Qual a importância da maçonaria no processo de independência da América Latina?

Qual a importância da maçonaria no processo de independência da América Latina?

ILUSTRA André Toma

Momentos decisivos da humanidade que podem ter sido influenciados pelo grupo secreto

1) Guerra dos tronos

Em 1653, após uma guerra civil ter derrubado a dinastia Stuart da Inglaterra, o líder militar revolucionário Oliver Cromwell ascendeu ao poder. A maçonaria entrou em modo conspiração para virar a mesa. E conseguiu: em 1660, após a morte de Oliver, eles sabotaram seu filho Richard, reinstauraram o parlamentarismo e colocaram Carlos 2o, um Stuart, no trono

2) Estados Unidos da Maçonaria

Sabe quem estava por trás do Boston Tea Party, o protesto dos colonos dos EUA contra o domínio inglês em 1766? A maçonaria. E na Guerra da Independência que veio em seguida? Idem: 33 dos 74 comandantes do Exército Continental faziam parte da ordem secreta. Entre os 55 signatários da Declaração da Independência, eram 9 (incluindo George Washingnton, primeiro presidente do país, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin). Já entre os 29 delegados que assinaram a Constituição, 13 eram maçons comprovados

3) Colegas de Tiradentes

Historiadores maçons insistem que membros da Inconfidência Mineira, como Álvares Maciel e Inácio José de Alvarenga, integravam a irmandade. Seu sentimento separatista teria se originado nas Lojas de Coimbra, em Portugal, que ambos frequentavam. O triângulo vermelho desenhado por Alvarenga Peixoto na bandeira inconfidente seria uma alusão a um símbolo maçônico

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4) Pedrinho e o padrinho

Dom Pedro 1o teve uma carreira meteórica na sociedade secreta. Muito por conta de José Bonifácio de Andrada, o “Patrono da Independência”, que foi o primeiro Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil. Há uma significativa tese de que “Independência ou Morte” era o nome das palestras que Andrada dava em sua Loja, o Apostolado (na qual dom Pedro gozava do título de Arconte-Rei)

Libertadores da América

A ordem apoiou a criação de uma instituição sediada na Inglaterra chamada Grande Reunião Americana, que tinha o objetivo de viabilizar a emancipação dos países latino-americanos. Por ela passaram vários líderes das guerras de independência do nosso continente, como Simón Bolívar, Francisco de Miranda, Bernard O’Higgins, José de San Martín e Antonio Nariño

Maçons versus nazismo

Como outros ditadores de sua época, Hitler não era fã de ter um grupo secreto com alto potencial conspiratório em seu quintal. O Fuhrer usou sua máquina de propaganda para ridicularizar a ordem e eventualmente conseguiu prender e executar um grande número de maçons. Mas karma is a bitch: os líderes dos Aliados eram maçons até os dentes. Entre eles, Charles de Gaulle, orquestrador da Resistência Francesa, o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, e até o presidente dos EUA, Franklin Roosevelt

DE CARTEIRINHA

Figuras importantes que foram (ou são) membros comprovados

Washington Luís: O último presidente da República Velha era Venerável Mestre da Loja Philantropia II, de Batatais (SP), um cargo a que mestres podem ser eleitos. Seu dever é presidir os ritos da loja

Nelson Mandela: O homem que desfez o apartheid da África do Sul tirou um dia após a saída de sua prisão para tornar-se um mestre maçom na Loja Prince Hall, nos EUA, em 1990

Michel Temer: Sim, o presidente do Brasil. O que dá uma boa ideia sobre a influência da ordem no país

Steve Wozniak: O “outro Steve” fundador da Apple é maçom ativo na Loja Charity Lodge No. 362, da Califórnia

FONTESLivrosEncyclopedia of Freemasoney and Its Kindred ScienceseThe Symbolism of Freemasonry, de Albert G. Mackey;O Livro Secreto daMaçonaria, de Otavio Cohen;Born in Blood – The Lost Secrets of Freemasonry, de John Robinson;Three Distinct Knocks, autor anônimo;Masonry Dissected, de Samuel Prichard;The Brotherhood, de Stephen Knight;Morgan’s Exposure of Free Masonry, de William Morgan;Manual of Freemasonry, de Richard Carlile;Duncan’s Masoic Ritual and Monitor, de Malcom C. Duncan;Low Twelve: By Their Deeds Ye Shall Know Them, de Edward S. Ellis;Pamphlets on Freemasons’ Rituals and Practice in Brazil, da Universidade de Princeton; e General Ahiman Rezon, de Daniel Sickels.Artigos Maçonaria: História e Historiografia, de Celia M. Marinho de Azevedo; eThe Third Degree Tracing Board, de Terry Spalding-Martin. E sitesThe New York Times,Former Masons,Hermetic,freemasonry.bcy.caefreemasons-freemasonry.com

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Qual a importância da maçonaria no processo de independência da América Latina?

Quais momentos da história foram influenciados pela maçonaria?

Momentos decisivos da humanidade que podem ter sido influenciados pelo grupo secreto

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Qual a importância da Maçonaria na independência do Brasil?

A maçonaria encabeçou um movimento organizado, mesmo que havendo diferenças internas, em que suas posições levaram o então príncipe regente D. Pedro a tomar decisões, e por fim proclamar a independência do Brasil, tendo sido imediatamente apoiado pelo Grande Oriente Brasílico.

Qual foi a participação da Maçonaria no processo de independência?

A participação da maçonaria no movimento de independência do Brasil sempre dividiu os historiadores e estudiosos da sociedade secreta, presente no país desde o final do século 18. Para alguns sua atuação foi decisiva e os maçons teriam tido um papel fundamental na articulação da Independência.

Qual a influência da Maçonaria no processo de independência da América espanhola?

“Como vários espaços de sociabilidade da época, também a maçonaria elaborou a experiência da América Espanhola. Exemplo disso foi que, ao ser iniciado como maçom em agosto de 1822, Dom Pedro recebeu o nome de Guatimozín [a denominação atribuída pelos cronistas espanhóis ao último imperador asteca, Cuauhtémoc].

Qual a influência da Maçonaria na história do Brasil?

A atuação de maçons no processo de modernização da educação brasileira, remonta ao século XIX, respaldada por idéias liberais e iluministas. Se consolida nas primeiras décadas do regime republicano, influenciada pelo ideário positivista e anti-jesuítico, em defesa do ensino elementar público, laico e obrigatório.