A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Show
Na segunda metade do século XIX, a revolução Industrial deixou de ficar restrita à Inglaterra, expandindo-se para a Bélgica, França, Alemanha, Itália, Rússia e Estados Unidos - foi um período de profundas transformações, como:
Inovações técnicas e novos inventos:
Por volta de 1860, a Revolução Industrial assumiu feições novas, tão diferentes de suas feições anteriores, que podemos falar numa Segunda Revolução Industrial. A própria Segunda Revolução Industrial pode ser dividida em dois períodos: o período inicial, que se caracteriza pela invenção do processo Bessemer (transformação do ferro fundido em aço), em 1856; desenvolvimento do dínamo (1873) e invenção do motor a combustão interna (1876). Essa fase caracteriza-se pela introdução crescente do maquinismo e pela criação de grandes complexos industriais. Data dessa fase, também, a expansão da Revolução Industrial à Europa Central e Ocidental e à América. A segunda fase caracteriza-se pela introdução do novo processo de fabricação, criado por Ford e conhecido como "linha de montagem". Durante a segunda fase, temos um desenvolvimento extraordinário das comunicações sob todas as suas formas: transportes (estradas de ferro, navios a vapor e automóveis), comunicações (telefone, rádio e televisão). A primeira fase está situada entre 1860 e 1908, sendo que a segunda fase se inicia em torno de 1908 e termina com a introdução da indústria, do automobilismo cibernético, por volta de 1945. A Segunda Revolução Industrial foi a era da concentração industrial (formando inúmeros agrupamentos industriais), que podiam ser:
Tipos mais usuais de concentração industrial ou econômica:
A Segunda Revolução Industrial trouxe nova divisão internacional do trabalho e nova racionalização do mesmo:
A Linha de Montagem (Ford) Por volta de 1908, a incipiente indústria automobilística enfrentava dois grandes problemas: o da mão de obra especializada e o do alto custo da produção, que era quase artesanal. Henry Ford introduziu, então, um sistema revolucionário, baseado na correia transportadora e na linha de montagem, no qual cada trabalhador executa apenas uma operação altamente padronizada. O sistema Ford, baseado na extrema divisão do trabalho, permitiu resolver os dois problemas que impediam o crescimento da indústria automobilística. De fato, especialização numa única operação resolveu o problema da mão de obra e o sistema de linha de montagem, possibilitando a fabricação de um automóvel Ford modelo T em uma hora e trinta e três minutos; resolveu também o segundo problema: o do custo. A indústria automobilística e a seguir todas as outras adotaram o processo Ford e puderam, então, produzir quantidades nunca vistas, a preços satisfatórios. O processo Ford tem, porém, implicações: sendo somente viável para a grande produção em série, ele implica a criação de grandes unidades industriais, o que, por sua vez, implica grandes concentrações financeiras. Ora, é praticamente impossível encontrar um particular que possa financiar, por si só, tal tipo de indústria. Em consequência, desenvolveram-se as Sociedades Anônimas. Paralelamente à criação de grandes unidades industriais, teve lugar a formação de grandes bancos de investimento e de poderosas companhias de seguro. Essas instituições, puramente financeiras, devido às suas disponibilidades de capitais, passaram a ter um papel cada vez mais marcante na sociedade industrial, chegando, finalmente, ao controle total daquela. Esse controle se deu através da aquisição, por parte dos bancos e das companhias de seguro, de ponderáveis proporções de ações com direito a voto, as quais garantiam às instituições financeiras o controle efetivo das unidades industriais. Como desenvolvimento desse processo, temos a formação de "holdings" e de "trusts" que visam à concentração industrial e ao aniquilamento da concorrência. Um dos primeiros exemplos de domínio da indústria por instituições financeiras foi a formação da United States Steel Co. sob controle de J.P. Morgan & Co. (do famoso Banco J. Pierrepont Morgan: vinte sócios, capital de vários bilhões de dólares e controle de duas a três centenas de indústrias). O sistema de propriedades, parcelado através da emissão de ações, cria uma situação nova, que é a do anonimato do proprietário real da separação entre a direção das empresas. A Revolução Industrial fora da Inglaterra No continente, os progressos foram mais lentos, em geral por falta de capitais, que só o grande comércio marítimo podia proporcionar. A Holanda possuía-os, mas a sua indústria estava decadente, em virtude da falta de matérias-primas que lá não podiam ser produzidas e que os países vizinhos, no seu afã de se industrializar, não permitiam fossem exportadas. Em consequência, os holandeses passaram a aplicar capitais na Inglaterra, França e diferentes principados alemães, contribuindo sobremaneira para a industrialização dos mesmos. No continente, a indústria contou com o apoio do Estado, por razões estratégicas, quais sejam: de uniformes, armas e pólvora - imperativos para a manutenção do poderio militar nacional. Por outro lado, a ajuda oficial e o consequente incremento das exportações eram necessários para sustentar a política externa dos diversos países. A participação do Estado, através de concessões de monopólio ou de tarifas alfandegárias protecionistas, nunca foi suficiente para assegurar, por si só, o sucesso de empreendimentos. A França dispunha de grande comércio marítimo e de capitais abundantes. Mas, a sua técnica financeira era ainda pouco desenvolvida. A indústria francesa não pôde dispensar a participação do Estado. Ora, este, devido à sua desorganização financeira, pouco podia fazer, de modo que os progressos da industrialização foram mais lentos do que na Inglaterra. A companhia mineira de Anzin, fundada em 1756, sob concessão real, dispunha de mais de quatro mil operários, antes de 1789, de poços, cuja profundidade variava entre 50 e 300 metros, sendo que um deles chegou a 1200 metros, todos eles drenados por 12 "Bombas de Fogo" (uma enorme quantia para a época). A sociedade de Anzin produziu, em 1789, a quantia de 275.000 toneladas de hulha. Poucas podiam, porém, comparar-se à sociedade de mineração. Somente uma ou outra companhia fabril como Oberkampf, empresas siderúrgicas, o Cresutot da família Schneider, podiam cogitar tal honra. No geral, a indústria permanecia artesanal, ou então, em alguns casos, estava no primeiro ou segundo estágio da concentração. No resto da Europa, o processo foi ainda mais lento. Apesar dos esforços dos príncipes, esses Estados encontravam-se em condições desfavoráveis, não participavam do comércio internacional e, portanto, não possuíam capitais suficientes para a industrialização. Por outro lado, não possuíam mercados consumidores que justificassem investimentos vultosos em aumento de produção. O Estado teve que intervir em todos estes países, mas sempre de forma indireta, seja criando as empresas e vendendo-as, seja, o que era comum, obrigando nobres, comerciantes e judeus a fundarem tais tipos de empresas; todas essas empresas estavam evidentemente isentas de qualquer taxa além de lhes ser entregue muitas vezes o monopólio da produção do gênero. A mão de obra era às vezes constituída de trabalhadores forçados como, por exemplo, mendigos, ou soldados, ou mesmo mulheres de má vida. Na França e, em menor grau, na Inglaterra, a produção desses Estados (geralmente principados alemães) dependia essencialmente do artesanato caseiro. É o caso das facas de Solingen que eram fabricadas em casa por 14.000 operários de inúmeros outros ramos. Conclusão A revolução Industrial criou um mundo mais impessoal, porém muito mais eficiente: novos líderes apareceram no cenário internacional. Além disso, a indústria recebeu a força motriz e modernizou-se, a agricultura se mecanizou, aumentando bastante a produção, que cada vez mais era exigida em grande escala para os centros industriais e as cidades que delas se originaram. Os transportes e as comunicações se desenvolveram rapidamente, possibilitando a união entre os centros produtores e consumidores, encurtando, assim, as distâncias. O Capitalismo estendeu seu domínio a quase todos os ramos de atividades econômicas. Entretanto, a luta pelo mercado consumidor, a mesma que gera novas pesquisas e novos progressos, também vai atirar as indústrias numa disputa voraz por novos lucros, provocando conflitos e levando, finalmente, à crise de 1929. Após este período de crise, o Capitalismo se torna cada vez mais humano e menos egoísta, possibilitando um mundo com menos desníveis entre as classes. PRINCIPAIS INVENÇÕES
Qual a relação entre a Revolução Industrial e a política imperialista e o neocolonialismo?O neocolonialismo foi um ciclo imperialista que levou os países europeus a ocuparem a África e a Ásia, transformando esses territórios em suas colônias. A ocupação desses continentes aconteceu no processo de crescimento industrial vivenciado pela Europa após a Segunda Revolução Industrial, no século XIX.
Qual a relação entre a Revolução Industrial e a política imperialista?A industrialização favoreceu o avanço do imperialismo. No final do século XIX, o capitalismo ganhou força com o crescimento da industrialização, o crescimento foi alcançado com base na acumulação de capital gerado e adquirido nos primeiros anos de industrialização.
Qual a relação que existe entre o imperialismo e neocolonialismo?O imperialismo também é conhecido como neocolonialismo por ter a mesma motivação da fase colonialista: a exploração de novos territórios. Porém, o neocolonialismo foi executado em lugares distintos dos territórios colonizados nos séculos XVI e XVII.
Qual e a relação existente entre o imperialismo e a Segunda Revolução Industrial?Segunda Revolução Industrial e o imperialismo
O imperialismo do século XIX esteve intrinsecamente ligado ao avanço da Segunda Revolução Industrial e à multiplicação das grandes empresas nos países industrializados, bem como à acumulação de capitais decorrentes desse processo.
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