Qual a colocação do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio e quantas medalhas conquistou?

O poder dessas medalhas. “É você ver que tudo deu certo. É você ver que todo o trabalho valeu a pena”, diz a nadadora Maria Carolina Santiago.

A pernambucana Maria Carolina é estreante em Paralimpíadas. Nos 100 metros costa para atletas com deficiência visual, ela levou o bronze.

Gabriel Bandeira, que tem deficiência intelectual, ganhou a segunda medalha nos Jogos. Depois do ouro nos 100 metros borboleta, a prata nos 200 metros livre. Por muito pouco, ele não repetiu a cor da medalha. Ficou só a 34 centésimos do primeiro colocado, o britânico Reece Dunn.

Os nadadores com deficiência visual demoram um pouco para saber em que posição chegaram na prova. Geralmente, o técnico, que está no bloco e enxerga, é quem dá a notícia. Mas no caso dos 50 metros livre, isso nem foi necessário.

Com as arquibancadas vazias e pelos gritos dos colegas na arquibancada, Wendell Belarmino, que é cego, percebeu que era campeão.

“Por conta das restrições da pandemia, eu consegui escutar o pessoal da delegação gritando e, dessa vez, não tive dúvida de qual posição que eu fui”, diz.

E o brasiliense de 23 anos promete não se desgrudar da conquista.

“Acho que eu vou passar uns quatro dias com a medalha. Tomar café, almoçar e jantar. Só não vou tomar banho para não estragar a fitinha”, brinca.

As outras seis medalhas brasileiras vieram do atletismo. Quatro de ouro.

A primeira prova, do primeiro dia do atletismo, o primeiro ouro. Primeira vez que o Hino Brasileiro toca no Estádio Nacional de Tóquio.

O responsável por tantas primeiras vezes foi Yeltsin Jacques. Cinco mil metros para cegos. Essa foi também a primeira medalha dele em Paralimpíadas.

Sensações revividas por Silvânia Costa, que conquistou o bicampeonato paralímpico no salto em distância, também para deficientes visuais.

O dia seguiu dourado mesmo quando anoiteceu. O estreante Wallace Santos bateu o recorde mundial no arremesso de peso, classe para lesionados medulares.

Na mesma modalidade, só que na prova para atletas com algum grau de paralisia cerebral, João Victor Teixeira foi bronze.

De todas as medalhas conquistadas no primeiro dia de atletismo, se havia uma nada surpreendente, esperada até, era a de Petrúcio Ferreira. Mas nem por isso essa conquista foi menos celebrada. Até porque festa é com o Petrúcio.

O bom humor vai da hora em que é apresentado ao visual vaqueiro do sertão depois de vencer. A forma que o paraibano recordista mundial encontrou para não se deixar abater.

“Por ligação, eu cheguei a falar com a minha mãe e acabei retribuindo com uma pergunta de volta para ela, para minha esposa: ‘Alguma vez, mãe, você me viu com medo? Alguma vez você me viu ter medo, desde criança? Nunca temi’”, disse o medalhista de ouro.

Petrúcio competiu machucado, mas bateu o recorde paralímpico dos 100 metros rasos. Na mesma classe, de amputados em membros superiores, o medo de Washington Júnior era não estar em Tóquio.

“Faltando dois dias para eu viajar aqui para o Japão, eu testei positivo. Achei que ia ficar fora”, contou.

Washington se recuperou da Covid a tempo de ganhar a primeira medalha da carreira e dividir o pódio com o amigo Petrúcio. O pódio, os passos, o palco.

Os Jogos Paralímpicos se despedem de Tóquio neste domingo (5). Na capital japonesa, o Brasil fez história ao conseguir sua maior quantidade de ouros (22), igualar o recorde de pódios da Rio-2016 (72) e também a melhor colocação da história (Londres-2012), com o sétimo lugar no quadro de medalhas.

O país também se despede na terral do Sol nascente do maior ídolo de sua história, Daniel Dias, que com os três terceiros lugares obtidos, totalizou incríveis 27 láureas na carreia. Como homenagem, o nadador foi porta-bandeira na cerimônia de encerramento.

Novas estrelas brasileiras

O Brasil viu nascer novas estrelas nos Jogos Paralímpicos, a principal delas foi Maria Carolina Santiago, maior medalhista do país na competição, com três ouros, uma prata e um bronze na natação. Ela ficou em sétimo lugar entre os multimedalhistas da Paralimpíada. O recordista foi o nadador ucraniano Maksym Krypak, que subiu ao pódio sete vezes, cinco no lugar mais alto, uma na segunda colocação e outra na terceira.

Mas com tantas medalhas conquistadas, Maria Carolina Santiago não brilhou sozinha. Só na natação, ela teve a companhia de Gabriel Geraldo (dois ouros e uma prata), Gabriel Bandeira (um ouro, duas pratas e um bronze), Wendell Belarmino (um ouro, uma prata e um bronze) e Talisson Glock (um ouro e dois bronzes).

No atletismo, Yeltsin Jacques colocou dois ouros no peito ao vencer os 1500 m e os 500 m T11. Alessandro Rodrigo (um ouro e uma prata) e Petrúcio Ferreira (um ouro e um bronze) foram os outros destaques. A modalidade, aliás, foi a que mais abocanhou medalhas para o Brasil. Ao todo, foram 28 (oito de ouro, nove de prata e 11 de bronze), cinco a mais do que a natação, que teve oito ouros, cinco pratas e dez bronzes.

Qual a colocação do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio e quantas medalhas conquistou?
Daniel Dias conquistou bronze na prova de 100 metros livre da classe S5 das Paralimpíadas / Ale Cabral – 26.ago.2021/CPB

Destaque nos esportes coletivos

A soma do atletismo com a natação dá 51 medalhas, 70,8% dos pódios conquistados pelo Brasil, que, no entanto, foi condecorado também na bocha (2), na canoagem (3), no hipismo (1), no futebol de 5 (1), no goalball (1), no judô (3), no halterofilismo (1), no remo (1), no vôlei sentado (1), no tênis de mesa (3), no taekwondo (3) e na esgrima (1).

O Brasil subiu no pódio em 14 esportes diferentes, com destaque para o estreante taekwondo, que começou a ser trabalhando pela Confederação Brasileira (CBTKD) apenas em 2017 e conseguiu terminar a frente de todos os países no quadro de medalhas com um ouro, uma prata e um bronze.

Mais uma vez, a força foi mostrada nos esportes coletivos. O Brasil foi pentacampeão no futebol de 5, faturou seu primeiro ouro no goalball e o segundo bronze seguido no vôlei sentado.

Por tudo isso, a cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020 será especial. Foi a melhor campanha do Brasil com vitórias e histórias dentro e fora dos locais de competição que ficarão para sempre na memória.

Qual foi a colocação do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio?

O Brasil encerrou participação nos Jogos Paralímpicos de Tóquio neste domingo e terminou a competição na sétima colocação no ranking de medalhas (72). Com 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes, igualou a marca conquistada em Londres 2012, quando também terminou na 7ª posição.

Qual a colocação do Brasil nas Paraolimpíadas de Tóquio e quantas medalhas conquistou?

O Brasil soma agora 71 medalhas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, com 22 ouros, 19 pratas e 30 bronzes, na sétima colocação no quadro geral de medalhas.

Como ficou o quadro de medalhas do Brasil na Paraolimpíadas?

O Brasil terminou a campanha nas Olimpíadas com a melhor campanha da história: sete ouros, seis pratas e oito bronzes, somando 21 pódios e ficando na 12ª posição do quadro de medalhas. Nas Paralimpíadas, também o melhor desempenho de todos os tempos: 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes, em sétimo lugar.

Quantas medalhas o Brasil já ganhou na Paralimpíadas de Tóquio?

A campanha dos atletas brasileiros nos Jogos Paralímpicos de Tóquio pode ser definida como histórica. Afinal, o Brasil quebrou o recorde de medalhas de ouro em uma única edição, com 22, igualou o recorde total de medalhas, com 72, e a melhor posição no quadro de conquistas, o sétimo lugar.