Ouça este artigo: Show O Brasil foi "descoberto" por Portugal no ano de 1500, e desde então, com a grande presença dos portugueses nos territórios brasileiros, a língua portuguesa foi se enraizando, enquanto as línguas indígenas foram aos poucos desaparecendo. Uma delas, talvez a que mais influenciou o atual português falado no Brasil, era o Tupinambá ou Tupi-guarani, falado pelos índios que habitavam o litoral. Esta língua foi a primeira utilizada como língua geral na colônia, ao lado do português, pois os padres jesuítas que vieram para catequizar os índios, estudaram e acabaram difundindo a língua. No ano de 1757 uma Provisão Real proibiu a utilização do Tupi, época esta, em que o Português já suplantava esta língua, ficando ele, o Português, com o título de idioma oficial. Em 1759 os jesuítas foram expulsos, e a partir de então a língua portuguesa se tornou definitivamente a língua oficial do Brasil. A língua portuguesa, falada no Brasil, herdou, no entanto, um vasto vocabulário das línguas indígenas, principalmente no que se diz respeito às denominações da fauna, flora, e demais palavras relacionadas à natureza. Os portugueses trouxeram, então, muitos escravos capturados na África, para trabalhar nas terras brasileiras, e estes vieram falando diversos dialetos, os quais contribuíram para a construção da nossa língua. Muito do que temos hoje, foi herdado das línguas africanas, bem como itens culturais que vieram junto com os escravos e aqui se instalaram. Deste modo, a língua portuguesa falada no Brasil, foi se distanciando da língua portuguesa falada em Portugal, pois enquanto aqui, a língua recebia as influências dos índios (nativos) e dos imigrantes africanos, em Portugal a língua recebia influência do francês (principalmente devido à cultura, educação, etc, que na época era prestigiada na frança.) Quando a família real veio para o Brasil, entre 1808 e 1821, as duas línguas novamente se “aproximaram”, pois devido à grande quantidade de portugueses nas grandes cidades, a língua foi sofrendo novamente a influência dos mesmos e se parecendo com a língua-mãe. O português brasileiro sofreu, ainda, influências dos espanhóis, holandeses e demais países europeus que invadiram o Brasil após a independência (1822). Isso explica o porquê de algumas diferenças de vocabulário e/ou sotaque existentes entre algumas regiões do Brasil. Com a influência do Romantismo (movimento artístico-literário que aconteceu no início do ségulo XIX), a literatura produzida no Brasil se intensificou, e a língua portuguesa falada no Brasil foi se encorpando e ganhando uma nova forma, diferenciando-se ainda mais da língua portuguesa falada em Portugal. Foi despertado no país o individualismo e o nacionalismo através da literatura, além da realidade política que impulsionava o país a se distanciar e diferenciar ainda mais de Portugal. A normatização da língua foi como que consagrada pelo movimento modernista (1922), que trouxe como crítica a valorização excessiva que ainda se dava à cultura européia, e motivou o povo a valorizar sua própria língua como “brasileira”. Recentemente tivemos uma reforma ortográfica, implantada no ano de 2009, a partir de um acordo feito entre os países que tem como idioma oficial a língua portuguesa, e algumas regras de escrita que diferenciavam a norma, foram modificadas, deixando-a unificada. A oralidade, no entanto, continua mantendo consideráveis distinções. Fontes: Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/portugues/historia-da-lingua-portuguesa-no-brasil/ Publicado em 28 de abril de 2021 A língua portuguesa falada no Brasil é influenciada pela presença dos povos indígenas, que já estavam aqui na chegada dos portugueses, em 1500, e também pelas línguas dos povos africanos, trazidos ainda no século XVI. O contato entre todas essas línguas no território brasileiro transformou o português e deixa heranças no idioma hoje falado no país. “No caso das línguas indígenas, as marcas dessa presença não cessaram, elas não pertencem a um passado longínquo, acabado ou fechado – aquilo que os livros didáticos erradamente colocam. Isso é uma riqueza das línguas naturais, que têm inserção cultural também”, reforça a doutora em linguística pela Universidade Estadual de Campinas e coordenadora do Mestrado Profissional em Linguística e Línguas Indígenas do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marília Facó Soares. Veja ainda: Livro “A boca da noite”, de Cristino Wapichana, traz aventura infantil indígena Krahô, Ikpeng, Xavante, Yanomami, Krenak, Guarani, Nambikwara, Tukano, Kawaiwete (Kayabi), Baniwa, Munduruku, Pataxó, Pankararu, Macuxi (Makuxi) são alguns dos povos indígenas que habitam o país. No Brasil atual, existem aproximadamente 256 povos indígenas, segundo dados do Instituto Socioambiental. Do ponto de vista linguístico, há cerca de 180 línguas (com suas variedades) faladas no território brasileiro. Reunidas em diferentes famílias linguísticas, as línguas indígenas representam os povos originários da nossa terra. E mesmo com todas as perdas e pouca valorização, o Brasil ainda possui uma das maiores diversidades linguísticas do planeta. Leia também: Plano de aula: cultura indígena Herança africanaJá os povos africanos que vieram para o Brasil a partir do século XVI descendiam de diferentes reinos. Falavam quicongo, quimbundo, umbundo, iorubá, evé e fon. Se os nomes dessas línguas hoje não são familiares a boa parte da população brasileira, as palavras advindas delas são notadas na cultura e na língua que se fala no Brasil com facilidade. “Mesmo na condição do trabalhador escravizado, os povos africanos conseguiram marcar – junto com os povos indígenas – esta forma sonora de como falamos a língua portuguesa no Brasil, o que mostra a potência de comunicação desses povos como força de resistência”, afirma a doutora em Ciências Sociais Wilmihara Benevides da Silva, que durante 10 anos realizou pesquisas para o Museu da Língua Portuguesa nesse tema. Confira: Plano de aula: cultura africana Cultura na mesaA professora cita ainda como essa influência é marcante na alimentação de brasileiras e brasileiros. “Quindim, canjica, angu, fubá, garapa, dendê, maxixe, quiabo, mocotó, quibebe, vatapá, acarajé. Aliás, alguns modos de fazer uma receita representam saberes da cultura africana no patrimônio imaterial brasileiro”, enumera Wilmihara. No áudio, há exemplos também de expressões idiomáticas: “embira ou envira, que está relacionada a uma casca de árvore. Então você tem a expressão ‘lamber embira’ ou ‘lamber envira’, que é passar miséria, não ter o que comer. Outra expressão: pitanga quer dizer vermelho. Então, quando uma pessoa chora em excesso, pode-se dizer que ela ‘chora pitangas’”, cita Marília. No áudio, as pesquisadoras dão uma dimensão do quanto palavras oriundas de línguas indígenas e africanas estão no nosso dia a dia. “Conhecer essas formas é ter uma porta de acesso para entender pela via da língua a sociedade em que se vive ou em que outros vivem, viveram (…) No mundo inteiro, se dá valor a isso, quem tem que começar a dar valor somos nós mesmos”, defende Marília. “É na língua falada que podemos estudar as influências indígenas e africanas para uma educação antirracista. Toda língua representa, hoje, não apenas os seus falantes, mas diferentes povos”, acrescenta Wilmihara. Veja mais:Vestibulares levam em consideração culturas e escolarização de povos indígenas Transcrição do Áudio Música: “Djansa”, de The Mini Vandals featuring Mamdou Koita and Lasso, de fundo Marília Facó Soares: Wilmihara Benevides da Silva: Vinheta: Instituto Claro – Educação Música de Reynaldo Bessa, instrumental, de fundo Marcelo Abud: Marília
Facó Soares: Marcelo Abud: Wilmihara Benevides da Silva: Marcelo Abud: Marília Facó Soares: Música: Eu não vou chorar as pitangas
(Edward De Marchi), com Zico e Zeca Marília Facó Soares: Marcelo Abud: Wilmihara Benevides da Silva: Marcelo Abud: Música: “Um mundo de possibilidades – Brasil na Panela” (Gustavo Kurlat/Andre Minassian), com Bia Sá Marcelo Abud: Marília Facó Soares: Marcelo Abud: Wilmihara Benevides da Silva: Marcelo Abud: Marília Facó Soares: Wilmihara Benevides da Silva: Música instrumental, de Reynaldo Bessa, de fundo Marcelo Abud: Que língua indígena mais influenciou o português falado no Brasil?A maioria das pessoas já sabe da grande influência que os povos indígenas sempre tiveram e ainda têm na cultura brasileira.
Que palavras fazem parte do português brasileiro que são de origem indígena?Conheça algumas palavras de origem indígena que fazem parte do Português do Brasil. Caipira – do Tupi-Guarani: caaipura = de dentro do mato. ... . Capim – do Tupi-Guarani: caá=folha; pií=fino, delgado.. Capivara – do Tupi-Guarani: “kapii' guara” - comedor de capim.. Capoeira – do Tupi-Guarani: co-poera = roça velha.. Quem fez o dicionário da língua tupiJosé de Anchieta, o padre jesuíta que pesquisou e redigiu a primeira gramática de tupi-guarani. Quando os colonizadores portugueses aportaram em solo brasileiro e bateram de frente com cinco milhões de índios, logo perceberam que a comunicação seria praticamente impossível.
Por que tupiO tupi diz respeito à língua Tupinambá, que era falada pelas comunidades indígenas existentes no Brasil quando o território foi colonizado pelos portugueses. Guarani, por sua vez, é a língua falada pelas nações que são encontradas na Argentina, Paraguai, Bolívia e Brasil.
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