Quais eram as dificuldades encontradas pelos navegadores europeus naquela época?

Quando se fala de expansão marítima europeia, devemos ter em mente que o interesse comercial era o principal motivo para a conquista de novas rotas marítimas. O próprio termo expansão estava ligado ao fato dos europeus navegarem apenas pelo mar Mediterrâneo e os mares do norte europeu, desconhecendo rotas marítimas nos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico até o século XIV.

Mas o interesse comercial estava em que tipo de mercadorias? Nos mercados europeus, que floresceram durante a Baixa Idade Média, a venda de especiarias e outras mercadorias orientais proporcionava lucros altíssimos aos comerciantes. Tecidos de seda, porcelanas e uma série de condimentos, como cravo, pimenta e canela, utilizados para a conservação dos alimentos, encontravam um grande número de compradores.

Entretanto, o controle do oferecimento destas mercadorias estava nas mãos apenas dos comerciantes italianos - principalmente oriundos das cidades de Gênova e Veneza - e mulçumanos, que mantinham estreitas relações comerciais. Isto ocorria pelo fato do comércio entre o Oriente e a Europa ser realizado predominantemente pelo Mar Mediterrâneo. Devido à localização geográfica das duas cidades italianas,­ eram elas que controlavam o comércio neste mar.

Outro fato ainda contribuiu para a necessidade de se encontrar novas rotas marítimas de acesso aos centros produtores das mercadorias orientais. Com a conquista da cidade de Constantinopla pelos turcos-otomanos, em 1453, os preços das mercadorias se tornaram ainda maiores devido às taxas que passaram a ser cobradas. A nascente classe burguesa, que realizava o comércio na Europa, precisava chegar ao Oriente sem passar pelo Mar Mediterrâneo e Constantinopla.

A solução visualizada era contornar o continente africano para chegar às Índias, nome genérico dado às regiões orientais. Algumas condições existentes na Península Ibérica levaram primeiramente Portugal e, depois, a Espanha a se tornarem pioneiros desta expansão marítima.

Portugal se destacou antes dos demais países por já ter um porto, na cidade de Lisboa, que ligava o comércio entre o Mar Mediterrâneo e o norte europeu. Isto fortaleceu economicamente a burguesia mercantil portuguesa que pôde financiar o projeto expansionista.

Seu fortalecimento político se deu com o apoio à Revolução de Avis (1383-1385), iniciando a dinastia de Avis e a independência do reino de Castela. A consequência foi a centralização estatal em torno do rei D. João I (1385-1433). As condições sociopolíticas estavam dadas. Faltavam ainda as condições técnicas.

Para isso foi necessário desenvolver os conhecimentos sobre navegação marítima existentes à época. As bússolas e astrolábios (instrumentos utilizados para se orientar através das estrelas) trazidos da China foram aperfeiçoados. Novos mapas foram feitos pelos mais renomados cartógrafos, além da construção das caravelas, navios leves com velas triangulares, que possibilitaram aos ibéricos enfrentar o oceano Atlântico, conhecido à época como Mar Tenebroso.

O objetivo era contornar o continente africano, primeiro pelo oceano Atlântico e depois pelo Índico, para chegarem às Índias. Para conseguirem este feito, os portugueses precisaram de quase um século. O primeiro ponto alcançado na África foi Ceuta, cidade conquistada após batalha com os árabes, em 1415. Depois, gradativamente os portugueses foram conquistando ilhas e pontos do litoral africano, em direção ao sul. Em 1488, Bartolomeu Dias conseguiu contornar o Cabo das Tormentas, que passou a se chamar Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África. Dez anos mais tarde, em 1498, Vasco da Gama chegou ao porto de Calicute na Índia, completando o trajeto estipulado e acessando um rico mercado de produtos orientais.

Estava assim estabelecida uma nova rota marítima e comercial, como o primeiro passo da expansão marítima europeia. O próximo passo seria dado pela Espanha, quando descobriram o caminho que os levaram a conhecer e conquistar o continente americano.


Por Tales Pinto
Graduado em História


Aproveite para conferir nossa videoaula relacionada ao assunto:

As grandes navegações: resumo completo sobre o movimento

  • Grandes navegações: resumo
    • Contexto das grandes navegações
    • Objetivo das grandes navegações
    • Características das grandes navegações
    • Consequências das grandes navegações

Quais eram as dificuldades encontradas pelos navegadores europeus naquela época?

Descobertas impulsionadas por vários fatores,  problemas e interesses

Maior conhecimento sobre Astronomia, desenvolvimento de embarcações mais resistentes, instrumentos de navegação, descoberta da pólvora e seu uso na confecção de armas — essas foram algumas das circunstâncias que geraram o contexto perfeito para que europeus finalmente tivessem coragem de ir além das fronteiras do limitado e Velho Continente em busca de terras e conquistas. Quer saber como isso aconteceu? Confira este resumo sobre as grandes navegações e entenda como elas literalmente descobriram um Novo Mundo.

Até o Século XV, a maior parte das civilizações que normalmente estudamos se concentrava em torno do Mediterrâneo. Egípcios, babilônios, medo-persas, hebreus, gregos e romanos ergueram impérios em torno desse mar. Mais tarde, os bárbaros que invadiram o Império Romano e formaram muitas das nações europeias conhecidas que também não ultrapassavam um limite: o Estreito de Gibraltar.

Razões para isso não faltavam. As embarcações ainda não eram tão resistentes e dificilmente teriam sucesso em um oceano aberto. Muitos ainda acreditavam que a Terra era plana e que, se seguissem viajando por essas águas, cairiam em um abismo infinito.

Outro ponto importante para essa limitação era o escasso conhecimento cartográfico. Os mapas traçavam apenas uma pequena parte do planeta, e com contornos bastante diferentes dos atuais.

Com as limitações físicas e de conhecimento, surgiram crenças míticas. Afirmava-se que os oceanos possuíam grandes monstros marinhos, que atacariam as embarcações. Além disso, eles acreditavam que ao Sul os mares eram tão quentes que ferviam, colocando os navegantes em risco.

Contexto das grandes navegações

Felizmente, o conhecimento se desenvolveu. Ao observar as embarcações que se lançavam ao mar, estudiosos começaram a perceber que elas desapareciam à distância aos poucos, da base para o topo. Esse fato indicava que a Terra não era plana, mas esférica.

CADASTRE-SE E GARANTA O STOODI AGORA!

Acesse gratuitamente por 14 DIAS mais de 6 mil videoaulas, 30 mil exercícios, resumos teóricos e materiais complementares pra download!

Além disso, outras descobertas contribuíram para impulsionar a ousadia de navegadores. Eles desenvolveram instrumentos de navegação que se baseavam na posição dos astros para a localização das embarcações. As novas caravelas pareciam muito mais resistentes que os navios anteriores. A pólvora começou a ser utilizada para fabricar armas potentes, capazes de combater inimigos (ou monstros).

Objetivo das grandes navegações

Quais eram as dificuldades encontradas pelos navegadores europeus naquela época?

Porém, nenhum fator é tão importante para impulsionar mudanças que o interesse econômico. A rota das Índias pelo Mediterrâneo foi interrompida pelos turcos otomanos, que conquistaram Constantinopla em 1.453.

A conquista otomana dificultou a obtenção de mercadorias vindas das Índias: tecidos e tinturas, tapetes, especiarias (cravo, canela, gengibre, pimenta…), marfim, açúcar, incenso, drogas, ópio e porcelana. Os comerciantes de Veneza passaram a ter o monopólio desse comércio e estabeleciam preços abusivos.

Diante da nova realidade, os europeus reconheceram a necessidade de buscar um novo caminho rumo às Índias. A alternativa era se lançar ao mar. Alguns navegadores acreditavam que era possível dar a volta na Terra pelo oceano para chegar ao território. Outros acreditavam que era melhor contornar a África.

Independente da hipóteses, a navegação pelos oceanos tinha dois objetivos principais: descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar terras desconhecidas nas campanhas de exploração. Os territórios recém-descobertos se tornariam fonte de matéria-prima para os europeus.

Devido a esses interesses e necessidades, algumas monarquias europeias começaram a investir nesse movimento de exploração dos mares. Portugal e Espanha se destacaram, até mesmo por sua posição avançada em relação ao Oceano Atlântico. Assim se iniciou o período das grandes navegações.

Portugal tinha ainda outras vantagens que garantiram o pioneirismo português. Além da localização estratégica, o país tinha o forte apoio da Igreja Católica, que pretendia expandir sua base de fieis. Eles haviam investido em um centro de estudos de navegação — a Escola de Sagres — o que lhes deu uma experiência náutica de destaque.

Outro fator foi importante para o pioneirismo europeu: diferente de outros países como França, Inglaterra e Espanha, Portugal se consolidou como nação de forma precoce. Unificado, estruturado e organizado, o país tinha condições de conduzir — e financiar — essas descobertas.

Características das grandes navegações

Pode-se dizer que as grandes navegações foram:

  • impulsionadas pelo Mercantilismo: as monarquias investiram nas navegações devido ao sistema econômico mercantilista, que propagava a ideia de que o acúmulo de riquezas é o fator de prosperidade para uma nação;
  • apoiadas pela Igreja Católica: como já falamos, essa instituição queria captar novos fieis e recuperar a força que perdeu devido à Reforma Protestante, em um movimento conhecido como Contrarreforma;
  • possibilitada pelo conhecimento: os livros tornaram a informação mais acessível e permitiram avanços sobre o conhecimento geográfico;
  • viabilizada pelo desenvolvimento científico: Portugal contratou os maiores especialistas em conhecimento naval de sua época. Eram cartógrafos, astrônomos, geógrafos, construtores e pilotos. Eles aperfeiçoaram instrumentos náuticos criados por outros povos, como a bússola, astrolábio, quadrante, sextante e a balestilha.

Consequências das grandes navegações

Quais eram as dificuldades encontradas pelos navegadores europeus naquela época?

Pode-se dizer que esse movimento redesenhou o mapa do mundo. Eles não só confirmaram suas suposições a respeito do formato da Terra, como também localizaram continentes até então pouco conhecidos. Entre as principais consequências estão a descoberta de territórios da África, bem como do continente que se tornou uma fonte inesgotável de riquezas para portugueses e espanhóis: a América.

A descoberta de um novo caminho para as Índias fez com que portugueses retomassem sua relevância comercial e obtivesse lucros exorbitantes. O país se tornou a principal potência econômica do mundo, posição em que era seguido de perto pela Espanha.

Os principais feitos desse período foram:

  • a chegada de Cristóvão Colombo à América central em 1492, embora o descobridor acreditasse que havia chegado às Índias;
  • a chegada de Vasco da Gama às Índias pela rota que contornava a África, em 1498;
  • a chegada de Pedro Álvares Cabral ao litoral brasileiro, em 1500.

Existem evidências de que outros povos chegaram a terras remotas antes de portugueses e espanhóis. Um exemplo foi o das Missões Chinesas, que chegaram a ser documentadas. No entanto, a política de isolacionismo da Dinastia Ming acabou com essas expedições, deixando o espaço livre para a expansão marítima e comercial europeia.

O que achou deste conteúdo sobre as grandes navegações resumo? Entendeu como elas foram relevantes para a configuração do mundo atual? Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue aqui no blog e confira outro post sobre esse assunto e fique ainda mais preparado para o ENEM!

Quais eram as dificuldades que os navegadores enfrentavam?

Além dos medos imaginários, presentes nos pensamentos desses navegadores (como a crença de que o oceano era povoado por monstros e dragões), também existiam os medos reais, as dificuldades de navegar em mar aberto, as tempestades e chuvas intensas, as doenças e a péssima alimentação.

Quais foram as principais dificuldades encontradas pelos navegadores europeus no período?

Mas a maior dificuldade era o Cabo Bojador. Depois desta região os ventos sempre sopravam de nordeste, fazendo o retorno impossível. Um período de 12 anos de 1424 a 1433 e a organização de 15 expedições foram necessárias antes que pudesse ser vencido.

Que desafios os navegadores tiveram que enfrentar na época das Grandes Navegações?

Aquela época, navegar em mar aberto era preciso, mas muito perigoso. Os marinheiros tiveram que enfrentar doenças, tempestades, vento, fome e sede, perigos de todos os tipos, grandes riscos de naufrágio, solidão…

Quais foram os reais perigos enfrentados pelos primeiros navegadores?

Entre os perigos reais, estavam os ventos desfavoráveis, a ameaça de encalhe, os lugares estranhos, a fome, a doença e a sede no interior dos navios.”