Quais são os principais cuidados que devem ser adotados para a coleta de amostras?

O resultado liberado pelo Setor de Microbiologia é consequência da qualidade da amostra recebida!

COLETA e/ou TRANSPORTE INADEQUADOS podem ocasionar falhas no isolamento do verdadeiro agente etiológico e favorecer o desenvolvimento de microbiota normal ou contaminante induzindo a tratamentos inapropriados.

A identificação correta do sítio de coleta possibilitará a análise adequada do crescimento microbiano na cultura!

TODA requisição de exames microbiológicos deve conter:

  • Identificação do paciente: Nome completo, número de prontuário ou registro.
  • Local de internação: Clínica e leito
  • Data da solicitação
  • Identificação da amostra: sítio de coleta e tipo de amostra
  • USO de antimicrobianos
  • Suspeita Clínica
  • Exames solicitados
  • Identificação do médico requisitante: carimbo

Nota: Utilizar preferencialmente os pedidos de exames via Sistema de Administração Hospitalar. É mais seguro!

As amostras biológicas devem conter as informações mínimas:

  • Nome completo do paciente
  • Identificação da amostra
  • Horário da Coleta

Considerações gerais:

  • Coletar amostra, sempre que possível, antes da antibioticoterapia;
  • A amostra deve ser coletada do sítio anatômico onde o microrganismo suspeito possa ter mais chance de ser isolado;
  • Fazer antissepsia antes de coletar as amostras;
  • Aguardar 72 horas após mudança da antibioticoterapia para coletar novas amostras do mesmo sítio de infecção;
  • Utilizar frascos e meios de transporte apropriados;
  • Enviar a amostra ao laboratório o mais breve possível;
  • Em situações onde o próprio paciente irá realizar a coleta (urina, fezes), instruí-lo de maneira clara e certificar-se de que ele compreendeu as orientações.

As orientações de coleta, transporte e armazenamento de amostras para exames microbiológicos encontram-se nos links abaixo:

  • Hemoculturas
  • Urocultura
  • Coprocultura
  • Pesquisa de Clostridium
  • Pesquisa de Rotavírus Adenovírus
  • Cultura de Vigilância
  • Ponta de Cateter
  • Fluidos Liquidos Corporais
  • Liquor
  • Secreção Ocular
  • Ferida Abscessos e Tecidos Moles
  • Trato Respiratório
  • Swab de Orofaringe
  • Secreção de Ouvido e Orelha
  • Amostras Genitais
  • Amostra Retal

O Manual Completo encontra-se no link: Manual de coleta para exames microbiológicos 2018

Para maiores informações, entrar em contato pelo ramal 8142.

A coleta de sangue é amplamente praticada e continua sendo de inestimável valor para o diagnóstico e tratamento de vários processos patológicos. O teste de laboratório é parte integrante do processo de tomada de decisão do médico e os resultados influenciam diretamente a qualidade de vida do paciente.

Os avanços em tecnologia de instrumentos e o investimento em automação simplificaram os processos no diagnóstico laboratorial, melhorando a qualidade dos resultados. Porém, a grande questão enfrentada hoje é que cerca de 70% do total de erros que afetam os resultados dos testes laboratoriais ocorre na fase pré-analítica. Isso se deve principalmente à dificuldade em obter procedimentos padronizados para a coleta de amostras.

Os testes de laboratório são divididos três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. A fase pré-analítica compreende todos os processos a partir do momento em que um médico solicita o exame até que a amostra seja enviada para análise no laboratório. Inclui então a indicação do exame, instruções de preparo do paciente, procedimentos de coleta de sangue, armazenamento, preservação e transporte da amostra.

Claro que qualquer uma das fases pode apresentar erros de processo. A maioria dos erros são identificados na fase analítica. Entretanto, eles apenas refletem a falta de cuidados durante a fase pré-analítica, com os fatores que afetam diretamente a amostra.

As boas práticas e sistematização da fase pré-analítica, principalmente no processo de coleta da amostra, evita uma série de erros, retrabalhos e desperdícios de amostras e de reagentes, evitando danos aos pacientes e também ao laboratório.

Variáveis pré-analíticas para coleta de sangue

Na coleta de sangue para a realização de exames laboratoriais é importante que se conheça, controle e, se possível, evite algumas variáveis que possam interferir na exatidão dos resultados. A primeira delas é a condição do paciente e as orientações que devem ser passadas antes do exame.

Preparação do paciente

Esta é uma das tarefas mais desafiadoras da fase pré-analítica, pois engloba variáveis ​​que normalmente ocorrem antes que o indivíduo chegue para a coleta da amostra. Alimentação, exercícios, medicamentos e outros fatores podem interferir na análise, por isso é fundamental a orientação antes da realização da coleta de sangue.

  • Gênero: Além das diferenças hormonais específicas e características de cada sexo, alguns outros parâmetros sanguíneos se apresentam em concentrações significativamente distintas entre homens e mulheres.
  • Idade: Alguns parâmetros bioquímicos possuem concentração sérica dependente da idade do indivíduo.
  • Atividade física: Alterações significativas no grau de atividade física, como ocorrem, por exemplo, nos primeiros dias de uma internação hospitalar ou de imobilização, causam variações importantes na concentração de alguns parâmetros sanguíneos. Os pacientes também devem ser instruídos para evitar exercícios moderados a extenuantes antes da coleta de sangue.
  • Jejum: habitualmente, é preconizado um período de jejum para a coleta de sangue em exames laboratoriais. A ingestão de determinados alimentos é uma fonte significativa de variabilidade pré-analítica.
  • Dieta: da mesma forma que o jejum, a dieta a que o indivíduo está submetido pode interferir na concentração de alguns componentes, dependendo das características orgânicas do próprio paciente.
  • Uso de fármacos e drogas de abuso: este é um item amplo e inclui tanto a administração de substâncias com finalidades terapêuticas como outras drogas de abuso, incluindo álcool e cigarro. Eles podem causar variações nos resultados de exames laboratoriais, seja pelo próprio efeito fisiológico ou por interferência analítica.

Tubos de coleta de sangue a vácuo

Os produtos utilizados para efetuar a coleta do sangue são de extrema importância, pois além de auxiliar em um melhor resultado dos exames, podem reduzir a ocorrência de erros na coleta e os fatores de interferência na fase pré-analítica.

Os sistemas para coleta de sangue a vácuo reduzem o risco de exposição direta ao sangue e tornam mais fácil a coleta de múltiplas amostras através de uma única punção. Além de maior conforto para o paciente também proporciona maior segurança para o profissional que realiza a coleta e reduz as chances de contaminação da amostra.

Existe um tubo específico com aditivos diferentes para cada tipo de aplicação e exames. (Confira aqui os tubos de coleta mais utilizados, a tabela de cores e sua aplicação). Para fazer uma coleta múltipla basta trocar os tubos à medida em que for colhendo as amostras desejadas. Os tubos de coleta a vácuo já contêm a quantidade de vácuo calibrado ao volume de sangue que deve ser colhido, assim é possível garantir a proporção correta de sangue e aditivo.

Mas é preciso seguir uma sequência correta para evitar a contaminação cruzada de aditivos entre tubos, gerando resultados alterados nos analíticos sensíveis a este tipo de interferência. A ordem correta para coleta de sangue por tubos a vácuo é: 1. Azul (citrato de sódio); 2. Amarelo/vermelho (ativador de coágulo); 3. Verde (heparina); 4. Lilás/roxo (ETDA); 5. Cinza (fluoreto de sódio).

Como realizar a coleta de Sangue

O profissional que irá realizar a coleta deve fazer a assepsia das mãos antes do atendimento ao paciente e sempre utilizar luvas. Os tubos devem ser devidamente identificados e colocados na ordem correta para realizar o procedimento. E na sequência, seguir os passos abaixo:

Quais são os principais cuidados que devem ser adotados para a coleta de amostras?

As amostras podem sofrer algumas interferências que afetam significativamente os resultados dos testes. Isso pode levar a testes adicionais, diagnósticos incorretos e tratamentos potencialmente desfavoráveis para o paciente. As interferências observadas com maior frequência são amostras hemolizadas, lipêmicas e ictéricas (Confira aqui a característica de cada uma delas).

Armazenamento e transporte da amostra de sangue

Vários fatores interferentes são relatados no armazenamento da amostra, como o tempo de contato prolongado do soro ou plasma com as células, existência de hemólise em grau variado, hemoconcentrações causadas por evaporação, exposição à luz, temperatura incorreta de armazenamento, transporte incorreto, uso incorreto de aditivos (anticoagulantes), etc.

Deve-se adotar sempre medidas de segurança para a preservação da amostra, armazenando o sangue em local adequado e na temperatura apropriada. O transporte deve ser realizado por empresas especializadas com pessoal treinado quanto aos cuidados necessários, a fim de evitar interferências, principalmente no que se refere à temperatura.

Descarte de materiais utilizados na coleta

Os materiais utilizados para a coleta de sangue devem ser de uso único e os perfurocortantes devem ser descartados em um recipiente adequado e de paredes rígidas para evitar acidentes. Todos os materiais devem ser encaminhados para descarte seguindo as normas de biossegurança. Veja aqui como é realizado o descarte de materiais perfurocortantes.

Leia também: Como é feito o Tratamento e Descarte de Resíduos Biológicos Infectantes

Produtos Kasvi para coleta de Sangue

Referências

  1. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial para coleta de sangue venoso. 2. ed. Barueri: Minha Editora, 2010.
  2. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): coleta e preparo da amostra biológica. Barueri, SP: Manole, Minha Editora, 2014.
  3. Diretrizes da OMS para a tiragem de sangue: práticas em flebotomia. World Health Organization.

Quais os cuidados durante a coleta de amostra?

É necessário higienizar as partes íntimas e as mãos antes da coleta para evitar contaminação da amostra. Além disso, para o exame de urina, mulheres não devem realizar a coleta durante o período menstrual para não interferir nos valores do exame.

Quais os cuidados de enfermagem na coleta de exames laboratoriais?

Checar a amostra a ser coletada. Investigar o preparo do paciente para a coleta (jejum, suspensão de medicamentos e atividades físicas, entre outras questões) Explicar ao paciente como o procedimento de coleta será realizado. Informar possíveis limitações físicas após a realização da coleta.

Quais os cuidados devemos ter com a amostra de sangue?

A amostra pode ficar em temperatura ambiente por 3 horas no máximo. Após este período o sangue pode hemolisar. Como conservar a amostra antes da separação do soro? Após a retração do coágulo, o material pode permanecer em geladeira, de 4° a 8° C, por 12 horas no máximo, a fim de evitar hemólise.

Quais as principais orientações ao paciente antes de uma coleta de amostra?

Jejum alimentar de 8 horas. Antes da coleta, não fazer exercícios pesados por 24 horas, incluindo andar de bicicleta. Não manter relações sexuais ou masturbações 2 dias antes da coleta de sangue. Após exame de toque retal e/ou ultrassom transretal, aguardar 2 dias para fazer a coleta de sangue.