Introdu��o Show Treinamento funcional (TF) � um termo relativamente novo que vem invadindo o cen�rio da atividade f�sica e se tornando uma �febre� entre profissionais a praticantes. (Gianoni, 2011). No Brasil, o TF teve sua origem com os profissionais na �rea de fisioterapia e reabilita��o, j� que estes foram pioneiros na utiliza��o de exerc�cios que imitavam o que os pacientes faziam em casa ou no trabalho durante a terapia (Monteiro e Evangelista, 2010). A id�ia de utiliza��o desse conceito tinha prop�sitos de reabilita��o de fun��es. A partir disso, profissionais de Educa��o F�sica e Esportes come�aram a utilizar o mesmo conceito, no intuito de aprimorar fun��es. Thompson (2012) define TF como a utiliza��o do treinamento de for�a para melhora do equil�brio, coordena��o, for�a, pot�ncia e resist�ncia, sendo freq�entemente utilizado em programas cl�nicos que imitam atividades da vida di�ria. Apesar de se apresentar como uma metodologia recente, o TF n�o � uma novidade, afinal a funcionalidade do ser humano j� foi uma quest�o de sobreviv�ncia, sendo esse conceito aplicado h� muito tempo, por�m sem a referida nomenclatura (Gianoni, 2011). De acordo com alguns autores (Bossi, 2011; Coutinho, 2011), o termo treinamento funcional surgiu do reconhecimento conquistado pela contribui��o dos trabalhos da especialidade na reabilita��o de les�es de soldados na segunda guerra mundial, e tamb�m em atletas ol�mpicos nos anos 50, quando se percebeu a necessidade de trabalhos espec�ficos e diferenciados para cada modalidade esportiva. Nos anos 90, estudos come�aram a demonstrar uma melhora na agilidade, for�a e coordena��o por meio de exerc�cios multiarticulares que exploravam varia��es de velocidade, semelhantes �s atividades cotidianas ou esportivas. Em um conceito mais t�cnico, Clark (2001) afirma que movimentos funcionais referem-se a movimentos integrados multiplanares e que envolvem redu��o, estabiliza��o e produ��o de for�a. Segundo o dicion�rio de l�ngua portuguesa Michaelis (2009), treinamento significa a��o de treinar. J�, funcional, relativo �s fun��es vitais; em cuja execu��o ou fabrica��o se procura atender, antes de tudo, � fun��o, ao fim pr�tico. Sendo assim, pela associa��o das palavras, pode-se concluir que TF � a a��o de treinar em cuja execu��o se procura atender antes de tudo, � fun��o, ao fim pr�tico. Ou ainda, a a��o de treinar para aprimorar as fun��es vitais. Em suma, o TF est� intimamente relacionado ao desenvolvimento da capacidade funcional das pessoas. Tal capacidade pode ser compreendida como a aptid�o para realiza��o de tarefas di�rias como andar, correr, empurrar, levantar algo, agachar sem precisar da ajuda de outras pessoas (Campos e Coraucci Neto, 2004). Para tanto, diversas capacidades biomotoras s�o relevantes e um n�vel m�nimo de cada uma dessas capacidades � requisito essencial. Para que uma pessoa se movimente de maneira eficiente contra a a��o da gravidade, ela deve possuir amplitude de movimento, mobilidade articular, for�a, e resist�ncia muscular bem como a habilidade de coordenar os movimentos (Campos e Coraucci Neto, 2004). Sendo assim, for�a muscular, condicionamento cardiorrespirat�rio, flexibilidade, equil�brio, agilidade, velocidade e coordena��o s�o capacidades fundamentais e devem ser contempladas em um programa de treinamento funcional (Gianoni, 2011). No entanto, alguns autores relatam que a for�a muscular parece ser a principal capacidade f�sica relacionada � manuten��o da capacidade funcional e, conseq�entemente, da independ�ncia funcional no envelhecimento (Matsudo et al., 2000). Conseq�entemente, o treinamento de for�a deveria ser parte integrante e fundamental nos programas de treinamento funcional. Essa afirma��o acorda com o �ltimo posicionamento oficial do Col�gio Americano de Medicina do Esporte (Garber, 2011) acerca da prescri��o de exerc�cios f�sicos para popula��o aparentemente saud�vel, no qual a organiza��o recomenda que o treinamento funcional seja inserido em meio ao programa de treinamento resistido. Sendo assim, o objetivo do presente estudo � discutir a relev�ncia do treinamento de for�a nos programas de treinamento funcional, bem como a import�ncia da for�a muscular em suas diversas manifesta��es nos programas no aprimoramento da capacidade funcional, com base em uma revis�o da literatura espec�fica. Metodologia O presente artigo foi desenvolvido com base na revis�o da literatura sobre o treinamento de for�a e treinamento funcional. A busca foi realizada em bases de dados cient�ficas, utilizando-se os termos �treinamento de for�a�, �treinamento resistido� e �treinamento funcional�, nos idiomas portugu�s e ingl�s. Foram selecionados artigos originais e de revis�o que analisavam a for�a muscular e a sua relev�ncia no treinamento e na aptid�o funcional. N�o foi utilizado crit�rio temporal para exclus�o de artigos. Al�m dos artigos, foram utilizados livros relativos aos assuntos. Treinamento funcional vs Treinamento de for�a tradicional Com a ascens�o do TF, o cen�rio fitness vive h� algum tempo um choque de metodologias. Para alguns estudiosos do assunto (Monteiro e Evangelista, 2010; Gomes, 2010), a prescri��o de exerc�cios funcionais difere em alguns pontos da prescri��o tradicional. Para Monteiro e Evangelista (2010), os crit�rios adotados pela comunidade pr�tica para prescri��o do TF e treinamento de for�a tradicional apresentam algumas diferen�as marcantes, conforme tabela abaixo: Tabela 1. Diferen�as entre treinamento tradicional e treinamento funcional Apesar das diferen�as destacadas acima, Gianoni (2011) afirma que a principal caracter�stica do TF � que o mesmo visa o desenvolvimento do corpo como um todo, ou seja, o corpo humano � tratado como uma unidade. O mesmo autor afirma que, por vezes, o treinamento tradicional, principalmente, com o objetivo de hipertrofia muscular, segmenta o corpo e o trabalha de forma isolada (por grupamentos musculares). No entanto, o que parece contribuir com as diferen�as de metodologias s�o os objetivos almejados, ou seja, os objetivos direcionam para uma forma de prescri��o ou para outra. Alguns autores afirmam que os exerc�cios tradicionais podem ser funcionais e devem ser inseridos em programas de TF (Coutinho, 2011; Bossi, 2011). Assim, o exerc�cio em si parece ser apenas um pequeno componente de um todo e esse todo deve contemplar o corpo de uma forma global. Bossi (2011) sugere que o TF utilize exerc�cios tanto simples como complexos, tanto tradicionais como inovadores, e que o programa seja organizado no intuito de desenvolver todas as principais capacidades biomotoras do homem. Capacidades biomotoras do treinamento funcional Capacidade biomotora � cada um dos componentes f�sicos desenvolvidos pelo corpo. De acordo com Bompa (2002), a combina��o entre for�a, velocidade, resist�ncia, coordena��o, flexibilidade e equil�brio � fundamental para o sucesso nas atividades motoras e interligar essas seis a��es � o objetivo do TF. Sendo assim, o programa de exerc�cios deve contemplar essas capacidades a fim de possibilitar um desempenho satisfat�rio nas atividades motoras dos seres humanos. O posicionamento oficial das principais entidades relacionadas ao exerc�cio e sa�de (Carvalho, 1997; Garber, 2011) afirma que um programa regular de exerc�cios f�sicos deve possuir pelo menos tr�s componentes: aer�bio, sobrecarga muscular e flexibilidade, variando a �nfase em cada um de acordo com a condi��o cl�nica e os objetivos de cada indiv�duo. Assim sendo, sup�e-se que a combina��o dessas tr�s modalidades de treinamento � suficiente para promover adapta��es positivas sobre as seis principais capacidades biomotoras supramencionadas. No entanto, alguns entusiastas do treinamento de for�a (Teixeira e Guedes Jr., 2009; 2010) afirmam que esse tipo de treinamento, isoladamente ou em conjunto com outra modalidade, pode contribuir para a melhora de todas as capacidades biomotoras e, portanto, poderia ser enfatizado nos programas de TF.
Resist�ncia � a capacidade de resistir � fadiga diante da utiliza��o de uma ou mais capacidades biomotoras (Platonov, 2005). De acordo com Wilmore e Costill (2001), endurance � o termo que descreve dois conceitos separados, mas que est�o relacionados � resist�ncia muscular e � resist�ncia cardiorrespirat�ria. Enquanto a resist�ncia muscular est� relacionada a m�sculos individuais, a resist�ncia cardiorrespirat�ria � a capacidade de todo o corpo sustentar o exerc�cio prolongado. Segundo Campos e Coraucci Neto (2004), a resist�ncia (cardiovascular e muscular) � importante no TF porque diminui ou retarda o aparecimento da fadiga que debilita a propriocep��o e aumenta o rendimento aer�bio e anaer�bio, vitais para a manuten��o ou melhoria da capacidade funcional. A capacidade de resistir num exerc�cio predominantemente aer�bio garante a compet�ncia metab�lica para que determinadas tarefas motoras possam ou n�o ter uma resposta eficiente (Jenkins, 2005). Em um estudo realizado por Gettman e Pollock (1981), atrav�s do treinamento de for�a realizado em circuito, indiv�duos observaram aumento moderado no VO2 m�x. de 4 % nos homens e 8 % nas mulheres, ap�s 8-20 semanas de treinamento. Al�m do aumento moderado na capacidade cardiorrespirat�ria, o treinamento de for�a tem se mostrado eficiente em promover aumento no desempenho de corredores de longa dist�ncia (Johnston et al., 1997; Jung, 2003). Com rela��o espec�fica � resist�ncia de for�a, o treinamento resistido se mostra bastante eficaz em melhorar essa capacidade (Guedes Jr. et al., 2008; Teixeira e Guedes Jr., 2009; 2010). Equil�brio Coutinho (2011) define equil�brio como a intera��o harmoniosa e contextualmente apropriada entre a estabilidade e a mobilidade do corpo, respeitando a sua base de sustenta��o. O equil�brio � composto das rea��es involunt�rias din�micas de sensa��es e impulsos para manter uma postura ereta e movimentos funcionais (Gomes, 2010). Garber (2011) afirma que o treinamento de for�a, al�m de aumentar a massa e for�a muscular, a densidade mineral �ssea, o equil�brio din�mico e os n�veis totais de atividade f�sica, tamb�m diminui os riscos de quedas e fraturas �sseas. Outros estudos tamb�m observaram melhora no equil�brio de pessoas, principalmente idosas, submetidas a programas de treinamento de for�a (Silva et al., 2008, Nelson et al., 1994). Fiatanori et al (1990)observaram melhoras significativas da for�a em indiv�duos com idades entre 86 e 90 anos submetidos a 8 semanas de treinamento de for�a, sendo verificados aumentos m�dios de 177% na for�a do m�sculo quadr�ceps. Tal ganho foi acompanhado de um aumento de 50% na velocidade da marcha, sendo que 20% dos praticantes conseguiram abdicar de suas bengalas para se locomoverem, o que indica melhora do equil�brio, apesar da n�o realiza��o de teste espec�fico no referido estudo. Velocidade Segundo Barbanti (1996), velocidade � definida como a m�xima rapidez de movimentos que pode ser alcan�ada. Santos et al. (2010) afirmam que a velocidade no esporte � a capacidade de atingir maior rapidez de rea��o e de movimento, de acordo com o condicionamento espec�fico, baseada no processo cognitivo, na for�a m�xima de vontade e no bom funcionamento do sistema neuromuscular. Bompa (2002) cita que grande parte da capacidade de velocidade � determinada geneticamente, pois quanto maior for a propor��o de fibras musculares de contra��o r�pida, maior ser� a capacidade de contra��o r�pida e explosiva do organismo. Por�m, apesar da rela��o da velocidade com a gen�tica, essa capacidade � trein�vel. A velocidade motora resulta, portanto, da capacidade ps�quica, cognitiva, coordenativa e do condicionamento, sujeitas �s influ�ncias gen�ticas, do aprendizado, do desenvolvimento sensorial e neuronal, bem como de tend�es, m�sculos e capacidade de mobiliza��o energ�tica (Weineck, 2003). Segundo Zatsiorsky e Kraemer (2008), um dos pr�-requisitos para a alta velocidade de movimentos � o aumento da for�a m�xima. Os mesmos autores afirmam que enquanto uma flex�o do cotovelo com peso depende de 13% da capacidade da for�a m�xima, a velocidade desta flex�o depende de 39% da capacidade de for�a m�xima, portanto, se a flex�o passar a depender de 51% da for�a m�xima, ent�o, a velocidade desta flex�o depender� de 71% da for�a m�xima. Esta afirma��o explica a interdepend�ncia entre for�a m�xima e velocidade de movimento, sendo que o aumento da primeira leva ao conseq�ente aumento da segunda. De fato, estudos pr�vios observaram aumento na velocidade de movimentos em decorr�ncia de programas de treinamento de for�a, tanto em atividades cotidianas (Macaluso e De Vito, 2004), como em performance esportiva (Wilson et al., 1996) Macaluso e De Vito (2004) conduziram um estudo de revis�o da literatura sobre as adapta��es decorrentes do treinamento de for�a em indiv�duos idosos. Dentre as adapta��es mencionadas, os autores citam v�rias publica��es que observaram aumento na velocidade de marcha (m�xima e usual) em idosos submetidos a programas de treinamento de for�a. Wilson et al. (1996) demonstraram aumento significativo na performance no teste de sprint de 40 metros ap�s 8 semanas de treinamento de agachamento. No entanto, o aumento na performance de velocidade (2,3%) foi menor que o aumento da for�a muscular (21%). Esses resultados n�o s�o consenso na literatura. Coordena��o Conforme afirmam Gallahue e Ozmun (2001), a coordena��o motora � a capacidade do c�rebro de equilibrar os movimentos do corpo, mais especificamente, dos m�sculos e das articula��es. A coordena��o motora � uma das capacidades f�sicas mais requeridas nas atividades cotidianas, principalmente, nas atividades que exigem precis�o. Por�m, no envelhecimento, atividades comuns tamb�m apresentam alta exig�ncia de coordena��o de movimento, o que pode ser um limitante funcional em pessoas com essa capacidade prejudicada. Em uma pesquisa realizada por Glaner (2003), foram obtidos dados que mostraram que dos acidentes com idosos, 70% s�o devido a uma diminui��o na capacidade de andar, correr, saltar e coordenar movimentos, logo, torna-se necess�ria a melhora da coordena��o para esta faixa et�ria. De acordo com alguns autores do segmento do treinamento de for�a (Fleck e Figueira Jr.; 1997; Guedes Jr. et al., 2008; Teixeira e Guedes Jr., 2009), essa modalidade de treinamento parece ser bastante eficiente em promover melhora da coordena��o motora, principalmente, atrav�s das adapta��es neuromusculares associadas � coordena��o intermuscular e intramuscular, sendo que essas adapta��es podem ser observadas ap�s poucas sess�es de treinamento. Flexibilidade Flexibilidade � compreendida como a habilidade para mover uma articula��o por meio de uma amplitude de movimento sem estresse para a unidade (Campos e Coraucci Neto, 2004). De acordo com Badaro et al (2007), a flexibilidade � muito importante, pois favorece uma maior mobilidade nas atividades di�rias e esportivas, diminui o risco de les�es, favorecendo o aumento da qualidade e quantidade de movimentos e uma melhora da postura corporal. Refer�ncias indicam que a melhor interven��o para melhora da flexibilidade s�o os exerc�cios de alongamento por ser uma forma de trabalho que visa � explora��o de graus de amplitude de movimento (ADM) habitualmente n�o explorados no cotidiano (Badaro et al., 2007). No entanto, estudos t�m observado ganhos moderados de flexibilidade em decorr�ncia do treinamento de for�a utilizando exerc�cios com ADM completa. Cortes et al (2002) e Thrash e Kelly (1987), conclu�ram, em seus respectivos estudos, que um programa de treinamento com pesos (muscula��o) para desenvolver for�a muscular n�o prejudica a flexibilidade, podendo, ao mesmo, manter os n�veis, ou at� aumentar a amplitude de determinados movimentos. Weineck (2003) mostra atrav�s dos ginastas que possuem uma musculatura bem desenvolvida combinada com uma extraordin�ria flexibilidade, que o aumento da massa muscular n�o necessariamente est� associado a uma restri��o da flexibilidade. Em estudo realizado por Beedle et al (1991), que tinha o objetivo de comparar a flexibilidade de ombro e cotovelo de fisiculturistas, jogadores de futebol universit�rio, levantadores de peso e um grupo controle, ficou evidenciado que levantadores de peso tinham flexibilidade mediana ou acima da m�dia na maioria das articula��es e que comparados a outros atletas ficavam inferior apenas aos ginastas. For�a De acordo com Campos e Coraucci Neto (2004), a for�a � uma capacidade f�sica imprescind�vel para a manuten��o ou aprimoramento da capacidade funcional do corpo humano, sendo a base para resist�ncia muscular, velocidade, equil�brio, coordena��o e flexibilidade. For�a muscular � o produto de a��es musculares e do sistema nervoso (Bossi, 2011) e � compreendida como a capacidade do m�sculo esquel�tico produzir tens�o, for�a e torques m�ximos em uma determinada velocidade (Dantas e Coutinho, 2010). Diversas formas de exerc�cio s�o eficientes em aumentar a for�a muscular, no entanto, o treinamento de for�a se mostra a interven��o mais eficaz em qualquer tipo de p�blico (Teixeira e Guedes Jr., 2009; 2010). Em estudo realizado por Fontoura et al. (2004), meninos pr�-p�beres, ap�s 12 semanas de treinamento, aumentaram significativamente a for�a m�xima de extens�o de joelho e flex�o de cotovelo em 78 e 67%, respectivamente. O grupo controle n�o modificou estatisticamente os valores de for�a. Azevedo et al ( 2007) conduziram estudo no qual analisaram os efeitos de quatro semanas de treinamento resistido sobre diversas vari�veis, dentre as quais, a for�a muscular m�xima atrav�s do teste de 1RM. Ap�s programa de treinamento, os autores observaram aumento na for�a m�xima em membros inferiores e superiores, comprovando a efici�ncia do treinamento de for�a em promover aumento nessa vari�vel. Import�ncia da for�a para a capacidade funcional Para Matsudoet al. (2000), a perda de massa muscular e conseq�entemente da for�a muscular � a principal respons�vel pela deteriora��o na mobilidade e na capacidade funcional do indiv�duo que est� envelhecendo. A perda da massa e for�a musculares est�o associadas � diminui��o da for�a muscular e �ssea, altera��o da pot�ncia aer�bia m�xima, intoler�ncia � glicose, resist�ncia � insulina, menor taxa metab�lica de repouso e de requisi��o energ�tica, disfun��o imunol�gica, desordens do equil�brio e do andar, fraturas por osteoporose, velocidade lenta de andar e depend�ncia funcional em idosos (Fiatarone-Singh, 1998). A for�a muscular � um importante componente da aptid�o f�sica relacionada � sa�de, al�m de exercer papel relevante para o desempenho f�sico em in�meras atividades de vida di�ria e/ou esportivas (Cardoso et al., 2011). Os idosos que se exercitam com pesos recuperam boa parte da for�a perdida, capacitando-os para um melhor desenvolvimento de atividades habituais di�rias (Nieman, 1999). Fleck e Kraemer (2006), afirmam que a for�a � um fator importante para as capacidades funcionais e que deve ser mantida durante o envelhecimento, pois ela � vital para a sa�de, capacidade funcional e a vida independente. Os mesmos autores relatam que um programa bem elaborado de muscula��o proporciona diversos benef�cios � sa�de como o aumento da for�a, aumento da massa magra, diminui��o da gordura corporal e melhoria do desempenho f�sico em atividades esportivas e da vida di�ria.
Para Spring et al. (1995), for�a m�xima � a maior for�a que podemos exercer voluntariamente contra uma resist�ncia, sob forma din�mica ou est�tica. Segundo Monteiro (2004), corresponde � tens�o exercida contra resist�ncias limites. De acordo com Bossi (2011), for�a � o produto de a��es musculares e do sistema nervoso, e temos como ideal estimular ao m�ximo os m�sculos agonistas e ativar os m�sculos sinergistas e antagonistas. Essa manifesta��o de for�a � muito trabalhada e requerida em atividades que envolvem uma �nica repeti��o, como, por exemplo, o powerlifting ou levantamentos b�sicos (Coutinho, 2011). Nas atividades da vida di�ria, a for�a m�xima n�o parece ser muito requerida. No entanto, a for�a m�xima est� intimamente relacionada com a resist�ncia de for�a e com a for�a r�pida. Zatsiorsky e Kraemer (2008) afirmam que o aumento da for�a m�xima pode, at� certo ponto, aumentar a resist�ncia de for�a e a for�a r�pida, capacidades utilizadas com freq��ncia nas atividades cotidianas e esportivas. Em estudo realizado com um grupo de idosos de um asilo (72 a 98 anos), um programa de treinamento resistido de 10 semanas associado � suplementa��o alimentar aumentou a for�a m�xima m�dia em 113% no grupo exercitado. Associado ao aumento da for�a, ocorreram melhorias associadas, como o aumento de 11,8% na velocidade da caminhada e na de 18,4% na capacidade de subir escadas (Sim�o, 2004). For�a de resist�ncia De acordo com Garber (2011), for�a de resist�ncia � a capacidade de um m�sculo manter um percentual espec�fico da contra��o volunt�ria m�xima por um per�odo de tempo prolongado. Trata-se de uma manifesta��o de for�a muito requerida em atividades di�rias, principalmente para os indiv�duos que t�m em sua atividade profissional, a repeti��o sistem�tica de movimentos (Monteiro, 2004). Glaner (2003) corrobora com essa afirma��o, citando que a for�a de resist�ncia � importante na rela��o aptid�o f�sica/sa�de, pois � requerida em v�rias atividades di�rias, tais como carregar compras, transportar objetos, manter a postura, entre outras. Outra aplica��o dessa manifesta��o de for�a seria nas atividades desportivas que t�m por objetivo manter esfor�os cont�nuos durante per�odos de tempo prolongados, por exemplo, corrida de rua (Evangelista, 2011). For�a r�pida For�a r�pida corresponde � rela��o entre a for�a produzida e o tempo necess�rio para produzi-la (rela��o expressa numa curva for�a-tempo) (Guedes Jr. et al., 2008). Presente em todas as manifesta��es de for�a, representada quando o sistema neuromuscular desenvolve uma alta velocidade de a��o ou para criar uma forte acelera��o na express�o de for�a (Magalh�es, 2011) � uma manifesta��o de for�a bastante utilizada no cotidiano, principalmente, em atividades como levantar-se de uma cadeira, correr para travessar uma rua, saltar obst�culos, entre outras (Campos e Coraucci Neto, 2004). Al�m das atividades cotidianas, as a��es esportivas exigem, em sua grande maioria, o emprego da for�a r�pida: sprints, saltos, mudan�as de dire��o, socos, arremessos, chutes, etc. (Monteiro, 2004). Conclus�o Com base nas refer�ncias consultadas, conclui-se que a for�a muscular parece ser fundamental para o desempenho nas atividades cotidianas e esportivas, sendo imprescind�vel para a independ�ncia funcional dos seres humanos. Sendo assim, o treinamento de for�a, por ser uma das interven��es mais eficientes em promover o aumento da for�a muscular, parece ser bastante relevante nos programas de treinamento funcional. Al�m disso, o treinamento de for�a muscular mostra-se tamb�m como uma interven��o eficiente em promover melhora das principais capacidades biomotoras interferentes no desempenho das tarefas funcionais, o que ressalta a import�ncia de sua inclus�o nos programas de treinamento funcional. Refer�ncias bibliogr�ficas
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