Qual a importância da dispersão dos frutos?

Os dispersores de sementes são responsáveis por garantir a sobrevivência das plantas jovens de algumas espécies, livrando-as da competição.

Qual a importância da dispersão dos frutos?
Os pequeninos frutos do dente-de-leão são transportados pelo vento

Você já deve ter reparado que algumas plantas estão espalhadas por uma vasta região e que algumas nascem em locais relativamente distantes da planta da qual foram originadas. Mas você já se perguntou quem é o responsável por transportar a semente para outros locais? A resposta para esse questionamento é bastante simples: Elas são levadas por dispersores de sementes.

Antes de destacarmos a importância e quem são os dispersores de sementes, devemos lembrar a importância desse processo para uma espécie vegetal. As sementes são órgãos de perpetuação e, quando maduras, precisam ser liberadas da planta-mãe. Quando caem próximas e germinam, podem sofrer com o acúmulo de muitos indivíduos próximos, o que leva à competição. Diante disso, é essencial que sementes e frutos sejam levados para áreas mais distantes. Para isso, elas contam com alguns agentes dispersantes.

Qual a importância da dispersão dos frutos?

O mico-leão-dourado alimenta-se de frutos carnosos e elimina as sementes junto às fezes

Os animais geralmente são os grandes responsáveis pelo transporte das sementes (zoocoria). Diversas espécies de animais, como o mico-leão-dourado e o lobo-guará, alimentam-se de frutos e eliminam as sementes junto às suas fezes em áreas distintas daquela que eles as encontraram (endozoocoria). Estima-se que o mico-leão-dourado, por exemplo, alimente-se de aproximadamente 88 espécies diferentes, sendo responsáveis por uma grande dispersão na Mata Atlântica. Além de eliminar pelas fezes, alguns animais regurgitam as sementes dos frutos que digeriram. Esse comportamento é muito comum em algumas aves.

De acordo com o animal que realiza o transporte do fruto ou semente, podemos classificar o modo de dispersão das sementes em:

-Mirmecocoria é o nome dado à dispersão feita por formigas;

-Ictiocoria é a dispersão realizada por peixes;

-Saurocoria é aquela realizada por répteis;

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-Ornitocoria é o nome dado à dispersão efetuada pelos pássaros;

-Mamaliocoria é a dispersão feita por mamíferos;

-Quiropterocoria é a dispersão por morcegos.

Não é somente por servirem de alimento que os frutos são dispersos por espécies de animais. Algumas plantas apresentam frutos e sementes com adaptações que permitem que eles prendam-se ao pelo de alguns mamíferos (epizoocoria). Entre as estruturas encontradas, podemos destacar os ganchos, farpas, espinhos e cascas adesivas. Quem nunca ficou com um pequeno carrapicho preso em sua roupa?

Qual a importância da dispersão dos frutos?

O picão apresenta um fruto com uma estrutura que possibilita a aderência ao pelo dos animais

Outra forma de dispersão é através do vento (anemocoria). Muitos frutos e sementes são tão leves que conseguem ser levados suavemente pelo ar. Alguns não são tão leves, mas possuem estruturas, como alas, que permitem que eles sejam soprados de um local para o outro.

A água também é considerada um agente dispersor (hidrocoria). Alguns frutos e sementes são capazes de flutuar, permitindo, assim, que sejam levados a longas distâncias. O principal exemplo de planta que tem seu fruto levado pela água é o coqueiro, sendo que muitas ilhas recém-formadas recebem o coco através das correntes marítimas.

Existem, ainda, aqueles frutos que liberam suas sementes de forma explosiva (autocoria). Como exemplo desse tipo de dispersão, podemos citar o fruto da mamona, que libera suas sementes a longas distâncias após a abertura de seu fruto.

Podemos perceber que assim como ocorreu com flores e insetos, as sementes e frutos coevoluíram com seus agentes dispersores. Esse evento foi, sem dúvida, fundamental para o sucesso na disseminação e perpetuação das espécies vegetais.


Por Ma. Vanessa dos Santos

Por Vanessa Sardinha dos Santos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Qual a importância da dispersão dos frutos?

A dispersão de sementes é o movimento ou transporte de sementes para longe da planta-mãe. O mecanismo de dispersão de sementes poderiam ser definidos como os meios pelos quais a espécie vegetal (semente) tenta "conquistar" novas áreas. Essa capacidade de distribuição aleatória da germinação no espaço, conferida pelos mecanismos de dispersão, seria o fator fundamental da heterogeneidade das populações vegetais. essa heterogeneidade, por sua vez, teria sido o fator mais importante na manutenção e na expansão dos vegetais sobre a Terra.[1][2]

Evolução da dispersão de sementes[editar | editar código-fonte]

Sendo as plantas organismos não dispersantes, elas estão sujeitas às variações ambientais e a períodos desfavoráveis, já que não possuem a capacidade de movimentação dos animais, que evitam situações desfavoráveis, migrando para outros locais. Assim, as plantas são organismos mais plásticos e possuem maior tolerância às variações ambientais. No entanto, caso não houvesse migração em nenhum dos estágios das plantas, a competição entre indivíduos de uma população e de populações adjacentes seria extremamente forte, e possivelmente poderia levar espécies à extinção via exclusão competitiva. Logo, a polinização e a dispersão de sementes garantem o movimento das plantas no espaço, e a migração de genes entre populações.[3]

Existem 3 hipóteses principais que explicam a evolução da dispersão de sementes, demonstrando vantagens do evento para as plantas. As hipóteses se baseiam em vantagens como: (a) evitar a mortalidade desproporcional das sementes e plântulas próximas à planta-mãe, (b) aumentar as chances da prole encontrar um ambiente livre de competição, (c) assegurar que a prole encontre um local favorável para se estabelecer.[carece de fontes]

Na natureza[editar | editar código-fonte]

As diferentes maneiras como os diásporos são dispersos e a frequência com que atingem ambientes favoráveis para o estabelecimento da planta é que determinam a riqueza e a distribuição espacial das populações de plântulas. Os padrões de distribuição no espaço dependem de interações diretas e indiretas com as forças seletivas bióticas e abióticas da comunidade. Assim, um dos processos que determinam a riqueza e distribuição das plantas é, sem dúvida, a síndrome de dispersão de frutos e sementes.[4]

A dispersão é caracterizada como o transporte dinâmico, resultando em estado passivo de distribuição dos diásporos desde a planta-mãe até um ambiente que ofereça condições favoráveis para o estabelecimento das espécies; assim, a dispersão torna-se realidade biológica que assegura a expansão das espécies.[4]

O conjunto de processos pelos quais sementes e frutos são dispersos ou transportados, à maior ou menor distância da planta-mãe, é definido como síndrome de dispersão. Existem quatro principais grupos de síndromes: 1) Zoocoria - dispersão realizada por diferentes grupos de animais 2) Anemocoria - síndrome cujo principal agente dispersor é o vento 3) Autocoria – as sementes são dispersas pelas próprias plantas, em que os frutos se abrem por deiscência explosiva e lançam as sementes e 4) Barocoria – dispersão realizada apenas pelo peso do diásporo e por ação da força gravitacional.[4]

Zoocoria[editar | editar código-fonte]

A zoocoria recebe várias denominações de acordo com o animal que dispersa:[5]

  • Mirmecocoria: formigas
  • Ictiocoria: peixes
  • Saurocoria: répteis
  • Ornitocoria:  pássaros
  • Mamaliocoria: mamíferos
  • Quiropterocoria: morcegos
  • Antropocoria: homem

Referências

  1. João, Nakagawa; Carvalho, N. M. " Sementes: Ciência, Tecnologia e Produção". 4. ed. Jaboticabal, SP,2000
  2. Howe, H F; Smallwood, J (1982). «Ecology of Seed Dispersal». Annual Review of Ecology and Systematics (1): 201–228. ISSN 0066-4162. doi:10.1146/annurev.es.13.110182.001221
  3. Leiner, N. O. "Consequências ecológicas da dispersão de sementes por vertebrados na estrutura de populações de plantas neotropicais", 2002
  4. a b c STEFANELLO, D. et al. "Síndromes de dispersão de sementes em três trechos de vegetação ciliar (nascente, meio e foz) ao longo do rio Pindaíba, MT". R. Árvore, Viçosa-MG, v.33, n.6, p.1051-1061, 2009.
  5. «Dispersão de frutos e sementes». Consultado em 11 de janeiro de 2018

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Cousens, Roger; Dytham, Calvin; Law, Richard (6 de março de 2008). Dispersal in Plants: A Population Perspective. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-929911-9
  • Dennis, Andrew J. (2007). Seed Dispersal: Theory and Its Application in a Changing World. [S.l.]: CABI. ISBN 978-1-84593-165-0
  • Denslow, Julie Sloan (1987). «Tropical Rainforest Gaps and Tree Species Diversity». Annual Review of Ecology and Systematics. 18: 431–451. ISSN 0066-4162. JSTOR 2097139. Consultado em 1 de novembro de 2016
  • Dudley, Robert (8 de janeiro de 2004). «Ethanol, Fruit Ripening, and the Historical Origins of Human Alcoholism in Primate Frugivory». Integrative and Comparative Biology. 44 (4): 315–323. ISSN 1540-7063. PMID 21676715. doi:10.1093/icb/44.4.315. Consultado em 1 de novembro de 2016
  • Estrada, Alejandro; Fleming, T. H. (30 de junho de 1986). Frugivores and Seed Dispersal. [S.l.]: Springer. ISBN 978-90-6193-543-8
  • Fleming, T. H.; Estrada, Alejandro (6 de dezembro de 2012). Frugivory and seed dispersal: ecological and evolutionary aspects. [S.l.]: Springer Science & Business Media. ISBN 978-94-011-1749-4
  • Gallagher, Robert S. (6 de dezembro de 2013). Seeds, 3rd Edition: The Ecology of Regeneration in Plant Communities. [S.l.]: CABI. ISBN 978-1-78064-183-6
  • Herrera, Carlos M. (1995). «Plant-Vertebrate Seed Dispersal Systems in the Mediterranean: Ecological, Evolutionary, and Historical Determinants». Annual Review of Ecology and Systematics. 26: 705–727. ISSN 0066-4162. JSTOR 2097225. Consultado em 1 de novembro de 2016
  • Lambert, J. E.; Hulme, P. E.; Wall, S. B. Vander (20 de dezembro de 2004). Seed Fate: Predation, Dispersal, and Seedling Establishment. [S.l.]: CABI. ISBN 978-0-85199-072-9
  • Levey, Douglas John; Silva, Wesley R.; Galetti, Mauro (2002). Seed Dispersal and Frugivory: Ecology, Evolution, and Conservation. [S.l.]: CABI. ISBN 978-0-85199-525-0
  • Levin, Simon A.; Muller-Landau, Helene C.; Nathan, Ran; Chave, Jérôme (2003). «The Ecology and Evolution of Seed Dispersal: A Theoretical Perspective». Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics. 34: 575–604. ISSN 1543-592X. JSTOR 30033787. Consultado em 1 de novembro de 2016
  • Lugo, Ariel E.; Lowe, Carol (6 de dezembro de 2012). Tropical Forests: Management and Ecology. [S.l.]: Springer Science & Business Media. ISBN 978-1-4612-2498-3
  • Murray, David R. (2 de dezembro de 2012). Seed Dispersal. [S.l.]: Academic Press. ISBN 978-0-323-13988-5
  • Pijl, L. van der (9 de março de 2013). Principles of Dispersal in Higher Plants. [S.l.]: Springer Science & Business Media. ISBN 978-3-662-00799-0
  • Ridley, Henry Nicholas (1930). The Dispersal of Plants Throughout the World (em ingles). Kent: L. Reeve & Company, Limited
  • Wunderle Jr., Joseph M (dezembro de 1997). «The role of animal seed dispersal in accelerating native forest regeneration on degraded tropical lands». Forest Ecology and Management. 99 (1–2): 223–235. ISSN 0378-1127. doi:10.1016/S0378-1127(97)00208-9. Consultado em 1 de novembro de 2016

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • «Frutas e dispersão de sementes» (em inglês), Universidade de Vanderbilt
  • «Modelo interativo de movimentos de espécies de plantas induzidos por mudanças climáticas» (em inglês)

Qual a importância da dispersão?

A dispersão reduz os níveis de predação nas proximidades dos adultos da mesma espécie, aumenta as chances de germinação das sementes e estabelece novos habitats favoráveis a colonização. Além disso, a dispersão de sementes também gera a distribuição espacial dos indivíduos adultos da população.

Por que a dispersão das sementes é importante para as plantas?

O processo de dispersão de sementes é fundamental na regeneração de áreas desmatadas, pois através dele sementes de plantas pioneiras podem chegar a clareiras e demais áreas abertas em florestas, dando início ao processo de sucessão ecológica.

O que é o processo de dispersão?

Em biologia chama-se dispersão ao conjunto dos processos que possibilitam a fixação de indivíduos de uma espécie num local diferente daquele onde viviam os seus progenitores. Todos os organismos na natureza são encontrados em determinados locais por que eles se deslocaram até lá partindo de um centro de origem.

Qual é a importância dos frutos?

A função principal dos frutos é revestir e proteger as sementes enquanto o embrião ainda está se desenvolvendo.