Quais formas de expressão podem ser utilizadas para trabalhar a arte em sala de aula?

A arte, em suas diversas modalidades, contribui com o desenvolvimento das capacidades de expressão, comunicação e construção de saberes na Educação Infantil. Para tal, este artigo objetiva investigar como ela auxilia o processo de ensino-aprendizagem e o desenvolvimento nos primeiros anos de vida da criança, visto que algumas pessoas podem perceber esse trabalho apenas como uma forma de passatempo ou distração para as crianças.

Para a realização deste trabalho me apoiei na pesquisa bibliográfica. Os resultados neste processo de inserção, incentivo e acompanhamento da arte no cotidiano da Educação Infantil levam o aluno a despertar o senso crítico, o gosto pela beleza e organização, além de estimular a percepção, a observação e a imaginação criadora. Desta forma, para entendermos o verdadeiro significado da expressão artística da criança, devemos respeitar o processo de criação dela, pois, assim, a criança estará adquirindo experiências importantes para seu desenvolvimento.

Também apliquei este estudo com uma turma de crianças da Educação Infantil. A turma foi dividida em sete grupos e cada grupo recebeu um livro infantil somente com gravuras. Elas tiveram que criar as histórias de acordo com as gravuras e dramatizá-las.

As crianças aprendem desde que nascem. Estimular a imaginação das crianças é desenvolver um ser humano capaz de atuar em sociedade de forma segura e confiante em sua capacidade criadora.  Pensando nisso, busco o conhecimento por meio de subsídios teóricos que referenciam este tema, o que é o mesmo que procurar entender se a arte exerce influência na forma de expressão, crescimento e desenvolvimento da criança no cotidiano de sua educação ou se a mesma representa apenas uma formalidade para desenvolvimento das áreas no trabalho da Educação Infantil. Para tal, o objetivo geral desta reflexão é analisar se o trabalho no ensino de arte no cotidiano da Educação Infantil representa para as crianças suas expressões, suas reações emocionais e suas preferências.

Vamos também, ao longo dos próximos textos, demonstrar a trajetória da arte, compreendê-la na Educação Infantil e identificar a arte na formação do professor.

A arte na formação da criança

Os homens, ao longo de sua história, tiveram que criar simbolismos para comunicarem-se uns com os outros. Desta forma, estruturou-se a linguagem como uma forma de expressão e compartilhamento de saberes. Nesta construção de culturas, os homens descobriram conhecimentos variados acerca da natureza, da sociedade, das ciências e das artes.

Nas artes, encontraram diversas formas de expressão e linguagens como artes visuais, a música, a dança, o teatro e a literatura. A criança, neste contexto de conhecimento e interação com as diferentes culturas, vai se inserindo, se apropriando, se reinventando, descobrindo e transformando esses conhecimentos à sua maneira, dependendo da fase de desenvolvimento em que se encontram e dos seus interesses de aprendizagem.

Na Educação Infantil, essa inserção se faz importante e necessária para que as crianças tomem conhecimento dos diferentes sistemas simbólicos criados pelo homem, possibilitando que compartilhem seus entendimentos das diferentes formas de comunicação e expressão. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica definem, em seu art.9º, incisos II e IX, que instituições escolares devem ser garantir em seus espaços experiências que:

“[…] favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão; gestual, verbal, plástica, dramática e musical, bem como […] promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura. (BRASIL, CNE/CEB, 2009,p.99)”.

A criança, na sua forma de comunicação e expressão, pode aproveitar de diferentes modalidades da arte: pintura, desenho, escultura, teatro, entre outras, que expressem suas ideias, medos, alegrias e frustrações. De acordo com Ferraz e Fusari:

“a arte se constitui de modos específicos de manifestação da atividade criativa dos seres humanos ao interagirem com o mundo em que vivem, ao se conhecerem e ao conhecê-lo”. (Ferraz e Fusari, 1993, p. 16).

Porém, a arte, muitas vezes, ainda é trabalhada em sala de aula apenas como recurso em dados momentos específicos, como datas comemorativas, como nos relata os PCN-Artes (1997), nas Referências Bibliográficas, ou como construção orientada para cumprimento de carga horária.

O RCNEI mostra que:

“A presença das artes visuais na Educação Infantil, ao longo da história, têm demonstrado um descompasso entre os caminhos apontados pela produção teórica e prática pedagógica existente. Em muitas propostas, as práticas de artes são entendidas apenas como meros passatempos, em que atividades de desenhar, colar, pintar e modelar com argila ou massinha são destituídas de significados. Outra prática corrente considera que o trabalho deve ter uma conotação decorativa, servindo para ilustrar temas de datas comemorativas, enfeitar as paredes com motivos para os pais, etc. Nessa situação é comum que os adultos façam grande parte do trabalho, uma vez que não consideram que a criança tem competência para elaborar um produto adequado. (BRASIL 1998, p. 87)”.

Desta forma, o fazer artístico da criança é suprimido, barrando sua capacidade criativa e sua forma de expressão para uma possível transformação da leitura do mundo no qual está inserido. A construção da capacidade de criação na infância é uma forma da criança manifestar a sua compreensão da realidade que o cerca, de exercitar sua inteligência ao criar, alterar, organizar e reorganizar elementos plásticos, é uma construção do ser humano.

Na sua interação com o mundo, ela vivencia inúmeros contatos com experiências estéticas que envolvem ideias, valores e sentimentos, experiências estas que envolvem o sentir e também o pensar e o interpretar. Portanto a linguagem visual faz parte da formação integral do indivíduo e não pode ser desconsiderada no contexto da Educação Infantil. (MORENO, 2007, p.44).

Neste aspecto, trabalhar as diferentes formas de arte na educação é de fundamental importância para a formação humana, especialmente na Educação Infantil, momento em que a criança expressa a arte de forma diferente da visão do adulto. Para a criança, a composição de seus trabalhos é uma forma de prazer e satisfação em forma de brincadeira, não tendo no resultado final da obra seu foco principal. Para o adulto, a prioridade da estética e do belo é fator predominante. Portanto, respeitar a criação da criança nas suas diferentes produções é favorecer a capacidade de expressão, atribuindo sentido ao mundo que a rodeia por meio da linguagem artística.

Se o educador não compreende o desenho da criança como um processo de criação, como linguagem que é, pode reforçar equívocos em sua prática, tais como a utilização do desenho pronto para colorir (antigamente mimeografado, hoje, xerocado ou impresso) e da cópia. Afinal, se “[…] a arte se define justamente pela diversidade, por propor algo que é pessoal e único (…) temos que descartar toda atividade que tenha como ponto de partida a uniformidade”. (MOREIRA, 2002, p. 84).

Arte é um termo que vem do latim e que significa técnica/habilidade. Por estar ligada à história do homem e do mundo, sua definição varia de acordo com a época e cultura. Sua história consiste em uma ciência que estuda os movimentos artísticos, as modificações na valorização estética, as obras de arte e os artistas.

A educação em Arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas. Por meio dela, a criança amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação. Aprender Arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas. (BRASIL, 1998, p.19).

Através da história da arte, é possível aprender um pouco sobre a evolução do homem e da tecnologia. A mesma significa um importante elo entre a cultura e a relação com as pessoas. Segundo as autoras Fusari e Ferraz (2009, p. 17), a educação através da Arte é, na verdade, um movimento educativo e cultural que busca a constituição de um ser humano completo, total, dentro dos moldes do pensamento idealista e democrático.

Fusari e Ferraz (2009, p. 17,18) dizem que com a “Educação Artística incluída no currículo escolar pela Lei 5692/71, houve uma tentativa de melhoria do ensino de Arte na educação escolar, ao incorporar atividades artísticas com ênfase no processo expressivo e criativo das crianças”.

Desta forma:

[…] passou a compor um currículo que propunha valorização da tecnicidade e profissionalização, em detrimento da cultura humanística e científica predominante nos anos anteriores. […], além disso, geralmente, a Educação Artística é enfocada de modo muito abrangente e, os professores se comprometem com objetivos que, por sua própria natureza, configuram-se como inatingíveis. (FUSARI; FERRAZ, 2009, p. 18).

O ensino de arte nos últimos anos têm sido muito discutido, tendo acrescido ao currículo escolar da educação básica a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96 (LDB), e apresenta, ainda, uma problemática de dimensão curricular e didático-metodológica. Curricular porque ainda não se faz presente, como campo de conhecimento, em todas as escolas de Educação Infantil, principalmente da rede pública e didático-metodológica, devido às inadequações e inúmeros equívocos que surgem atrelados à sua utilização.

O trabalho pedagógico têm tomado direções distintas, à medida que os próprios educadores apresentam incompreensão sobre o significado e o sentido de arte na escola. É comum a visão desse ensino como passatempo, momento para relaxar ou como execução de tarefas mecânicas. Há alguns anos atrás o aluno que se destacava era aquele que copiava exatamente como o modelo. Aos poucos essa prática deu lugar à expressão livre valorizando o aluno que cria sua própria arte.

Hoje, cada proposta precisa ser contextualizada, para que não se torne uma atividade solta. É preciso que o professor deixe clara a razão de estar trabalhando uma atividade e que conteúdos de arte estão sendo abordados. É necessário que a criança tenha uma referência histórica, que a mesma saiba o que irá produzir e apreciar, que expresse seus sentimentos e suas emoções para que sua produção tenha sua identidade, seu estilo.

Qual a finalidade do ensino da arte?

Sem a arte nosso entendimento do mundo e de nós mesmos fica empobrecido. Conhecer e entender a arte produzida pelo grupo cultural a que pertencemos é fundamental na construção da nossa identidade. Portanto, a arte é também um meio de comunicação entre pessoas e os povos, dando-nos a oportunidade de ampliar nossa visão de mundo. Duas concepções: a pedagógica e a expressiva predominam no correr da história das artes. Essas concepções estão relacionadas às finalidades da atividade artística.

A concepção pedagógica encontra sua primeira formulação em Platão e Aristóteles. Na República, expondo a pedagogia para a criação da cidade perfeita, Platão exclui da polis os praticantes das artes imitativas. Para o filósofo grego Aristóteles, a arte era uma imitação da realidade. Esse conceito, mais tarde, foi duramente refutado por diversas correntes artísticas que compreendiam que a arte não era somente baseada na imitação da realidade, e sim, na criação. Em uma outra perspectiva, a arte é concebida como expressão que transforma em um fim aquilo que, para as outras atividades, é um meio. A arte inventa um mundo de cores, formas e volumes, massas e textura para dar a conhecer nosso próprio mundo.

“A arte pode ser compreendida como um dos mais válidos recursos para expressar ideias e sentimentos em determinados momentos da vida humana”. (Mosquera, 1976, p.99). Portanto, a arte nos reporta a fluir nossos pensamentos, mantendo nossa mente aberta diante das diversidades culturais, construindo assim nossa própria identidade.

A LDB 9.394/96, os PCNS e Referenciais Curriculares posteriores a ela instituíram o ensino das artes e desenvolveram a música (e também o teatro, a dança e as artes visuais) e conferiram-na o status de disciplina. A partir de Congressos Nacionais e Internacionais sobre Arte e Educação, organizados pelas Universidades e pela Federação Nacional dos Arte-educadores do Brasil – FAEB (criada em 1987) passou-se então a discutir questões sobre o curso de arte, nas diversas linguagens artísticas, da pré-escola até a universidade, incluindo a formação de profissionais educadores que trabalham com arte.

Em grupo, lutou-se para que a arte se tornasse presente nos currículos das escolas de Educação Básica no Brasil e que fizesse parte da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996. Nos últimos anos, os educadores vêm se rearticulando para mostrar à sociedade a importância da arte na formação dos alunos, desde a Educação Infantil, pois ajuda no desenvolvimento do aprendizado cognitivo, na capacidade lógica, na motricidade, no desenvolvimento estético e na socialização, além de ser um elo entre as diversas manifestações da cultura nacional.

Quais as formas de expressão podem ser utilizados para trabalhar a arte em sala de aula?

Elenca-se algumas manifestações artísticas utilizadas nestes ambientes educacionais que possibilitam o trabalho do docente, tais como, desenho, pintura, impressão, técnicas tridimensionais, colagem, artes cênicas, artes musicais, danças.

Quais são as formas de expressão na arte?

Linguagens artísticas são as diversas maneiras de expressões por meio das artes. Que podem ser: música, poesia, dança, teatro, cinema, pintura, desenho, literatura, história em quadrinho, escultura, vídeo game, grafite, fotografia…

Quais as 4 formas da linguagem da arte?

A Arte abrange ao menos quatro linguagens bem definidas: artes visuais, mú- sica, teatro e dança.

Quais são as formas de expressões das artes visuais?

As artes visuais são um conjunto de manifestações artísticas como: pintura, escultura, desenho, arquitetura, artesanato, fotografia, cinema, design, arte urbana, entre outros.

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