Qual a diferença entre crescimento econômico e desenvolvimento Sócio

Crescimento econômico em questão

Por Roniel Sampaio Silva

É comum associar como sinônimos os termos desenvolvimento e crescimento econômico.  Porém é preciso ter muita cautela nos usos desses conceitos para evitar confusões.  A ideia de crescimento sobrepõe-se como mais importante que desenvolvimento e coloca tal crescimento como a principal meta a ser almejada por um país.  Neste texto irei apontar de maneira geral a diferença entre os dois conceitos.

Embora  crescimento e desenvolvimento sejam interdependentes e tenha suas especificidades contextuais próprias é possível, grosso modo, fazer uma distinção introdutória sobre os conceitos. Enquanto o crescimento econômico está relacionado ao Produto Interno Bruto (PIB) e a produtividade do país, o desenvolvimento econômico vai mais além. Ele representa a aplicação das riquezas de modo que melhore a qualidade de vida das pessoas em aspectos como saúde, educação, alimentação e outros indicadores de bem-estar.

Um país que cresce economicamente a níveis altíssimos não necessariamente está revertendo os ganhos nacionais a sua população. Como é o caso do “milagre brasileiro” na década de 1970. Na ocasião, os altos índices de crescimento econômicos conduzido pelo governo militar não se reverteu em melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Segundo Singer (1972) como havia forte repressão de sindicato e movimentos sociais havia pouco espaço para melhoria de salário e condições de trabalho.

Para Bresser-Pereira (2008) desenvolvimento “é o processo de acumulação de capital e incorporação de progresso técnico ao trabalho e ao capital que leva ao aumento da produtividade, dos salários, e do padrão médio de vida da população” (p. 1).  Celso Furtado  (1967 )compreende o desenvolvimento como sendo uma superação do crescimento econômico, uma mudança qualitativa na economia de modo que não apenas as elites se beneficiem.

Um dos indicadores do desenvolvimento é a renda per capita. Porém, para Bresser-Pereira (2008) somente a renda per capita não é garantia de desenvolvimento se esta não for acompanhada  “por mudanças no plano das instituições, da cultura, e das próprias estruturas básicas da sociedade” (p. 4). Portanto, como não há crescimento econômico infinito. O PIB de um país sempre vai ser difícil de ser superado em relação ao ano anterior, é preciso ir além do modelo de obstinação do
crescimento econômico e buscar melhoria de outros aspectos da vida social e econômica dos cidadãos de um país.

REFERÊNCIAS

BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Crescimento e desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 2008.

FURTADO, Celso (1967) Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Companhia Editora Nacional.

SINGER, Paul Israel. O” milagre brasileiro”: causas e consequências. São Paulo: CEBRAP, 1972.

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O que é crescimento econômico

O crescimento econômico ocorre com o aumento na produção de bens e serviços de uma economia entre diferentes períodos e de forma sustentada.

Para medir a maior disponibilidade de produção a estimativa mais utilizada é o Produto Interno Bruto (PIB) da economia, uma estimativa do aumento da riqueza do país. A efeitos de comparação internacional utiliza-se o PIB em termos reais e per capita, descontando a inflação e dividindo pela população, respectivamente.

Em países onde o crescimento econômico acontece de forma sustentada é comum verificar que possuem contributos para a sua produção. Incrementos dos bens de capital, da força de trabalho, da tecnologia ou do capital humano são alguns dos fatores mais analisados.

Crescimento econômico vs. desenvolvimento econômico

O crescimento diferencia-se do chamado desenvolvimento econômico. Neste último, além de um aumento significativo da renda per capita de um país é preciso que exista uma melhora estrutural em setores econômicos e sociais.

Por exemplo, ao longo do século XX muitos países sul-americanos como o Brasil tiveram anos de um amplo crescimento econômico. Porém, este crescimento não foi acompanhado de uma melhora no nível de vida da população.

No caso brasileiro o grande crescimento promovido entre os anos 1950 e 1980 ocorreu apoiado em grande acumulação de bens de capital, uso da força de trabalho e investimentos em infra-estruturas. Entre as falhas do desenvolvimento são apontados os setores de educação, saúde e saneamento.

Sendo assim, o desenvolvimento se diferencia do crescimento econômico por ir mais além. Para acontecer deve existir um impacto em estruturas econômicas e sociais.

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Como acontece o crescimento econômico

O crescimento econômico é visto, de uma forma simples, através da oferta de uma maior quantidade de bens à população através da sua produção a longo prazo. Em outra ótica, esta produção gera uma renda maior para os trabalhadores e investidores da economia.

Para entender como a economia cresce, os economistas analisam diferentes fatores que permitem o aumento sustentado da sua produção. Alguns deles são o trabalho, o capital, o capital humano e o conhecimento tecnológico.

Estes fatores podem contribuir para a produção de forma separada ou conjunta. Por isso, a produtividade dos fatores pode ser analisada das duas formas. Esta maior produtividade é o que permite ter mais bens e serviços na economia e, consequentemente, mais renda por habitante.

Muitas teorias econômicas buscam entender como essa produtividade pode ser incrementada na economia. Um exemplo vem dos trabalhos do economista Robert Solow, ganhador do Prêmio Nobel desta categoria. Em seu modelo mais simples analisava-se a produtividade dos bens de capital e do fator trabalho na economia.

Outros modelos e teorias surgiram mais tarde com propostas mais desenvolvidas, incluindo outros fatores como o capital humano e a contribuição deste para uma maior produção.

Fatores de crescimento econômico

Para entender como cada componente pode contribuir para o crescimento de uma economia, analisamos os fatores separadamente. Veja logo abaixo.

Força de trabalho

O fator trabalho é um dos que quando a sua utilização aumenta a economia pode alcançar um nível produtivo maior.

Sendo analisado separadamente, permite identificar a produtividade por cada trabalhador na economia.

Bens de capital

O capital físico depende dos investimentos feitos em empresas ou negócios. Aumentar ou melhorar as ferramentas e máquinas ajudam a que os trabalhadores sejam mais produtivos.

Uma componente associada ao capital é a poupança. Estes fundos podem se transformar em mais recursos disponíveis para o investimento necessário.

Capital humano

Compreender o aumento do produto dado pela força de trabalho qualificada é outra forma de entender o crescimento da economia.

Este fator é dependente de outras perspectivas, tais como o nível de escolaridade ou de treinamento oferecido aos trabalhadores.

Tecnologia

A tecnologia disponível na economia também permite haver um aumento da produção.

Em muitos países este fator foi visto como grande responsável do progresso de suas economias.

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