período: Século XX Show Por Anderson Ulisses S. Nascimento Doutorando em Língua Portuguesa pela Uerj Segunda geração do modernismoLiteratura modernista nos anos 30. Nesse período as conquistas da geração modernista de 22 já se encontram consolidadas. É preciso, mais do que digeri-las, também ressignificá-las, sobretudo em um mundo de repentina maior complexidade, ditado por um contexto de apreensão e perplexidade mediante um contexto beligerante nunca antes visto, nas proporções que por fim tomou e que não refrearam no período entre
guerras. O mundo é ditado, agora, por uma atmosfera de pessimismo quanto aos rumos da humanidade, mas também pela necessidade de compreensão, de maior envolvimento social. Essas demandas também nortearão o olhar de toda uma safra de escritores a um cenário novo em nossa literatura: o Nordeste, suas agruras e suas sofridas personagens. Eis os balizadores que nortearão a visão modernista da segunda geração.Sua produção é bastante fecunda tanto em prosa quanto em poesia.
Costumeiramente, situam-se os marcos dessa geração entre 1930 e 1945. Poesia Os principais nomes da poesia dessa fase modernista são: Confira o contexto em que o modernismo surgiu e a
primeira fase do movimento. PoemasA produção desses autores abrange tanto as típicas experiências estéticas modernistas quanto a liberdade de, inclusive, retomar modelos tradicionais. Cota zero (Carlos Drummond de Andrade) Nesse poema, vemos nitidamente a
incorporação de valores estéticos de 22, acrescidos do questionamento à modernidade e seus valores culturais e à própria condição humana diante dela, numa expressão de síntese soberba. Soneto do amor total (Vinícius de Moraes) Amo-te afim, de um calmo amor prestante Amo-te como um bicho, simplesmente E de te amar assim, muito e amiúde Aqui é bastante visível a revisita a um dos mais clássicos modelos de versificação, num poema metrificado e com temática bastante afim à tradição lírica. E é também
lirismo profundo o que permeia a poética de Cecília Meireles, entre a memória histórica e as reflexões sobre a fugacidade do tempo. Em meio à riqueza de formas e conteúdos, os poetas de 30 convivem com a perplexidade de um mundo que se embruteceu e, até por isso, precisa de poesia, precisa de flores que ousem brotar no asfalto da cinzenta realidade. Há ainda o espaço para uma poesia de religiosidade, de cunho católico, e apelo metafísico em Jorge de Lima e Murilo Mendes,
competindo ao último ainda a experimentação surrealista em nossa literatura. Aos dois poetas, também coube a típica invencionice modernista e o registro de seu tempo. ProsaÉ na prosa que essa geração vai instituir a grande novidade em nossa literatura, ao nos apresentar um protagonismo a partir daí, permanentemente, presente na cultura brasileira: o da figura do nordestino sofrido, em meio às agruras da seca, aos desmandos sociais. São
romances caracterizados pela denúncia social. Houve grande interesse por temas nacionais, uma linguagem mais brasileira com um enfoque mais direto dos fatos, aproximando-se de procedimentos do Realismo-Naturalismo. Na prosa, atingiu-se elevado grau de tensão nas relações do "eu" com o mundo; é o encontro do escritor com seu povo. Havia uma busca do homem brasileiro nas várias regiões, por isso, o regionalismo ganhou importância, com destaque às relações da personagem com o meio natural e social
(seca, migração, problemas do trabalhador rural, miséria, ignorância). Além do regionalismo, destacaram-se também
outras temáticas como o romance urbano e psicológico, o romance poético-metafísico e a narrativa surrealista. Refletindo as preocupações sociais e políticas que agitavam o Brasil na época, desenvolveu-se um tipo de ficção que encaminhou para o documentário social e romance político. A publicação, em 1928, de A bagaceira, de José Américo de Almeida, costuma ser indicada como marco inicial dessa série de obras cuja intenção básica foi a denúncia dos problemas sociais econômicos
do nordeste, dos dramas dos retirantes das secas e da exploração do homem num sistema social injusto. O grande marco dessa safra de romances, possivelmente, seja a obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, publicada no ano de 1938. No livro, deparamos com a família de retirantes formada por Fabiano, Sinhá Vitória, seus dois filhos e a tão humana cadela Baleia. A linguagem objetiva do romance parece metaforizar a própria ressequidão daquele ambiente. Os principais
romancistas de 30 são: Jorge Amado, por sua vez, criou imortais personagens e tipos
em sua amada Bahia literária, por meio de uma linguagem bastante acessível. José Lins do Rego nos apresenta seus romances do ciclo da cana de açúcar. Escritos em primeira pessoa, estes romances retratam literalmente a crise de tradição e a necessidade de modernização, a transformação do Engenho em usina. Rachel de Queiroz, primeira mulher a compor a Academia Brasileira de Letras, além da denúncia social, dá vez à análise psicológica em sua obra. Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal. Quais são as principais características da geração de 1930?Principais características do movimento
A Geração de 1930 representava o aprofundamento e o amadurecimento das conquistas da primeira geração de 1922. Assim, permaneciam o uso dos versos livres (sem grandes preocupações com a métrica) e o emprego de vocabulário do dia a dia.
O que foi a geração de 1930 e quais foram seus principais representantes?Os representantes deste movimento fizeram obras voltadas para a análise crítica da realidade social do país. Dentre os principais nomes da Geração de 1930, podemos destacar: Carlos Drummond de Andrade (na poesia); Vinícius de Moraes (na poesia);
Quais foram as principais obras da geração de 30?José Lins do Rego: Menino de Engenho – 1932; Doidinho – 1933; Banguê – 1934; Usina – 1936 e Fogo Morto – 1943. Graciliano Ramos: Caetés – 1933; São Bernardo – 1934; Angústia – 1936; Vidas Secas – 1938; Insônia – 1947; Infância – 1945; Memórias do Cárcere – 1953 e Viagem – 1954.
O que marcou a geração de 30?A geração de 1930, segunda fase do modernismo brasileiro, compreende o período de 1930 a 1945. Foi influenciada, portanto, por um contexto histórico marcado por conflitos sociais e políticos, como a Revolução de 1930 e a Revolução Constitucionalista de 1932 (durante a Era Vargas), além da Segunda Guerra Mundial.
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