Quantos habitantes há no brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta população de 212,7 milhões em 2021, um acréscimo de 0,75% ante o estimado para 2020 pelo instituto, de 211,1 milhões, segundo a “Pnad Contínua 2020/2021: Características gerais dos moradores”, divulgada nessa sexta-feira.

Na comparação com 2012, início da série histórica da pesquisa e quando o IBGE contabilizou 197,7 milhões, o aumento populacional teria sido de 7,6%, até 2021. No entanto, o levantamento não inclui impacto de aumento de mortes, e diminuição de números de nascimentos, nos anos pandêmicos - a crise sanitária foi iniciada em 2020 -, afirmou Gustavo Geaquinto Fontes, pesquisador do IBGE.

Esse efeito da doença, no total de brasileiros, só será plenamente conhecido quando for finalizado Censo de 2022, que vai a campo para coleta de dados em agosto, acrescentou ele.

Ao ser questionado sobre a influência da doença nos dados populacionais da pesquisa anunciada hoje, o técnico do IBGE comentou que ajustes poderão ser feitos, quando os dados do Censo forem publicados.

"As estimativas de população [na pesquisa anunciada hoje] não incorporam efeitos da pandemia em 2020, como redução de nascimento e [alta de] óbitos" resumiu. "O Censo vai ser fundamental para atualizar as projeções de população do Brasil", completou o técnico.

No total populacional estimado para 2021, as mulheres totalizavam 108,7 milhões (51,1%), enquanto os homens correspondiam a 103,9 milhões de pessoas (48,9%). Não foi verificada alteração relevante nessas participações entre 2012 e 2021, nas estimativas, informou ainda o instituto.

Nas projeções do IBGE, entre 2012 e 2021, os maiores aumentos populacionais, no período, foram observados nas regiões Centro-Oeste (13,0%) e Norte (12,9%). Em contrapartida, essas duas localidades mantiveram as menores participações na população total, entre as cinco grandes regiões, de 7,8% e de 8,7%, respectivamente.

Por sua vez, a Região Sudeste, a mais populosa, concentrava 42,1% da população residente no País, em 2021; e registrou aumento estimado de 7,3% em seu contingente populacional em relação a 2012, em 2021, segundo o IBGE, em suas estimativas.

Em contrapartida, a Região Nordeste, que concentrava 27,1% da população residente em 2021, foi a que apresentou a menor taxa de aumento populacional entre as grandes regiões, com crescimento estimado em 5,1% entre 2012 e 2021, nas projeções do instituto sobre o tema. Entre 2020 e 2021, não houve diferenças significativas nas participações regionais na população total, de acordo com as estimativas dos pesquisadores do IBGE.

Outro aspecto mencionado pelo pesquisador é que, por conta da pandemia, não foi possível incluir na pesquisa anunciada hoje características gerais de domicílios, como posse de bens, como TV, e geladeira; e acesso a serviços como abastecimento de água e luz elétrica. Isso porque, conforme já divulgado anteriormente pelo instituto, houve queda em aproveitamento de coleta de dados, nos períodos mais agudos da pandemia em 2020, por conta da necessidade de isolamento social, para prevenir contágio pela doença - e, portanto, suspensão por um tempo de coleta presencial de dados, por parte de técnicos do IBGE.

Com acesso aos entrevistados apenas por telefone, os analistas do instituto notaram um "aproveitamento baixo" nos dados, explicou Fontes. E, com isso, optaram por não divulgar esses dados de domicílio, de posse de bens e acesso à serviços básicos, na edição 2020-2021 do levantamento anunciado hoje - que constam de edições anteriores, do mesmo estudo, feitas pelo IBGE.

Alta na população brasileira em relação a 2020 foi de 0,75%, segundo o IBGE — Foto: Foto: Silvia Zamboni/Valor

Aumenta população que se autodeclara preta

Em 2021, aumentou parcela dos brasileiros que se classificaram de raça preta, segundo estimativa do IBGE. De acordo com o estudo, a parcela da população que se autodeclarou dessa raça é projetada para ter subido para 9,1% naquele ano, acima de 2020, quando foi de 8,8%; e também superior à de 2012, início de série para essa pergunta (7,4%). Além disso, em números absolutos, a população preta teria crescido 32,4% entre 2012 e 2021.

No levantamento, anunciado hoje e que não leva em conta efeitos da pandemia no total da população brasileira - que foi projetada, pelos pesquisadores do IBGE para o estudo veiculado nessa sexta, e será atualizada após divulgação do Censo 2022, que vai à campo em agosto -, o instituto informou ainda que a raça foi a que teve maior avanço, em pontos percentuais, entre as três delimitadas na pesquisa.

A parcela da população que se autodeclarou branca passou de 46,3% em 2012 para 42,8% em 2020 e subindo para 43% em 2021. Já a que se declarou parda passou de 45,6% em 2012 para 47,5% em 2020 e 47% em 2021.

O ritmo de crescimento da raça preta, em números absolutos entre 2012 e 2021, também foi projetado como maior pelo IBGE. O contingente populacional dos que se declararam pardos, no período, avançou 10,8%, enquanto o que se declarou branco não apresentou avanço significativo, segundo os pesquisadores do instituto.

Dois fatores podem ter contribuído para esse cenário, afirmou Gustavo Geaquinto Fontes, pesquisador do IBGE. Um deles é o fato de outras pesquisas do instituto apontarem que mulheres pretas e pardas têm maior fecundidade, do que mulheres brancas. Em suma: têm mais filhos.

"Mas isso não explica tudo", afirmou o pesquisador, citando outro aspecto também pode ter contribuído: a maior conscientização da questão racial, entre os brasileiros. Ou seja, na prática, uma maior parcela da população tomou consciência de seu pertencimento à raça preta.

O pesquisador foi questionado, ainda, se os resultados não mudariam, quando ajustes na pesquisa forem feitos após a publicação do Censo 2022, que trará número atualizado da população brasileira, e não mais projetado, que foi o usado para a pesquisa anunciada hoje.

Ele disse que, mesmo com ajustes que serão feitos após publicação do Censo 2022, devem se manter tendências percebidas no estudo - como é o caso de maior fatia entre os que se declaram da raça preta no total da população.

Casas com um só morador

Entre 2012 e 2021, aumentou tendência de casas com somente um morador, ou seja, de pessoas morando sozinhas, em suas residências, segundo a pesquisa divulgada hoje pelo IBGE. Ao apresentar os dados do estudo, Fontes informou que levantamento não leva em conta efeitos da pandemia, como ritmo maior de mortes e menor cadência de nascimentos, no cômputo total de população brasileira.

Para fazer o levantamento, a população brasileira foi projetada para os anos de 2020 e 2021, que contaram com impacto da covid-19, e essa estimativa foi usada como uma das bases da pesquisa.

No entanto, o técnico explicou que o IBGE também usou dados de Pnad Contínua, pesquisa conjuntural do instituto, realizada nos anos pandêmicos, na análise veiculada nessa sexta. Além disso, Fontes ponderou que algumas tendências, observadas no levantamento anunciado hoje, podem até ter números ajustados; mas não mudarão, quando houver contagem mais atualizada da população - o que ocorrerá após divulgado Censo 2022, pelo IBGE, que vai à campo em agosto.

Entre essas tendências detectadas pelo IBGE está aumento de parcela, no total de domicílios brasileiros, dos chamados "unipessoais", ou seja, de pessoas morando sozinhas. Em 2021, o número de domicílios no Brasil foi estimado em 72,3 milhões; em 2020, eram 71,6 milhões; e, em 2012, 61,5 milhões.

No período de 2012 até 2021, a fatia no total de domicílios de residências que se encaixam nessa descrição, de apenas um morador, subiu de 12,2% do total para 14,9%, mesmo percentual observado em 2020, acrescentou o pesquisador.

"Esse aumento na parcela de domicílios unipessoais pode ter sido influenciado por forte predomínio de mulheres idosas morando sozinhas", acrescentou ele, ao comentar sobre o dado.

No estudo, o IBGE projetou ainda que a chamada família nuclear, ou seja, um casal com ou sem filhos, manteve-se majoritária no total de residências em 2021, sendo 68,2% do total, um pouco menor da parcela observada em 2020 (68,5%) e de 2012 (68,3%), de acordo com projeções do instituto.

Já a chamada unidade domiciliar estendida, ou seja, onde no total de residentes pelo menos um seria parente do outro, essa parcela era de 15,9% no total de domicílios em 2021, acima de 2020 (15,7%) mas abaixo de 2012 (17,9%).

Outra tendência mantida, em 2021, de acordo com as estimativas do IBGE, foi a de continuidade de envelhecimento populacional. A parcela de pessoas com 65 anos ou mais, no total da população, subiu de 7,7% em 2012 para 10,2% em 2021, de acordo com o instituto.

Já faixas etárias mais jovens mostraram diminuição de fatia, no total populacional estimado pelos pesquisadores. É caso do contingente entre 10 e 13 anos, que diminuiu de 6,7% para 5,5% entre 2012 e 2021; entre 14 e 17 anos, de 7,1% para 5,8% no mesmo período; e de 18 a 19 anos, que reduziu de 3,4% para 2,9%.

Qual a população do Brasil hoje 2022?

Quase metade da população brasileira estimada respondeu ao Censo 2022. Desde o início do levantamento, em 1º de agosto, até 2 de outubro, foram recenseadas 104.445.750 pessoas. Esse total corresponde a 49% da população estimada do país.

Quantas cidades tem no Brasil 2022?

O estudo, que é realizado pela 'Editora Três', em parceria com a Agência de Classificação de Risco de Crédito 'Austin Rating', avaliou os 5.565 municípios do país.

Quantos homens existem no Brasil 2022?

Relógio da população do Brasil.

Qual é o total de brasileiros hoje?

Segundo o levantamento do IBGE, a população do país teve uma alta de 7,6% na década, saltando de 197,7 milhões, em 2012, para 212,7 milhões em 2021.