Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?

Você sabia que a Amazônia não é o “pulmão do mundo”? Muito comentada há alguns anos, essa ideia está equivocada, uma vez que, apesar de existir contribuição das florestas nesse sentido, a maior produção líquida de oxigênio é feita por algas.

Esse primeiro aspecto já nos mostra o quão importantes são esses organismos que, por serem produtores, também desempenham um papel imprescindível nas cadeias alimentares.

Algumas algas, como a kombu (Gênero Laminaria) e nori (Gênero Porphyra), são amplamente utilizadas na alimentação, principalmente em pratos orientais (sushi e sopas chamadas dashi, respectivamente, são exemplos). Além disso, são requeridas no tratamento do bócio (Gênero Laminaria) e como vermífugo (Gênero Porphyra).

Ricas em diversos sais minerais, como ferro, potássio, iodo, cobre e zinco, muitas espécies são utilizadas como adubo natural ou matéria-prima para a fabricação de fertilizantes. Além disso, algas calcárias são empregadas para a correção de pH do solo. 

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De algumas feofíceas, é retirada a algina: substância utilizada na fabricação de pastas de dente, cremes e sorvetes. Já rodofíceas possuem a carragenina, empregada como estabilizante de sorvetes e também na preparação do ágar: substância amplamente utilizada em pesquisas laboratoriais e também na fabricação de alimento e cápsulas de medicamentos.

Além disso, algumas algas, como as chlamydomonas e clorelas, são requeridas para a decomposição aeróbica de resíduos orgânicos, presentes em esgotos, evitando que este processo ocorra de forma anaeróbica, liberando gases, compostos tóxicos e mau-cheiro.

Ah, sim! Não podemos nos esquecer dos liquens: simbiose entre algas e certos fungos. Tais organismos são pioneiros nas sucessões ecológicas, permitindo que novas espécies colonizem, mais tarde, o ambiente.

Interessante, não?

Algas unicelulares: características e maré vermelha

As algas unicelulares pertencem ao Reino dos Protoctistas. Elas são seres vivos eucariontes e fazem respiração aeróbia.

O Reino dos Protoctistas é um Reino polifilético, bastante biodiverso. Além dos protozoários, encontramos dentro dele as algas protistas. Esses organismos, são extremamente importantes tanto nos ecossistemas aquáticos quanto terrestres. Hoje vamos aprender sobre as algas unicelulares.

O que são algas unicelulares?

As algas unicelulares pertencem ao Reino dos Protoctistas. Costumo dizer para os meus estudantes que o Reino Protoctista (ou Protista) é um “balaio de gato”.

Isso porque dentro dele estão organismos com origens evolutivas bastante distintas, por isso o chamamos de grupo taxonômico artificial, ou polifilético. Ou seja, ao contrário de outros Reinos, os seres vivos desse grupo não têm um ancestral comum.

Dessa maneira, dentro do Reino Protoctista encontramos seres vivos com origens bastante diversas agrupados artificialmente para fins didáticos. Assim, compartilham esse Reino seres vivos bem distintos, como os protozoários e as algas.

Nesta aula de Biologia, iremos focar em um grupo de protoctistas: as algas unicelulares.

Características gerais

Estrutura celular

Assim como todos os demais seres vivos do Reino Protoctista, as algas unicelulares são seres vivos eucariontes. Isso quer dizer que são organismos cuja célula possui núcleo organizado por carioteca e organelas celulares membranosas.

Boa parte das espécies não possuem parede celular ou qualquer outro revestimento além da membrana. Mas, alguns grupos de algas unicelulares podem apresentar uma espécie de carapaça que ajuda a proteger o organismo.

Nutrição

Em suas células, assim como nos vegetais, encontramos organelas específicas para a realização da fotossíntese: os cloroplastos. Dentro dos cloroplastos há clorofila, pigmento verde responsável pela captura da energia luminosa.

Por serem seres vivos autótrofos, as algas unicelulares são as bases de várias cadeias alimentares dos ecossistemas em que vivem.

Respiração

As algas unicelulares são organismos aeróbios. Isso quer dizer que para realizarem respiração celular utilizam o oxigênio como aceptor final de elétrons. Sendo assim, essa característica influencia no habitat onde são encontradas.

Habitat

As algas unicelulares são em sua enorme maioria aquáticas. Há tanto espécies marinhas quanto dulcícolas. Como precisam de luz para a fotossíntese e boa oxigenação da água, as algas, em geral, são encontradas nas regiões mais superficiais dos ambientes aquáticos.

Como são muito pequenas, as algas unicelulares acabam sendo empurradas pelas correntes e correntezas. Por isso dizemos que esses seres vivos fazem parte do plâncton.

Como são seres fotossintetizantes, as encaixamos em uma categoria mais específica, compondo o fitoplâncton.

Apesar de serem mais comuns em ambientes aquáticos, há também espécies que podem ser encontradas em ambientes terrestres úmidos. Especialmente quando estabelecem relações simbióticas com outros seres vivos. Como as que encontramos compondo os líquens juntamente com os fungos.

Reprodução

Por serem algas unicelulares, a maior parte das espécies realiza reprodução assexuada através de cissiparidade. Contudo, há grupos que são capazes de realizarem reprodução sexuada através da produção de gametas por meiose.

Importância das algas unicelulares

Como acabamos de ver, as algas são organismos fotossintetizantes. Sendo assim, elas participam de diversas cadeias alimentares, iniciando o ciclo de energia e nutrientes.

Além disso, as algas planctônicas produzem grande quantidade de oxigênio durante a fotossíntese. Configurando-se como os principais responsáveis pela ciclagem desse gás no planeta.

Agora que já vimos a maior parte das características das algas unicelulares, vamos conhecer as particularidades dos filos mais conhecidos dessas algas unicelulares:

Euglenófitas

As algas unicelulares desse grupo são representadas, em sua maioria, por espécies dulcícolas (de água doce). Sendo assim, as euglenófitas apresentam em seu interior uma organela que chamamos de vacúolo pulsátil.

O vacúolo pulsátil ajuda a eliminar o excesso de água que entra na célula por osmose a favor de um gradiente de concentração. Já que as algas possuem maior concentração de sais em seu interior do que a água doce.

Para realizarem fotossíntese, possuem em seus cloroplastos clorofila a e b, além de outros pigmentos. Mas, apesar de sua nutrição ser autótrofa fotossintética na maior parte do tempo, na ausência de luz podem se comportar de maneira heterótrofa, fagocitando outros seres vivos.

Por isso, alguns biólogos consideram que as euglenas são organismo mixotróficos (que podem atuar tanto como autótrofos quanto heterótrofos).

Presença de estigma

Um fator que chama muita atenção nas algas desse grupo é o fato de que elas possuem uma organela fotossensível, chamada de estigma. Ao microscópio, essa organela se apresenta como uma mancha avermelhada no citoplasma.

A fotossensibilidade dessa organela permite que a euglena identifique regiões mais iluminadas, favoráveis à fotossíntese.

E, para se deslocarem em direção às regiões mais favoráveis de seus habitats, as euglenas possuem dois flagelos. Esses flagelos se movimentam como hélices para deslocar as células.

Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?
Imagem 1: células de euglenas (algas unicelulares)

Por fim, é importante salientar que essas algas não possuem nenhum tipo de parede celular. Inclusive, algumas euglenas podem movimentar seu citoesqueleto, deformando a célula, para auxiliar em seu deslocamento.

Além disso, devemos destacar que essas algas reservam carboidratos na forma de paramilo. Substância que forma pequenos grãos em seus citoplasmas.

No vídeo a seguir você pode observar a movimentação de uma alga euglenófita observada ao microscópio óptico:

Bacilariófitas

As principais representantes das algas bacilariófitas são conhecidas como algas diatomáceas. Uma grande parte das espécies desse grupo são encontradas em ambientes marinhos.

Muitas espécies de diatomáceas fazem parte do fitoplâncton, sendo carregadas com as marés. Mas, alguns representantes podem também ser encontrados aderidos à superfícies rochosas e animais, ou em meio ao sedimento.

Nutrição

As bacilariófitas possuem em seus cloroplastos clorofila a e c, além de outros pigmentos fotossintéticos, como β-caroteno e a fucoxantina.

Esses pigmentos muitas vezes mascaram a cor da clorofila, fazendo com que ao microscópio essas algas unicelulares sejam marrons ou douradas.

Ainda sobre seus hábitos nutricionais, podemos dizer que, assim como as euglenas, algumas espécies de diatomáceas podem resistir de maneira heterotrófica em condições adversas.

Energia

Como reserva energética, é comum que as diatomáceas armazenem óleos. Além disso, podem armazenar leucosina ou crisolaminarina, um carboidrato formado por arranjos de glicose.

Um fator que destaca esse filo das demais algas unicelulares é o fato de que as diatomáceas apresentam carapaças em volta de suas células. Essas carapaças, compostas de materiais pécticos e sílica, são importantes na proteção dessas células.

Sua estrutura rígida é formada de duas valvas ou tecas que se encaixam uma na outra. O formato dessas carapaças varia de espécie para espécie.

Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?
Imagem 2: fotografia de uma alga diatomácea feita por microscópio óptico.
Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?
Imagem 3: gota de água contendo inúmeras diatomáceas
Terra de diatomáceas

Quando essas algas morrem, suas carapaças se depositam sobre o substrato marinho. Com o passar do tempo, essas estruturas formam um depósito que se assemelha a uma terra muito fina.

Esse acúmulo é chamado de terra de diatomáceas. Esses sedimentos podem se compactar ainda mais ao longo dos anos, formando um tipo de rocha chamado de diatomito.

Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?
Imagem 4: fotografia de um pedaço de diatomito.

A terra de diatomáceas e o diatomito são utilizadas industrialmente como abrasivos em polidores de metais e pastas de dentes.

Para saber um pouquinho mais sobre as diatomáceas, veja este pequeno documentário sobre elas:

Dinoflagelados

As algas dinoflageladas ou dinófitas recebem esse nome por conta do movimento de seus dois flagelos, que fazem com que elas pareçam rodopiar (“dino”, do grego, rodopiante).

Assim como as algas diatomáceas, os dinoflagelados possuem clorofilas a e c em seus cloroplastos, além de outros pigmentos fotossintetizantes.

Além disso, algumas algas desse grupo, como as do gênero Noctiluca podem ser bioluminescentes. Ou seja, transformam energia química em luz em certas ocasiões.

Esse fenômeno faz com que a água onde se encontram fique luminescente. Vem daí o outro nome utilizado para designar esse grupo: algas pirrófitas.

Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?
Imagem 4: Fotografia de ondas do mar luminescentes em uma praia.

A maior parte das espécies de algas pirrófitas podem ser encontradas no plâncton, como boa parte das algas unicelulares. Mas, neste grupo, há muitas espécies de algas pirrófitas relacionadas a animais, como as zooxantelas.

As zooxantelas estabelecem relações ecológicas com corais, anêmonas, águas-vivas e outros animais invertebrados. A presença dessas algas, inclusive, altera a cor desses animais.

Relações Simbiontes

É importante salientar que as relações simbiontes que esses animais e algas estabelecem são essenciais para a saúde dos ambientes marinhos. Com algumas espécies de corais, por exemplo, a simbiose com as zooxantelas é vital.

Nesse sentido, as algas ganham proteção dos invertebrados em seus tecidos. Em contrapartida, fornecem aos animais açúcares resultantes de sua fotossíntese.

Essas relações simbióticas podem explicar, por exemplo, o fato de que muitas espécies de corais são encontradas apenas em águas rasas, onde há boa luminosidade.

Algumas espécies de dinoflagelados possuem uma teca de celulose. Essa teca pode ter prolongamentos que funcionam como velas para serem empurradas pelas marés.

Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?
Imagem 5: fotografia de um dinoflagelado visto ao microscópio óptico.

Maré vermelha

Algumas espécies de algas unicelulares, especialmente do Filo dos Dinoflagelados, podem causar um fenômeno conhecido como maré vermelha ou floração de algas nocivas.

Esse desequilíbrio ecológico ocorre quando há uma rápida proliferação de algas unicelulares. Essa proliferação faz com que a água adquira uma coloração avermelhada ou amarronzada, formando manchas.

Muitas vezes podem ocorrer também manchas de outras cores, dependendo da principal pigmentação dessas espécies e também de substâncias liberadas por elas.

Como acontece?

A floração exagerada dessas algas é causada, principalmente, pelo excesso de matéria orgânica e sais na água. Em geral, esses materiais são despejados pelo esgoto doméstico e podem se acumular em determinadas regiões devido a correntes marítimas e condições climáticas.

Após a rápida proliferação, ocorre uma grande mortandade dessas algas. E, dependendo da espécie, esses microrganismos acabam eliminando toxinas que podem envenenar várias espécies de animais.

Inclusive, caso os seres humanos comam animais, como peixes e moluscos, contaminados com essas toxinas, podem também ser envenenados.

Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?
Fotografia de uma praia rochosa onde podemos observar uma mancha avermelhada causada pela floração de algas nocivas, também chamada de maré vermelha. Fonte da imagem: Getty Images.

Por tais motivos, quando há a ocorrência de maré vermelha, ficam proibidas práticas de pescas até que o fenômeno se dissipe.

Algas pluricelulares: tipos, características e classificação

Algas pluricelulares são organismos aquáticos que pertencem ao Filo Protoctista. Apesar de não serem consideradas plantas, também realizam fotossíntese. Entenda!

As algas pluricelulares são extremamente importantes nos ecossistemas marinhos e também na indústria de alimentos. Vem comigo nesta aula de Biologia para aprender mais sobre esse grupo de Protoctistas!

Algas pluricelulares são plantas?

As algas pluricelulares são organismos atualmente classificados dentro do Reino Protoctista. Entretanto, há pouco tempo, essas algas eram classificadas dentro do Reino Plantae. Isso porque, além de se parecerem visualmente aos vegetais e serem pluricelulares fotossintetizantes, elas possuem cloroplastos e parede celular.

Contudo, apesar de sua semelhança com os vegetais, algumas diferenças importantes fizeram com que elas fossem reclassificadas dentro do Reino Protoctista. Entre os fatores, podemos citar o fato de que nessas algas as células não se diferenciam como nas plantas. Sendo assim, elas não formam o que chamamos de tecidos verdadeiros. Por isso, são chamadas de talófitas.

Para compreender melhor esse grupo de seres vivos, em seguida vamos estudar suas principais características e classificação.

Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?
Fotografia de algas pluricelulares embaixo d’água. Fonte: Getty Images Pro.

Características das algas pluricelulares

Células

Assim como os demais organismos do Reino Protista, as algas pluricelulares são organismos eucariontes. Ou seja, possuem núcleo organizado e organelas celulares membranosas. As células das algas pluricelulares apresentam parede celular de celulose e também cloroplastos, o que as aproximam bastante das células dos vegetais.

No entanto, há uma diferença importante nessas células. A maior parte das algas que vamos ver nesta aula não possui clorofila b como os organismo do Reino Plantae. Em vez disso, possuem somente clorofila a e c.

Além disso, como não há diferenciação entre as células que as constituem, consideramos que as algas não possuem tecidos verdadeiros. Assim, como não há estruturas específicas para o transporte de substâncias (como o xilema e o floema nos vegetais superiores), o transporte de substâncias nas algas se dá de célula para célula, por difusão e osmose.

Nutrição

As algas pluricelulares são seres vivos autotróficos fotossintetizantes.

Habitat

As algas pluricelulares são organismos aquáticos, sendo encontradas tanto em ambientes dulcícolas (de água doce) quanto marinhos. Como são organismos fotossintetizantes, em geral, as encontramos em menores profundidades, onde a luz alcança.

Geralmente, as algas pluricelulares são seres vivos sésseis, vivendo fixas sobre o substrato ou sobre rochas. No entanto, há espécies que podem viver à deriva, sendo empurradas pelas correntes, como as algas do gênero Sargassum.

Respiração

Todos as algas pluricelulares são organismo aeróbios. Ou seja, utilizam oxigênio como aceptor final de elétrons no processo da respiração celular.

Reprodução

As algas pluricelulares, por se tratarem de organismos bastante simples, podem fazer reprodução assexuada por brotamento ou até mesmo por fragmentação.

Além disso, essas algas também realizam reprodução sexuada. Nesse caso, os ciclos reprodutivos das algas pluricelulares podem ser extremamente complexos.

Há algumas espécies de algas que realizam ciclos de vida diplonte, como o que ocorre nos animais. Nesses casos, algas diploides realizam meioses para produzir gametas com n cromossomos. Esses gametas se unem, formando, portanto, um organismo diploide.

Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?
Diagrama resumindo o ciclo de vida diplonte descrito acima. Imagem produzida pela autora.

Outras espécies de algas realizam ciclos vitais semelhantes aos dos vegetais do Reino Plantae, cujos ciclos reprodutivos acontecem com alternância de gerações. Nesses ciclos, também chamados de haplodiplobiontes, há alternância de gerações haploides (n cromossomos) e diploides (2n cromossomos).

Nesses casos, os indivíduos diploides são chamados de esporófitos. Esses indivíduos produzem através de meioses células n cromossomos chamadas de esporos (meiose espórica). Esses esporos, por sua vez, formam indivíduos haploides.

Assim, esses indivíduos haploides, chamados de gametófitos, produzem gametas através de mitoses. Esses gametas se unem por fecundação formando um zigoto e, assim, um novo indivíduo diploide.

Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?
Diagrama resumindo o ciclo de vida haplodiplobiôntico descrito acima. Imagem produzida pela autora.

Por fim, há ainda algas que possuem ciclos de vida haplontes. Nestes ciclos, um indivíduo n cromossomos produz através de mitoses vários gametas. Esses gametas se unem formando um zigoto 2n cromossomos. Logo após a formação do zigoto, ocorre uma meiose, originando esporos que dão origem a indivíduos haploides.

Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?
Diagrama resumindo o ciclo de vida haplonte, descrito acima. Imagem produzida pela autora.

Classificação das algas pluricelulares

Clorofíceas – Divisão Clorophyta

As algas clorofíceas também são chamadas de algas verdes. Isso porque, apesar de possuírem outros pigmentos além da clorofila, como os carotenoides, a cor verde predomina sobre os demais pigmentos.

Dentre as algas pluricelulares, as clorofíceas são as que têm características celulares que mais se aproximam dos organismos do Reino Plantae. Isso porque possuem clorofila a e b, como as plantas. Contudo, assim como as demais algas, as clorofíceas não têm tecidos verdadeiros.

Além disso, suas paredes celulares são compostas de celulose. E a reserva de energia nas clorofíceas é feita em grãos de amido, que podem estar acumulados próximos aos grãos proteicos, chamados de pirenoides.

Apesar de estarmos estudando-as dentro do grupo das algas protistas pluricelulares, as clorofíceas possuem grande variedade anatômica. Dentro da Divisão Clorophyta encontramos desde algas unicelulares microscópicas, de vida livre ou coloniais, até espécies pluricelulares de formatos variáveis.

Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?
Fotomicrografia feita através de microscópio óptico. Fonte da imagem: Getty Images.

Em geral, as clorófitas são organismos aquáticos, e em sua maioria de água doce. No entanto, há formas que podem habitar ambientes terrestres úmidos e até mesmo estabelecer relações mutualísticas com outros organismos, como as algas nos líquens.

Reprodução das clorofíceas

A reprodução dessas algas pode ser maneira assexuada, por bipartição (algas unicelulares) ou fragmentação. Já a reprodução sexuada pode ser por conjugação (troca de material genético entre células de algas diferentes) ou por singamia (união de gametas).

Dentre a variedade de algas clorófitas, encontramos diferentes espécies realizando cada um dos três tipos de ciclos vitais que vimos anteriormente. Mas, o exemplo de ciclo vital mais explorado entre as clorofíceas é o das algas do gênero Ulva, conhecidas popularmente como alfaces-do-mar.

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Fotografia subaquática de um exemplar de alga Ulva lactuca, conhecida popularmente como alface-do-mar. Fonte: https://www.seaweed.ie/algae/ulva.php

Nas ulvas, o organismo diploide produz, através de meiose, células haploides. Essas células possuem um flagelo e são chamadas de zoósporo. Estas, por sua vez, originam através de mitoses um gametófito (indivíduo haploide). Por fim, os gametófitos produzem gametas que, ao se fecundarem, formam um novo indivíduo diploide.

Feofíceas – Divisão Phaeophyta

As algas feofíceas são também conhecidas como algas pardas. Isso porque, além das clorofilas a e c encontradas em seus cloroplastos, as feofíceas possuem grande quantidade de carotenoides. Especialmente a fucoxantina, pigmento responsável pela cor amarronzada dessas algas.

No grupo das feofíceas, a maior parte das espécies é pluricelular e macroscópica e habita o ambiente marinho. De maneira geral, as feofíceas são algas de grande porte.

Há, inclusive, algas conhecidas como kelps, que podem atingir vários metros de comprimento. Para você ter uma ideia, algumas espécies do gênero Macrocystis, são conhecidas como sequoias do mar, pois chegam a medir mais de cem metros de comprimento.

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Fotografia subaquática de algas conhecidas como kelps. Fonte: IPTC Photo Metadata.

Essas algas possuem parede celular de celulose enriquecida com outras substâncias, como alginato e galactano. Essas últimas substâncias, inclusive, são muito utilizadas industrialmente como espessantes, na produção de gelatinas e sorvetes.

Nessas algas, o açúcar de reserva é a laminarina. Elas podem também armazenar energia em gotas de óleo em seus citoplasmas.

Anatomicamente, essas algas podem ter desde estruturas filamentosas muitos simples até estruturas mais complexas, que se assemelham a folhas e caules. Entretanto, como não possuem células especializadas e tecidos, dizemos que essas estruturas são cauloides e filoides.

Dentro do grupo das algas feofíceas encontramos exemplares que possuem ciclo de vida haplodiplobionte, assim como as algas do gênero Laminaria. E também espécies com ciclo de vida diplonte, como as algas do gênero Sargassum.

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Fotografia subaquática de uma alga do gênero Sargassum. É comum que as algas desse gênero tenham essas “bolinhas” que funcionam como flutuadores. Isso faz com essas espécies não se fixem sobre o substrato e sejam arrastadas pelas correntes. Fonte: Oxford Scientific Photo Images.

Rodofíceas – Divisão Rodophyta

As algas do grupo das Rodofíceas são também conhecidas como algas vermelhas. Isso porque, além da clorofila a presente em seus cloroplastos, essas algas possuem um outro pigmento em grande quantidade: a ficoeritrina.

Quase todas as espécies de rodofíceas são pluricelulares e marinhas. O tamanho dessas algas pode variar bastante: de formas microscópicas até espécies que podem alcançar mais de 3 metros de comprimento.

Em relação à reprodução, podemos dizer que todas as algas vermelhas possuem ciclo vital haplodiplobiôntico.

Curiosamente, essas algas armazenam energia em um açúcar semelhante ao glicogênio (carboidrato de reserva em animais), chamado de amido das florídeas.  Além disso, em suas paredes celulares, além da celulose, encontramos um polissacarídeo chamado de carragenina. Esse açúcar é também muito utilizado na indústria de alimentos como estabilizante de sorvetes e cremes.

Qual a importância das algas unicelulares e pluricelulares para a vida aeróbia do planeta?
Fotografia de lâminas de alga nori. As algas nori são algas rodofíceas utilizadas na culinária japonesa para a produção de sushi. Fonte da imagem: Getty Images.

Além disso, da parede celular dessas algas também é produzida a substância conhecida como ágar. O ágar é uma espécie de pasta utilizada para dar consistência em meios de cultura utilizados para cultivar microrganismos em laboratórios.

Recentemente o ágar também tem sido utilizado na culinária para dar consistência a certos alimentos industrializados. Por fim, o ágar também entra na composição das cápsulas de medicamentos, em cosméticos e na produção de moldes dentários.

Fonte:

Curso ENEM Gratuito -  Disponível em < https://cursoenemgratuito.com.br/algas-unicelulares/  > Acesso em 03 abr. 2022.
Curso ENEM Gratuito -  Disponível em < https://cursoenemgratuito.com.br/algas-pluricelulares/ > Acesso em 03 abr. 2022.

Qual é a importância das algas unicelulares e pluricelulares?

As algas são organismos uni ou pluricelulares que produzem seu próprio alimento através da fotossíntese, processo que utiliza a luz solar para a produção de energia. Além da produção de energia para a sobrevivência das algas, a fotossíntese também libera ao ambiente o oxigênio que respiramos.

Qual a importância das algas unicelulares para o ambiente?

São importantes para a manutenção da vida na Terra, uma vez que fornecem gás oxigênio e executam função de produtoras, em diversas cadeias alimentares. As algas unicelulares costumam ser componentes do plâncton: comunidade de organismos que flutuam na água.

Qual a importância das algas para a vida no planeta Terra?

Importância das algas As algas desempenham papeis importantes para a manutenção do planeta Terra, produzindo até 90% de todo oxigênio. Espécies como o plânctonalgas ic atuam na captura de carbono (C), já as categorias que vivem em ambiente marinho funcionam como fonte de proteínas e polissacarídeos.

Qual a importância das algas unicelulares para a vida aquática e terrestre?

Ademais, as algas unicelulares são responsáveis por realizar a fotossíntese, logo fornecem energia para toda cadeia alimentar, e além disso elas também fornecem oxigênio (cerca de 90% de oxigênio atmosférico) para todos os seres vivos marinhos.