Qual a importância da atividade física para a saúde das pessoas?

Importância da atividade física para a saúde

  • 07/04/2021

A prática da atividade física é de extrema importância para qualquer pessoa, possuindo problemas de saúde ou não. No dia 07 de abril, lembra-se o Dia Mundial da Saúde e o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), de Passo Fundo, chama a atenção para a prática de atividades físicas, que são indispensáveis para a saúde. Conforme a médica Clínica Geral do Corpo Clínico do HSVP, Dra. Glaucia Sarturi Tres, em crianças e adolescentes a atividade física é fundamental para o desenvolvimento físico e mental e nos adultos tem grande relevância no aspecto cardiovascular. Nos idosos, além dos benefícios cardiovasculares, é importante para a manutenção da massa magra, ajudando na prevenção e tratamento da sarcopenia, que é o processo natural e progressivo de perda de massa muscular.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos de atividade física por semana ou 30 minutos por dia durante cinco dias da semana, para adultos saudáveis e assintomáticos. Glaucia destaca que o importante é o indivíduo buscar uma atividade física que goste e tenha prazer em realizar. "Pode ser dança, caminhada, corrida, pilates, entre outras. O ideal é procurar orientação de um profissional para a prática de exercício, a fim de garantir maior segurança", recomenda a profissional.

Outro aspecto salientado pela médica é a hidratação, bem como o uso de roupas e calçados apropriados para a realização de atividades físicas. "Durante a pandemia o ideal é manter um estilo de vida fisicamente ativo em ambiente domiciliar, pois o exercício é um excelente remédio não só para o corpo mas também para a mente".

Segundo a médica, a atividade física é um dos pilares do tratamento de várias doenças que têm como fator de risco o sedentarismo. "As principais são: obesidade, diabete mellitus, hipertensão arterial sistêmica e a dislipidemia", explica. Ainda, Glaucia ressalta que é importante que todo indivíduo procure orientação médica na presença de sinais de desconforto na realização de exercício físico, como dor no peito e falta de ar.

Atividade física e pandemia

Nesse momento de pandemia, a atividade física se tornou ainda mais importante, pois além de ser fundamental para a saúde do nosso corpo, também é essencial para a saúde da nossa mente. "Diante da orientação para que as pessoas fiquem em casa é necessário incentivar a manutenção de uma rotina de vida fisicamente ativa. O sedentarismo é prejudicial para nosso sistema imunológico, favorece ganho de peso, aumento da pressão arterial, da glicose e das gorduras no sangue, e com isso, aumentando o risco para doenças cardiovasculares e metabólicas, como a hipertensão arterial e o diabetes, os quais estão associados a pior prognóstico em pacientes acometidos pela Covid-19", destaca a médica.

Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Os benefícios da atividade física ou desportiva na saúde estão confirmados por vários estudos epidemiológicos. O risco de morte prematura é mais baixa nas pessoas fisicamente ativas. A prática regular de uma atividade física moderada reduz em 30% o risco de morte prematura.

Qual a diferença entre atividade física e desporto?
Uma atividade física corresponde “a qualquer movimento produzido pelos músculos esqueléticos, responsáveis por um aumento dos gastos energéticos (OMS). Por outras palavras, mexer-se é uma atividade física: andar, subir escadas, limpar, andar de bicicleta…
Por exemplo: jogar à bola num jardim é uma atividade física. Respeitar as linhas de um campo de futebol e atirar uma bola à baliza corresponde mais a um jogo de futebol (desporto).

Os benefícios de uma prática regular e adaptada de uma atividade física
Praticar regularmente uma atividade física ou desportiva adaptada reduz o risco de mortalidade prematura. Quando associada uma alimentação equilibrada, a atividade física melhora a qualidade de vida.
A obesidade, as doenças cardiovasculares, a diabetes e os cancros são as principais consequências da sedentariedade, que é o quarto fator de risco de mortalidade à escala mundial. Por conseguinte, a prática regular de uma atividade física contribui igualmente para a redução dos riscos de aparecimento de certas patologias:
Doenças cardiovasculares: as pessoas fisicamente ativas desenvolvem duas vezes menos doenças cardiovasculares (aquelas que afetam os vasos sanguíneos do cérebro, a que chamamos “cerebrovasculares”);
Cancros: A atividade física reduz o risco de cancro colo rectal (40 a 50%), de cancros da mama (30 a 40%) e do endométrico (30%);
Diabetes: O exercício físico e a alteração dos hábitos alimentares podem prevenir o aparecimento da diabetes em indivíduos com um elevado risco de contrair esta doença;
Obesidade: Ser ativo reduz o risco de excesso de peso. O sedentarismo explica, em parte, o aumento dos casos de obesidade nas sociedades modernas. De facto, a cada vez maior utilização de transportes motorizados e de elevadores, bem como a evolução das atividades sedentárias (televisão, jogos vídeo, trabalho no computador), diminuem as quantidades de energia utilizada pelo corpo;
Osteoporose: a atividade física é determinante na prevenção do tratamento da osteoporose. Na mulher, a atividade física diminui para metade o risco de fratura do colo do fémur e aumenta a resistência óssea;
Stress crónico: A atividade física causa modificações bioquímicas no organismo. Após 30 m de atividade física de intensidade moderada ou elevada, o corpo segrega uma substância, a endorfina, que tem um efeito ansiolítico que diminui consideravelmente o stress ou a ansiedade.

Qual a importância da atividade física para a saúde das pessoas?
A prática de uma atividade física ou desportiva permite não só melhorar a qualidade de vida e prevenir o aparecimento de certas doenças graves, como também é vista pelos médicos como uma estratégia terapêutica integrada.
A terapia através da prática de uma atividade ou de um desporto: A prática de uma atividade ou de um desporto faz parte integrante do tratamento global de algumas doenças. A atividade física completa de maneira eficaz o tratamento medicamentoso e permite diminuir as doses. Adaptada aos doentes em função da sua doença e do grau atingido, a prática de uma atividade física contribui amplamente para um melhor bem-estar geral, reduz a evolução da doença e limita as consequências funcionais.
Doenças cardio vasculares: A atividade física é considerada como uma estratégia terapêutica indispensável para tratar as doenças cardiovasculares (enfartes, AVC, insuficiência cardíaca crónica, arteriopatia dos membros inferiores). A atividade física reduz a pressão arterial dos hipertensos bem como a hipertensão de esforço. Melhora o perfil lipídico-sanguíneo, diminuindo os triglicéridos e o LDL-colesterol, e aumentando o HDL-colesterol. No geral, a atividade física diminui o risco de mortalidade dos indivíduos com doenças coronárias em cerca de 25 a 35% e reduz os sinais clínicos que lhe estão associados.
Doença bronco-pneumopatia crónica obstrutiva (BPCO): O exercício físico regular é também um dispositivo eficaz no tratamento da bronco- pneumopatia crónica obstructiva (BPCO). O efeito anti-inflamatório e antioxidante da atividade física diminui em 40% as hospitalizações e a mortalidade relacionadas com a BPCO. Os efeitos positivos na asma são reconhecidos.
O cancro: A sensação de cansaço sentida pelos doentes oncológicos tem um forte impacto na sua qualidade de vida. A prática de uma atividade física ou desportiva permite uma melhor eficiência dos tratamentos e a diminuição dos efeitos secundários, o que é bom para o estado de espírito e motivação dos doentes. Para os cancros hormonais como o cancro da mama, do útero ou da próstata, o exercício físico limita o crescimento do tumor pela diminuição dos estrogénios livres, que têm influência no desenvolvimento das células cancerígenas.
Doenças osteoarticulares (lombalgias crónicas, reumatismo e poliartrite reumatóide, artrose): A atividade física tem um efeito positivo sobre a elasticidade dos tendões, dos ligamentos, na dor e no bem-estar dos doentes.
Doença de Parkinson: O sedentarismo acelera o processo da doença. É indispensável fazer funcionar os músculos e as articulações. O exercício físico tem um papel muito importante na defesa do bem-estar e da autonomia, e melhora a eficácia do tratamento.

A prática de uma atividade física é necessária ao longo da vida, em função das necessidades de cada um. Podem distinguir-se 3 tipos de exercícios físicos de acordo com o efeito global que têm no corpo humano:
Os exercícios de aeróbica: são aqueles que requerem e melhoram o consumo de oxigénio pelo organismo. Aeróbica significa “com oxigénio” e faz referência ao oxigénio no organismo durante o processo de produção de energia. Existem exercícios que são de tipo aeróbico como o ciclismo, a caminhada, a corrida ou o ténis.
Os exercícios anaeróbicos: aumentam a força muscular a curto prazo. A musculação.
Os exercícios de flexibilidade: melhoram a mobilidade dos músculos e das articulações: os alongamentos, o stretching.

Qual a importância da atividade física para a saúde das pessoas?
Conselhos para a prática de uma atividade física
Para o adulto de 18 a 65 anos:
Atividade de tipo aeróbica (resistência) de intensidade moderada: 30 m, 5 vezes por semana
Ou uma atividade de tipo aeróbica de intensidade alta: mínimo 20 m, 3 vezes por semana.
Ou atividade combinada: por exemplo, andar depressa durante 30 m, 2 vezes por semana, e fazer jogging durante 20 minutos, 2 dias por semana
As atividades de esforço muscular devem completar as atividades de resistência. Estas atividades devem ser praticadas pelo menos 2 dias não consecutivos por semana, com exercícios que utilizam os principais grupos musculares e repetindo cada um dos exercícios 8 a 12 vezes.

Para adulto com mais de 65 anos:
O tempo e a frequência da atividade física recomendados para as pessoas com mais de 65 anos são os mesmos que para um jovem adulto. Contudo, depende de cada indivíduo e da sua forma física: para umas pessoas, uma atividade de intensidade moderada corresponde a uma caminhada normal; para outras, a uma caminhada rápida.
É recomendada uma diversificação das atividades: é necessário incorporar atividades de equilíbrio para manter a flexibilidade e as quedas. Podem ser realizadas uma mistura de atividades moderadas ou intensas.
As atividades da vida quotidiana de intensidade moderada ou elevada durante pelo menos 10 m (limpezas, jardinagem…) podem ser contabilizadas para atingir os valores recomendados.

A prática de uma atividade física ou desportiva quando se sofre de uma patologia
É importante praticar uma atividade física adaptada à doença e às capacidades de cada um.
A atividade física deve ser praticada com regularidade, e progressivamente sem ultrapassar os limites.
É necessário um relatório médico para orientar a escolha da atividade física e das suas modalidades: o tipo de atividade, o tempo, a intensidade, a frequência. Uma atividade física inadaptada ou demasiado intensa pode ter efeitos negativos nomeadamente nas pessoas com problemas cardiovasculares, diabetes ou cancro. A prática de uma atividade física deve inscrever-se em programas de readaptação monitorizados por um médico.

Intensidade Fraca
Atividades:
Caminhar devagar
Lavar a louça, passar a ferro, limpar o pó
Bricolage, regar o jardim
Bilhar, bowling, yoga

Intensidade Moderada
Atividades:
Caminhar depressa, marcha nórdica
Lavar os vidros, aspirar a casa
Hidroginástica, tai chi
Andar de bicicleta, natação
Vela, golfe

Intensidade Elevada
Atividades:
Caminhadas com desníveis
Montanhismo
Cavar, fazer mudanças
Jogging, BTT, natação rápida
Saltar à corda, futebol
Basquetebol
Desportos de combate

(Saúde MGEN){jcomments on}