivesse investimento financeiro no sentido de trocar as caldeiras, seria fantástico. Lógico, com estímulo governamental, ou seja, precisamos de uma política pública energética com foco em biomassa cana-de-açúcar”.

Por que a biomassa é considerada uma fonte renovável de energia mas não limpa?
Liderado pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), entre 2015 e 2020, o Projeto Sucre (Sugarcane Renewable Electricity), trabalhou para aumentar a oferta de eletricidade com baixa emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). Para o diretor nacional do projeto, Manoel Regis Leal, as primeiras análises da palha indicavam grande semelhança com o bagaço, porém o produto gera índices mais elevados de cinzas, potássio e enxofre e essas diferenças trazem problemas ambientais. “Nas caldeiras de bagaço existentes nas usinas, não é possível utilizar-se palha pura de forma consistente e sem problemas. Estes problemas têm soluções que poderiam ser implementadas pelas usinas. Na Europa se utiliza palha de cereais, com características semelhantes à palha de cana, em caldeiras projetadas para este tipo de biomassa. A solução para as usinas brasileiras não é substituir as caldeiras existentes, o que seria economicamente inviável, mas processar a palha para eliminar seus contaminantes e torná-la realmente semelhante ao bagaço”, esclarece Leal.

O setor também discute se o uso da palha para geração de energia pode causar outro problema ambiental. Empregada para cobrir o solo após o corte da cana, quando deixada na terra, a palha mantém a umidade do solo, eliminando o crescimento de plantas daninhas. Com o passar do tempo, também pode neutralizar carbono na forma mineral. O pesquisador Octávio Antonio Valsechi não acredita nisso. “Já existem estudos que comprovam que se você deixar um terço da palha total no campo, esses 33% vão atuar da mesma forma que se você deixar os 100%”. 

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Além de se tornarem autossuficientes, usinas fornecem energia para a rede de distribuição

Por que a biomassa é considerada uma fonte renovável de energia mas não limpa?
No levantamento da Unica, os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná representam 90% da capacidade instalada no setor de bioeletricidade. Todos estão localizados na chamada região centro-sul sucroenergética. São Paulo é o maior produtor com 41% do total, 3.152 GWh, o que é suficiente para abastecer cerca de 1,6 milhão de residências por um ano. Apenas a partir da criação do novo Marco Regulatório do Setor Elétrico Brasileiro, em 2004, as usinas puderam vender a energia excedente para o Sistema Interligado Nacional (SIN), o que acabou se transformando num novo negócio para boa parte delas. 

A Raízen é uma das maiores empresas do setor. Na última safra, a indústria produziu 2,1 TWh de bioeletricidade a partir da biomassa da cana. Todas as unidades são autossuficientes e o excedente é comercializado para companhias de energia elétrica. 

A capacidade instalada da indústria é de gerar cerca de 1GW a partir, não apenas do bagaço de cana, mas de diversas fontes renováveis. Este volume poderia abastecer a cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, por um ano.

Um outro exemplo é a empresa de energia renovável Atvos. O grupo atua desde 2007 na produção de biocombustíveis e bioenergia (etanol, açúcar VHP e energia elétrica). Com 9 unidades agroindustriais, na última safra, a indústria produziu 2,8 mil GWh a partir da biomassa da cana-de-açúcar. Desse total, 1,8 mil GWh foram ofertados para a rede de distribuição e, o restante destinado ao consumo próprio.

Mesmo com o gradativo aumento registrado na produção de bioenergia, o diretor do projeto Sucre, afirma que o fornecimento das usinas para o SIN poderia ser maior. “Apesar de significativo, ainda é muito tímido quando se considera o potencial técnico desta modalidade de geração de eletricidade”.

Por que a biomassa pode tanto ser considerada um recurso natural renovável quanto não renovável?

A biomassa é a matéria orgânica, ou seja, restos de animais e vegetais, utilizada como fonte para a geração de energia. Portanto, é considerada uma fonte energética renovável, uma vez que utiliza elementos naturais que possuem capacidade de regeneração.

Por que a energia de biomassa é considerada uma forma limpa de energia?

Biomassa. Ou ainda o álcool, madeira, palha de arroz, óleos vegetais, entre outros. Embora a queima desses materiais libere gases poluentes na atmosfera, ela é considerada uma forma limpa de geração devido ao fato de que essa quantidade de CO2 é absorvida no cultivo desses materiais, zerando os impactos ambientais.

Seria a biomassa uma fonte de energia limpa?

Além de vir de um recurso renovável, a energia da biomassa ainda conta com baixos índices de emissões de CO2 na produção. Dessa forma, a bioeletricidade é uma das fontes de energia mais limpas da nossa matriz energética.

Por que a biomassa é menos poluente que os combustíveis fósseis?

Essa matéria orgânica produz a bioenergia, uma energia renovável, limpa, com baixo custo e que não emite gases poluentes à atmosfera. Apesar de liberar gás carbônico, a queima da biomassa para a produção bioenergética não altera a atmosfera, visto que esse gás é utilizado pelos vegetais no processo de fotossíntese.