Quantas edições dos Jogos Olímpicos da Era Moderna já aconteceram?

Em 1894, o francês Pierre de Frédy realizou seu sonho de reviver as Olimpíadas, uma antiga tradição Grega que reunia atletas em uma grande competição de esportes diversos com o objetivo de trazer um período de paz em uma época marcada por conflitos constantes. Já falei sobre as origens do jogos olímpicos em outra postagem, então agora é focar na história recente.

Pierre de Coubertin, como é conhecido por ter sido Barão de Coubertin, nasceu em Paris em uma família aristocrática. Inspirado pelas suas visitas a colégios ingleses e americanos, o francês propôs-se a melhorar o sistema de educação, o que incluía a prática de esportes. Após ter realizado uma competição internacional para promover o atletismo e alimentado pelas descobertas arqueológicas nas ruínas de Olímpia, concebeu o plano de fazer reviver os Jogos Olímpicos.

Para divulgar seus planos, Coubertin organizou um congresso internacional em 1894, em Paris. Ali propôs a realização de um evento inspirado na Grécia Antiga, que almejava uma vida baseada na harmonia entre o corpo e a mente, o prazer no esforço, a luta pela perfeição e o respeito aos outros. Este congresso resultou na criação do Comitê Olímpico Internacional (COI), do qual o barão seria secretário e presidente. Também ficou decidido que os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna seriam realizados em Atenas, na Grécia, e depois em outros lugares, em ciclos de quatro anos.

Coubertin morreu em 1937, em Genebra, na Suíça. Seu corpo foi sepultado num monumento perto das ruínas da antiga cidade grega de Olímpia. Já o corpo foi enterrado em Lausanne, cidade onde está a sede do comitê e o maior do mundo sobre o evento, Le Musée Olympique. Foi justamente numa visita a esse museu que eu tive acesso às informações contidas nessa postagem, além de muitos outros detalhes da história, objetos e imagens de todas as edições das Olimpíadas até os dias atuais.

Citius, Altius, Fortius. As palavras, que podem ser traduzidas como “mais rápido, mais alto e mais forte”, é sobre dar o máximo de si, melhorando e se esforçando para alcançar a excelência no dia-a-dia, tanto no estádio, quanto na vida. A expressão foi criada pelo enérgico padre dominicano Henri Didon, que organizou uma competição para a associação esportiva da sua escola, Albert-le-Grand. Em 1891, no dia final do evento, Padre Didon fechou seu discurso com essas palavras: citius estaria relacionada ao espírito e aos estudos; altius com a purificação da alma; e fortius com o corpo moldado pelos esportes. Como estava de acordo com sua ideia do esporte como ferramenta na educação, Pierre de Coubertin tomou nota das palavras e as utilizou como lema do comitê anos depois.

Os anéis olímpicos apareceram pela primeira vez, desenhados e coloridos a mão, no topo de uma carta escrita por Coubertin, em 1913. A correspondência era endereçada ao Barão Godefroy de Blonay, um dos membros do comitê. Depois disso, o símbolo passou a ser utilizado em cartas e convites relacionados às Olimpíadas. Uma estátua exposta na entrada do Parc Olympique de Lausanne mostra cinco pessoas carregando os anéis.

De acordo com Coubertin, as seis cores escolhidas representavam as bandeiras de todos os países que competiam àquela época: azul e amarelo da Suécia, azul e branco da Grécia, as três cores das bandeiras da França, Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha, Bélgica, Itália e Hungria, o amarelo da Espanha, as coloridas bandeiras do Brasil e Austrália, a ancestral bandeira do Japão e a moderna bandeira da China. Um verdadeiro emblema internacional.

A primeira bandeira, feita a partir do desenho, data de 1913 e foi apresentada no ano seguinte no Congresso de Paris. A peça original está exposta no museu de Lausana. Os anéis representam a união das diferentes culturas, cujo destino é ligado pelo espírito olímpico. Os círculos azul, amarelo, preto, verde e vermelho sobre um fundo branco podem ser vistos como os cinco continentes: África, Ásia, América, Oceania e Europa. Essa expressão de universalidade dos jogos é um dos mais conhecidos emblemas do mundo.

Outro símbolo muito reconhecido é a chama olímpica. Nela estão expressos os valores positivos que as pessoas sempre associaram ao fogo ao longo da história. A chama sagrada queimava permanentemente nos altares dos deuses de templos ancestrais, por exemplo. O caldeirão em mármore e bronze do museu foi projetado pelo francês André Ricard. A chama foi acesa com um laser na École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), que fica a alguns quilômetros de distância, e levado em um revezamento até o museu em 1993. A responsável por acender o caldeirão foi a patinadora artística Katarina Witt, da Alemanha.

Falando em revezamento, a cada edição dos jogos acontece uma maratona partindo de Olímpia com destino à cidade sede, passando por terra, mar e céu. Pura e vívida, a passagem da tocha olímpica leva uma mensagem de paz, união e amizade entre os povos. A chama é acessa com o uso de um espelho em forma parabólica que reflete os raios do sol no santuário de Hera, onde atrizes reencenam uma cerimônia antiga. É então levada até o estádio, onde é passada por uma alta sacerdotisa para o primeiro dos milhares de corredores que participarão do revezamento, que nunca passa pelo caminho mais rápido até o seu destino, buscando valorizar diferentes culturas. No momento de chegada ao estádio da cidade sede, geralmente carregada por um(a) ex-atleta, a tocha é usada para abrir oficialmente os jogos ao acender a chama do caldeirão, que irá queimar até o final da cerimônia de encerramento.

Assim como nas edições dos jogos olímpicos originais, os esportes que compõe o programa das competições podem variar. Alguns esportes podem ficar de fora por diversos anos e serem novamente introduzidos, como aconteceu com o golfe. Eles também podem ser subdivididos em diferentes modalidades, como acontece com a natação, o atletismo e outros, além da separação entre homens e mulheres. Sem contar que são realizados os jogos de verão e os jogos de inverno, que focam nas atividades realizadas em gelo e neve, e as paraolimpíadas. Nos jogos modernos, os vencedores recebem medalhas de bronze, prata e ouro.

Desde a retomada, os Jogos Olímpicos já passaram por:

1896 – Atenas (Grécia)
1900 – Paris (França)
1904 – St. Louis (Estados Unidos)
1908 – Londres (Reino Unido)
1912 – Estocolmo (Suécia)
1916 – Berlim (Alemanha) – Cancelados devido à guerra
1920 – Antuérpia (Bélgica)
1924 – Paris (França)
1928 – Amsterdã (Países Baixos)
1932 – Lake Placid (Estados Unidos)
1936 – Berlim (Alemanha)
1940 – Tóquio (Japão) e Helsinque (Finlândia) – Cancelados devido à guerra
1944 – Londres (Reino Unido) – Cancelados devido à guerra
1948 – Londres (Reino Unido)
1952 – Helsinque (Finlândia)
1956 – Melbourne (Austrália) e Estocolmo (Suécia)
1960 – Roma (Itália)
1964 – Tóquio (Japão)
1968 – Cidade do México (México)
1972 – Munique (Alemanha)
1976 – Montreal (Canadá)
1980 – Moscou (União Soviética)
1984 – Los Angeles (Estados Unidos)
1988 – Seul (Coréia do Sul)
1992 – Barcelona (Espanha)
1996 – Atlanta (Estados Unidos)
2000 – Sydney (Austrália)
2004 – Atenas (Grécia)
2008 – Pequim (China)
2012 – Londres (Reino Unido)
2016 – Rio de Janeiro (Brasil)

As próximas edições estão programadas para:

2020 – Tóquio (Japão)
2024 – Paris (França)
2028 – Los Angeles (Estados Unidos)

Quantas edicoes já foram realizadas dos Jogos Olímpicos de Era Moderna?

Quantas edições dos Jogos Olímpicos da Era Moderna foram canceladas ao longo da história?