Qual a importância da psicomotricidade no desenvolvimento das crianças nos anos iniciais?

26/10/2016

Brincar, jogar, pular… tudo isso é prazeroso, ainda mais quando trabalhados em conjunto. A psicomotricidade vem ao encontro das necessidades das crianças, dentre elas estão: correr, pular, saltar, rolar, arremessar.  Estas atividades são essenciais e fazem parte diariamente da rotina dos alunos da Educação Infantil e Anos Iniciais do Centro de Educação IDEAU – Colégio Santa Clara.

Nessa fase por mais simples que algumas atividades pareçam, essas correspondem a importantes estímulos ao desenvolvimento intelectual da criança. Cada experiência vivida traz uma gama de conhecimentos para o indivíduo, salienta a professora Danieli Tefilli Rossa.

Rasgar, montar e encaixar objetos, demonstrar, pegar, amassar, também desenvolvem os movimentos finos, enriquecendo sempre os esquemas corporais, percepções visuais, auditivas, cada um desses determinam uma função importante de aprendizado em sala de aula.

O equilíbrio, a lateralidade, percepção espacial e temporal, proporcionam a eles construção e crescimento pessoal, ao saber qual é seu limite e como poderá fazer para superá-lo ou melhorá-lo. Sem esquecer que o movimentar-se e dividir esses movimentos com os colegas melhora e muito a socialização, fortalecendo laços e aprendendo a ter alteridade.

Segundo a Coordenadora Pedagógica Profª Caroline Tonin Cadorin, a Psicomotricidade no processo ensino-aprendizagem visa contribuir de forma pedagógica para o desenvolvimento integral da criança, tendo em vista o aspecto mental, psicológico, social, cultural e físico, no qual acredita-se que as atividades de psicomotricidade possam ser trabalhadas no contexto escolar de forma a auxiliar no processo de aprendizagem do aluno.

Para que a psicomotricidade seja eficaz na Pratica Escolar e possa contribuir para ao processo de aprendizagem é preciso que o professor acredite no potencial das crianças, respeitando sua individualidade, sabendo que as dificuldades, obstáculos e as insatisfações fazem parte da caminhada escolar, por isso deve oferecer atividades e oportunidades para que a criança comunique, crie e se expresse emocionalmente e fisicamente, para o crescimento pessoal e construção da sua autonomia, despertando assim o desejo de descobrir e aprender por meio da interação com o mundo. 

Considera��es iniciais

    Certamente a psicomotricidade t�m em suas concep��es te�ricas possibilidades de desenvolvimento integral do ser humano. Alves (2007, p. 127) destaca que "a psicomotricidade existe nos menores gestos e em todas as atividades que desenvolve a motricidade da crian�a, visando ao conhecimento e ao dom�nio do seu pr�prio corpo�.

    � por meio dele, corpo, que a crian�a manifesta seus desejos e suas formas de comunica��o e sua afetividade. Desde o nascimento a crian�a interage com o meio em que vive, buscando formar seus pr�prios conceitos. A psicomotricidade � vista como uma ci�ncia que envolve toda a a��o de um indiv�duo (LE BOULCH, 1987, FONSECA, 1995, ALVES, 2007).

    Chazaud (1987) sinaliza que a psicomotricidade consiste na unidade din�mica das atividades, dos gestos, das atitudes e posturas, enquanto sistema expressivo, realizador e representativo do �ser - em - a��o� e da �coexist�ncia com outrem�, portanto indispens�vel durante os primeiros anos de vida, pois � um per�odo em que as crian�as come�am a formar e estruturar todo seu esquema corporal, al�m de favorecer a socializa��o, favorece tamb�m a aprendizagem, na medida em que favorece o desenvolvimento de capacidades motoras, afetivas e psicol�gicas indispens�veis ao processo de constru��o do conhecimento.

    Para Wallon (1981) o desenvolvimento do sujeito se d� de maneira integrada ao meio em que est� imersa, com os seus aspectos afetivo, cognitivo e motor tamb�m integrado. Assim, a �nfase � para a integra��o entre organismo e meio e entre as dimens�es: cognitiva, afetiva, e motora na constitui��o do indiv�duo.

    Neste sentido, a motricidade humana oferece condi��es desta integra��o e compreens�o do estado de consci�ncia humana, pois os elementos que a fundamentam possibilitam a cria��o de uma identidade sobre o desenvolvimento humano de extrema import�ncia para a vida humana.

    Le Boulch (1987) sinaliza que a educa��o psicomotora pode ser evidenciada como uma educa��o de base na primeira inf�ncia, em que favorece a crian�a a tomar consci�ncia de seu corpo, no tempo e no espa�o, possibilitando assim adquirir melhor a coordena��o de seus gestos e movimentos, e se conduzida adequadamente pode prevenir dificuldades de aprendizagem.

    A partir destas breves considera��es iniciais elaboramos como objetivo central do estudo analisar a import�ncia da psicomotricidade para o desenvolvimento global de crian�as de 0 a 3 anos, ainda que alguns autores a sugerem como ci�ncia ou �rea de conhecimento.

    De maneira a assegurar a proposta de estudo elaboramos como problema de pesquisa, a saber: qual a import�ncia da psicomotricidade para o desenvolvimento global em crian�as de 0 a 3 anos?

    Partimos da id�ia de que a psicomotricidade possue em seus conceitos epistemol�gicos totais e materiais condi��es de oferecer a crian�a de 0 a 3 anos uma aprendizagem significativa, e a partir disto favorecendo o estabelecimento da consci�ncia corporal, ou seja, todas as dimens�es da crian�a em total harmonia com o processo ensino aprendizagem.

    Para Negrine (1995), a fase pr� - escolar � a �poca da aquisi��o de habilidades motoras b�sicas e de movimentos fundamentais. Esta capacidade para mover-se cada vez mais aut�noma est� relacionada com diversos fatores, dentre eles destaca-se a matura��o neurol�gica que permite movimentos mais complexos e crescimento corporal, que ao final deste per�odo vai permitir maior possibilidade de dom�nio corporal, facilitando o movimento e disponibilidade em realizar atividades motoras.

    Mesmo em outra perspectiva te�rica Gallahue e Ozmun (2001) evidencia o posicionamento que as experi�ncias motoras, em geral fornecem m�ltiplas informa��es sobre a percep��o que as t�m de si mesma e do mundo que as cerca, portanto condi��es de consci�ncia corporal.

    Este estudo se justifica na medida em que oferece alguns subs�dios de ordem imediata na materializa��o do processo ensino aprendizagem na educa��o infantil. A considera��o da psicomotricidade como estrat�gia de ensino, bem como na constru��o da corporeidade permite o desenvolvimento integral do ser humano, pois evidencia o car�ter pluralista de sua concep��o epistemol�gica.

    As bases te�ricas que a consolidam trazem considera��es de supera��o de um paradigma educacional fragmentado oriundo da perspectiva emp�rico - indutiva que assola os des�gnios da escola ao longo do tempo.

    Desenvolvemos neste estudo uma pesquisa qualitativa de car�ter bibliogr�fico.

    O estudo qualitativo, por sua vez, tem como caracter�sticas o desejo de conhecer uma comunidade, os tra�os caracter�sticos, as gentes, seus problemas, seus valores, seus cotidianos (TEIXEIRA, 2000). Esta ainda segundo Mynaio (1998) responde a quest�es muito particulares. Ela se preocupa com um n�vel de realidade que n�o pode ser quantificado.

    A pesquisa bibliogr�fica procura explicar um problema a partir de um material j� elaborado, constitu�do de livros, artigos cient�ficos e s�tios especializados na internet, sistema virtual, que tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribui��o cient�fica que se realizaram sobre determinado assunto ou fen�meno (OLIVEIRA, 2004).

    A sele��o do material se deu a partir de livros, revistas e peri�dicos da �rea de conhecimento estudada. Sustentamos nossa proposta nos estudos principalmente dos autores Vygotsky, Barreto e Fonseca.

    Como an�lise dos resultados optou-se por uma an�lise que contextualizasse os referenciais te�ricos estudados com a problem�tica de estudo, caracterizando-se como uma an�lise qualitativa acerca dos fen�menos.

    Para melhor compreens�o do estudo dividimos o trabalho em tr�s momentos, a saber: psicomotricidade rela��es entre o jogo e o brincar; import�ncia da psicomotricidade para crian�as de 0 a 3 anos; e por fim, as considera��es finais.

    A Psicomotricidade pode ser considerada como a ci�ncia ou �rea de conhecimento que utiliza o indiv�duo e seu corpo em movimento como objeto de estudo. A crian�a, ao se relacionar com o meio, sente vontades, sentimentos e necessidades, e cabe ao adulto proporcionar condi��es para que ela possa explorar tudo o que a cerca de acordo com seus interesses.

    Durante um bom tempo a psicomotricidade era muito utilizada apenas para a corre��o de algumas dificuldades ou defici�ncia. Mas hoje, com o avan�o desta ci�ncia, est� ocupando um lugar especial e muito importante na educa��o infantil, principalmente nos primeiros anos de vida, pois a uma grande interdepend�ncia se tratando de desenvolvimento motores, afetivos e intelectuais.

    Atrav�s da Psicomotricidade, podemos acompanhar e entender as fases do desenvolvimento infantil auxiliando, se necess�rio, na promo��o de um melhor desempenho das crian�as, com est�mulos e exerc�cios corporais apropriados.

    Um dos objetivos da pr�tica psicomotora � educar a crian�a a se movimentar durante todas as fases da sua vida, e com isso contribuir para sua forma��o e estrutura��o do esquema corporal. � atrav�s do corpo, que a crian�a descobre o mundo, experimenta diversas situa��es e sensa��es, al�m de ampliar suas possibilidades de a��o.

    Na men��o de Alves (2007, p. 48) a partir do momento que o indiv�duo descobre, utiliza e controla seu corpo, o esquema corporal � estruturado e passa a ter consci�ncia dele e suas possibilidades, na rela��o com o meio ambiente em que vive.

    Alguns autores como Alves (2007), Le Boulch (1987), Barreto (2000 e 2010) e Fonseca (2004), defendem a import�ncia de um bom desenvolvimento motor para o desabrochar do desenvolvimento cognitivo, principalmente no que tange �s aprendizagens da leitura, escrita e do c�lculo.

    Para Barreto (2000), o desenvolvimento psicomotor � de suma import�ncia na preven��o de problemas de aprendizagem e na reeduca��o do t�nus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo.

    Portanto, parece ser de suma import�ncia que se favore�a o despertar psicomotor das crian�as desde a mais tenra idade.

    A psicomotricidade � uma das mais importantes linguagens das crian�as, e a base para que elas se desenvolvam de maneira integral conseguindo tomar consci�ncia de seu corpo, tempo e espa�o, al�m da coordena��o de gestos e movimentos.

    Fonseca (1998) afirma que para se ter um desenvolvimento humano saud�vel � necess�rio um desenvolvimento psicomotor completo, que por sua vez depende muito de uma boa matura��o neurol�gica.

    Uma boa matura��o neurol�gica � a base para dar continuidade ao desenvolvimento psico e motor da crian�a. Ou seja, um amadurecimento neurol�gico completo, permite a finaliza��o dos movimentos e o crescimento corporal, que permitir� o seu dom�nio de corpo, facilitando os movimentos e a realiza��o de atividades motoras.

    Atrav�s dos jogos e brincadeiras, a crian�a descobre o mundo, distinguindo a fantasia da realidade, interagindo com o outro e com o meio, al�m de possibilitar um espa�o para a resolu��o de problemas e conflitos.

    O desenvolvimento da aten��o, imagina��o, linguagem, e outros aspectos fundamentais para o desenvolvimento, tamb�m s�o adquiridos atrav�s do l�dico.

    Brincar � uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a crian�a, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imagina��o. Nas brincadeiras as crian�as podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a aten��o, a imita��o, a mem�ria, a imagina��o. Amadurecem tamb�m algumas capacidades de socializa��o, por meio da intera��o e da utiliza��o e experimenta��o de regras e pap�is sociais (BRASIL, 1998, p. 22).

    Para Ferreira Neto (2001), o brincar atrav�s dos movimentos, permite a crian�a um conjunto de rela��es necess�rias ao seu desenvolvimento motor, aprendendo a perceber e a interacionar o v�vido, o operat�rio e o mental.

    Diante disso, percebemos a import�ncia de se trabalhar as m�ltiplas linguagens principalmente na educa��o infantil, considerando a crian�a como um sujeito ativo, que brinca, corre e pula. � indispens�vel para um desenvolvimento com qualidade, a promo��o de espa�os que provoque o corpo todo a experimentar novas situa��es. Cada vez mais os educadores recomendam que os jogos e brincadeiras, fa�am parte do curr�culo escolar.

    Al�m do desenvolvimento das capacidades motoras, a brincadeira e os jogos refor�am os la�os afetivos, sejam com amigos, educadoras, irm�os, pais, av�s. � importante a participa��o do adulto nas brincadeiras das crian�as, al�m de muito prazeroso, tanto para ela quanto para o adulto, a crian�a se sente muito mais desafiada quando est� com um adulto e isso acaba elevando o n�vel de interesse na brincadeira. Isto, por sua vez leva a crian�a a fazer descobertas e viver experi�ncias diferentes, que tornam o brincar muito mais empolgante e rico em aprendizado.

    Por todos esses motivos, os jogos e brincadeiras devem ocupar um lugar especial no dia a dia das crian�as desde muito pequenas, tanto em casa com a fam�lia, mas principalmente nas Institui��es de educa��o infantil, para que o desenvolvimento psicomotor aconte�a de forma agrad�vel e natural.

    Jogos e brincadeiras, al�m de desenvolver os aspectos f�sicos, intelectuais e afetivos, tamb�m promovem a sa�de e compreens�o do esquema corporal. Jogando ela aprende a respeitar regras, esperar sua vez, superar limites e aceitar os resultados finais, para elas, o jogar e o brincar, n�o s�o apenas um modo de passar o tempo, mas sim um momento s�rio, de concentra��o, pois est� aprendendo o que ningu�m pode lhe ensinar, brincando de descobrir o mundo. Quando a crian�a brinca, est� a todo o momento elaborando hip�teses e realizando seus sonhos.

    O aprendizado e desenvolvimento caminham juntos, estando os mesmos inter-relacionados desde o primeiro dia de vida da crian�a. Podemos perceber a partir da imita��o (uma variedade de a��es) que a crian�a faz do adulto, como um processo complexo, na medida, que demanda uma altera��o radical de toda a doutrina que trata da rela��o entre o aprendizado e o desenvolvimento em crian�as (VYGOTSKY, 1989).

    Vygotsky (1989, p. 110) sinaliza ainda que �a a��o numa situa��o imagin�ria ensina a crian�a a dirigir seu comportamento n�o somente pela percep��o imediata dos objetos ou pela situa��o que afeta de imediato, mas tamb�m pelo significado dessa situa��o�.

    Salvador (1999, p. 100) a rela��o de ser humano com o meio � sempre uma rela��o ativa e transformadora, e esta rela��o s� � poss�vel pelo uso de instrumentos intermedi�rios, j� que a atividade humana � essencialmente uma atividade instrumental.

    Devemos sempre nos lembrar, que a vivencia da crian�a num meio l�dico desde muito pequena, � de extrema import�ncia para seu desenvolvimento, principalmente porque � uma atividade na qual ela j� se interessa naturalmente e por ampliar sua intelig�ncia e seus instintos sociais.

    A psicomotricidade est� presente em todas as atividades que desenvolve a motricidade e nos menores gestos da crian�a. Ela visa o conhecimento e o dom�nio do pr�prio corpo, e por isso � indispens�vel no desenvolvimento global do indiv�duo.

    O ato precipita a palavra, e a fala � uma importante ferramenta psicol�gica organizadora, atrav�s dela, a crian�a faz uma integra��o dos fatos culturais ao seu desenvolvimento pessoal.

    A a��o e a fala est�o totalmente relacionados durante o desenvolvimento, caso ocorra uma falha no desenvolvimento de um fator, o outro ser� afetado indiretamente tamb�m, ou seja, uma falha no desenvolvimento motor, poder� acarretar falhas na aquisi��o da linguagem verbal e escrita.

    A execu��o de qualquer atividade, � motora. O c�rebro, durante a vida, recebe sensa��es de todo o corpo, ele elabora, planeja e transforma estas sensa��es em motricidade.

    A crian�a precisa ser muito estimulada durante o per�odo em que est� desenvolvendo suas fun��es motoras (per�odo entre 0 e anos), para n�o sofrer conseq��ncias no futuro.

    Quando h� pouca oportunidade de desenvolver o potencial motor neste per�odo, conforme a crian�a vai se desenvolvendo h� grandes chances de ter uma percep��o distorcida da realidade. Poder� ter dificuldades na defini��o de conceitos verbais, problemas quanto � no��o de tempo e espa�o, uso restrito do pensamento, al�m das dificuldades no pensamento abstrato (matem�tica), leitura e escrita.

    Hoje nas escolas deve-se ter uma preocupa��o muito grande com o desenvolvimento motor, pois ele � a base para que haja um bom amadurecimento intelectual no decorrer do desenvolvimento. Alguns educadores se preocupam tanto com a quest�o de aprender a ler e escrever logo cedo, que muitas vezes n�o sabem e n�o se preocupam, em resolver certas dificuldades apresentadas pelas crian�as, e acabam rotulando-os com certos dist�rbios.

    Algumas vezes s�o simples dificuldades, como falta de postura e concentra��o, coordena��o motora, capacidade de aten��o, entre outras, que poderiam ser evitadas precocemente se houvesse um olhar mais atento para o desenvolvimento psicomotor.

    Os primeiros 3 anos de vida � o per�odo que se forma no indiv�duo as aquisi��es mais significativas a n�vel f�sico, por isso a import�ncia de desenvolver a motricidade durante este per�odo.

    Aos 3 anos, a crian�a j� possui algumas conquistas, como correr, pular, falar, se expressar. Pode-se dizer que as coordena��es neuromotoras essenciais j� est�o formadas, resultado de uma matura��o progressiva.

    Durante a Educa��o Infantil, auxiliar a crian�a na percep��o de si mesma � muito importante, ela precisa conhecer suas limita��es e possibilidades, al�m de conseguir se expressar corporalmente com mais liberdade, conseguindo assim novas compet�ncias motoras.

    A educa��o psicomotora nas escolas, deve visar um aprendizado de maneira preventiva do desenvolvimento global do indiv�duo em v�rias etapas de crescimento.

    Para Le Boulch (1987), na educa��o infantil, a educa��o psicomotora possui um papel relevante na preven��o das dificuldades escolares, ou seja, ela promove um desenvolvimento total do indiv�duo. Nessa etapa da vida escolar, exerc�cios corporais e atividades psicomotoras asseguram a no��o espacial, o dom�nio corporal, permitindo que a crian�a satisfa�a sua necessidade do movimento.

    A psicomotricidade para Coriat apud Levin (1995) � importante no tratamento de crian�as e jovens com problemas corporais vinculados a altera��es da afetividade, do esquema corporal, da lateralidade, entre outros, e a utiliza��o na primeira fase da vida diversas experi�ncias, atividades motoras, estimula��o, intera��o, � fundamental para a crian�a adquirir uma melhor percep��o do seu corpo, do espa�o e do mundo a sua volta, tendo em vista que atrav�s da atividade pode-se melhorar o t�nus muscular, as posturas, o gesto, a emo��o, entre outros aspectos que subsidiaram o processo de ensino-aprendizagem.

    Fonseca (2004) assinala que a atividade ou motricidade � uma forma complexa de rela��o ser humano � mundo, que envolve finalidades conscientes e uma co-atua��o cooperativa e coletiva, em que a atividade humana considera que a atividade de um indiv�duo � contextualizada em um grupo de indiv�duos, refor�ando o papel das intera��es orientadas entre eles.

    A ci�ncia da motricidade humana aponta para o ser humano na sua globalidade, totalidade e n�o s� para o f�sico, pois o movimento exige a participa��o de uma complexidade (S�RGIO, 1995).

    O objetivo da psicomotricidade � auxiliar na resolu��o de problemas que o indiv�duo apresente durante seu desenvolvimento. Primeiramente detectando onde est� o tal problema: se est� no corpo, na intelig�ncia ou na afetividade, e depois ent�o, definir quais atividades devem ser desenvolvidas para super�-lo.

    O presente trabalho, atrav�s das pesquisas realizadas, permitiu um maior entendimento sobre a psicomotricidade e toda sua import�ncia para o desenvolvimento global da crian�a. Atrav�s do movimento, as crian�as conhecem a si pr�prias e tomam conhecimento do seu lugar no tempo e espa�o.

    A psicomotricidade � a rela��o entre o pensamento e a a��o, envolvendo a emo��o. Favorece ao indiv�duo uma rela��o consigo mesmo, com o outro e com o mundo, possibilitando um melhor conhecimento das suas possibilidades.

    Est� muito ligada a afetividade, pois se utiliza do corpo para demonstrar o seu sentir, pensar e agir. Contribui de maneira expressiva para forma��o do esquema corporal e tem como objetivo principal o desenvolvimento de movimento durante toda a vida.

    A psicomotricidade deve ser vista como algo bom pelo educador, pois auxilia o desenvolvimento mental e intelectual da crian�a, desenvolvimento assim sua boa rela��o com o mundo que a cerca.

    O educador deve ter consci�ncia da import�ncia e da utilidade da psicomotricidade na escola como uma ferramenta, pois a psicomotricidade como estrat�gia de ensino estabelece por meio de a��es que estimulam o movimento espont�neo e as atitudes corporais da crian�a, favorecendo seu processo ensino aprendizagem.

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EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 15 � N� 166 | Buenos Aires,Marzo de 2012 © 1997-2012 Derechos reservados

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