No início do século XIX, quase todas as colônias espanholas na América se tornaram independentes, e a Espanha deixou de ser potência mundial. As novas repúblicas mantiveram, porém, dependência econômica em relação aos países ocidentais. Show Enquanto o Brasil trilhava um caminho de independência com a família real de Bragança, a América Espanhola realizava sua emancipação política por meio de movimentos militares, proclamações de república e participação de milhares de homens do povo. As causas da independênciaSeguindo o exemplo dos Estados Unidos, entre 1810 e 1825 teve início o processo de independência da maioria das colônias espanholas na América. As causas foram as seguintes:
O processo de independênciaAo longo de duas décadas sucederam-se sublevações e confrontos nas diferentes colônias. Esses conflitos podem ser agrupados em duas etapas. Na etapa inicial, as forças metropolitanas praticamente retomaram os territórios declarados independentes. No segundo momento, concretizaram-se as independências. Primeira etapa (1810-1816)
Segunda etapa (1816-1825)
Entretanto, a independência das colônias espanholas não beneficiou os diversos setores da sociedade – houve contradições internas e fortes divergências entre os grupos (criollos, mestiços, ameríndios e oficiais do exército), dentre os quais os criollos foram os maiores privilegiados. A Grã-Bretanha e os Estados Unidos buscaram obter o controle econômico e político do continente latino-americano. O Uruguai, incorporado ao território brasileiro, só conseguiu sua independência em 1828, através de uma guerra contra o império de D. Pedro I e com a ajuda das províncias unidas do Prata (Argentina) e com a mediação da Inglaterra. Consequências da América Espanhola independenteCom a independência, a América Espanhola fragmentou-se em diversos países, caracterizados politicamente pela criação de repúblicas presidencialistas. Isso ficou ainda mais evidente com a fragmentação da América Central, que desde 1824 esteve unida ao México, nas Províncias Unidas da América Central. A partir de 1838, dividiam-se formando a Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua e Costa Rica. Observe nos mapas acima o antes e o depois da fragmentação política e administrativa das colônias hispano-americanas, com as datas de independência de cada país.Esses países conquistaram sua independência política sem, contudo, conseguirem organizar instituições estáveis. Por essa razão, muitos deles se debateram entre contradições internas e pressões externas, isso sem falar de sua dependência econômica em relação aos países ocidentais, sobretudo a Inglaterra. Na prática, a emancipação das colônias hispano-americanas não trouxe mudanças significativas para a vida dos afro-descendentes, ameríndios e miscigenados. Grande contingente de pessoas, em sua maioria proveniente da Europa, dirigiu-se para as novas nações, em um processo de imigração que atingiu o apogeu entre os anos 1850 e 1880. Territórios quase virgens, como a Patagônia e o sul do Bio Bio, no Chile, passaram a ser habitados pelos imigrantes. Quanto à vida cultural após a emancipação, o idioma espanhol, que tinha sido imposto desde a conquista e a colonização das terras americanas, continuou sendo a língua oficial das novas repúblicas. Por: Paulo Magno Torres Veja também:
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