Porque o nome do doce pé de moleque?

O pé-de-moleque é um daqueles doces que faz parte da história do Brasil desde a colonização do território, e que foi conquistando paladares ao longo da história.

Assim como o brigadeiro, o doce é a cara do nosso país, e é tradicionalmente ligado à história do sudeste, e, principalmente do estado de Minas Gerais; onde existe até a capital nacional dessa delícia culinária. Mas, de onde surgiu essa receita e seu nome?

Porque o nome do doce pé de moleque?

Pé-de-moleque (foto: https://vovopalmirinha.com.br/pe-de-moleque/)

História do Pé-de-moleque

Segundo os registros históricos, esse doce surgiu por volta do século XVI, quando teve início o cultivo de cana-de-açúcar no território nacional. Desse modo, uma vez que era feita a rapadura, era adicionado também o amendoim, resultando no que hoje conhecemos como pé-de-moleque.

Todavia, o nome inicialmente não era esse; mas sim quebra-queixo ou quebra-dentes, uma vez que era comum errar o ponto do doce, que acabava passando do ponto. Ao passar do ponto certo, ele ficava muito duro, e ficou famoso por quebrar os dentes de muitos que se aventuravam a experimentá-lo. Mas, vale ressaltar que, com o passar dos anos, e com os vários erros que culminaram com o ponto errado; as doceiras mais experientes sabem de cor o ponto certo, e esses acidentes não acontecem com tanta facilidade.

Porque o nome do doce pé de moleque?

Pé-de-moleque (foto: https://www.confeiteiradesucesso.com/pe-de-moleque-de-rapadura/)

Qual a origem do nome?

Mas e o nome? Por que passou a ser chamado de pé-de-moleque?

Imaginação e versões diversas para a origem do nome desse doce tão popular é o que não faltam. E essa história começa lá no testamento bíblico. Isso porque Moleque era um deus que tinha um comportamento muito travesso e esperto; o que fez com que os filhos de escravos fossem comumente chamados de moleques pelos senhores de engenho.

Desse modo, uma das versões para o nome do doce consiste no fato de que muitos desses moleques iam às casas de muitas mulheres enquanto elas faziam o doce; e ao chegarem lá, eram recebidos com a típica frase “pede, moleque!”. E, como isso se tornou uma tradição, teria levado ao batismo do nome desse doce à base de rapadura e amendoim.

Entretanto, existem outras versões, e uma delas está relacionada ao tipo de calçamento encontrado em muitas cidades históricas mineiras; tais como Tiradentes e São João del Rei. Nessas cidades, o calçamento leva o nome de pé-de-moleque, uma vez que os pés de diversos moleques eram utilizados para acertar o calçamento das ruas, para que este ficasse mais regular. Desse modo, como a aparência do doce se assemelhava à do calçamento que levava esse nome, a iguaria culinária passou a se chamar pé-de-moleque.

Porque o nome do doce pé de moleque?

Pé-de-moça (foto: https://www.sabornamesa.com.br/receitas-de-sobremesas/doce-pe-de-moca-cremoso-e-macio-com-leite-condensado)

Curiosidades

Esse doce se tornou tão popular entre a região das Minas Gerais que existe até uma capital nacional em sua homenagem: Piranguinho, localizada no sul do estado, e que abriga até uma festa com o nome da iguaria.

Além disso, outras versões da sobremesa foram criadas e aperfeiçoadas; e atualmente existem diversas receitas deliciosas, como o bolo de pé-de-moleque, e o pé-de-moça, que se diferencia da receita original por ser feito à base de leite condensado.

O Pé de Moleque com mel de abelhas, havia chegado à Europa na Alta Idade Média, trazido pelos árabes em suas incursões à Península Itálica e à Península Ibérica. Dessa invenção árabe se originaram, antes do nosso doce, de “mel de cana (“rapaDURA”, Brasileira)”, o similar português de mel de abelhas, o “nogat” (nome que veio do francês), o “nougat” francês de Montélimar no Vale do Ródano “turrón” de Alicante, Valência, de Toledo, de Castuera (na Estremadura), o italiano “torrone” de Cremona, Alba Siena, Benevento, o siciliano “ciubatta” e ainda o indiano “chikki”, que foi levado para o oriente pelos portugueses no início do século XVI.

Variações no Brasil O pé de moleque surgiu em meados do século XVI com a chegada da cana de açúcar à Capitania de São Vicente, trazida pelo navegante Martin Afonso de Souza. O pé de moleque é extremamente popular no Brasil. A cidade de Piranguinho no sul do estado de Minas Gerais é famosa pela produção artesanal do tradicional pé de moleque mineiro, a qual tem como lema ser a capital nacional do pé de moleque. Piranguinho ainda tem se destacado no cenário nacional, através festa do maior pé de moleque do mundo, que já faz parte do calendário cultural de festividades do município.

Nas regiões sul e sudeste do Brasil, o pé de moleque é um doce bastante relacionado às culturas caipira “QUEBRA DENTES” e na versão açoriana com mel de abelhas, mais delicado, e também mais caro, devido ao preço do mel de abelhas, e se relaciona ao pé de um moleque. Em outras regiões do Brasil, o doce sofre variações, com mistura da GARAPA AO MEL DE ABELHAS, nos ingredientes de sua fórmula. Na região nordeste do Brasil, em estados como Pernambuco e Alagoas, o pé de moleque é um bolo que faz parte da culinária junina, sempre que possível triturado ou servido na forma líquida, devido a GARAPA, ele também pode ser feito na base de massa de macaxeira acrescido de outros ingredientes como café, castanha, cravo, erva-doce entre outros, sempre com o objetivo de quebrar a resistência da GARAPA.

Este pé de moleque é preparado com massa puba (massa de macaxeira que passou pelo processo de fermentação), açúcar, ovos, manteiga ou margarina, coco ralado e leite.

Após serem misturados todos os ingredientes, a massa é colocada em porções geralmente ao comprido e enrolada na folha verde da bananeira, e em seguida é assada no forno.

Finalmente, deve ser diferenciado de outros doces similares, mas que não usam os mesmos ingredientes ou métodos tradicionais como a paçoca doce (que não é cozida), o gibi, o doce de leite com amendoim, o pé de moleque branco (que utiliza bicarbonato de sódio), etc.

Porque o nome do doce pé de moleque?

FABRICAÇÃO tradicional do doce se dá através da mistura de amendoins torrados e moídos que são posteriormente misturados a uma rapadura previamente derretida, com o cuidado de quebrar a garapa, que tem a dureza do açúcar cristalizado, dai o nome antigo de “quebra queixo” ou “quebra dentes”, quando era fabricado artesanalmente, por vendedores ambulantes. A mistura é lentamente batida em fogo brando até atingir o ponto prévio à quebra da chamada cristalização e rapidamente a mistura deve ser distribuída sobre uma superfície lisa e fria de pedra. A utilização de um tacho de cobre é desejável. Depois de resfriado o doce adquire a consistência macia que é característica do processo tradicional por incorporar o óleo do próprio amendoim macerado. Alguns grãos inteiros podem ser acrescentados à mistura, com o fim de quebrar a resistência do cristal, que costuma ficar muito duro, próximo da dureza da pedra de açúcar de cana, muito duro.

Tal processo artesanal foi posteriormente substituído por outros similares, mais simples, ao se misturar o açúcar derretido com os amendoins torrados de modo a obter um pé de moleque bastante crocante e não – rígido (igualmente popular, o rígido é o “quebra queixo ou quebra dentes”). Assim se pôde manufaturar o doce em maior escala mantendo um padrão industrial, e a satisfação do consumidor.

INDUSTRIALIZAÇÃO E PRODUÇÃO

Atualmente no mercado existe linha de processo capaz de aumentar significativamente a produção e a qualidade final dos produtos (pé de moleque). O processo inicial para produção de pé de moleque permanece o mesmo, é feito a quantificação de ingredientes em tacho misturador/cozinhador, com cozimento e manipulação. Depois de cozidos, a massa é colocada na linha de processo composta por: esteira transportadora, laminador, calibrador, ventiladores, facas rotativas para o corte longitudinal e guilhotina para o corte transversal, podendo o dimensional ser variado conforme desejado.

Princípio de Funcionamento da Linha Formadora para Doce de Pedra (Pé de Moleque)

Porque o nome do doce pé de moleque?

Porque o nome do doce e pé de moleque?

O nome da iguaria feita de rapadura e amendoim surgiu no Brasil colonial, quando meninos surrupiavam o doce de quituteiras, que gritavam: “Pede, moleque, pede!”

Quem foi que inventou o pé de moleque?

Variações no Brasil O pé de moleque surgiu em meados do século XVI com a chegada da cana de açúcar à Capitania de São Vicente, trazida pelo navegante Martin Afonso de Souza. O pé de moleque é extremamente popular no Brasil.

Quem trouxe o pé de moleque para o Brasil?

No Brasil, a receita chegou pelas mãos dos portugueses no século XVI, quando foi introduzida na Capitania de São Vicente por Martin Afonso de Sousa, o cultivo da cana-de-açúcar, planta de origem indiana. Da cana saiu o açúcar que passou a ser usado na receita original do pé-de-moleque, no lugar do mel.

Qual o outro nome do pé de moleque?

Na Índia, principalmente nos estados de Gujarate e Maharashtra, é chamado de chikki. Em Portugal, o pé de moleque é conhecido como nougat. No México, se chama palanqueta. Há uma derivação do doce na versão de um bolo, comum a festas juninas de locais do Nordeste do Brasil.