Qual das alternativas abaixo apresenta aspectos históricos da política e da sociedade no período da monarquia romana?

O estudo da monarquia romana conta com um conjunto de fontes históricas bastante limitadas. A grande maioria das informações obtidas desse período é extraída da interpretação de lendas que fazem referência aos sete reinados instituídos nesta época. Embora a fundação de Roma seja uma história de natureza mítica, estas lendas apontam Rômulo com sendo o primeiro monarca da cidade.

Segundo a lenda do “Rapto das Sabinas”, uma das primeiras preocupações de Rômulo era empreender formas para que a cidade fosse povoada. Com isso, passou a atrair fugitivos e pastores de diferentes regiões com a garantia de que concederia uma esposa a cada um dos novos habitantes. Para cumprir sua palavra, organizou um banquete para distrair os habitantes da tribo dos Sabinos. Nesse meio tempo, raptou suas mulheres para torná-las esposas dos romanos.

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Mapa Mental: Roma Monárquica

Qual das alternativas abaixo apresenta aspectos históricos da política e da sociedade no período da monarquia romana?

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Essa lenda assinala o processo de fusão entre os romanos e sabinos, que se alternariam na ocupação do trono real. De fato, o segundo rei de Roma, Numa Pompílio, é de origem sabina e foi responsável pela organização dos cultos religiosos da cidade. Outras lendas explicam como os limites da cidade romana se estenderam com a conquista de novas regiões. Túlio Hostílio, o terceiro rei, teria dominado a cidade de lba Longa. Anco Márico, sucessor do trono, foi quem construiu o porto de Óstia e a ponte Sublícia.

No século VII a.C., a cidade de Roma passou a ser governada por reis de origem etrusca. O primeiro deles, Tarquínio, O Antigo; foi responsável pela construção de importantes obras públicas. Sérvio Túlio, seu sucessor, preocupou-se em proteger a cidade com a construção de uma muralha. Além disso, dividiu a população em quatro grandes tribos urbanas e promoveu a distinção social do povo romano com base em suas riquezas.

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A economia do período monárquico era agropastoril. Os patrícios compunham a elite romana, representando os proprietários de terra. Costumavam se reunir em torno da liderança de um mesmo chefe familiar e cultuavam antepassados em comum. Os encontros religiosos eram normalmente realizados nas cúrias. Os parentes mais pobres dos patrícios, os clientes, não possuíam terras e viviam sob a proteção dos patrícios. Todo aquele que não pertencesse à família de algum patrício era considerado plebeu.

No governo de Tarquínio, O Soberbo, foram criados o sistema de esgoto da cidade de Roma, chamado de “cloaca máxima”, e um templo de adoração ao deus Júpiter. Tarquínio foi deposto após seu filho, Sexto Tarquínio, violentar Lucrécia, filha de um importante membro da classe patrícia. Esse incidente parece ter sido usado como desculpa para a deposição de Tarquínio. Segundo relatos, o rei etrusco desagradava à elite econômica romana ao conceder benefícios às camadas mais pobres da população.

Com a queda do rei etrusco, o Conselho dos Anciãos, órgão de representação política dos patrícios, inaugurou o regime republicano em Roma. Essa transformação só foi possível graças à crise vivida no interior do Império Etrusco, após as derrotas militares sofridas contra os gregos e gauleses. A instituição da República marcou a hegemonia dos patrícios nos quadros políticos e econômicos do antigo povo romano.


Por Rainer Sousa
Graduado em História

*Mapa Mental por Daniel Neves
Graduado em História

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A herança cultural deixada pelos romanos contribuiu para transformá-los no mais importante e influente povo da civilização ocidental.

Alguns fatores contribuíram para a ocupação da região:
- os aspectos físicos (Roma está localizada na Península Itálica)
- o solo fértil (facilitava a produção de alimentos)
- ausência de bons portos (isolando relativamente a região)

A Roma Antiga conheceu 3 formas de governo: Monarquia, República e Império.

MONARQUIA

A forma de governo adotada em Roma até o século VI a.C. foi a Monarquia. Os romanos acreditavam que o rei tinha origem divina.

Esse período foi marcado pela invasão de outros povos (etruscos) que durante cerca de 100 anos, dominaram a cidade, impondo-lhe seus reis. Em 509 a.C., os romanos derrubaram o rei etrusco (Tarquínio - o Soberbo), e fundaram uma República. No lugar do rei, elegeram dois magistrados para governar.

REPÚBLICA

No início da República, a sociedade romana estava dividida em 4 classes: Patrícios, Clientes, Plebeus e Escravos.

A decadência política, social e econômica, fez com que a plebe entrasse em conflito com os patrícios, essa luta durou cerca de 200 anos. Apesar disso, os romanos conseguiram conquistar quase toda a Península Itálica e logo em seguida partiram para o Mediterrâneo.

Lutaram mais de 100 anos contra Cartago nas chamadas Guerras Púnicas e em seguida, ocuparam a Península Ibérica (conquista que levou mais de 200 anos), Gália e o Mediterrâneo Oriental.

Os territórios ocupados foram transformados em províncias. Essas províncias pagavam impostos ao governo de Roma (em sinal de submissão).

As conquistas transformaram exército romano em um grupo imbatível.

A comunidade militar era formada por:
- Cidadãos de Roma, dos territórios, das colônias e das tribos latinas que também tinham cidadania romana
- Comunidades cujos membros não possuíam cidadania romana completa (não podiam votar nem ser votados)
- Aliados autônomos (faziam tratados de aliança com Roma)

Além do exército, as estradas construídas por toda a península itálica também contribuíram para explicar as conquistas romanas.

Os romanos desenvolveram armas e aperfeiçoaram também a técnica de montar acampamentos e construir fortificações.

A disciplina militar era severa e a punição consistia em espancamentos e decapitações. Os soldados vencedores recebiam prêmios e honrarias e o general era homenageado, enquanto que os perdedores eram decapitados nas prisões.

As sucessivas conquistas provocaram, em Roma, grandes transformações sociais, econômicas e políticas.

No plano social, o desemprego aumentou por causa do aproveitamento dos prisioneiros de guerra como escravos. A mão-de-obra escrava provocou a concentração das terras nas mãos da aristocracia (provocando a ruína dos pequenos proprietários de terras que foram forçados a migrar para as cidades).

Na economia, surgiu uma nova camada de comerciantes e militares (homens novos ou cavaleiros) que enriqueceram com as novas atividades surgidas com as conquistas (cobrança de impostos, fornecimento de alimentos para o exército, construção de pontes e estradas, etc).

Além disso, sociedade romana também sofreu forte influência da cultura grega e helenística:
- A alimentação ganhou requintes orientais
- A roupa ganhou enfeites
- Homens e mulheres começaram a usar cosméticos
- Influência da religião grega
- Escravos vindos do oriente introduziram suas crenças e práticas religiosas
- Influência grega na arte e na arquitetura
- Escravos gregos eram chamados de pedagogos, pois ensinavam para as famílias ricas a língua e a literatura grega

Essas influências geraram graves conseqüências sobre a moral: multiplicou-se a desunião entre casais e as famílias ricas evitavam ter muitos filhos.

Tais transformações foram exploradas pelos grupos que lutavam pelo poder e esse fato desencadeou uma série de lutas políticas. A sociedade romana dividiu-se em dois partidos: o partido popular (formado pelos homens novos e desempregados) e o partido aristocrático (formado pelos grandes proprietários rurais). Essas lutas caracterizaram a fase de decadência da República Romana.

IMPÉRIO

Dois nomes sobressaíram durante o Império Romano: Julio César e Augusto.

Após vários conflitos, Julio César tornou-se ditador (com o apoio do Senado) e apoiado pelo exército e pela plebe urbana, começou a acumular títulos concedidos pelo Senado. Tornou-se Pontífice Máximo e passou a ser: Ditador Perpétuo (podia reformar a Constituição), Censor vitalício (podia escolher senadores) e Cônsul Vitalício, além de comandar o exército em Roma e nas províncias.

Tantos poderes lhe davam vários privilégios: sua estátua foi colocada nos templos e ele passou a ser venerado como um deus (Júpiter Julius).

Com tanto poder nas mãos, começou a realizar várias reformas e conquistou enorme apoio popular.
- Acabou com as guerras civis
- Construiu obras publicas
- Reorganizou as finanças
- Obrigou proprietários a empregar homens livres
- Promoveu a fundação de colônias
- Reformou o calendário dando seu nome ao sétimo mês
- Introduziu o ano bissexto
- Estendeu cidadania romana aos habitantes das províncias
- Nomeava os governadores e os fiscalizava para evitar que espoliassem as províncias

Em compensação, os ricos (que se sentiram prejudicados) começaram a conspirar.

No dia 15 de março de 44 a.C., Julio César foi assassinado. Seu sucessor (Otávio), recebeu o título de Augusto, que significava “Escolhido dos Deuses”. O governo de Augusto marcou o início de um longo período de calma e prosperidade.

Principais medidas tomadas por Augusto:
- Profissionalizou o exército
- Criou o correio
- Magistrados e senadores tiveram seus poderes reduzidos
- Criou o conselho do imperador (que se tornou mais importante que o senado)
- Criou novos cargos
- Os cidadãos começaram a ter direitos proporcionais aos seus bens. Surgiu assim três ordens sociais: Senatorial (tinham privilégios políticos), Eqüestre (podiam exercer alguns cargos públicos) e Inferior (não tinham nenhum direito).
- Encorajou a formação de famílias numerosas e a volta da população ao campo
- Mandou punir as mulheres adúlteras
- Estimulou o culto aos deuses tradicionais (Apolo, Vênus, César, etc)
- Combateu a introdução de práticas religiosas estrangeiras
- Passou a sustentar escritores e poetas sem recursos (Virgílio autor de “Eneida”, Tito Lívio, Horácio)

Quando chegou a hora de deixar um sucessor, Augusto nomeou Tibério (um de seus principais colaboradores).

A História Romana vivia o seu melhor período. A cidade de Roma tornou-se o centro de um império que crescia e se estendia pela Europa, Ásia e África.

Após a morte de Augusto, houve quatro dinastias de Imperadores:

Dinastia Julio-Claudiana (14-68): Tibério executou os planos deixados por Augusto. Porém, foi acusado da morte do general Germanicus e teve o povo e o Senado contra ele. Sua morte (78 anos) foi comemorada nas ruas de Roma. Seus sucessores foram Calígula (filho de Germanicus), Cláudio (tio de Calígula) e Nero. Essa dinastia caracterizou-se pelos constantes conflitos entre o Senado e os imperadores.

Dinastia dos Flávios (69-96): neste período, os romanos dominaram a Palestina e houve a dispersão (diáspora) do povo judeu.

Dinastia dos Antoninos (96-192): marcou o apogeu do Império Romano. Dentre os imperadores dessa dinastia, podemos citar: Marco Aurélio (que cultivava os ideais de justiça e bondade) e Cômodo que por ser corrupto, acabou sendo assassinado em uma das conspirações que enfrentou.

Dinastia dos Severos (193-235): várias crises internas e pressões externas exercidas pelos bárbaros (os povos que ficavam além das fronteiras) pronunciaram o fim do Império Romano, a partir do século III da era cristã.

Alguns fatores contribuíram para a crise do império: colapso do sistema escravista, a diminuição da produção e fluxo comercial e a pressão dos povos que habitavam as fronteiras do Império (bárbaros).

A partir do ano 235, o Império começou a ser governado pelos imperadores-soldados (que tinham como principal objetivo combater as invasões).

Com a ascensão de Diocleciano no poder, em 284, o Império foi dividido em dois: Oriente (governado por ele mesmo) e Ocidente (governado por Maximiniano). Cada um deles era ajudado por um imperador subalterno – o César. Diocleciano acreditava que essa estrutura de poder (Tetrarquia) aumentava a eficiência do Estado e facilitava a defesa do território.Diocleciano tomou várias medidas para controlar a inflação.

Seu sucessor (Constantino) governou de 313 até 337.

Constantino legalizou o cristianismo e fundou Constantinopla – para onde transferiu a sede do governo, além de ter abolido o sistema de tetrarquia.

A partir do século IV, uma grave crise econômica deixou o Império enfraquecido e sem condições de proteger suas fronteiras, isso fez com que o território romano fosse ameaçado pelos bárbaros que aos poucos invadiram e dominaram o Império Romano do Ocidente formando vários reinos (Vândalos, Ostrogodos, Visigodos, Anglo-Saxões e Francos).

Em 476 (ano que é considerado pelos historiadores um marco divisório entre a Antiguidade e a Idade Média), o Império Romano do Ocidente desintegrou-se restando apenas o Império Romano do Oriente (com a capital situada em Constantinopla é também conhecido como Império Bizantino – por ter sido construído no lugar onde antes existia a colônia grega de Bizâncio), que ainda se manteve até o ano de 1453 quando Constantinopla foi invadida e dominada pelos turcos.

Durante toda a Idade Média, Roma manteve parte da sua antiga importância, mesmo com a população reduzida. Era apenas uma modesta cidade quando foi eleita capital da Itália em 1870.

A civilização romana deixou para a cultura ocidental uma herança riquíssima.
- A legislação adotada hoje em vários países do mundo tem como inspiração o Direito criado pelos romanos
- Várias línguas (inclusive o português) derivaram do latim falado pelos romanos
- Arquitetura
- Literatura

Leia:
- O Primeiro Triunvirato de Roma
- O Segundo Triunvirato de Roma
- Arte Romana

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/roma-antiga-monarquia-republica-e-imperio/

Com base no texto e nos conhecimentos históricos relativos à República Romana, é correto afirmar:

Quais são os aspectos históricos da política e da sociedade no período da monarquia romana?

O modelo político era a monarquia, ou seja, o poder era centralizado nas mãos do Rei, que detinha os poderes de chefe supremo, sacerdotais e judiciários. Existia um conselho que o ajudava em suas decisões.

Qual das alternativas abaixo apresenta as principais formas do governo que existiram na história de Roma antiga?

Resposta. As principais formas de governo na Roma Antiga foram: Monarquia. República.